REDE MULHER DA BAHIA REALIZA LIVE EM DEFESA DOS FEMINISMOS E DA AGROECOLOGIA

Em celebração ao Dia Internacional da Mulher, comemorado no dia 08 de março, a Rede Mulher Território Sertão do São Francisco da Bahia realizará, no próximo sábado (12), uma live "em defesa dos feminismos e da agroecologia".

 A atividade, que será transmitida a partir das 15h pelo aplicativo Zoom, conta com a participação da professora da Universidade Federal Rural de Pernambuco, Letícia Jali, e das agricultoras Maria Neide Gomes e Luciana Ferreira.

A live, que tem como principal foco debater a respeito dos feminismos e da agroecologia na região baiana do Vale do São Francisco, abre espaço para que as convidadas falem sobre suas experiências e expectativas enquanto mulheres no geral e também dentro da pauta agroecológica. Além disso, a Rede fará um breve histórico sobre a sua atuação na região.

Para a coordenadora territorial, Jaciara Ladislau Leobino "O dia internacional da mulher também é dia de conscientização e lembrança sobre a luta das mulheres. Luta essa, que continua em todos os aspectos que circundam as nossas vidas enquanto mulheres. Queremos um mundo melhor, mais justo para nós. Queremos também um mundo onde haja soberania da agricultura familiar, agroecológica e que respeite o meio ambiente e as nossas existências".

Para acompanhar a atividade basta acessar o link:

https://us02web.zoom.us/j/83545024659?pwd=WUJCL2ltWGtWczJaL1FkYmh1bkFZZz09

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JOQUINHA GONZAGA REALIZA LIVE EM CASA CAUSOS E CANTOS DE GONZAGÃO NESTE DOMINGO 13 DE MARÇO


O sanfoneiro e cantor Joquinha Gonzaga vai apresentar uma Live "em casa causos e cantos de Gonzagão", neste domingo (13) de março, às 11hs. Para acompanhar a live é preciso estar inscrito no canal YouTube Joquinha Gonzaga Oficial. A produção da Live é de Sara Gonzaga, filha e produtora do cantor.

Você pode contribuir depositando qualquer valor quantia via  PIX telefone 87999955829 

Joquinha Gonzaga é o mais legítimo representante da arte musical de Luiz Gonzaga.  Ele é neto de Januário e sobrinho de Luiz Gonzaga. João Januário Maciel, o Joquinha Gonzaga é hoje um dos últimos descendentes vivos da família. Dos nove filhos de Santana e Januário, todos eles, ja "partiram para o Sertão da Eternidade".

Joquinha Gonzaga vai completar 70 anos, no próximo dia 01 de abril e reside atualmente em Exu, Pernambuco, no pé da serra do Araripe, como ele costuma dizer ao receber os amigos. 

Nesse contexto, a live de domingo, 13 de março,  além de ccontribuir com Joquinha Gonzaga vai proporcionar um encontro com os amigos, admiradores, pesquisadores da cultura mais brasileira, a oportunidade de ouvir também  o puxado da sanfona  e a voz de Joquinha, com o seu canto, histórias e causos. 

Além de sobrinho do Rei do Baião, Luiz Gonzaga, Joquinha é neto de Januário (afamado tocador de 8 Baixos) e ainda tem como tios os Mestres da Sanfona, Zé Gonzaga, Chiquinha Gonzaga (tocadora de sanfona 8 Baixos) e Severino Januário.

Detalhe: Joquinha Gonzaga também é tocador de sanfona de 8 baixos, um instrumento quase em extinção no cenário musical cultural brasileiro e também por isto um dos aspectos que faz Joquinha merecedor de admiração e respeito dos seguidores do seu tio Luiz Gonzaga.

Contato para shows de Joquinha Gonzaga: WhatsApp (87) 999955829 e (87)996770618.

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CENTRO DE TERAPIAS NATURAIS GIANNI BANDE RECEBE VISITA DOS ALUNOS DO CURSO TÉCNICO EM AGROECOLOGIA DO CETEP

Alunos do Curso Técnico em Agroecologia, disciplina Agroecologia e Permacultura, do Centro Territorial de Educação Profissional do Sertão do São Francisco-CETP Antiga Escola Agrícola, vivenciaram uma manhã de troca de saberes no Centro de Terapias Naturais Gianni Bande, situado no bairro João Paulo II, em Juazeiro (Bahia). A disciplina é ministrada pela professora Janine Cruz, engenheira agrônoma , especialista em Segurança do Trabalho.

