JORNALISTA ANTONIO VICELMO COMPLETA 80 ANOS NESTA SEGUNDA (10)

O jornalista, radialista e escritor Antônio Vicelmo, complenta na próxima segunda-feira-10 de janeiro, 80 anos. O Prefeito do Crato, Zé Ailton Brasil, assinou decreto municipal, n última quinta-feira, 06, concedendo ao jornalista, radialista e escritor, Antônio Vicelmo do Nascimento, a Medalha do Mérito Bárbara de Alencar, a mais alta honraria concedida pelo poder público municipal cratense, às pessoas que prestaram relevantes serviços ao Município.

Com mais de cinco décadas de atuação na imprensa, Vicelmo é também advogado e poeta, sendo um dos grandes divulgadores da cultura cratense, cearense e nordestina, destacando de forma relevante o Município do Crato, através de sua atuação como comunicador. 

Por mais de três décadas trabalhou como repórter do Jornal Diário do Nordeste, além de ter atuado na TV Verdes Mares, também do Sistema, tendo sido correspondente através da sucursal do jornal, instalada na rua Tristão Gonçalves, em Crato. Ele inspirou a criação do caderno Regional do DN, pela ampla valorização da cultura regional e das riquezas do Cariri. Recentemente publicou a sua biografia, com o título "E Era Só… 50 anos de jornalismo",relatando a sua trajetória profissional.

Vicelmo é também um dos jornalistas que durante todos os anos de atuação em sua trajetória profissional, deu voz aos movimentos sociais da região, além dos grupos de tradição cultural, expandido a divulgação desses grupos. O seu trabalho teve um alcance de popularidade, tornando-o por todas essas décadas um líder de audiência regional, através do rádio, com o programa Jornal do Cariri, na rádio Educadora.

O reconhecimento se dá dentro do transcurso do Bicentenário da Revolução Pernambucana de 1817, liderada pela heroína Cratense, Bárbara de Alencar,mãe da República e da Independência do Brasil. O decreto também destaca osinestimáveis e valiososserviços prestados ao povo cratense, em diferentes áreas de atuação ao

BIOGRAFIA: Filho de Vicente Anselmo do Nascimento e Maria Do Carmo Simplício, Antônio Vicelmo do Nascimento nasceu em 10 de janeiro de 1942, em Brejo Santo, na região do cariri cearense. O jornalista e radialista e é casado com a bióloga Marisa Maria Rolim do Nascimento, com quem teve quatro filhos: Paulo Ernesto Arrais do Nascimento, João Ricardo Arrais, Marcos Eduardo Arrais e Pedro Henrique Arraes, falecido. Iniciou sua vida profissional como radialista na Rádio Araripe do Crato.

 Trabalhou na Ceará Rádio Clube, rádio Verdes Mares, TV Ceará e TV Verdes Mares. Foi editor do matutino Pré-nove e um dos fundadores do jornal Diário do Nordeste, o qual participou da cobertura de entrega dos documentos solicitando a reabilitação do Padre Cícero, no Vaticano. Atualmente trabalha na Rádio Educadora do Cariri.


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SÃO JOSÉ DO EGITO FAZ HOMENAGEM AO NASCIMENTO DO POETA LOURIVAL BATISTA, DE REPENTE LOURO

Para comemorar o nascimento do poeta Lourival Batista – 6 de janeiro – está sendo realizado no Sítio Santa Helena, em São José do Egito, Sertão do Estado, o festival ‘De Repente Louro’. O evento foi aberto nesta quinta-feira e vai até o domingo (9).

Com as conhecidas restrições impostas pela Covid-19, o evento que sempre ocorre em praça pública e atrai uma multidão, teve de ser reestruturado. Por isso, aconteceu numa área privada, ao ar livre e com rígido controle de acesso. 

Só com a apresentação do comprovante de vacina, as pessoas são autorizadas a entrar na festa, que neste ano tem formato semelhante ao Festival Zeto: udistoque pajeuzeira, anualmente realizado em meados de julho.

