PARA SER PÁTRIA AMADA NÃO PODE SER PÁTRIA ARMADA, DIZ ARCEBISPO DURANTE MISSA DA PADROEIRA DO BRASIL

O arcebispo de Aparecida, cidade a 176 quilômetros de São Paulo, dom Orlando Brandes, defendeu na homilia da missa das 9h que "para ser pátria amada não pode ser pátria armada".

O arcebispo rezou a principal missa do dia no Santuário Nacional de Aparecida, em homenagem à padroeira do Brasil, cujo dia é comemorado nesta terça. Questionado por jornalistas se o sermão era um recado para o presidente Jair Bolsonaro, que defende o armamento da população, Brandes disse que o sermão era uma mensagem "para todos os brasileiros

Para ser pátria amada seja uma pátria sem ódio. Para ser pátria amada, uma república sem mentira e sem fake news. Pátria amada sem corrupção. E pátria amada com fraternidade. Todos irmãos construindo a grande família brasileira —afirmou o religioso durante o sermão, segundo o G1.

Brandes lamentou ainda as mais de 600 mil mortes por Covid-19 e defendeu a vacina e a ciência.

— Mãe Aparecida, muito obrigado porque na pandemia a senhora foi consoladora, conselheira, mestra, companheira e guia do povo brasileiro que hoje te agradece de coração porque vacina sim, ciência sim e Nossa Senhora Aparecida junto salvando o povo brasileiro —discursou o arcebispo.

O arcebispo citou também a fome, que atinge a parte mais pobre da população brasileira, lembrando são frequentes as imagens de pessoas buscando ossos pra se alimentar. Brandes pediu união.

— Quero pedir que cada um de nós abrace o Brasil. Abrace o nosso povo. A começar pelo povo mais original, vamos abraçar os nossos índios, primeiro povo dessa terra. Vamos abraçar os negros, que logo vieram fazer parte desta terra. Vamos abraçar os europeus que aqui chegaram — disse o religioso.

Os ministros da Cidadania, João Roma, e da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, acompanharam a cerimônia.

— Respeitamos as autoridades mesmo discordando e falamos com a doutrina da igreja. Nós estamos quebrando a aliança com o ódio e a corrupção e para confirmarmos a nossa República e a democracia —concluiu.

Embora não seja considerado da ala mais progressista da igreja católica, os sermões do arcebipo de Aparecida costumam trazer críticas aos problemas enfrentados pelo país. No ano passado, dom Orlando Brandes criticou a volta da impunidade e também as queimadas em biomas como Amazônia e Pantanal.

Já em 2019, o sermão do relioso criticou o "dragão do tradicionalismo". Ele disse que a "direita é violenta e injusta".

As celebrações no Santuário acomtecem presencialmente depois de terem sido interrompidas no feriado do ano passado por conta da pandemia, mas com público reduzido. Apenas 2,5 mil pessoas podem assistir às missas na igreja, que tem capacidade para 35 mil fieis. Por isso, serão rezadas 14 missas nesta terça para que mais pessoas possam participar. O uso de máscara no Santuário é obrigatório, assim como o distanciamento.

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LUIZ DO HUMAYTÁ COMPLETA 10 ANOS DE MÚSICA, POESIA E LANÇA CD BOEMIA CULT

O cantor e compositor Luiz do Humaytá completou, em junho de 2021, 10 anos de vida profissional na música. Iniciou sua trajetória em 2011, ao criar a banda Forró Avulso em Salvador. Com essa banda, tocou na noite soteropolitana por 5 anos e também fez apresentações em outros estados, como Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Em 2016, iniciou carreira solo e se mudou para o sertão baiano, onde mora atualmente. 

Neste ano de 2021, lançou o oitavo CD da carreira, o álbum Boemia Cult, em que interpreta grandes sucessos já consagrados da música romântica, além de alguns bregas clássicos.