"O que se opõe ao descuido e ao descaso é o cuidado. Cuidar é mais que um ato; é uma atitude. Portanto, abrange mais que um momento de atenção, de zelo e de desvelo. Representa uma atitude de ocupação, preocupação, de responsabilização e de envolvimento afetivo com o outro'.

Cuidar é então uma ação, é uma arte, é um processo. A reflexão do teólogo Leonardo Bof traduz o sentimento repleto de energias da Irmã Tereza de Jesus na mensagem de boas vindas. Com foco na saúde preventiva, terapias holísticas e medicina natural, os alunos conheceram os serviços como massagens relaxantes, acupuntura, sessões de reiki, horta comunitária, consultas a partir da palma das mãos, além de contemplar o espaço do Centro, que por si só possibilita sensações de sossego e relaxamento, especialmente devido ao ambiente cercado de plantas.

A professora Janine cita que "a visita foi realizada com o intuito de aperfeiçoar as competências desenvolvidas em sala de aula". "Sem a natureza não existimos mais, ela, a natureza é a base da nossa vida. Esta é uma das lições  de Ana Primavesi", diz professora Janine.

É impossível pensar na produção de uma alimentação saudável e na interação equilibrada entre os seres humanos e a terra sem os ensinamentos de Ana Maria Primavesi. A agrônoma e escritora, que completaria de vida física 102 anos no  dia (3) de outubro desde ano, é a pioneira na compreensão do solo como um organismo vivo e referência mundial na área da agroecologia. Primavesi é responsável pelo avanço nos estudos sobre o manejo ecológico do solo, técnicas abordadas em seu livro de maior influência, que revolucionou a prática da agricultura e lançou as bases para o desenvolvimento da agroecologia. 

Na visita o Terapeuta Integrativo, Francisco Leite Silva e o Técnico em Agropecuária, Edmilson Nascimento mostraram o cotidiano dos serviços prestados no Centro.

Na opinião dos alunos Anne Louise e Josielson Araújo, uma "aula assim é diferente, pois amplia os ensinamentos teóricos com a prática, vivência dos profissionais que vivem a agroecologia no seu dia a dia".  Os alunos conheceram as mudas de plantas medicinais e ornamentais, bem como hortaliças, tudo produzido na Horta Comunitária Povo Unido, que possui uma vasta produção orgânica orientada por um projeto onde a natureza tem papel central e a espiritualidade é também valorizada. 

A busca por esta condição, tida como essencial para uma vida saudável, considera diversos aspectos, desde a luta pela garantia dos direitos, à rigorosidade com a preservação ambiental até a maneira como as pessoas se alimentam e o que consomem no seu dia a dia.

A irmã Tereza falou do esforço e dedicação necessária para manter o espaço do Centro de Terapias e destaca que o envolvimento da própria comunidade é essencial. "Atendemos crianças, mães, famílias da comunidade que recebe o estímulo para o bem viver".

No bairro, o Centro Gianni Bande e a Horta Comunitária contribuem ganhado cada vez mais adeptos das boas práticas de saúde. Cada vez mais, a população vem sofrendo com doenças provenientes do uso abusivo de alimentos com veneno, enlatados com alto teor de conservantes ou transgênicos, o que é um dos condicionantes para o crescimento dos diversos tipos de câncer, inclusive de estômago que tem feito muitas vítimas na região.

A boa alimentação, associada ao cuidado preventivo com o corpo, com a espiritualidade e o uso de terapias holísticas só tem a contribuir com um modo de vida saudável, o que ficou claro para os alunos durante a visita neste sábado 5.

HISTÓRICO: O Centro de Terapias Naturais Gianni Bande, situado no bairro João Paulo II foi construído no ano de 1999 pelas Irmãs Oblatas de São Luis Gonzaga, trazendo a homenagem ao primo da irmã  Redenta, cuja herança foi investida na construção do centro. Estrutura simples e acolhedora.  O objetivo é promover a saúde integral e bem estar das pessoas através de várias Terapias Holísticas, todas voltadas para a manutenção ou a recuperação da saúde integral das pessoas. 


