PLANO DO MST PRETENDE PLANTAR 100 MILHÕES DE ÁRVORES EM TODO O BRASIL

O Militante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), técnico em Agroecologia e Coordenador Estadual do Plano Nacional do MST-Plantar árvores, produzir alimentos saudáveis e membro da Coordenação Regional da Frente de Produção Cooperação, Comercialização e Meio Ambiente, Cicero Francisco de Oliveira, participou nesta quarta-feira, de uma roda de conversa e fez uma explanação sobre a proposta 100 milhões de árvores serem plantadas em todos os estados do país.

O evento SEMINÁRIO TEMÁTICO SOBRE O MEIO AMBIENTE promovido pelo CETEP-Centro Territorial de Educação Profissional do Sertão do São Francisco, através da disciplina História e Atualidades da Agricultura familiar, ministrada pela professora e engenheira agrônoma, Janine Souza da Cruz em comemoração a Semando do Meio Ambiente.

O evento teve a organização do professor André Maia e Janine Cru e participação dos alunos da Escola Estadual Chico Mendes-Assentamento Vale da Conquista e da Escola Estadual Paulo Kageyama, Assentamento São Francisco e CETEP São Francisco.

"Mesmo com a pandemia já plantamos cerca de 76 mil árvores no solo baiano e a expectativa é que até o final do ano possamos atingir um milhão de arvores", disse Cicero.

O Plano tem como objetivo realizar a recuperação de áreas degradadas por meio da implementação de agroflorestas e quintais produtivos.

"Além disso, o projeto também é denunciar as ações de destruição ambiental do agronegócio, da mineração e construir no MST e na sociedade o entendimento que Reforma Agrária é sinônimo de alimentação saudável e de cuidado com os bens comuns da natureza. O nosso projeto também é uma forma de denunciar a crise estrutural do capital na sua dimensão ambiental, que é acelerada pelo governo Bolsonaro", explicou Cícero.

No site a Voz da Comunidade consta que o Plano Nacional “Plantar Árvores, Produzir Alimentos Saudáveis” buscará ser mais do que uma campanha de reflorestamento. “Como resultado dos acúmulos no tema da agroecologia, estamos falando em sistemas produtivos com árvores” explica Bárbara Loureiro. “O Plano articulará produção de alimentos saudáveis, soberania alimentar, com cuidado dos bens comuns e geração de renda para as famílias”, ressalta.

O evento teve início no dia 5 com uma visita ao canteiro do CETEP e plantio de árvores nas áreas de assentamentos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). o Evento foi concluído nesta quarta ( 9) de junho, de forma virtual, devido à pandemia. 

A abertura das palestras aconteceu na terça (8) com o tema sobre Mudanças Climáticas e importância do Rio São Francisco, proferida pelo professor Lucas Cleber. A Caatinga, Comunidades Tradicionais e Recaatingamento foi o tema da colaboradora do Irpaa-Instituto  Regional da Pequena Agropecuária Apropriada, Aline Nunes Lopes.

Palestrantes: Cicero Francisco de Oliveira. Militante do MST; Técnico em Agroecologia, Coordenador Estadual do Plano Nacional do MST:  Plantar árvores, produzir alimentos saudáveis!; Coordenação Regional da Frente de Produção Cooperação, Comercialização e Meio Ambiente.

Aline Thaiane Nunes Lopes-Colaboradora do Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada, Graduada em Eng. Agronômica e Gestão Ambiental e Mestre em Extensão Rural.

Lucas Cleber: Licenciatura com Láurea em Geografia (UPE); Especializações em Educação Ambiental, Ensino da História e Geografia, Educação Superior, Geografia Humana e Econômica; MBA Gestão Empresarial. Cadeiras em Mestrado como Aluno Especial: Educação e Cultura no Semiárido (UNEB), Pesquisa em Educação (UPE) e Epistemologia da Prática (UPE). O professor tem Vinte anos atuando na educação básica em Juazeiro e Petrolina.