O poeta, que mora na Fazenda Humaytá em Curaçá da Bahia, tem o nome de batismo de Luiz Carlos Forbrig. Quando foi para o sertão, passou a ser chamado de Luiz do Humaytá, contemplando, assim, esta peculiaridade, típica do sertanejo, de incorporar um adjetivo de identificação aos nomes. 

O cantador é natural de Jabuticaba Velha, pequeno distrito de Palmeira das Missões, no interior do Rio Grande do Sul. Com os pais Anoly e Guilhermina, aprendeu a veia musical: a mãe era puxadeira dos cantos religiosos na igreja católica e o pai, tocador de gaita de boca.

DISCOGRAFIA CDs

2012 ‡ Acústico

2014 ‡ Pé de Chão

2015 ‡ Luiz do Humaytá Canta Músicas Gaúchas

2016 ‡ Luiz do Humaytá e Forró Avulso - 5 Anos de Estrada

2017 ‡ Luiz do Humaytá Avulso

2019 ‡ Decanto o Sertão

2020 ‡ Luiz do Humaytá ao Vivo

2021 ‡ Boemia Cult

71 98869-4488 74 99914-8813 Luiz do Humaytá luizdohumayta@gmail.com

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SE A FLORESTA AMAZÔNICA DESAPARECER, ESTE MUNDO FICARÁ EM CHAMAS, A TEMPERATURA VAI SUBIR, ALERTA LÍDER INDÍGENA

Milhões de indígenas da bacia amazônica travam uma luta contra o relógio para salvar a floresta que possui 20% da água doce do planeta e evitar um "apocalipse" mundial. 

Um de seus líderes é o venezuelano Gregorio Mirabal, responsável pela Coordenadoria de Organizações Indígenas da Bacia Amazônica (Coica), entidade que representa os 3,5 milhões de indígenas amazônicos de nove países.

"Se a floresta desaparecer, este mundo ficará em chamas, a temperatura vai subir", adverte Mirabal, em entrevista à AFP na aldeia Unión Base, na Amazônia equatoriana.

O líder indígena pede às nações desenvolvidas que, na COP26, a conferência sobre o clima que começa em Glasgow, na Escócia, em 31 de outubro, trabalhem junto aos povos nativos para proteger os 8,4 milhões de km² da Floresta Amazônica.

Mirabal, que pertence ao povo wakuenai kurripaco, lembra que 17% da floresta foi destruído pela exploração de petróleo e minérios, pela poluição e pelo desmatamento para favorecer a agricultura e a pecuária.

Para o ativista, o futuro da Amazônia pode ser dividido em dois cenários: "[um é o] do apocalipse, do não retorno. As pessoas vão ficar sem oxigênio, o planeta vai esquentar, [...] a vida não será possível no planeta se a Amazônia desaparecer".

"O outro é o que nossos filhos poderão se banhar neste rio, conhecer o que existe aqui, ver as árvores, a biodiversidade [...] Este é o cenário que nós estamos oferecendo ao mundo se nos ajudarem a proteger 80% da Amazônia", afirmou.

Segundo Mirabal, "estamos em um ponto de inflexão", pois, se 20% da Amazônia for desmatada, será muito difícil recuperá-la, já que a "própria desertificação, a falta de água, e os incêndios" vão acabar com a floresta.

"A Amazônia está sendo assassinada", ressaltou o ativista, que acredita que é necessário protegê-la por ser "uma das grandes reservas de água doce do planeta" e "ter a maior biodiversidade", "que garante o equilíbrio do clima".

AMEAÇAS: Na opinião do líder da Coica, o maior perigo que a floresta enfrenta é "a falta de vontade política" dos governos locais, junto com a corrupção e o não fortalecimento dos direitos dos povos indígenas.

Para Mirabal, os países desenvolvidos precisam ver a Amazônia como um espaço que "também lhes dá vida". "Queremos garantir a Amazônia para a humanidade", sentenciou.

Entre os maiores inimigos da floresta, o ativista afirma que estão os grandes bancos que "financiam a destruição [...] ao ofertarem recursos para a exploração de petróleo e outras formas de extrativismo".

