FEIRA AGROECOLÓGICA DE REMANSO: ALIMENTOS SAUDÁVEIS E FORTALECIMENTO DAS RELAÇÕES SOCIAIS

Farinha, feijão, tapioca, corante caseiro, umburana de cheiro, maxixe, umbu, doce de umbu, couve, abóbora, banana, peixe, ervas medicinais e artesanato.

 Esses são alguns dos diversos produtos comercializados na Feira Agroecológica da Cultura Econômica de Remanso-BA, um espaço de venda de alimentos cultivados sem veneno para comercialização direta com os/as consumidores/as. A partir desta semana, a feira será realizada toda sexta-feira.

A comercialização desses produtos por agricultoras e agricultores possibilita maior aproximação do campo e da cidade, além de colaborar com a melhoria da renda familiar e da segurança alimentar e nutricional dos consumidores que passam a se alimentar com produtos saudáveis. 

"Saber que tem aquela renda extra toda semana, pouco ou muito, serve demais. É muito bom saber que pode fabricar produtos que não tem veneno, que não tem agrotóxicos para levar à mesa das pessoas, sabendo que não pode prejudicar ninguém", destaca a agricultora Poliana Alves, da comunidade Pimenteira em Remanso.  

A agricultora Edna dos Santos, também da comunidade Pimenteira, comercializa seus produtos na feira e diz que está aproveitando bastante a experiência. "Eu estou gostando muito da feira, acredito que as vendas vão melhorar. E que as pessoas vão frequentar mais. Quero muito continuar comercializando meus produtos", ressalta Edna.

O assessor técnico do Sasop, Francisco José da Silva, mais conhecido como Franzé, destaca que apesar da proposta da feira estar no início, acredita que ela se consolidará devido aos diversos benefícios que traz para agricultores/as e consumidores/as do município. "Que o pessoal possa entender que é a agricultura familiar que realmente alimenta a cidade. Esse processo vem contrapor os grandes projetos que hoje só plantam, só produzem monocultivos para exportação. Se o campo não consegue plantar, fica difícil a alimentação nas cidades. [A feira] possibilita para as pessoas um produto saudável e de qualidade".

Além disso, Franzé também destaca a importância da feira agroecológica para as agricultoras e a juventude. "A feira também possibilita o protagonismo da mulher, tendo em vista, que a maioria das pessoas hoje na feira são mulheres e a gente tem trabalhado também para a inclusão da juventude".

Além da possibilidade de melhorar a renda através da comercialização dos produtos da agricultura familiar, a agricultora Poliana destaca a importância da feira para as relações sociais e convida outros agricultores e agricultoras a participarem da Feira Agroecológica. "Além da comercialização é muito bom fazer amizade, conhecer novas pessoas, porque a gente vai para feira, não só vender, mas também aprender muita coisa (...) Conhece produtos diferentes de outras pessoas, é muito interessante. Então, quem nunca se interessou, que se interesse em comercializar os produtos agroecológicos na feira, porque vale muito a pena", frisa Poliana.

Nesse sentido, a colaboradora do Irpaa, Dannielle Martins, reforça o papel social das feiras que são espaços "De intercâmbio e troca de conhecimento entre os participantes, que, por sua vez, são de comunidades diferentes do município. A feira traz esse momento de descontração. Também acontece a troca de produtos entre os próprios agricultores".

A feira reúne 11 grupos diretamente, com cerca de 30 famílias envolvidas de forma indireta. A iniciativa idealizada pelo Serviço de Assessoria a Organizações Populares Rurais (Sasop), hortas comunitárias rurais e urbanas e pescadores/as artesanais conta com apoio da Secretaria da Agricultura de Remanso e do Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (Irpaa).  (Fonte: Eixo Educação e Comunicação)

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A RECEITA PARA EVITAR A PRÓXIMA PANDEMIA: RESPEITAR A NATUREZA, AFIRMA SANITARISTA DA UNIVERSIDADE DE HARVARD

Deter a próxima pandemia antes de ela surgir é possível, e o custo de fazer isso equivale a um vigésimo do impacto econômico global que ela provocaria, afirma um novo estudo. A receita para o planeta conseguir fazer isso tem três ingredientes: a criação de um sistema global de monitoramento de zoonozes, um esforço para acabar com o desmatamento e a eliminação do tráfico de animais silvestres.