Moacir José da Silva: Técnico em Agroecologia. Caprinovinocultur. Agricultura Familiar 


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PROJETO DE LEI AFONSO CONSELHEIRO É APROVADO EM JUAZEIRO BAHIA

O projeto de Lei n° 3.680/2021, da Prefeitura de Juazeiro, que institui o "Auxílio Emergencial Cultural Afonso Conselheiro" foi aprovado pela Câmara de Vereadores, nesta terça-feira (08), por unanimidade.

O documento prevê o apoio financeiro aos trabalhadores do setor cultural, com o objetivo de atenuar os efeitos da crise econômica causada pela pandemia do coronavírus. O auxílio terá um valor total de até R$ 900, dividido em três parcelas fixas e mensais de R$ 300, pagos com recursos próprios do município.

"Ressalto aqui a nossa preocupação com os nossos artistas, que passam por uma fase difícil. Queremos ajudar muito mais o setor cultural e esse auxílio vem em boa hora. Agradeço aos vereadores pela aprovação do projeto de lei", destacou a prefeita Suzana Ramos. 

O secretário de Cultura, Turismo e Esportes, Sérgio Fernandes, destacou o empenho da gestão municipal. "Desde janeiro começamos a trabalhar no projeto do auxílio com a prefeita Suzana Ramos, que nos pediu atenção especial à causa. Hoje, é uma felicidade ter o projeto aprovado na Câmara por unanimidade. Sabemos que não é uma solução definitiva para a classe, mas é um apoio que vai levar um pouco mais de tranquilidade para essas mães e pais de família, que foram os primeiros a interromper suas atividades e com certeza serão os últimos a retomá-las", frisou. 

O gestor ressaltou ainda que a aprovação do projeto de lei é uma conquista de todos os trabalhadores da cultura. "O projeto foi elaborado pelo executivo municipal, mas a conquista é de todos, especialmente do Conselho Municipal de Cultura e dos artistas que ajudaram a definir os critérios para a concessão do auxílio", disse Sérgio Fernandes. Após a aprovação na Câmara, o projeto segue para sanção da prefeita Suzana Ramos. 

A partir da próxima segunda-feira (14), artistas e trabalhadores da cultura já poderão procurar a Secretaria de Cultura, Turismo e Esportes para realizar o seu cadastro. O órgão funciona na Praça Imaculada Conceição, 20 – Centro, de segunda a sexta-feira, das 8h às 14h. Mais informações através do telefone (74) 3613-0654. 

Critérios: Terão direito ao auxílio emergencial os trabalhadores da cultura residentes em Juazeiro, inscritos no Cadastro Municipal da Secretaria de Cultura, Turismo e Esportes. Serão consideradas prioridade para a concessão do auxílio às trabalhadoras da cultura, principalmente as mães solteiras e desempregadas. Em seguida, nos critérios de concessão, estão os trabalhadores e trabalhadoras da música, e, por fim, os trabalhadores e trabalhadoras da cultura em geral, compreendendo todos os setores culturais, desde o artista principal até o pessoal da técnica e assistência. 

O benefício será negado aos titulares de benefícios previdenciários e aos servidores públicos de qualquer instância governamental. 

Afonso Conselheiro : O Auxílio Emergencial Cultural foi nomeado em homenagem ao artista radicado em Juazeiro, Afonso Cunha, falecido em abril. Conhecido como Afonso Conselheiro, por sua participação na Romaria de Canudos, o ator e artesão prestou importante contribuição para a cultura do município.

Texto: Eneida Trindade – Assessora de Imprensa da Seculte

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CETEP: SEMANA DO MEIO AMBIENTE TERMINA NESTA QUARTA (9) COM RODA DE CONVERSA SOBRE PLANO NACIONAL DO MST DE PLANTAR ÁRVORES E PRODUÇÃO ORGÂNICA E AGRICULTURA FAMILIAR

Nesta quarta-feira (9),  às 19 horas, acontece o segundp dia de Encontro sobre a SEMANA DO MEIO AMBIENTE. Uma roda de conversa especial para compartilhar experiências práticas, com as temáticas: Plano Nacional do MST - "Plantar árvores, Produzir Alimentos Saudáveis" e Produção Orgânica e Agricultura Familiar.