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PROFESSOR E DIRETORES DE ESCOLA ONDE FOI INSERIDA DISCIPLINA CULTURA GONZAGUEANA VÃO RECEBER MOÇÃO DE APLAUSOS DA CÂMARA LEGISLATIVA DE PETROLINA

O Vereador César Durando deu entrada numa Moção de Aplausos que será votado na próxima terça-feira (8), na Casa Plínio Amorim, em Petrolina, para o professor Maiadson Vieira e diretoras Edmilza Marcelino e Lucélia Lima, da Escola Estadual São Vicente de Paula @esvpeexu, localizada na cidade de Exu, Pernambuco.

O professor Maiadson Vieira, diretoria e alunos ganharam repercussão nacional com a informação que na escola foi inserida na grade curricular a disciplina eletiva Cultura Gonzagueana.

O vereador Cesár Durando fez o requerimento à Mesa Diretora, que após cumprida as formalidades regimentais e Ouvido o plenário,seja consignado por esta Casa Legislativa MOÇÃO DE APLAUSOS ao Professor Maiadson Vieira e as diretoras, Edmilza Marcelino e Lucélia Lima, da Escola Estadual São Vicente de Paula (@esvpexu) na Cidade de Exú-PE. A justificativa de aplausos é para a iniciativa de inserir uma nova disciplina eletiva para os alunos do 1º ano do novo ensino médio, falando da "CULTURA GONZAGUEANA", mostrando uma grande iniciativa cultural e sensibilidade com a preservação dos nossos verdadeiros valores Sertanejos e Nordestinos. Da decisão dessa Casa Legislativa, dê ciência ao professor e as diretoras.

REVEJA REPORTAGEM: Luiz Gonzaga, o mestre da sanfona, um dia deixou o seu pé de serra e embrenhou-se pelos emaranhados da busca de seu sonho. O que foi o começo de uma grande empreitada, tornou-se uma desafiadora lição de vida e das vivências artísticas. Luiz Gonzaga, o maior ícone da cultura popular nordestina, também sonhava com os atos libertários da educação. O professor Maiadson Vieira é um exemplo desses caminhantes da cultura que buscam na educação o desenvolvimento humano e a promoção de um futuro melhor para os seus educandos.

Na Escola Estadual São Vicente de Paula (@esvpexu), o professor leciona a nova disciplina eletiva "Cultura Gonzagueana" para os alunos do 1° ano do Novo Ensino Médio, um fato histórico para a cidade do Gonzagão. 

A disciplina almeja proporcionar aos educandos o conhecimento acerca da cultura e da história local, fundamentando-se na história do maior ícone Exuense, Luiz Gonzaga do Nascimento. 

"Iniciativas como esta eletiva proporcionam a manutenção da cultura e da história local, valorizando as temáticas abordadas na obra do pernambucano do século, gerando assim, o sentimento de pertencimento dos alunos para com a cultura e a história local, promovendo ainda a democratização cultural e uma educação cultural efetiva para os educandos", revela o professor Maiadson. 

Nascido em Exu, Maiadson Vieira é um apaixonado conterrâneo de Luiz Gonzaga. Além disso, é professor há quase 10 anos, produtor cultural e ainda poeta. Graduado em Letras, ministra as disciplinas de Língua Inglesa e Portuguesa, e ainda lhe sobra tempo para falar de cultura e poesia com seus alunos.

Colecionando inúmeros eventos culturais em seu currículo, orgulha-se em dizer que "aprendeu sobre cultura convivendo com mestres e mestras da cultura, e fazedores desta". 

De acordo com Maiadson, "apesar dos tempos difíceis para a cultura, com essa inserção da disciplina eletiva, se realiza um sonho gigante dos artistas, em ter o Luiz Gonzaga sendo ensinado na escola pública como uma disciplina! Apesar de ser uma disciplina eletiva, a mesma quebra os muros da escola e introduz em sala de aula o autêntico poder da cultura popular! Seu Lua não é mais um tema transversal, é o conteúdo principal da minha disciplina". 

O projeto em andamento prevê visitas ao Parque Aza Branca/Museu Gonzagão, museus orgánicos do Cariri Cearense e produções culturais e vivências com os próprios alunos.

"Neste espaço sentimos a energia de Luiz Gonzaga! Os meus alunos recitaram uma produção minha pra começar com o pé direito nesse mundo da cultura e da poesia popular! Apesar dos pesares, seguimos bravamente resistindo! O projeto é um laboratório de edição de vídeo e roteirização, onde juntos, editamos com nossas próprias mãos o orgulho de sermos da terra de Luiz Gonzaga", finaliza  Maiadson Vieira.