Outro "inimigo" da floresta, citado por Mirabal, é o atual governo brasileiro, comandado por Jair Bolsonaro. 

"O Brasil tem quase 60% de toda a bacia amazônica. Com este presidente, Jair Bolsonaro, aumentou o desmatamento, a mineração ilegal, o extrativismo e os assassinatos de nossos irmãos e irmãs. É o pior governo que temos na bacia amazônica", frisou o líder indígena.

Nesse sentido, Mirabal menciona que o Brasil, ao lado da Colômbia, é um dos piores lugares do mundo para lideranças indígenas e defensores da natureza, pois "há 80% de chance de que seja assassinado ou preso".

Segundo o ativista, apenas em 2020 foram registrados 202 assassinatos na Amazônia, um aumento em relação a 2019, quando houve 135 homicídios.

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CIENTISTAS SE MANIFESTAM CONTRA CORTE DE 90% DAS VERBAS

Entidades de pesquisa alertam que o corte nas verbas para ciência anunciadas pelo governo federal colocam em risco a manutenção do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Em nota conjunta, a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), a Academia Brasileira de Ciências (ABC), a Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG) e a Academia Nacional de Medicina (ANM), alertam que a manobra feita pelo governo é ilegal e que estudam quais medidas cabíveis poderão ser tomadas para reverter a decisão. O documento foi enviado a todos os deputados federais e senadores.

"Apelamos a todos os parlamentares para que seja dado um basta nos desvios de recursos da ciência brasileira. O Brasil precisa de ciência, precisa de tecnologia, precisa de inovação, precisa de educação. E é inaceitável que os recursos destinados para o setor sejam desviados para outras funções, à revelia da legislação", diz a nota.

O corte de R$ 690 milhões foi anunciado na última quinta-feira (7/10). No dia, seria votado um projeto de lei pelo Congresso Nacional que previa a verba que garantiria que o CNPq pagasse bolsas de pesquisadores. Porém, o projeto foi modificado e o dinheiro foi retirado.

A mudança ocorreu depois que o Ministério da Economia pediu ao Congresso que realocasse os recursos para a produção de radiofármacos, remédios usados no tratamento de câncer que estão com a produção parada por falta de dinheiro.

Com isso, R$ 82 milhões foram realocados para a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) responsável pela produção dos radiofármacos. O restante do dinheiro, porém, não ficou com o CNPq e, sim, com outros órgãos como os ministérios da Agricultura, Educação, Saúde, Comunicações, Desenvolvimento e Cidadania.

Neste domingo (10/10), o ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, usou as redes sociais para chamar de "falta de consideração" o corte das verbas. "Falta de consideração. Os cortes de recursos sobre o pequeno orçamento de Ciência do Brasil são equivocados e ilógicos. Ainda mais quando são feitos sem ouvir a Comunidade. Científica e Setor Produtivo. Isso precisa ser corrigido urgentemente", disse.

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TITA E O MISTÉRIO DO VELHO CHICO É TEMA DE PAINEL DE EDUCAÇÃO INFANTIL NA BIENAL INTERNACIONAL DO LIBRO DE PERNAMBUCO

O dia 12 de outubro de 2021 ficará marcado na história da ararinha mais simpática do Vale do Francisco. Acompanhada de uma turminha pra lá de especial, a Tita pousa na capital pernambucana, Recife, em plena XIII Bienal Internacional do Livro de Pernambuco. Orgulhosamente, o ambientalista Victor Flores, lança seu primeiro livro infanto-juvenil: Tita e o Mistério do Velho Chico. 

A solenidade vai ocorrer durante a plataforma principal de lançamentos, dentro da programação da Bienal, a partir das 15h, no Centro de Convenções de Pernambuco.

Com 75 páginas, a obra conta a história de Tita, filha única de Lavareda, caçador de pássaros bastante conhecido no Sertão do São Francisco. Após ganhar uma sanfona mágica do seu pai, Tita se envolve numa história de mistério e magia. Agora, cuidar da natureza passa a ser a única alternativa para solucionar o mistério do Velho Chico.