Outra característica do evento deste ano é a participação solidária. Com um mínimo de patrocínio, que garantiu apenas a infraestrutura básica, a exemplo de som e iluminação, o De Repente Louro, só foi possível porque os artistas se prontificaram a se apresentarem sem recebimento de cachê. Atração à parte é a presença da conhecida Rural, de Roger de Renor e Niltinho.

Organizadora do festival, a cantora Bia Marinho, filha do homenageado, revela o reconhecimento e o carinho do povo pelo poeta. 

“A festa só está acontecendo por conta do apoio dos amigos, que louvam a contribuição de Louro para a poesia e o Pajeú”. E acrescenta: “Aqui não vale a história de que santo de casa não faz milagre. Louro é idolatrado pelas pessoas”.

Também organizador da homenagem, o poeta Antônio Marinho – do grupo Em Canto e Poesia – destaca um dos objetivos do evento, que é ao mesmo tempo revisitar o passado e abrir perspectivas para continuidade da produção poética. 

“Não tem sentido ficar só louvando o passado, como não tem sentido achar que está se fazendo uma coisa sem passado. O festival cumpre o papel de ponte entre a tradição e a contemporaneidade”, arremata Marinho.

Na abertura aconteceu o lançamento do livro O Aventureiro e o Boêmio – sobre Lourival e Pinto do Monteiro –, de autoria de Marcos Nunes Costa e Raimundo Patriota, que é filho de Louro. 

Ocorreu ainda mesa de glosas, cantoria de duas duplas de violeiros, dos grupos As Severinas e Em Canto e Poesia, do sanfoneiro Douglas Silva, do cantor Val Patriota e da cantora Bia Marinho.

Nessa sexta-feira (08), o poeta Eugenio Jerônimo faz recital e o cantor Zé Linaldo lança o CD Um Pé de Tempo. Durante os outros dias diversos artistas, que vão aderindo ao festival, passarão pelo palco.

Louro do Pajeú – Lourival Batista Patriota (Louro do Pajeú) nasceu em São José do Egito em 1915 e faleceu em 1992. 

Considerado um dos maiores repentistas da história protagonizou célebres pelejas com outro ícone da cantoria de viola, o paraibano Pinto do Monteiro.

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DIA DE REIS MARCA O RECONHECIMENTO DAS FOLIAS COMO PATRIMÔNIO CULTURAL

No Brasil, o Dia de Reis, celebrado hoje (6), marca uma tradição centenária na cultura popular, que é a passagem das folias pelas ruas, reunindo grupos de cantadores e instrumentistas que entoam versos em homenagem aos três reis magos: Baltazar, Belchior e Gaspar. Eles passam de casa em casa vestindo fardas e máscaras e performando danças e cantorias com múltiplos instrumentos de corda, sanfonas e percussão. 

No calendário da fé cristã, o 6 de janeiro marca o momento que esses três reis magos foram visitar o recém-nascido Jesus Cristo, em Belém, cidade milenar localizada atualmente na Palestina. Guiados por uma estrela, segundo o relato bíblico, eles levaram ouro, mirra e incenso como presentes, simbolizando realeza, imortalidade e espiritualidade. Essa data também conclui os festejos natalinos, sendo o momento de desmontar as árvores e os enfeites de natal.

Em Minas Gerais, o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha) também celebra, este ano, o quinto aniversário do reconhecimento das folias como Patrimônio Cultural. Já são mais 1,6 mil grupos cadastrados em cerca de 400 municípios de todas as regiões. Em 2017, após um ano de pesquisa e identificação por meio de cadastro virtual disponível no portal do Iepha, o Conselho Estadual de Patrimônio Cultural de Minas Gerais aprovou por unanimidade o registro das folias como patrimônio cultural de natureza imaterial. As folias são manifestações culturais-religiosas cujos grupos se estruturam a partir de sua devoção. Além dos Reis Magos, são cultuados o Divino Espírito Santo, São Sebastião, São Benedito e Nossa Senhora da Conceição, em períodos que não são necessariamente o de natal. 