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MOÇÃO DE APLAUSOS PARA PROFESSOR E DIRETORES RESPONSÁVEIS EM INSERIR A DISCIPLINA CULTURA GONZAGUEANA EM SALA DE AULA SERÁ VOTADA NA TERÇA (8)

O Vereador César Durando deu entrada numa Moção de Aplausos que será votado na próxima terça-feira (8), na Casa Plínio Amorim, em Petrolina, para o professor Maiadson Vieira e diretoras Edmilza Marcelino e Lucélia Lima, da Escola Estadual São Vicente de Paula @esvpeexu, localizada na cidade de Exu, Pernambuco.

O professor Maiadson Vieira, diretoria e alunos ganharam repercussão nacional com a informação que na escola foi inserida na grade curricular a disciplina eletiva Cultura Gonzagueana.

O vereador Cesár Durando fez o requerimento à Mesa Diretora, que após cumprida as formalidades regimentais e Ouvido o plenário,seja consignado por esta Casa Legislativa MOÇÃO DE APLAUSOS ao Professor Maiadson Vieira e as diretoras, Edmilza Marcelino e Lucélia Lima, da Escola Estadual São Vicente de Paula (@esvpexu) na Cidade de Exú-PE. A justificativa de aplausos é para a iniciativa de inserir uma nova disciplina eletiva para os alunos do 1º ano do novo ensino médio, falando da "CULTURA GONZAGUEANA", mostrando uma grande iniciativa cultural e sensibilidade com a preservação dos nossos verdadeiros valores Sertanejos e Nordestinos. Da decisão dessa Casa Legislativa, dê ciência ao professor e as diretoras.

REVEJA REPORTAGEM: Luiz Gonzaga, o mestre da sanfona, um dia deixou o seu pé de serra e embrenhou-se pelos emaranhados da busca de seu sonho. O que foi o começo de uma grande empreitada, tornou-se uma desafiadora lição de vida e das vivências artísticas. Luiz Gonzaga, o maior ícone da cultura popular nordestina, também sonhava com os atos libertários da educação. O professor Maiadson Vieira é um exemplo desses caminhantes da cultura que buscam na educação o desenvolvimento humano e a promoção de um futuro melhor para os seus educandos.

Na Escola Estadual São Vicente de Paula (@esvpexu), o professor leciona a nova disciplina eletiva "Cultura Gonzagueana" para os alunos do 1° ano do Novo Ensino Médio, um fato histórico para a cidade do Gonzagão. 

A disciplina almeja proporcionar aos educandos o conhecimento acerca da cultura e da história local, fundamentando-se na história do maior ícone Exuense, Luiz Gonzaga do Nascimento. 

"Iniciativas como esta eletiva proporcionam a manutenção da cultura e da história local, valorizando as temáticas abordadas na obra do pernambucano do século, gerando assim, o sentimento de pertencimento dos alunos para com a cultura e a história local, promovendo ainda a democratização cultural e uma educação cultural efetiva para os educandos", revela o professor Maiadson. 

Nascido em Exu, Maiadson Vieira é um apaixonado conterrâneo de Luiz Gonzaga. Além disso, é professor há quase 10 anos, produtor cultural e ainda poeta. Graduado em Letras, ministra as disciplinas de Língua Inglesa e Portuguesa, e ainda lhe sobra tempo para falar de cultura e poesia com seus alunos.

Colecionando inúmeros eventos culturais em seu currículo, orgulha-se em dizer que "aprendeu sobre cultura convivendo com mestres e mestras da cultura, e fazedores desta". 

De acordo com Maiadson, "apesar dos tempos difíceis para a cultura, com essa inserção da disciplina eletiva, se realiza um sonho gigante dos artistas, em ter o Luiz Gonzaga sendo ensinado na escola pública como uma disciplina! Apesar de ser uma disciplina eletiva, a mesma quebra os muros da escola e introduz em sala de aula o autêntico poder da cultura popular! Seu Lua não é mais um tema transversal, é o conteúdo principal da minha disciplina". 

O projeto em andamento prevê visitas ao Parque Aza Branca/Museu Gonzagão, museus orgánicos do Cariri Cearense e produções culturais e vivências com os próprios alunos.