Você interessado deve acessar o link do Meet: (meet.google.com/spv-gsrb-ofy) ou o canal do youTube Conexão CETEP.

O CETEP-Centro Territorial de Educação Profissional do Sertão do São Francisco, através da disciplina História e Atualidades da Agricultura familiar, ministrada pela professora e engenheira agrônoma, Janine Souza da Cruz comemora o Dia Mundial do Meio Ambiente. 

A organização e mediação do evento é do professor André Maia e Janine Cruz. Alunos da Escola Estadual Chico Mendes-Assentamento Vale da Conquista e da Escola Estadual Paulo Kageyama, Assentamento São Francisco e CETEP São Francisco participam da programação.

O evento teve início no dia 5 com uma visita ao canteiro do CETEP e plantio de árvores nas áreas de assentamentos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). o Evento será concluído nesta quarta ( 9) de junho, de forma virtual, devido à pandemia. 

A proposta é conscientizar a população sobre a importância da preservação ambiental, com foco em áreas relevantes, como mudanças climáticas, importância do Rio São Francisco,  arborização, educação ambiental e sustentabilidade.  

Palestras, plantio de árvores, momento cultural, com declamação de poesia e exposição de fotos estão entre as atividades pedagógicas desenvolvidas  no CETEP (Centro Territorial de Educação Profissional do São Francisco, Juazeiro e que também envolve a Escola Estadual Chico Mendes, localizada no Assentamento Vale da Conquista e Escola Estadual Paulo Kageyama, Assentamento São Francisco, localizada em Sobradinho, região norte da Bahia.

"O objetivo é alertar sobre a importância do cuidado com a natureza, fazendo o uso sustentável dos recursos naturais de modo a  assegurá-los para as atuais e futuras gerações", afirma a professora Janine Cruz.

A abertura das palestras aconteceu ontem (8) com o tema sobre Mudanças Climáticas e importância do Rio São Francisco, proferida pelo professor Lucas Cleber. A Caatinga, Comunidades Tradicionais e Recaatingamento foi o tema da colaboradora do Irpaa-Instituto  Regional da Pequena Agropecuária Apropriada, Aline Nunes Lopes.

Palestrantes: Cicero Francisco de Oliveira. Militante do MST; Técnico em Agroecologia, Coordenador Estadual do Plano Nacional do MST:  Plantar árvores, produzir alimentos saudáveis!; Coordenação Regional da Frente de Produção Cooperação, Comercialização e Meio Ambiente.

Aline Thaiane Nunes Lopes-Colaboradora do Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada, Graduada em Eng. Agronômica e Gestão Ambiental e Mestre em Extensão Rural.

Lucas Cleber: Licenciatura com Láurea em Geografia (UPE); Especializações em Educação Ambiental, Ensino da História e Geografia, Educação Superior, Geografia Humana e Econômica; MBA Gestão Empresarial. Cadeiras em Mestrado como Aluno Especial: Educação e Cultura no Semiárido (UNEB), Pesquisa em Educação (UPE) e Epistemologia da Prática (UPE). O professor tem Vinte anos atuando na educação básica em Juazeiro e Petrolina.

Moacir: Técnico em Agroecologia. Caprinovinocultur. Agricultura Familiar 

HISTÓRIA: O Dia Mundial do Meio Ambiente 2021, comemorado no dia 5 de junho tem como o tema deste ano "Restauração de Ecossistemas." A proposta prevê a urgência de todos fazerem as pazes com a natureza.

"O homem destrói a natureza na justificativa de sobreviver; a natureza luta para sobreviver para garantir a sobrevivência do homem." 

"A natureza pode suprir todas as necessidades do homem, menos a sua ganância." (Gandhi)

"Se soubesse que o mundo se acaba amanhã, eu ainda hoje plantaria uma árvore." (Martin Luther King Jr.)