Em um trabalho liderado pelo sanitarista Aaron Bernstein, da Universidade Harvard, economistas e pesquisadores de diversas áreas estimaram que o preço de fazer tudo isso pode ser distribuído ao longo das próximas décadas a um custo de US$ 20 bilhões anuais.

Em comparação, o impacto dos eventos conhecidos como "spillovers" (a passagem de patógenos animais para humanos) tem provocado perdas anuais de US$ 212 bilhões no último século. Se levado em conta o impacto das mortes causadas por essas doenças, somam-se a esse valor mais US$ 350 bilhões.

Segundo Bernstein e colegas, a margem de erro da simulação é grande, mas é possível afirmar que dos mais de R$ 550 bilhões das cifras somadas acima o piso da estimativa é de US$ 400 bilhões. Daí sai a conclusão de que o valor da solução é da ordem de um vigésimo do custo do problema.

O cálculo dos cientistas é baseado no impacto duradouro de epidemias grandes e pequenas iniciadas nos últimos 105 anos, incluindo a Covid-19, a Aids e a gripe espanhola. Para fazer a conta, foram computadas todas as doenças humanas derivadas de zoonozes que deixaram ao menos dez mortos.
 

Para estimar o peso financeiro das mortes provocadas pelas pandemias, os pesquisadores atribuíram preços a cada óbito causado pelos patógenos, usando o conceito econômico de WTP ("willingness to pay"). Esse recurso consiste em determinar o tamanho do investimento que cada país está disposto a fazer para reduzir sua taxa de mortalidade. Dependendo da riqueza de cada nação, esse valor variou entre US$ 107 mil e US$ 6,4 milhões por morte.

Precificar a vida de pessoas pode parecer uma maneira cruel de fazer planejamento, mas é o que permitiu aos cientistas comparar métodos diferentes de políticas públicas para salvá-las. E, segundo os cientistas, as diretrizes que guiam a atual resposta global contra epidemias não são aquelas que previnem mais mortes. 

"Formuladores de políticas promoveram planos considerando que a melhor maneira de lidar com futuras catástrofes pandêmicas seria 'detectar e conter' ameaças zoonóticas emergentes. Em outras palavras, devemos agir somente depois que os humanos ficarem doentes. Nós discordamos radicalmente disso", escrevem os cientistas, em artigo na revista Science Advances.

Segundo Bernstein, essa abordagem "reativa", em contraposição a uma estratégia "proativa", precisa ser reconsiderada por gestores de saúde em governos nacionais e por organismos internacionais. 

"Se a Covid-19 nos ensinou alguma coisa, é que a testagem, os tratamentos e as vacinas podem prevenir mortes, mas eles não param por completo a disseminação global dos vírus, e podem nunca prevenir a emergência de patógenos novos", afirmou o cientista, em entrevista coletiva. "Não podemos contar apenas com estratégias 'pós-spillover' para nos proteger. "

A demógrafa brasileira Márcia Castro, também professora de Harvard e coautora do estudo, afirma que a melhora no custo-benefício de tomar as medidas necessárias para um sistema global de prevenção ao 'spillover' foi até mesmo subestimado no estudo, porque inclui medidas que beneficiam a humanidade em outras frentes, como a preservação ambiental. A intrusão de pessoas em florestas para provocar demsatamento, por exemplo, é um dos fatores de risco de exposição de humanos a novos patógenos.

"O emprego de recursos para reduzir desmatamento são um investimento para prevenir futuras epidemias, mas também para mitigar ameaças já existentes, como a malária e doenças respiratórias associadas com a queima de florestaS", diz a cientista. "Fazer esses investimentos em prevenção traz retornos para a saúde humana, para o ambiente e para o desenvolvimento econômico. "
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VEREADOR DE PETROLINA, GATURIANO CIGANO É PRESO COM FUZIL E PISTOLAS. POLÍCIA FEDERAL INVESTIGA CASO

O vereador de Petrolina, no Sertão de Pernambuco, Gaturiano Cigano, foi preso na noite da terça-feira (15) pela Polícia Rodoviária Federal (PRF). Durante abordagem realizada no KM 180 da BR 428, a PRF encontrou várias armas no carro dirigido pelo vereador.

Além de Gaturiano, outros dois homens, que se identificaram como policiais militares de Pernambuco, estavam no veículo.