As folias são também conhecidas como caravanas, charolas, ternos ou companhias. Elas consistem na presença de cantadores, tocadores de instrumento, que saem pelas ruas, de casa em casa, cantando louvores a um santo de devoção e recolhendo donativos para ofertar aos mais necessitados ou cumprindo promessas que as pessoas fazem aos seus santos. Alguns grupos contam com personagens, como reis, palhaços e bastiões. Entre os instrumentos que conduzem os cantos, estão violas, violões, cavaquinhos, pandeiros, caixas e sanfonas.

"As folias, especialmente as folias de reis, estão em Minas Gerais desde o princípio da formação do estado. Há registros de viajantes que estiveram por aqui, matérias de jornais da época, mas sobretudo na memória oral desses grupos autorais. Trata-se de uma prática religiosa, mas que tem sua importância cultural, uma vez que eles estão presentes em todo o estado, como elemento formador da identidade mineira", explica Débora Raiza, gerente de Patrimônio Cultural Imaterial do Iepha.

"Para mim, o significado maior de ser folião de Santo Reis é saber que nós representamos uma história, que tem um significado, que vem desde lá quando o menino Jesus nasceu, na Gruta de Belém, e foi saudado pelos três reis magos. É muito gostoso quando a gente sai para as nossas caminhadas, partidas e bandeiras, porque ali nós levamos a fé, o amor, a esperança, e mantemos acesa a chama que não deixa essa cultura e a tradição se perderem", afirma Luís Fabiano dos Santos, o Mestre Luís Fabiano, da folia de reis de Timóteo, no Vale do Aço, região leste de Minas Gerais. 

Professor de percussão da rede pública de ensino, Luís Fabiano dirige um grupo de foliões na cidade mineira, que tem organizado anualmente festejos em louvor aos reis magos. Com a pandemia de covid-19, essa tradição vem sendo mantida, mas a partir de outros formatos. 

"A pandemia não anulou a nossa fé, mas ela nos limitou de muitas ações. Era pra gente estar fazendo as nossas peregrinações, visitando as casas, as famílias, mas temos feito as atividades de forma virtual durante esse período de pandemia", relata.  

Além de Minas, as folias são muito tradicionais em diferentes regiões do país, como em estados Nordeste, além de Goiás, Rio de Janeiro e São Paulo, por exemplo. 

Tradição dos presépios: Como ação de salvaguarda das folias de Minas, o Iepha promove desde 2016 o Circuito de Presépios e Lapinhas. A edição de 2021 contou com mais de 500 presépios residenciais e comunitários de 302 municípios de todas as regiões do estado. Tradicionalmente, os presépios recebem visitas até 6 de janeiro, data em que se comemora o dia de Santos Reis. 

No Brasil, a tradição dos presépios alcançou contornos próprios, mas influenciados pelos hábitos e costumes europeus da representação da natividade, acompanhando as festas do ciclo natalino e, em especial, as folias criadas em honra e devoção aos santos Reis Magos. Contando com figuras de animais, pastores, casinhas, pequenas conchas e plantas, a cena de um presépio varia de acordo com os costumes do lugar. 

Em Minas Gerais, segundo o Iepha, o presépio está presente desde o século 18, com muitos desses montados nos chamados oratórios-lapinha e maquinetas (caixas envidraçadas). Os oratórios-lapinhas, típicos do estado e procedentes da região de Santa Luzia e Sabará, geralmente acolhiam cenas ligadas à natividade de Jesus.

A tradição e arte dos presépios no Brasil é repleta de elementos sincréticos e traz marcas da regionalidade. Por causa disso, a Fundação de Arte de Ouro Preto (FAOP) criou há mais de 48 anos o Concurso Nacional de Presépios, que tem por finalidade estimular as experiências de criações contemporâneas e resgatar o sentido poético do presépio na cultura brasileira.