São objetivos da Semana do Meio Ambiente:

Contribuir para a formação da consciência em relação às causas ambientais;

Apoiar a realização de ações que divulguem o conhecimento produzido que permitam o diálogo entre esta e a sociedade;

Incentivar a circulação de informações sobre a preservação dos recursos naturais;

Promover atividades que auxiliem no aprendizado como meio de promoção do desenvolvimento social;

Despertar o interesse da comunidade externa para as ações desenvolvidas no CETEP.

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"NA SEMANA DO MEIO AMBIENTE, NÃO TEMOS O QUE COMEMORAR", AFIRMA MARIA EMÍLIA, INTEGRANTE DA ARTICULAÇÃO NACIONAL DA AGROECOLOGIA

Pesquisadora defende políticas agroecológicas de convivência com o Semiárido e equidade de gênero, como alternativas à prevenção de novas pandemias, crises sanitárias cujo surgimento tem ligação direta com o agronegócio, e para a promoção da segurança e soberania alimentar.

Para a região semiárida, este ano, mais do que nunca, o Dia Mundial do Meio Ambiente lança luz sobre o debate envolvendo o agronegócio, que a partir da destruição de habitats naturais e de ecossistemas, que atuam como barreiras contra os vírus, tem relação direta com o surgimento de pandemias nas últimas décadas; e a agroecologia, que, por outro lado, promove a preservação e a diversificação da agricultura.

Somado a isso, tem início a Década da Restauração dos Ecossistemas, promovida pela Organização das Nações Unidas (ONU), com o objetivo de estimular esforços na direção da restauração ecológica. Considerando ainda um futuro pós-pandemia que, no Semiárido, terá o legado do aumento da fome e o desmonte das políticas de convivência com a região, a integrante da Articulação Nacional da Agroecologia (ANA), Maria Emília Pacheco, afirma: “a agroecologia é a alternativa para hoje e para o futuro”.

No que se refere à fome, ainda segundo Maria Emília, a agroecologia é eficiente porque “incorpora a perspectiva da segurança alimentar e trata o alimento como patrimônio e não como mercadoria”. Sobre a perspectiva da convivência, a agroecologia estrutura práticas de estoque de água, de forragem, de sementes, tendo as mulheres como protagonistas e a organização popular como mola propulsora. A pesquisadora define esta forma de atuação como “Agroecologia do lugar” .

Pandemia da Covid-19 e agronegócio, uma relação íntima - Os impactos do agronegócio voltado, especialmente, para a produção de alimentos industrializados, ganharam ênfase com a pandemia da Covid-19. A agropecuária extensiva, que tem por base a criação, em confinamento, de animais da mesma espécie, a destruição da biodiversidade, que possui animais e outras espécies hospedeiras de vírus, atuando como barreiras de contaminação humana; e a expansão das fronteiras agrícolas com base na ampliação das áreas de plantio e no uso de agrotóxicos, ocasionaram várias epidemias nas últimas décadas.

A atual crise sanitária, que afeta a população de um modo geral, também cai na conta das populações do Semiárido, inclusive as que desenvolvem experiências agroecológicas. O esvaziamento das políticas de convivência com a região, que vem ocorrendo desde 2016, juntamente com a ausência de ações que dêem suporte às famílias agricultoras agroecológicas afetadas pelos efeitos da pandemia, ocasionaram a perda de renda e levaram no mínimo 3,5 milhões de pessoas na região a passarem fome, segundo o cruzamento de dados da Vigisan com outras pesquisas.

“Na semana do meio ambiente, não temos o que comemorar! É tempo de protestar e de propor a reconstrução do que tem sido destruído. Políticas para o Semiárido como o Programa de Sementes Crioulas, Um Milhão de Cisternas, Uma Terra e Duas Águas, assim como o Programa de Aquisição de Alimentos e Programa Nacional de Alimentação Escolar precisam ser reativados com proposta diferenciada para as mulheres”, conclama Maria.