A Câmara de Vereadores de Petrolina informou que a Polícia Federal cumpriu mandado de busca e apreensão no gabinete do vereador Gaturiano Cigano.

De acordo com PRF, no veículo foram encontrados duas espingardas calibre 12 com 26 munições; um fuzil calibre 223/.556 com 117 munições; duas pistolas calibre 9mm com 64 munições; uma pistola calibre.40 com 10 munições; uma pistola calibre 380 com 28 munições; um revólver calibre 38 com cinco munições; e duas armas brancas.

Ainda segundo a PRF, os presos são suspeitos de participação de uma tentativa de homicídio na cidade de Mirandiba, em Pernambuco. O crime aconteceu na tarde da terça-feira. Eles teriam invadido a delegacia para matar um desafeto.

O vereador e os dois homens, as armas e o carro apreendido foram levados para a delegacia da Polícia Civil em Petrolina.

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CHAPADA DO ARARIPE E PRODUÇÃO SOJA. VIABILIDADE, IMPACTOS AMBIENTAIS É TEMA DE DEBATE NESTA QUARTA-FEIRA (16)

Chapada do Araripe e produção de soja. Viabilidade, Impactos Econômicos e Ambientais. Este é o tema do Colóquio da Sabedoria, promovido pelo Instituto Cultural do Cariri na quarta-feira (16), às 19h30. A mediação será  de Weber Girão e participação do gestor do ICMIBIO Araripe, Carlos Pinheiro e pesquisador Tarsio Alves.

Em dezembro do ano passado (2021) foi denunciado que uma área de mais de 300 hectares da Serra da Perua, encravada na Área de Proteção Ambiental (APA) da Chapada do Araripe, no município de Exu, Pernambuco,  foi completamente desmatada nos últimos meses. Imagens de satélite registradas de agosto a novembro, mostram a mudança na paisagem do bioma da zona de encontro da Caatinga e os impactos causados pelo desmatamento na região.

A degradação é resultado das operações de uma empresa avícola que, por sua vez, foi autorizada pela Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH) a cultivar milho e soja em uma área que corresponde a 540 hectares da Serra da Perua. 

“Até o momento observamos que já foi desmatado algo em torno de 312 hectares dos 540 cedidos pela CPRH”, afirmou o pesquisador e coordenador do Núcleo de Pesquisa e Extensão em Abelhas (Nupea), Társio Alves. Como membro do conselho da APA da Chapada do Araripe, Alves foi procurado por apicultores e meliponicultores (criadores de abelhas sem ferrão) da região que estavam preocupados com o impacto do desmatamento e das queimadas na produção de mel. 

A partir daí, o pesquisador passou a investigar o empreendimento. 

“Como se trata de grandes áreas de cultivo de monocultura, que tradicionalmente utilizam maquinários pesados, agroquímicos e afins, podemos prever o possível impacto ambiental para a população do território da Chapada do Araripe, sem citar nas espécies silvestres que compõem a flora e a fauna da região”, disse o pesquisador. 

No dia 17 de setembro de 2021, a Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH), concedeu à empresa do setor da Avicultura, com sede em Caruaru e dona da marca Ovo Novo Express, uma licença de operação para cultivo de milho e soja, principais ingredientes de ração para galinha, em uma área de 540 hectares, na Serra da Perua. 

O documento, que autoriza a operação de obras ou empreendimentos no local, prevê a descrição das medidas de controle ambiental nas licenças Prévia e de Instalação a serem apresentadas pelo proprietário do negócio. Consta ainda na licença que as queimadas nas áreas cedidas só podem ocorrer com autorização dos órgãos competentes.

Após o recebimento de denúncias feitas por ambientalistas e moradores da APA da Chapada do Araripe sobre as queimadas e desmatamentos no local, a Marco Zero Conteúdo procurou a CPRH e questionou se houve um estudo de impacto ambiental na área cedida e se o órgão havia autorizado as queimadas e desmatamento na Serra da Perua. No dia 19 de novembro, o órgão respondeu por meio de nota e afirmou que a licença de operação havia sido suspensa:  

“A CPRH informa que suspendeu a licença de operação emitida para empreendimento de plantio de milho e soja, no município de Exu, no Sertão do Araripe. O relatório  41/2021, emitido pelo ICMbio, que registra denúncia contra o empreendimento, levou a Agência a decidir pela suspensão do licenciamento. As informações contidas no referido documento estão sendo apuradas pelo órgão ambiental.”