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FILHO DE PADRE BIANCHI DENUNCIA DIOCESE DE CARUARU NA JUSTIÇA POR DANOS MORAIS DEVIDO À MORTE DO PAI

Um jovem que afirma ser filho de Manoel Francisco Xavier, conhecido como Padre Bianchi, denunciou a Diocese de Caruaru, no Agreste, ao Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) e ao Vaticano. Emanuel Gaspar Araujo Silva Xavier, de 23 anos, é advogado e está pedindo R$ 2 milhões por danos morais devido à morte do pai, que foi vítima da Covid-19 em 12 de maio de 2021. Bianchi dedicou 37 anos ao sacerdócio.

Padre Bianchi trabalho em Petrolina e teve programa de Rádio na então Emissora Rural-A Voz do São Francisco.

O g1 procurou a Diocese de Caruaru, por meio do coordenador diocesano da Pascom. Ele informou que "a Diocese não se pronuncia sobre temas do setor jurídico da Instituição". Por e-mail, o g1 pediu um posicionamento ao Vaticano, por meio da Imprensa da Santa Sé, na Itália, e da Nunciatura Apostólica, que representa o Vaticano no Brasil, mas ainda não recebemos resposta. O g1 ainda tenta contato com o advogado de Emanuel, mas as ligações não foram atendidas.

Emanuel Gaspar é fruto de um relacionamento do padre com Catarina Bezerra de Araújo, que atuou como secretária na Paróquia de Santa Cruz do Capibaribe, na década de 90. Atualmente, o jovem advogado reside em Campina Grande, na Paraíba, e está sendo auxiliado pelo Projeto Cicatrizes da Fé, que ajuda pessoas que estão relacionadas a "casos de envolvimento sexual no âmbito eclesial", além de vítimas de abuso sexual dentro da Igreja Católica.

De acordo com Emanuel, o pai nunca deixou faltar comida e educação para o filho e sempre mantinha contato. Após a morte de Padre Bianchi, Emanuel Gaspar foi até a Paróquia Nossa Senhora de Fátima, da qual o sacerdote era pároco, para ter acesso ao quarto do pai, mas não conseguiu.

Alegando dificuldades financeiras após a morte do pai, que ajudava nas despesas, o jovem afirmou ter tentado um encontro com o bispo diocesano de Caruaru, Dom José Ruy, para pedir ajuda à Diocese. Ele foi recebido por um advogado, que disse não ter nenhuma decisão tomada por parte da Diocese.

Em seguida, foi feita uma denúncia ao Vaticano. O g1 teve acesso à denúncia completa enviada ao Vaticano. Na carta, destaca-se que Emanuel e a mãe, Catarina, "ficassem em silêncio devido à profissão do padre [...] a preservar a igreja".

Na ação apresentada à Justiça, o advogado do projeto Cicatrizes da Fé aponta que, nos últimos anos, Padre Bianchi estaria sofrendo represálias. Segundo a denúncia, tais represálias foram por parte de Dom Bernardino Marchiò, bispo emérito de Caruaru e posteriormente, por Dom José Ruy. A diocese não se pronunciou sobre as denúncias contra seus integrantes.

"Os presentes autos versam sobre uma cruel história de perseguição praticada contra um sacerdote, pai do autor, que infelizmente viu-se 'preso' numa ardilosa teia, amaranhada por egoísmo e retaliações infelizmente capitaneada inicialmente pelo 1º Réu Dom Dino, atualmente bispo emérito e referendada pelo 2º Réu Dom José, atual expoente máximo da Diocese de Caruaru", pontuou parte da denúncia.

O padre Bianchi Xavier morreu de Covid-19 aos 69 anos na quarta-feira, 12 de maio, em Caruaru, no Agreste de Pernambuco. Ele estava internado no Hospital da Unimed desde o início daquele mês, quando foi diagnosticado com pneumonia viral.