Agroecologia, desenvolvimento e sustentabilidade - A Comunidade Quilombola do Feijão e Posse, localizada em Mirandiba, no Semiárido de Pernambuco, alcançou o desenvolvimento coletivo por meio de um sistema agroecológico. Desde 1995, quando criaram a associação de moradores, as cerca de 60 famílias acessaram tecnologias de energia solar, hídricas, quintais produtivos, hortas comunitárias e unidades de beneficiamento, fogões agroecológicos e iniciaram a coleta e tratamento do lixo.

Essas tecnologias garantiram soberania e segurança alimentar. Segundo a professora e uma das lideranças locais, Mazé Souza, não era comum nas refeições terem verdura, cenoura, batata, couve e repolho. Após o acesso às tecnologias de armazenamento de água, a comunidade “passou a se alimentar melhor”. Algum tempo depois, passaram a comercializar a produção em feiras agroecológicas, por meio do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), chegando a atender 22 municípios, e do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae).

Grande parte desses resultados é fruto de práticas ambientais que construíram uma relação harmônica entre a comunidade e a Caatinga. “Frutíferas da Caatinga, como o Umbuzeiro, a gente já preserva mais, porque antes a gente tirava a cafofa, que é a raiz que armazena água, e a gente retirava ela para fazer cocada. Hoje, a gente não utiliza mais, porque, na época de seca, ela vai sobreviver daqueles reservatórios de água. A quantidade de pássaro que você não via, hoje, você vê, porque tem mais água perto, ” elenca Mazé.

Com o fogão agroecológico, a comunidade também deixou de caminhar léguas para retirar madeira para cozinhar, pois a tecnologia funciona com gravetos de plantas mortas e até bagaço de coco. Após adquirir um trator, os/as jovens da comunidade adotaram a coleta, a reciclagem, que é mais uma fonte de renda, e o tratamento do lixo. No ano de 2012, as mulheres da comunidade produziram e plantaram cerca de 5 mil mudas nativas, a exemplo do Pereiro, Angico, Umbu, entre outras, com foco na reconstrução do bioma.

Já no fim da nossa conversa, Mazé fez questão de enfatizar que o sistema agroecológico, junto com os cuidados de higiene, favoreceram a proteção da comunidade durante a pandemia. Dentre os/as 300 moradores/as, até o momento, não foi registrado nenhum caso de Covid-19. A quilombola acredita que a alimentação saudável e diversificada, livre de agrotóxicos, fortalece a imunidade das famílias locais.

A agroecologia e a Década da Restauração dos Ecossistemas - A Organização das Nações Unidas (ONU) declarou o período entre 2021 e 2030 como a “Década da Restauração dos Ecossistemas”. A Agenda tem por objetivo mobilizar esforços na direção da restauração ecológica dos ecossistemas dos biomas. Neste universo, cabe um olhar atento para a Caatinga, bioma que predomina no Semiárido. Dados do Centro de Pesquisas Ambientais do Nordeste (Cepan) e da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) apontam que 39,97% do bioma está ocupado por atividades agrícolas e de pastagens.

O levantamento ainda aponta que mais de 43,5% das Áreas de Preservação Permanente (APPs) estão ocupadas, de forma ilegal, com atividades agrícolas e de pastagem. Por determinação legal, estas áreas, que normalmente estão localizadas em encostas e margens de cursos hídricos, devem ter cobertura vegetal. Ainda segundo a pesquisa, que abrangeu cerca de 60 milhões de hectares nos estados do Nordeste e do Norte de Minas Gerais, ou seja, toda a faixa semiárida brasileira, 20% de todo bioma está em processo ou é vulnerável à desertificação.

Na relação agroecologia, recuperação da Caatinga e Década da Restauração dos Ecossistemas, a integrante da ANA, Maria Emília, defende um olhar crítico para algumas alternativas apresentadas como solução ambiental, a exemplo da “Economia dos Ecossistemas e da Biodiversidade”, de 2010, que consiste em “soluções de mercado para enfrentar os problemas ambientais, atendendo aos interesses do agronegócio, assim como de empresas de outros negócios”.