No entanto, agricultores e moradores da região – que pediram não serem identificados por medo de represália – afirmam que as operações no local “continuam a todo o vapor, vinte e quatro horas por dia”. Voltamos a questionar a CPRH sobre a continuidade das atividades na Serra da Perua, mas, pouco antes do fechamento desta reportagem, a Agência informou que “na sexta-feira [3 de dezembro] pela manhã terá as informações. Estamos em processo de análise e fiscalização”. Caso as informações sejam encaminhadas na sexta-feira, serão publicadas.

Também procuramos o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) para ter acesso ao relatório enviado à CPRH, que pede a suspensão da Licença de Operação na Chapada do Araripe. Até o fechamento deste texto, a assessoria do Instituto havia informado que os questionamentos foram repassados à área responsável e que, “o mais rápido possível”, a demanda da Marco Zero seria atendida.

DESMANTAMENTO: A Área de Proteção Ambiental (APA) Chapada do Araripe se estende por 33 municípios dos estados de Pernambuco, Ceará e Piauí e conta com um bioma com bastante biodiversidade onde predomina cerrado, caatinga e zonas de transição com traços de mata atlântica.

De acordo com as visitas in loco e as imagens de satélite, o pesquisador Társio Alves afirma que o desmatamento acontece também no Ceará. “Soube também, por moradores locais, que estavam desmatando uma área nas imediações do distrito de Dom Leme, Rangel, mas não temos muitos detalhes ainda”, revelou Alves. 

As imagens feitas pelo satélite mostram que a área desmatada no Ceará está localizada a sete quilômetros do Distrito de Dom Leme, Santana do Cariri, em uma estrada que vai em direção ao Araripe e fica próxima a área de desmatamento da Serra da Perua. Segundo os moradores locais, o desmatamento estaria sendo realizado pela mesma empresa: a Novo Ovo Express. 

Além do desmatamento, moradores e agricultores locais estão preocupados com o impacto que o empreendimento pode trazer para o abastecimento de água na região, já que, de acordo com eles, o solo do bioma tem sido perfurado, podendo ocorrer a contaminação do lençol freático. 

Em uma de suas visitas in loco, Társio Alves registrou um poço profundo que está sendo cavado na Serra da Perua, e recebeu denúncias dos moradores de que a empresa pretende cavar outros 10 poços similares a esse. Além disso, os moradores afirmam que o empresário teria a pretensão de comprar outra área de 10 mil hectares da Chapada do Araripe para ampliar o plantio de soja e milho na região. 

A reportagem tentou contato com a Novo Ovo Express. A equipe de reportagem chegou a ligar para um celular cujo número está disponível em um site que com dados do cadastro do CNPJ da empresa, mas não obteve nenhum retorno. Também questionamos a CPRH sobre a instalação de poços na Serra da Perua, mas não tivemos respostas até o fechamento desta reportagem.

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DIA MUNDIAL DO RÁDIO: TREZE DE FEVEREIRO

Em data instituída pela ONU, dia 13 de fevereiro é o Dia Mundial do Rádio. Neste dia, em 1946, a Rádio ONU entrou no ar com sua primeira transmissão sobre o trabalho das Nações Unidas no mundo. O Dia Mundial do Rádio foi proclamado na Conferência Geral da UNESCO em 2011 e aprovado em 2012 pela Assembleia Geral das Nações Unidas. Segundo a ONU, o objetivo da data é conscientizar sobre a importância do veículo e fornecer acesso à informação. 

HISTÓRIA DO RÁDIO: Em 1860, o físico escocês James Clerk Maxwell descobriu as ondas rádio, porém, só em 1886, Heinrich Hertz apresentou as variações da corrente elétrica em forma de ondas de rádio. Desta forma, Guglielmo Marconi colocou em uma linha telefônica os sinais de rádio e o chamou de telégrafo sem fio. Tornando-se assim, o inventor do rádio. 