Por meio de nota, o padre Alexsandro Jorge, vigário forâneo, lamentou a morte. "Com pesar, nesta véspera da Virgem Santíssima, a Senhora de Fátima, confiamos a alma do nosso Irmão Pe. Bianchi Xavier, sacerdote de Cristo. Rezemos por seu descanso eterno", disse.

Também através de nota, a Diocese de Caruaru, por meio do bispo Dom José Ruy, prestou sentimentos à família do sacerdote: "Completou sua missão aqui na Terra, mas permaneceu firme na fé. Rezemos por este sacerdote tão amado por todos, que comunicava com alegria a palavra de Deus. Agora comunica a fé na ressurreição para nós. A Diocese de Caruaru [...] une-se ao Clero, familiares e todos os diocesanos neste momento". (Fonte G1 e Blog Ney Lima)

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METEOROLOGISTAS E PROFETAS PREVEEM CHUVAS ABUNDANTES PARA O SERTÃO EM 2022

Nos próximos meses, entre janeiro e abril, é considerado o período invernoso no sertão nordestino. Isto porque é nestes meses que se concentram as chuvas mais fortes na região e são os mais favoráveis para o plantio. 

Na região, as mudanças climáticas não são pensadas somente através da meteorologia, mas também a partir dos chamados profetas das chuvas, também conhecidos como guardadores de experiências. São homens e mulheres que fornecem previsões para as suas regiões a partir da observação da natureza.

 “Ser profeta das chuvas é uma grande experiência que fazemos com a natureza. Observando o tempo, observando os ventos, observando os animais, as plantas, a floresta, as formigas, todos os seres vivos da terra nós temos que ter observação”, é o que sente Antônio Zeferino, profeta das chuvas e agricultor da zona rural do município Pedro II, no Piauí, que já vem observando os sinais da natureza para as próximas chuvas. 

“A gente viu que quando a chuva passou agora em novembro, ela marcou chuva para o mês de dezembro. Ela ficou pendida e estamos esperando chuvas para dezembro”, prevê.

O ano de 2021, apesar de ter tido um volume de chuvas considerado dentro da média pelos meteorologistas, ainda assim não foi um ano bom de chuvas na região, com o aumento das áreas de seca grave nos estados do Piauí, Rio Grande do Norte, Pernambuco e Bahia, segundo dados do Monitor das Secas do Brasil.

“Embora o volume de chuvas tenha sido dentro do esperado, esse esperado é pouco para a região. Só pra você ter ideia, devido à insolação, devido à evaporação que ocorre, ou seja, o aquecimento faz com que toda a água evapore. Então, a evaporação anual é em torno de 2.000 milímetros. No mesmo ano em que chove 600 milímetros, a evaporação anual é de 2.000 milímetros. Então, essa água toda vai se perder - vai evaporar - se não for consumida rápido”, aponta Roberto Pereira, meteorologista da Agência Pernambucana de Águas e Clima (APAC), que é parceira do Monitor de Secas do Brasil

Ainda que as informações científicas e os conhecimentos populares nem sempre estejam em concordância, os camponeses e moradores do sertão nordestino estão atentos à todas as informações para estarem sempre prontos para começar o plantio, aliando as informações científicas da meteorologia e os saberes populares dos profetas das chuvas e da observação da natureza passada de geração em geração.

“Isso é um fato que a gente vem acumulando: medir chuva, observar o tempo, observar os fenômenos da natureza, os insetos, o movimento das formigas, das abelhas, isso tudo ajuda a gente a somar o popular e o científico nesta questão da ciência também, da ciência do cotidiano,  da experiência das famílias com o estudo científico que as universidades fazem”, como afirma o agricultor agroflorestal Vilmar Luiz Larmen, da região da Chapada do Araripe, no município de Exú, em Pernambuco.

Para a meteorologia, o próximo inverno sertanejo em 2022 deve apresentar chuvas acima da média, devido ao fenômeno do La Niña. 