Esta diretriz propõe a disseminação, por exemplo, das estratégias de Pagamentos por Serviços Ambientais, fundos e commodities, que, como complementa Maria Emília, “atendem aos interesses dos tomadores de decisão na proposição de instrumentos de mercado”. O desafio de pensar a restauração dos ecossistemas, conclui a pesquisadora, passa pelo respeito aos modos de vida e pela justiça socioambiental.

“Precisamos reafirmar nossa convicção de que a proteção ao meio ambiente está intimamente relacionada à proteção dos direitos difusos e coletivos e que envolve a proteção dos modos de vida e dos comuns e a busca da justiça socioambiental”, enfatiza Maria.

Texto: Adriana Amâncio - Asacom/ Foto: Ana Lira e Acervo Jornal Brasil de Fato

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RECAATINGAMAMENTO VIVER NO SERTÃO É CONVIVER COM O CLIMA


O IRPAA – Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada é uma organização não governamental sediada em Juazeiro, na Bahia. A convivência com o Semiárido é a sua maior e mais importante meta. Soluções eficazes, que respeitam as características do povo e das terras desta região, são as alternativas que o instituto oferece a todos, através de seus diversos projetos.

Único bioma exclusivamente brasileiro, a caatinga está precisando de cuidados. Rica em recursos naturais, a “Mata Branca” – do tupi-guarani caa(mata) e tinga(branca) -, é um dos ecossistemas mais ameaçados do planeta. Atualmente, mais da metade de seu território apresenta diferentes graus de degradação e apenas 2% de sua área estão protegidas em unidades de conservação.

Diante das ameaças ao futuro do nosso bioma, o Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada – IRPAA, que há 20 anos desenvolve trabalhos na perspectiva da Convivência com o Semiárido, vem implantando o RECAATINGAMENTO em comunidades agropastoris e extrativistas. Um projeto de vanguarda, que tem a população das próprias comunidades como os agentes responsáveis pelas transformações sócio-ambientais.

O RECAATINGAMENTO tem como objetivo contribuir para inverter a desertificação do bioma caatinga através do uso sustentável de seus recursos naturais. O projeto, patrocinado pela Petrobras  tem atuação direta em comunidades de sete municípios do Semiárido brasileiro.

Foram 31 comunidades do Território Sertão do São Francisco aceitaram o desafio de ajudar na preservação do planeta e construir um mundo melhor para todos: Angico, no município de Canudos, Melancia, em Casa Nova, São Mateus, em Curaçá, Fartura, em Sento Sé, Poço do Juá, em Sobradinho, Serra dos Campos Novos, em Uauá e Curral Novo, em Juazeiro, além de Pilão Arcado e outros territórios.

Mais de 140 famílias estão envolvidas diretamente nas atividades do Recaatingamento. São moradores e moradoras das comunidades tradicionais de Fundo de Pasto, organizados em Associações Agropastoris.

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ADÍLIA, A SIMPLICIDADE DE UMA EX-CANGACEIRA

ADÍLIA, A SIMPLICIDADE DE UMA EX-CANGACEIRA. Eu a conheci. Adília era assim, bem assim, tão simples como uma casa de barro, tão humilde como uma roupa de chita, tão doce como uma cocada de frade, tão amiga como uma sertaneja. 

No Alto de João Paulo, ao lado da cidade de Poço Redondo, defronte sua singela moradia, um retrato para a saudosa posteridade. Morena trigueira, silenciosa como brisa do entardecer, palavras ditas como se as folhagens estivessem dialogando. Eu conheci Adília, fui seu amigo, e ela era assim mesmo. E quanta diferença daquela meninota que um dia havia se apaixonado por um cangaceiro e com ele bandeado por tão perigosos caminhos.