Victor Flores considera o lançamento da obra como a realização de um sonho. "Um dos nossos desafios na área ambiental é garantir um futuro melhor para as futuras gerações e, acredito, que isso passa pela educação ambiental. Somente com lições importantes ensinadas desde cedo que nossas crianças vão poder entender a necessidade de se respeitar a natureza e priorizar o desenvolvimento sustentável. A Tita chega com essa missão, de levar essa mensagem pra garotada que, com certeza, irá multiplicar essa importante onda de conscientização ambiental que tanto precisamos, então é a realização e a consolidação de um sonho que se torna realidade e fica cada vez maior", celebra o ambientalista.

"Apostar nas crianças como aliadas na construção de um futuro sustentável é uma importante mensagem para um futuro de qualidade para as próximas gerações. A Bayer tem investido em compromissos que colaboram com o meio ambiente, como por exemplo, a redução das emissões específicas de gases de efeito estufa dentro do Programa Climático da Bayer. A Tita apresenta de forma lúdica com a educação ambiental, além de dar visibilidade à importância da preservação de espécies da caatinga, esse bioma tão rico e diverso", Edson Kemper, líder da unidade da Bayer, em Petrolina.

Aprovado pelo Ministério do Turismo do Brasil, através da Lei Rouanet e fomentado pela multinacional Bayer, o projeto tem como objetivo promover a leitura entre as crianças das escolas públicas do Vale do São Francisco, incentivar a preservação do meio ambiente, além de promover o conhecimento sobre a região do nordeste brasileiro.

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LIVRO CONTA HISTÓRIA DE PESQUISADORAS PARA INSPIRAR FUTURAS CIENTISTAS. CONTROLE DA PESTE BUBÔNICA EM EXU É DESTAQUE

“No Nordeste brasileiro, vive até hoje uma cientista muito valente.” É assim que começa a história que narra a vida e as contribuições à ciência da pesquisadora Alzira Maria Paiva de Almeida. O livro Histórias para inspirar futuras cientistas (Edições Livres/Fundação Oswaldo Cruz), lançado este mês, conta a trajetória da pernambucana no controle da peste bubônica em Exu (Pernambuco). Além de Alzira, outras 12 pesquisadoras são apresentadas na publicação.

De autoria de Juliana Krapp e Mel Bonfim, a obra está disponível de graça na plataforma Porto Livre e no repositório Arca. 

“Escrevemos este livro para contribuir com uma iniciativa maior chamada de Mais meninas e Mulheres na Ciência, já que as mulheres são a maioria da população mundial, mas apenas um terço dos cientistas no mundo”, disse Mel Bonfim no evento virtual de lançamento. A produção foi apresentada durante a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia.

Como o próprio nome do livro explica, a ideia é inspirar crianças e adolescentes. “Tivemos oportunidade de conhecer melhor histórias de mulheres que construíram pesquisas e projetos de vida fabulosos. São pesquisadoras diferentes entre si, mas que têm pelo menos uma coisa em comum: dedicaram sua vida à ciência, a fazer descobertas, a descobrir vacinas, a desenvolver campos novos, mas também têm batalhado para tornar o Brasil um país menos desigual, um lugar melhor de se viver para todos e todas”, apontou Juliana no lançamento virtual.


Além de Alzira, o livro traz a paulistana Bertha Lutz que descreveu mais de 80 espécies de anfíbios. Do Rio de Janeiro, vem a pesquisadora Christina Morais que desenvolveu testes melhores e mais baratos para detectar a presença de pesticidas em alimentos. Foi Miriam Tendler, liderando um grupo no campus Fiocruz, que desenvolveu a primeira vacina brasileira para a esquistossomose. Esses são só alguns exemplos dos nomes homenageados. A obra narra as carreiras das cientistas, traz curiosidades e conta com ilustrações de Flávia Borges. 

O Histórias para inspirar futuras cientistas recebeu recursos do projeto Fiocruz 120 anos e contou com consultoria da Editora Rebuliço. O livro foi feito a partir de uma parceria entre o Instituto de Comunicação e Informação em Saúde (Icict) e a Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação (VPEIC), ambos da Fiocruz. 