“Devido às condições oceânicas que a gente está enfrentando para o ano que seria o La Niña, que estaria acontecendo no Oceano Pacífico e é um esfriamento das águas superficiais do oceano Pacífico na parte equatorial e uma temperatura acima do normal no Oceano Atlântico, isso favorece as chuvas, principalmente no sertão. Então, dentro dos modelos que são programas de computador que a gente coloca as variáveis e tenta estimar como vai ser o comportamento nos próximos meses, ele está dando que vai ter chuvas em torno do normal com a tendência de ser um pouco acima do normal”, avalia o meteorologista.

Também os profetas das chuvas indicam que o próximo período invernoso deve ser abundante, a partir dos sinais dos ventos e da lua. “Vai apresentar um verãozinho no final de janeiro para fevereiro, mas depois o inverno continua. Fevereiro, março vai ter chuvas finas e chuvas grossas pelo meio uma das outras, conforme o vento que a gente observou”, indica Antônio Zeferino. “Então, vai ser o inverno médio, igual a este que passou, um inverno bem temperado, um inverno criador. Que os lavradores tenham fé, acunhem as enxadas para fazer o plantio com muita fé, muita perseverança”, conclui.

(fonte Brasil de Fato-Edição: Vanessa Gonzaga)

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SURTO DE GRIPE, H3N2 E OMICRON: UPAE E HDM ALERTAM SOBRE CUIDADOS

Manchete em todos os grandes jornais do país e na imprensa do Vale do São Francisco, o surto de gripe comum, a epidemia da H3N2, a variante Ômicron e até os casos de infecção dupla por gripe e Covid-19 (Flurona) chamaram a atenção da população neste início de semana.

Profissionais e serviços de saúde já sentem no dia a dia o aumento e pedem que os cuidados básicos como isolamento social e higienização das mãos sejam mantidos para inibir a disseminação dos vírus.

Mas, o que a população precisa realmente saber sobre essas doenças? Profissionais da Unidade de Pronto Atendimento e Atenção Especializada de Petrolina e Hospital Dom Malan (UPAE e HDM) esclarecem.

"É importante destacar que todas essas doenças ocorrem a partir de vírus respiratórios. Ou seja, o contágio acontece por meio de gotículas ou aerossóis dispersos no ar. Essas gotículas infectadas com vírus são expelidas pela tosse, pelo espirro e até mesmo pela fala e, por isso, é muito importante cobrir a boca e o nariz com um lenço ou com o braço ao tossir ou espirrar, utilizar sempre a máscara e higienizar constantemente as mãos, já que elas podem funcionar como vetor levando os vírus aos olhos, nariz e boca [portas de entrada dos vírus no organismo]", esclarece a pneumologista da UPAE, Morgana Carolina.

"Temos também as vacinas como fortes aliadas", acrescenta a profissional. Segundo a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), as atuais vacinas aplicadas na população garantem "alguma proteção" contra a nova gripe, já que os vírus são muito parecidos. A vacina da gripe ofertada pelo SUS é preparada para proteger contra a H1NI, H3N2 e o influenza B. Isso sem falar da eficácia já comprovada do esquema vacinal completo contra a Covid-19.

Vale lembrar que os grupos que estão mais sujeitos ao contágio de doenças respiratórias são os formados por crianças e idosos, gestantes, puérperas, profissionais de saúde e imunodeprimidos.

"Para estes grupos os cuidados devem ser redobrados. É preciso evitar aglomerações, lugares fechados, e frequentar hospitais de forma desnecessária. As vacinas, como já dissemos, o consumo de vitamina C e outras substâncias que ajudam a melhorar a imunidade, também são bem-vindas", informa a médica.

Doenças virais apresentam sintomas parecidos. Conseguir identificar os sinais de cada uma delas é interessante para tentar proteger a saúde individual e coletiva, já que o tempo de transmissão pode mudar de uma para a outra. "Independente de qual seja o vírus suspeito, é importante que, ao menor sinal de quadros respiratórios, já se inicie o isolamento", destaca a pediatra do HDM, Marina Tenório.