"Neste espaço sentimos a energia de Luiz Gonzaga! Os meus alunos recitaram uma produção minha pra começar com o pé direito nesse mundo da cultura e da poesia popular! Apesar dos pesares, seguimos bravamente resistindo! O projeto é um laboratório de edição de vídeo e roteirização, onde juntos, editamos com nossas próprias mãos o orgulho de sermos da terra de Luiz Gonzaga", finaliza  Maiadson Vieira.


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MÚSICA ASA BRANCA COMPLETA 75 ANOS NESTA QUINTA-FEIRA (3) DE MARÇO

 

A letra da música Asa Branca completa nesta quinta-feira 75 anos da primeira gravação na voz de Luiz Gonzaga. No dia 3 de março de 1947 Luiz Gonzaga gravava pela primeira vez nos estúdios da RCA, no Rio de Janeiro, a canção que ficaria imortalizada como hino dos nordestinos. Uma composição dele com o então advogado Humberto Teixeira. A gravação foi acompanhada pelo grupo de Regional do Canhoto.

Ao fim do trabalho, Canhoto, líder do grupo, olha para Luiz Gonzaga e diz que a "letra era música para cego pedir esmolas". Sai dos estúdios e zomba com um chapéu pedindo esmolas ao som da canção. Mal sabia Canhoto que Asa Branca iria ser um nos maiores sucessos da música brasileira.

A letra Asa Branca, de Humberto Teixeira, recebeu até elogios e uma reflexão do escritor José Lins do Rego: é um dos mais belos versos da literatura brasileira.

O professor e historiador Armando Andrade diz que a identidade do cantor se confunde com a letra de Asa Branca. É nela que se misturam o homem, a música e seu povo. "A partir de Asa Branca o Brasil viu o drama através da voz do próprio nordestino. É dessas coisas que a poesia e a literatura conseguem fazer, transportar através da linguagem as pessoas a vivenciar a dor do outro" diz.

Outra característica marcante de Asa Branca é a saudade do amor perdido com o exílio forçado devido a seca. Se os clássicos traziam as guerras como o motivo da partida do homem e a promessa de volta para o grande amor, em Asa Branca, é a seca que expulsa o homem e a ave, numa metáfora que se estende à condição humana.

"Talvez aí resida a universalidade e aceitação pelo grande público, além de retratar a real condição das famílias nordestinas. A promessa da volta do homem para seu grande amor está presente desde a literatura grega, como a Odisséia. É um tema universal com que todos se identificam", diz Armando Andrade.

A força de Asa Branca pôde ser vista em 2009, quando a Revista Rolling Stone Brasil, publicou uma lista com as 100 maiores músicas da história do país. Um honroso 4º lugar, ficando atrás de clássicos como Carinhoso, Águas de Março e Construção. 

O tempo passou e Asa Branca segue inspirando artistas de outras gerações. Anderson do Pife, que mora em Caruaru, no Agreste de Pernambuco, diz que enquanto estudante de música, acredita que a letra é parte de um método brasileiro de ensino de música popular. "Essa melodia composta por conjuntos e de fácil execução, traduz o início de uma trajetória musical para quase todos os que iniciam seus estudos com ou sem ajuda de profissionais da área", diz.

Ele disse ainda que a música retrata poesia, cotidiano, paisagem e todo o referencial histórico do Nordeste. "Eis o hino do Nordeste e a primeira música que aprendi a tocar. Essa é a força que representa a Asa Branca em minha vida", finaliza.

O professor doutor em Ciência da Literatura, Aderaldo Luciano, ressalta que o  "Nordeste continua existindo caso Luiz Gonzaga. Tem a mesma paisagem, os mesmos problemas, comporta os mesmos cenários de pedras e areias, plantas e rios, mares e florestas, caatingas e sertões".

De acordo com o pesquisador mais que ninguém, Luiz Gonzaga brindo com uma moldura indelével, uma corrente sonora diferente, recheada de suspiros, ritmos coronários, estalidos metálicos. 

"Luiz Gonzaga plantou a sanfona entre nós, estampou a zabumba em nossos corpos, trancafiou-nos dentro de um triângulo e imortalizou-nos no registro de sua voz. Dentro do seu matulão convivemos, bichos e coisas, aves e paisagens. Pela manhã, do seu chapéu, saltaram galos anunciando o dia, sabiás acalentando as horas, acauãs premeditando as tristezas, assuns-pretos assobiando as dores, vens-vens prenunciando amores. O seu peito abrigava o canto dolente e retotono dos vaqueiros mortos e a pabulagem dos boiadeiros vivos. As ladainhas e os benditos aninhavam-se por ali, buscando eternidade", finalizou Aderaldo.