Porém, os feitos de Marconi criaram disputas judiciais. Nikola Tesla reivindicou a patente da invenção do rádio e até JC Bose também entrou na disputa judicial. É importante ressaltar que em 1943, a Suprema Corte dos EUA considerou Nikola Tesla como inventor do rádio. No Canadá, Reginald Fessenden foi conhecido como o precursor do rádio, principalmente por ser o primeiro a transmitir o som da voz humana sem fios. Porém, muitos autores creditam a invenção do rádio ao Guglielmo Marconi.

O rádio não tinha o formato de locução de como é conhecido nos dias atuais, pois só era transmitido sinais. A primeira transmissão de voz aconteceu em 1906, nos EUA, pelo engenheiro canadense Reginald Fessenden, transmitindo um concerto natalino para os tripulantes dos navios da United Fruit Company. Os primeiros equipamentos eram feitos de sulfeto de chumbo usados para detectar sinais de rádio, havendo bastante dificuldade para sintonização. A massificação do rádio só aconteceu em meados de 1927.

Em 06 de abril de 2021, foi instituído em Pernambuco o Dia Estadual do Rádio através do Presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) , Eriberto Medeiros, promulgando a Lei 16.241 de autoria do Deputado Clodoaldo Magalhães (PSB-PE). A data relembra a primeira transmissão pelas ondas do rádio registrada no Brasil, que ocorreu no Recife, em 1919, pela Rádio Clube.

Só em 1922 a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, que é, até então, considerada a pioneira, fazia sua primeira transmissão oficial. Foi exatamente no dia 7 de setembro de 1922, nas comemorações do centenário da Independência do país, com a transmissão, à distancia e sem fios, da fala  do presidente Epitácio Pessoa. Mas a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, tendo à frente o médico Roquete Pinto, só começou a operar, no entanto, em 30 de abril de 1923.

A Rádio Clube foi a pioneira em função de ter feito a primeira transmissão oficial, em um estúdio improvisado na Ponte d'Uchoa, no Recife. Em fevereiro de 1923, a Rádio Clube de Pernambuco passou a operar com um transmissor de 10W, tendo sua abrangência aumentada para toda a área do Recife.

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RÁDIO CONTINUA VANGUARDA PELA CAPACIDADE DE MEXER COM A IMAGINAÇÃO DAS PESSOAS, DIZ PUBLICITÁRIO WASHINGTON OLIVETTO

O rádio passa por uma profunda transformação diante do avanço do áudio digital. Apesar das mudanças sofridas, ele preserva um conjunto de características que o torna capaz de absorver e explorar uma série de inovações, na avaliação de especialistas que compuseram a mesa de discussão “30 anos da CBN: das ondas ao podcast, o futuro do áudio”, no Palco do Conhecimento, na Rio Innovation Week.

Para Washington Olivetto, publicitário e fundador da W/GGK, da W/Brasil e da WMcCann, tanto o rádio quanto o podcast - que se popularizou nos últimos anos - possuem capacidade singular de lidar com a instantaneidade e a imaginação do público se comparado aos demais meios de comunicação:

"O rádio continua vanguarda por ter duas características imbatíveis: a instantaneidade e a capacidade de mexer com a imaginação das pessoas. Esse tipo de imaginação o rádio sempre vai ter e o podcast também. E isso bem produzido tem tudo para ser cada vez mais sucesso, seja para os anunciantes que apostaram nisso, seja para as agências que precisam de prestígio para trabalho criativo".

Márcia Menezes, head de Jornalismo Digital da Globo, destaca que o formato do áudio traz “uma temperatura do que está acontecendo” e mistura, no jornalismo, a informação com a “emoção e a verdade”.

Isso permite, avalia, que o mercado teste programas em áudio com formatos de curta e longa duração, a depender do consumo. A revolução trazida pelos podcasts, inclusive, expõe o potencial do áudio digital no mercado brasileiro:

— A voz traz o componente do humano, da verdade. Fizemos uma pesquisa em 2020 no Brasil que mostra que os novos formatos de áudio entram muito nas áreas urbanas, especialmente Sudeste e capitais do Nordeste. Ele captura - seja jornalismo ou entretenimento - várias gerações, especialmente entre os jovens a partir de 15 e 16 fala muito com a população brasileira, com a classe C.

Na avaliação de Marcelo Kischinhevsky, professor e pesquisador de Rádio da UFRJ, o rádio se adaptou melhor ao ecossistema digital do que a televisão aberta no país, que “demorou a entender o novo contexto de concorrência''.