HISTÓRIA: Alzira Maria Paiva de Almeida Nasceu na cidade pernambucana de Palmares, em 1943. Formou-se em Nutrição, fez doutorado na França e pesquisas nos Estados Unidos, no Peru e em Madagascar.Foi a primeira mulher a integrar a equipe do Plano Piloto de Peste, uma missão científica para  enfrentar o aumento do número de casos da doença no Brasil. 

Ingressou na Fiocruz em 1967, e, em 2019, recebeu o título de pesquisadora emérita. Apesar de já aposentada, prossegue atuando como pesquisadora. É coordenadora do Serviço de Referência Nacional em Peste, curadora da Coleção de Culturas de Yersinia pestis (Fiocruz-CYP) e referência nomundo todo nas pesquisas sobre a peste bubônica.

*No Nordeste brasileiro, vive até hoje uma cientista muito valente. . Ela enfrentou nada menos que uma das doenças mais terríveis de todos os tempos. Você já ouviu falar da peste? No século 14, matou quase um terço da população da Europa. E não parou por aí. Em diferentes épocas, deixou um rastro de destruição e medo por onde se instalasse. Foi o que aconteceu em Exu, uma cidadedo sertão pernambucano. 

Os casos de peste bubônica, como é conhecida hoje, só faziam aumentar. Era um sofrimento para os moradores! As autoridades decidiram então enviar um grupo de cientistas para estudar o que estava acontecendo por lá. Mas, a bem da verdade, quase ninguém queria embarcar naquela aventura científica...

 O acesso a Exu era penoso: dias de estrada. A cidade não tinha luz elétrica nem água encanada. E ainda havia o risco de se contrair a peste. Isso foi na década de 1960. Alzira era uma jovem recém-formada no curso de Nutricionistas, craque em lidar com microscópios e experimentos de laboratório. Tinha espírito aventureiro e muita vontade de ajudar a combater a miséria e o sofrimento da população brasileira. Ela ficou sabendo da expedição a Exu e quis participar. 

Foi a única mulher entre 25 profissionais homens. Mas, para explicar melhor o trabalho de Alzira, precisamos revelar um detalhe sobre a peste bubônica. É que, para a transmissão dessa doença tão temida, entram em ação dois bichos. Um deles é bem pequenininho... Quero ver você adivinhar. É saltitante e dá uma coceira danada... Pois é, a pulga! Quem diria que um inseto tão minúsculo ajudaria a causar tamanho estrago? Bom, mas não é só ela que atua nessa história de peste. O outro animal que entra em cena pode ser ora repugnante, ora fofinho. São os bichos que a gente costuma chamar de “rato”. · 16 · Você sabia que há muitos tipos diferentes de ratos? Na verdade, os cientistas preferem chamá-los de “roedores”. 

Os simpáticos Mickey Mouse e os porquinhos-da-índia são roedores. Mas a paca, a cutia e a enorme capivara também são! E existem várias outras espécies de roedores que vivem principalmente no mato e nas roças, e que servem de “hospedeiros” para a peste. Acontece assim. A bactéria da peste vive dentro do corpo dos roedores — como uma “hóspede” mesmo. A pulga, que se alimenta de sangue, pica o animal. E, como vive pulando e picando por aí, acaba levando sangue infectado de um ser vivo para outro. Na região de Exu, há uma grande variedade de roedores, típicos do sertão. O preá, o mocó, o punaré, além de uns ratinhos chamados rato-de-cana, rato-de-algodão, rato-de-capim, bico-de-lacre. 

As pessoas podiam ser picadas pelas pulgas e contrair a doença, quando iam para o mato ou as roças. Ou ser picadas em casa mesmo. As condições precárias de higiene e de moradia acabavam sendo um convite para que os ratos passeassem pelas casas dos habitantes, levando as pulgas em seus pelos. O que os cientistas fizeram nessa cidadezinha, durante anos, foi capturar e estudar os roedores e pulgas que disseminavam a peste bubônica. Alzira ficava no laboratório, fazendo pesquisas que foram fundamentais para acabar com a epidemia de peste daquela época.