 Mas ela foi, pois apaixonada por Canário, um dos mais feiosos e afamados do mundo do cangaço, geralmente servindo ao subgrupo de Zé Sereno. Ela foi por amor, mas logo depois desamou. Passou a não suportar as violências, as brutalidades e arrogâncias. Passou a não suportar o jardim das paixões transformado em dolorosos espinhos. 

Ainda assim teve dois filhos neste terrível mundo. Somente depois de 38, com o fim do cangaço e a morte de Canário, ela pôde retornar ao seio da família Mulatinho, seu seio familiar no Alto de João Paulo. Em Adília uma imensa diferença de algumas ex-cangaceiras. Jamais procurou fama nem luxo, jamais contou inverdades ou acrescentou fatos que heroicizasse seu percurso no cangaço. Adília jamais colocou anéis dourados de fama nem cuspiu pétalas douradas no que dizia. Verdadeira, íntegra, apenas sendo o que era. 

Nada além disso. E nada mudou com o tempo. Já chegando à velhice, e a mesma Adília vivendo como uma sertaneja qualquer, como apenas mais uma moradora do Alto de João Paulo, logo após o riachinho Jacaré. Ali a ex-cangaceira, a ex-companheira de Canário, mas principalmente a mulher que além-cangaço travou luta renhida pela sobrevivência. A foto abaixo demonstra isso. Nela não se avista o dourado nem a riqueza, arma nem paramentos. Nela se avista Adília, a mulher sertaneja. Apenas.

Rangel Alves da Costa-Escritor e Advogado 

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RIO SÃO FRANCISCO: FALTA DE CHUVAS PROVOCA SITUAÇÃO DEFICITÁRIA, PRÓXIMA DA CURVA CRÍTICA

Ano passado o BLOG NEY VITAL-Jornalismo de Qualidade e Solidário,  informava que no mês de abril e maio teve momento histórico, depois de 11 anos, os reservatórios do Nordeste, em especial os da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), voltaram a atingir volume útil maiores que 95%. Em 2021, no dia 23 de junho, véspera de São João, o volume útil da Barragem de Sobradinho atingiu 89,89%.

  Nesta segunda-feira (7), o volume útil da capacidade da barragem de Sobradino é de apenas 61,89%. De acordo com a Chesf a  afluência (água que chega) é de 690 metros cúbicos por segundo e defluência (água que sai), 1300 metros cúbicos por segundo. Muito abaixo das condições apresentadas ano passado.

A previsão do volume útil da barragem de Sobradinho até o dia 23 de junho será na média de 55%.

Este ano as chuvas, principalmente as ocorridas no estado de Minas Gerais, em janeiro até marco não possibilitaram um aumento significativo do volume útil da barragem de Sobradinho, Bahia. Para o leitor ter uma ídeia na sexta-feira 01 de maio de 2021, a defluência (água que sai) de Sobradinho era de 1.600 m³/s e com uma vazão afluente (água que entra) de 2.700 m³/s.

A capacidade de volume útil da barragem de Sobradinho registrava 93,34%. 

Com uma contextualização sobre a ocorrência de chuvas nos últimos meses, o pesquisador do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemadem), Giovanni Dolif, explica a linha histórica a precipitação pluviométrica ocorrida. 

“Na temporada do ano passado, tivemos chuvas que até superaram a média, já neste ano hidrológico de 2020 a 2021 ficamos abaixo da média, em uma situação deficitária, próxima da curva crítica e até setembro a situação, com relação às chuvas não deve mudar muito”.

O superintendente de Operações e Eventos Críticos da Agência Nacional de Águas (ANA), Joaquim Guedes Corrêa Gondim Filho, ainda destacou que embora o momento seja de baixas vazões, foi possível manter o armazenamento nos reservatórios. 

“A primeira constatação é que a ‘caixa d’água’ do sistema, vamos dizer assim, que fica em Minas Gerais, região sudeste, está sofrendo escassez, então a bacia na parte de maior contribuição também está sofrendo por déficit de vazões, mas a parte boa da história é que o sistema através da Resolução 2.081 conseguiu preservar os reservatórios”.

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