Ele avalia que o rádio está cada vez mais inserido na lógica multiplataforma ao passo em que está presente no smartphone, nas mídias sociais, na TV por assinatura e até nos smart speakers (assistentes de voz). Uma das próximas tendências para os próximos anos, diz, será o formato de “rádio híbrido”:

A BMW, por exemplo, fechou um acordo para ter equipado nos veículos de fábrica o rádio híbrido, que inclui o rádio digital via internet e o analógico. Você clica no painel do seu carro e ele busca nos dois formatos o melhor sinal e coloca pra tocar pra você. Além disso, tem outras coisas sendo estudadas no rádio híbrido que envolve a escuta não linear, em que o usuário pode ter acesso a listas de músicas que vão tocar na rádio e pular o que não quer ouvir ou ouvir fora daquela ordem, podendo voltar ao fluxo normal à qualquer momento. São algumas das novidades a nível internacional.

Para Washington Olivetto, uma das frentes que ainda precisam ganhar corpo no Brasil é o investimento publicitário em áudio digital. Há vasto potencial de crescimento na área, diz ele:

— Historicamente, o que fez o sucesso da publicidade brasileira foi a boa relação entre agências, veículos e anunciantes. Mais do que nunca, agora com o rádio, podcasts e a possibilidade de alguns assumirem características visuais, é fundamental que agências e anunciantes de veículos estejam unidos para a gente começar a fazer coisas cada vez de maior qualidade. (Fonte: O Globo)

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PESQUISADOR CÍCERO ANDRÉ DA COSTA MORAES RECEBE TÍTULO DE DOUTOR HONORIS CAUSA

Neste domingo (13) às 17h), será lançada na cidade do Crato, Ceará, na Sé Catedral de Nossa Senhora da Penha, a face de São Vicente de Paulo, o Patrono da Caridade. "Um sonho que se torna realidade a partir da união estabelecida entre a Diocese de Crato, FUNCAR - Fundação Cariri, FATELL - Faculdade Tecnológica de Limoeiro do Norte e OESSJ-RJ: Ordem Equestre do Santo Sepulcro de Jerusalem, no Rio de Janeiro", diz a professora mestre, doutoranda Antônia Ladislau de Souza. 

Ainda de acordo com a professora que é presidente da Fundação Cariri-Funcar,  a iniciativa é um momento ímpar para a história e a cultura da Cidade de Crato. Professora Antonia Ladislau cita a contribuição de José Luís Araújo Lira cearense de Guaraciaba do Norte, hagiólogo, escritor, professor universitário com mestrado, doutorado e pós doutorado na área do Direito, além de co-fundador da Academia Brasileira de Hagiologia.

No próximo dia 15, quinta-feira, o professor e pesquisador Cícero André da Costa Moraes, receberá a outorga do título de Doutor Honoris Causa. O evento acontece no auditório do Colégio Diocesano do Crato Ceará, às 10hs.

Cícero André é natural de Chapecó (Santa Catarina) e reside atualmente em Sinop (MT). Tem formação em marketing e cursa pós-graduação em metodologia do ensino. É especializado em computação gráfica 3D para as Ciências da Saúde e forense e responsável por mais de 70 reconstruções faciais de Santos, Santas e personagens históricos. 

Cícero publicou dois livros e escreveu diversos tutoriais e artigos voltados a computação gráfica 3D principalmente para iniciantes.

Cícero é integrante do grupo de pesquisas arqueológicas Arc-Team da Itália, membro da Equipe Brasileira de Antropologia Forense e Odontologia Legal (EBRAFOL), Acadêmico Honorário da Academia Brasileira de Hagiologia (ABRHAGI) e Membro Honorário da Sociedad Peruana de Odontología Legal Forense y Criminalística (SPOLFOC). 

Ministrou mais de 100 palestras e 50 minicursos nas cinco regiões brasileiras e outros países participando de eventos como a Campus Party (México e Brasil), a COMTEL (Peru), a Latinoware (PR), a III Jornada de Odontologia e Antropologia Forense na USP e o FISL (RS).