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A VOZ DA FLORESTA: AS PLANTAS FALAM, TEM SENTIMENTOS E AJUDAM A SUA COMUNIDADE

Você já ouviu a voz da floresta? As plantas "falam", têm "sentimentos", memória e ajudam a sua comunidade. Algumas delas, como as árvores-mães, até alimentam outras plantas.

Antes que o homem surgisse na Terra, os vegetais já usavam a eletricidade para se comunicar e se defender. A árvore não é imóvel, passiva, como sugere a expressão "estado vegetativo".

A reportagem especial de 41 anos do Globo Rural mostrou toda essa sabedoria que vem da floresta. E um dos diversos exemplos disso é a planta Maria dormideira, que se fecha ao ser tocada em uma de suas folhas.

A repórter Mariana Fontes conta que, em sua infância em Minas Gerais, ficava encantada com essa planta e adorava brincar com ela. Alguém contou na época que a espécie gostava de receber um carinho e, então, dormia.

Mas a ciência já estuda essa reação faz tempo. E não tem nada a ver com preguiça não.

Ao sentir uma ameaça, é como se uma corrente elétrica viajasse pelo corpo dela, levando um ‘aviso de perigo’. A planta então reage. Só que, em vez de músculos para fugir, ela usa um sistema hidráulico e se move deslocando água.

No momento em que o sinal elétrico chega à base da folha da Maria dormideira, ela perde água e murcha, conta o biólogo Gabriel Daneluzzi, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da USP, em Piracicaba, São Paulo.

Celebridade na botânica, a Maria dormideira também é chamada de "sensitiva" ou "Maria fecha a porta".

EXPERIMENTO: Um outro exemplo sobre a inteligência da planta pôde ser observado em um experimento de pesquisadores da Esalq-USP.

Se um vaso da dormideira cai no chão, todas as folhinhas praticamente se fecham com o impacto. Mas os pesquisadores decidiram "ensinar" à planta que essa queda não tem nada a ver com a presença de predadores.

Para isso, eles jogaram vários vasos no chão muitas vezes. Eles sempre assistiam as folhinhas se fecharem, até que em um momento elas pararam com isso.

Os pesquisadores aguardaram cerca de um mês e soltaram os mesmos vasos no chão. A planta continuou aberta e eles concluíram, portanto, que ela se "lembrava" dos experimentos, o que sugere que os vegetais podem dar respostas mais eficientes quando usam um tipo de memória.

As plantas aprendem através de processos bioquímicos que se repetem. Tudo que é presenciado fica registrado e, quando isso é repetido, isso é identificado.

“Elas [as plantas] aprendem através de processos bioquímicos que se repetem. Tudo que é presenciado fica registrado e, quando isso é repetido, isso é identificado”, diz o agrônomo Ricardo Oliveira.

“O que motiva os cientistas, pesquisadores, entusiastas desse mundo a estudar é procurar entender como a vida se manifesta numa planta, e quais são de fato suas capacidades”, acrescenta.

REGENERAÇÃO: A sabedoria da natureza também permite que ela se regenere mesmo após o desmatamento.

Foi o que aconteceu em uma área da Mata Atlântica, localizada perto do Parque Nacional de Itatiaia (divisa de SP, MG e RJ), na Serra da Mantiqueira. Por lá, o vizinho de cerca do repórter Nelson Araújo, Eduardo Campos, contribuiu para a recuperação das plantas.

No meio da década de 1980, ele e mais seis amigos compraram a área, que havia sido desmatada e transformada em uma grande fazenda de gado e lavoura.

A recuperação se deu por estágios. Assim que tiraram o gado e pararam com as roças, uma espécie tomou conta das encostas: a vengala. Também chamada de calafá. Um tipo de um bambuzinho da Mata Atlântica.

Planta pioneira, ela se espalha formando uma estufa a céu aberto, onde a vida estocada no solo desabrocha.

INTERNET DA FLORESTA: Assim como nas sociedades humanas, entre as árvores há muita competição para se conquistar um lugar ao sol. Mas, debaixo do solo, o que acontece é muita colaboração.

E a pesquisadora canadense Suzanne Simard comprovou cientificamente a troca de substâncias que as plantas fazem.

Ela conta que, ainda nos 1990, moléculas de carbono foram marcadas e injetadas em uma árvore. “Em pouco tempo, detectamos que a substância tinha passado para os indivíduos do entorno”, diz ela.