Gripe comum: As características básicas são febre, dor no corpo e fadiga. Cada doença tem uma evolução, mas nos casos de gripe ocorre secreção, coriza e tosse. Normalmente, é um quadro limitado e com dois ou três dias se resolve.

H3N2: Febre alta, dores nas articulações, congestão nasal, tosse, inflamação na garganta e dores de cabeça. Em geral, o paciente não precisa de internação. Os sintomas são semelhantes ao da gripe comum.

Ômicron: Os sintomas mais comuns são a perda ou alteração do olfato, perda ou alteração do paladar, febre baixa, tosse persistente, calafrios, perda de apetite, dores musculares, fadiga intensa, tosse seca ou irritação na garganta, diarréia e dores abdominais. A maioria das pessoas apresentam quadro leve e são tratadas em casa.

Flurona: O fenômeno, chamado informalmente de "flurona", costuma ser menos frequente do que a contaminação por apenas um dos vírus, mas deve se tornar mais comum em meio à nova onda de Ômicron e o surto de H3N2 no verão, fora de época.

Não há como saber, sem exames, quando a infecção é por influenza ou por Covid porque os sintomas são praticamente os mesmos.

O exame para influenza, portanto, acaba sendo feito apenas se o paciente está em estado mais crítico, com diagnóstico de síndrome respiratória aguda grave (SRAG), e apresenta resultado negativo para o coronavírus.

Ter Flurona não quer dizer necessariamente que o quadro seja mais grave do que ter só influenza ou só Covid. A maior probabilidade é de ser um quadro mais leve.

Quando procurar um serviço de urgência e emergência como UPA e PSI (Pronto Socorro Infantil)?

As urgências e emergências devem ser procuradas prioritariamente em casos de desconforto respiratório, dor ou pressão no peito, sinais de desidratação como tontura, dificuldade para urinar ou confusão mental, além de queda brusca do estado geral. Casos mais simples podem ser referenciados para as unidades básicas de saúde, devendo ser tratados em casa.

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EXU PERNAMBUCO: ZÉ PRAXEDES COMPLETA 90 ANOS DE VIDA DEDICADO A CULTURA GONZAGUEANA

A professora Thereza Oldam de Alencar, autora do livro Igreja de São João Batista do Araripe, Exu-Pernambuco (Sesquicentenário 1868-2018), relata que a Igreja tem entre os devotos fiés um grupo de amáveis pessoas que, de tão assíduas, de tão abnegadas, tornaram-se conhecidas e queridas. José Praxedes dos Santos, seu Zé Praxedes e a Banda de Pífanos são bons exemplos.

Zé Praxedes nasceu no dia 5 de janeiro 1932 e agora tem 90 anos.

Antes deste período da pandemia, seu Zé Praxedes "batia todos os dias o ponto", no Parque Aza Branca e dele se escutava parte da história de Luiz Gonzaga e suas andanças e amor por Exu.

Ano passado numa conversa com José Praxedes dos Santos, este é o nome de batismo, ele não conseguiu responder a pergunta se Exu já tinha vivido um momento assim, de isolamento social: Seu “Zé Praxedes chorou. 

Zé Praxedes possui nestes 90 anos de vida, uma caminhada marcada pelo vínculo com a família de Luiz Gonzaga. Vaqueiro. Durante décadas trabalhou  prestando serviços a “Seu Januário”, pai de Luiz Gonzaga. Praxedes é citado como sendo um “exímio dançador de forró e homem justo”,  no livro da professora Thereza Oldam Alencar, “Igreja de São João Batista do Araripe-Exu, Pernambuco-Sesquicentenário (1868-2018).

“Seu Praxedes é um dos Patrimônios Vivos da Cultura Gonzagueana. Seu universo é Exu, o Parque Asa Branca, o Araripe de São João Batista, o Sítio Ubatuba e Monte Belo, a Fazenda Caiçara, a Igreja de São João Batista, o Parque Aza Branca…”Seu Praxedes ” está presente em todos os momentos. É amor explícito, sem palavras. Sua presença tem voz. Cada pedaço desse mundo é Exu, os mistérios encantados da Chapada do Araripe”. 