O pesquisador recebeu em 2014  a Comenda Colonizador Ênio Pipino, na cidade de Sinop-MT e em 2015 foi honrado com o título de Cidadão Mato-Grossense oferecido pela Assembleia Legislativa do estado. Ainda nesse ano forneceu 27 reconstruções faciais para a mostra os muitos rostos da história humana apresentada em Pádua na Itália, onde além de dezenas reconstruções voltadas à evolução humana também apresentou as faces de Santo Antônio de Pádua e outras personalidades da cidade.


Além de Antônio, reconstruiu a face de outros seis santos católicos, dentre eles Santa Paulina, Santa Rosa de Lima e de Santa Maria Madalena a partir de um crânio supostamente atribuído a ela, presente em Sain-Maximin-La-Sainte-Baume, França. Junto com um grupo de pesquisas interdisciplinar majoritariamente composto por Médicos Veterinários, criou próteses para seis animais. Dentre os trabalhos mais notórios destacam-se o primeiro bico de um tucano, o primeiro casco completo de um jabuti e o primeiro bico de uma arara, todos impressos em 3D e colocados diretamente nos animais.

Atualmente trabalha com planejamento digital de cirurgias ortognáticas.

O Jornal Vatican News destaca que a reconstrução facial de São Vicente foi feita a partir das fotografias do crânio. 

“Quando eu mostrei ao doutor Cícero esse material - conta José Luís Lira – ele me disse: “Olha, parece que essa pessoa estava preparando o material para uma reconstrução, porque está muito bom, está muito fiel e está muito contextualizada a questão da fotografia”.

O designer 3D Cícero Moraes fala com conhecimento de causa. Ele é responsável por mais de 70 reconstrução faciais, entre as quais 2 Beatos e com esta de São Vicente, 18 Santos.

Cícero André revela que reconstrução facial de São Vicente de Paulo utilizou três abordagens clássicas de aproximação forense, que seria a abordagem russa, americana e inglesa.

"Além disso a gente utilizou um melhoramento que nós estudamos há pouco para o traçado do nariz, baseado em 150 tomografias de indivíduos vivos, que aumentou a precisão dessa região importante da face. A reconstrução facial no geral utiliza duas abordagens: uma é anatômica - por exemplo, a gente coloca os músculos principais do rosto - e a outra abordagem é uma abordagem mais estatística, que entra essa parte da projeção do nariz, dos lábios, o posicionamento do globo ocular dentro da órbita. E a gente também saber qual que é a massa em determinados pontos da face que, lembre-se, a gente tem apenas o crânio. Então dentro desse contexto, não teve nada de diferente nessa reconstrução, nós seguimos a metodologia clássica".

O pesquisador diz que o grande diferencial desse projeto é que ele nasceu de um âmbito puramente digital. 'Nós tomamos fotos que foram tiradas na década de 1960, extraímos a parte do crânio que aparece nessa foto, o que resultou imagens de média resolução". 

"Essas imagens - mais ou menos umas seis ou sete do crânio de posições diferentes -, elas foram enviadas para oito especialistas da área de medicina e odontologia - majoritariamente no campo forense -, eles observaram sem saber de quem se tratava e identificaram, a partir dessas imagens, alguns aspectos que permitiram a reconstrução facial, como por exemplo, o sexo do indivíduo – masculino -, a idade avançada, ancestralidade europeia e algumas deficiências, como por exemplo, a deficiência na parte da maxila, e uma leve projeção da mandíbula, o que definiria a classe 3 de prognatismo mandibular. E com esses dados todos extraídos de um campo puramente digital, foi possível saber que imagens de média resolução permitem esse tipo de abordagem, o que pode evoluir, até por uma inteligência artificial futura, onde você faz várias fotografias de um crânio e a própria inteligência já consegue identificar aspectos de quem foi esse indivíduo e pode ser muito útil em campos onde tem muitos crânios e uma visualização puramente humana seria inviável. Então a grande evolução é nesse contexto, a participação de todos esses especialistas, que culminou na publicação de um capítulo de livro, onde nós explicamos todo o processo, desde o início em 2015, até a apresentação".

Cícero enfatiza que o mérito de idealizar e viabilizar a reconstrução é do doutor José Luís Lira, mas que teve a honra de participar na etapa inicial e “angariar também a participação desses oito especialistas que vieram posteriormente a fazer parte desse projeto. Então foi um projeto único nesse sentido, bem documentado, e que vai permitir, talvez, desdobramentos futuros bem interessantes no campo da área forense, da medicina forense e da inteligência artificial”.


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