 As descobertas científicas que ela fez em Exu deram base ao Programa de Controle da Peste, essencial para que não tenhamos mais casos da doença no país. Isso porque, infelizmente, a peste não é coisa só do passado. Há aparições ocorrendo até hoje, em alguns países. Ainda não há vacina para a doença! Depois desses anos em Exu, Alzira estudou no exterior e trouxe para o Brasil novas formas de fazer o diagnóstico da doença. Além disso, criou uma coisa chamada “coleção de culturas do micróbio da peste”. É como uma coleção como qualquer outra dessas que · 17 · você conhece. Só que, em vez de figurinhas ou gibis, reúne matéria orgânica em recipientes chamados “tubos de ensaio” e “placas de Petri”, que lembram lentes de vidro. Lá dentro, podemos ver como as bactérias se proliferam. 

A coleção, criada por Alzira, ajuda cientistas do mundo todo a saber mais sobre a peste — e, assim, a salvar vidas.  

(Fonte: Agencia Brasil)

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SECA LEVA MAIS DE 500 MUNICÍPIOS DO NORDESTE A DECRETAR SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA

A crise hídrica que castiga parte da região Nordeste já levou mais de 500 municípios a decretar situação de emergência.

É só o carro-pipa começar a abastecer a caixa d´água comunitária para ter início o vaivém dos baldes e a disputa por espaço nas torneiras.

“Até a última gota, porque ele passa três, quatro dias sem vim. Todo mundo pega água. Quem pegou, pegou. Quem não pegou, fica sem pegar", diz a agricultora Gilvanilza Pinheiro da Paz.

A não ser quando um comerciante generoso deixa água do próprio poço à disposição dos moradores.Já faz dois meses que os moradores de Pedra Branca, a quase 300 quilômetros de Fortaleza, enfrentam esta situação em plena área urbana.

Com a chuva insuficiente no começo do ano, o único açude que abastece a cidade ficou totalmente inviável para o fornecimento de água. Os mais de 18 bilhões de litros que ocupavam uma área de oito quilômetros, agora se resumem a isso, e os carros-pipa têm que buscar água a mais de 150 quilômetros do local.

As opções diminuem conforme a seca se prolonga. Em todo o estado do Ceará, os reservatórios estão, em média, com 24% da capacidade.

"A palavra de ordem é economizar, e aguardar o próximo período chuvoso. Principalmente a partir de fevereiro, que é quando, em algumas regiões do estado, começam os reservatórios a ter aporte. Mas, sobretudo, em março e abril", afirma Francisco Teixeira, secretário dos Recursos Hídricos do Ceará.

Até lá deve aumentar a quantidade de municípios em situação de emergência no Nordeste. Já são 537, quase um terço de toda a região que, em 2021, recebeu quase R$ 600 milhões do Ministério do Desenvolvimento Regional.

Apesar da situação de emergência decretada, Santa Quitéria, no sertão do Ceará, só tem três carros-pipa para atender toda a área rural - que já contou com 18 em anos anteriores.

"Os carros-pipa botam na cisterna, mas aí quando acaba, que demora pros carros vir, a gente vai pegar nos barreiros", relata Antônia Mesquita Batista, agricultora.Barreiro é lugar de água turva, como um no município de Irauçuba. É onde Dona Francisca vai diariamente, quando não tem nenhuma outra fonte para abastecer a casa.

"O carro-pipa coloca uma 'carrada' por vez, mas aí às vezes seca, passam oito dias, nove dias, pra eles poderem voltar e botar de novo. A gente é esquecido aqui", desabafa Francisca Garcia Batista, agricultora.

Sobre o município de Santa Quitéria, o Ministério do Desenvolvimento Regional afirmou que deu instrução para o Exército iniciar a operação carro-pipa. Os caminhões que atendem a área rural da cidade atualmente são contratados pelo próprio município.

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