HISTÓRIA: A história de fé da Igreja de São João do Araripe, no município de Exú, no Sertão pernambucano, é contada pela primeira vez no livro “Igreja de São João Batista do Araripe, Exu-PE – Sesquicentenário (1868/2018)”, de Thereza Oldam de Alencar. A obra foi lançada em 2018, com a presença de Seu Zé Praxedes, na própria igreja no dia 23 de junho, véspera de São João, ao final da nona noite do novenário.

O livro remonta a trajetória do Barão de Exú, bisavô da autora, que construiu a igreja como pagamento de uma promessa ao santo, e relembra as tradições e festejos até os dias atuais. Também traça a história da família Alencar, importante na política da região. Aos 91 anos, Thereza escreveu o livro à mão, durante quatro anos de pesquisas e entrevistas.

“Fui juntando peças e ouvindo a voz da tradição. Entrevistei octogenários que guardavam importantes informações e fui vendo se formar, diante de mim, uma linda história de amor e fé. Foram quatro anos de pesquisa e peleja, andando, trabalhando e trabalhando. E, também, me baseei em o que minha mãe – nora do Coronel João Carlos, criado pelo Barão – escreveu”, conta Thereza.

A história começa com a chegada dos Alencar, vindos de Portugal, ainda no século XVII, e vai até o Barão de Exú, Gualter Martiniano de Alencar Araripe, nas fazendas Araripe e Caiçara. Com o “caos de dor” trazido pela epidemia de cólera no Crato, vizinho a Exu, entre 1862 e 1864, o Barão fez uma promessa a São João, para que a doença não se alastrasse por seu povo. Com a graça alcançada, o fazendeiro iniciou a construção da igreja, inaugurada na véspera do Dia de São João em 1868. Em seu testamento, deixou expresso que seus descendentes cuidassem da igreja.

Os 150 anos do Araripe também se entrelaçam com a vida de outro conhecido morador de Exu: Luiz Gonzaga. A bisavó do Rei do Baião se abrigou na Fazenda Caiçara, também do Barão, durante a peste de cólera. Foi na igreja que os pais de Gonzagão, Januário e Santana, se casaram. Gonzaga eternizou os 100 anos da igreja na canção “Meu Araripe”. Foi Thereza, a autora do livro, quem escreveu, inclusive, a apresentação do disco “São João do Araripe”, em 1968.

“Meu sonho é que a história dessa igreja seja disseminada por todos. Pelos devotos, pela nossa família, por Exu, por Pernambuco, pelo Brasil. É uma história simples e verdadeira e não pode ser esquecida. É um santuário de fé, patrimônio histórico e cultural do povo de Exu. Não é só um prédio bonito. Sua argamassa é feita de amor e fé”, conclui a autora.

Dividido em 12 capítulos, “Igreja de São João Batista do Araripe, Exu-PE – Sesquicentenário (1868/2018)” faz um passeio detalhados sobre esses 150 anos, misturando a história dos Alencar, dos Gonzaga, do município de Exu e do povoado do Araripe. Sua última parte, intitulada “Memorial Idílico do Araripe”, conta com depoimentos de 33 personalidades da região ou que têm uma relação de carinho com o lugar. Entre eles, o jornalista Francisco José e Dominique Dreyfus, biógrafa francesa de Luiz Gonzaga.

O livro tem prefácio escrito pelo advogado Dario Peixoto, filho de Thereza, e orelha da capa escrita pelo ator e humorista piauiense João Claudio Moreno. A contracapa tem autoria do marido da autora, Francisco Givaldo Peixoto de Carvalho, também escritor. E a orelha da contracapa, com perfil biográfico da autora, foi escrito pelo poeta e escritor cearense José Peixoto Júnior.

(Fonte: Thereza Oldam de Alencar, autora do livro Igreja de São João Batista do Araripe, Exu-Pernambuco (Sesquicentenário 1868-2018)

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