“Conforme avançamos nas pesquisas, descobrimos como a transmissão se dá pelas raízes”, acrescenta.

“Nós fizemos sensoriamento em uma floresta do Pacífico Norte e o que constatamos foi surpreendente. Tudo ali está conectado formando uma extraordinária rede de comunicação. Tão ou mais fantástica que a internet”, acrescenta.

SOBREVIVÊNCIA: As plantas também escolhem e até atraem os seres que garantem a sobrevivência delas. Elas recrutam, por exemplo, quem oferece nutrientes.

A biotecnologista Carol Nishasaka tentou reproduzir essa dinâmica no laboratório, onde ela preparou duas placas: uma onde colocou somente um fungo que causa doença, e outra que, além do fungo, tinha uma bactéria ‘do bem’.

Dias depois, o fungo que ficou sozinho avançou livremente, diferentemente da outra placa. Nesta, a bactéria ficou do lado direito e o fungo do lado esquerdo. A bactéria liberou substâncias que não deixaram o seu rival crescer.

A natureza também conta com a presença das árvores-mães, que alimentam os seus "filhos” e a população vizinha.

“Podia ser árvore-pai ou árvore-mãe. Optamos por árvore-mãe pelo aspecto da nutrição e a importância da mãe com a família”, afirma a pesquisadora canadense Suzanne.

“Vimos que a árvore-mãe não só atende aos seus, mas alimenta também os filhos de suas vizinhas. Em quantidade menor do que para a própria família, mas não deixa de cuidar dos estranhos também”, reforça.

SAGRADO EM TODAS AS FORMAS: Para alguns pode parecer estranho falar em "conversa de plantas", mas muitas culturas antigas consideraram a floresta como parte da família.

É o caso da filosofia indiana Hare Krishna. Os devotos, assim como em muitas culturas milenares, pregam o respeito a todos os seres.

Eles acreditam que o sagrado está em todas as formas de vida. Quem segue essa religião, não come carne, por exemplo, para não causar sofrimento aos animais.

E, quando eles retiram os vegetais da natureza, eles entendem que estão lidando com um ser vivo que tem consciência e até alma.

Na Serra da Mantiqueira, uma comunidade rural de 30 famílias Hare Krishnas, fundada na década de 1970, compartilha mais de 100 hectares e as mesmas crenças.

Gaura Lila, uma das moradoras da fazenda Nova Gokula, cuida das hortas orgânicas, que são fontes de renda e de alimento para as pessoas da comunidade.

Ela conta que a filosofia Hare Krishna mudou a sua relação com as plantas.

“É com essa consciência de que é uma entidade viva que está no seu processo de evolução. E que não é porque eu sou um ser humano que eu posso abusar desse poder e ir pra um caminho de destruição."

A FLORESTA ANDA: O repórter Nelson Araújo diz que quando foi morar na Serra da Mantiqueira não sabia que a floresta "andava", mas que descobriu esse fenômeno por lá.

Antes, o hábito era roçar tudo, mas ele decidiu deixar o mato crescer. Em cima de uma encosta que vinha sofrendo erosão com o pisoteio, por exemplo, havia uma mata de candeia que chegava somente até a linha de um capão de eucalipto.

Mas quando ele suspendeu a roçada e o pastoreio, a candeia desceu naturalmente e avançou mais uns 200 metros. A floresta andou.

AGROFORESTA: A sincronia observada na floresta pode servir de exemplo para a produção de alimentos. Exemplo disso é o modelo de agrofloresta.

Quando o agrônomo Antônio Devide, da Agência Paulista de Tecnologia do Agronegócio (APTA) ergueu uma, ele colocou primeiro a gliricídia, especialista em se aliar a bactérias que captam o nitrogênio.

Os restos de poda de uma leguminosa viram adubo para a bananeira. Ela, por sua vez, ampara quem precisa de potássio.

Sabendo a aptidão de cada planta, o desejo dela por luz, água, nutrientes, é possível trazer espécies que se complementam. É assim que funciona a agrofloresta.

E o Antônio envolve a comunidade nas pesquisas para mostrar que esse sistema também traz renda para o agricultor.

“A gente precisa viver em redes, estabelecer conexões assim como os fungos, as bactérias e as árvores se comunicam, por que não a sociedade trabalhar nesse sentido?”, diz.

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