RÁDIO: TODOS OS DOMINGOS NEY VITAL SACODE O FORRÓ COM BOM JORNALISMO
Mesmo com mudanças na rotina, o tempo médio de audiência segue estável, apontou o levantamento. Se comparado com o mesmo período do ano passado, há registro significativo de crescimento.
A integração entre o rádio e as plataformas digitais é uma realidade que vem ganhando corpo nos últimos anos no Brasil. Se no início da ascensão digital se falava em ouvir rádio pelo site das emissoras, hoje muitas delas já contam com aplicativos e uma série de conteúdos e promoções exclusivas para os meios digitais. Para se ter uma ideia, segundo estudo recente do Kantar Ibope Media, 89% das pessoas escutam Rádio via mobile, pelo computador, enquanto 56% seguem nos receptores convencionais, em casa ou no carro.
A audiência ainda está ligada ao aparelho receptor comum, mas o ouvite também está no computador e, principalmente, no celular.
O rádio continua sendo o principal veículo de comunicação do Brasil. Aliado a rede de computadores está cada vez mais forte e líder. Na rádio Cidade AM 870, Petrolina/Juazeiro, Bahia, o jornalista Ney Vital apresenta o Programa Nas Asas da Asa Branca-Viva Luiz Gonzaga e seus Amigos. O programa é transmitido todos os domingos, a partir das 9hs da manhã, www.radiocidadeam870.com.br, também no instagram, YouTube.
A direção da emissora apostou na reinvenção, no projeto especial e aposta no conteúdo cultural e os resultados aparecem.
O Programa NAS ASAS DA ASA BRANCA VIVA LUIZ GONZAGA e SEUS AMIGOS segue uma trilogia amparada na cultura, cidadania e informação. "É o roteiro usado para contar a história da música brasileira a partir da voz e sanfona de Luiz Gonzaga, seus amigos e seguidores", explica Ney Vital.
O programa Nas Asas da Asa Branca-Viva Luiz Gonzaga é um projeto que teve início em 1990, numa rádio localizada em Araruna, Paraíba. "Em agosto de 1989 Luiz Gonzaga, o Rei do Baião fez a passagem, partiu para o sertão da eternidade e então, naquela oportunidade, o hoje professor doutor em Ciência da literatura, Aderaldo Luciano fez o convite para participar de um programa de rádio. E até hoje continuo neste bom combate".
O programa é o encontro da família brasileira. Ney Vital não promove rituais regionalistas, a mesquinhez saudosista dos que não se encontram com a arte e cultural, a não ser na lembrança. Ao contrário, o programa evoluiu para a forma de espaço à cultura mais brasileira, universal, autêntica, descortinando um mar e sertões de ritmos variados e escancarando a infinita capacidade criadora dos que fazem arte no Brasil.
É o conteúdo dessa autêntica expressão nacional que faz romper as barreiras regionais, esmagando as falsificações e deturpações do que costuma se fazer passar como patrimônio cultural brasileiro.
Também por este motivo no programa o sucesso pré-fabricado não toca e o modismo de mau gosto passa longe.
"Existe uma desordem , inversão de valores no jornalismo e na qualidade das músicas apresentadas no rádio", avalia Ney Vital que recebeu em dezembro de 2020, o Título de Cidadão de Exu, o titulo Amigo Gonzagueano Orgulho de Caruaru, e Troféu Luiz Gonzaga 2014 Exu, recentemente em evento realizado no Espaço Cultural Asa Branca, foi um dos agraciados com o Troféu Viva Dominguinhos em Garanhuns.
Ney Vital usa a credibilidade e experiência de 30 anos atuando no rádio e tv. Nas filiadas do Globo TV Grande Rio e São Francisco foi um dos produtores do Globo Rural, onde exibiu reportagens sobre Missa do Vaqueiro de Serrita e festa aniversário de Luiz Gonzaga e dos 500 anos do Rio São Francisco, além de dezenas de reportagens pautadas no meio ambiente do semiárido e ecologia.
Formado em Jornalismo na Paraíba e com Pós-Graduação em Ensino de Comunicação Social pela UNEB/Universidade Federal do Rio Grande do Norte faz do programa um dos primeiros colocados na audiência do Vale do São Francisco, segundo as pesquisas. O jornalista este ano de 2021 iniciou o Curso Técnico em Agroecologia, promovido pelo Centro Territorial de Educação Profissional do Sertão do São Francisco.
O Programa Nas Asas da Asa Branca, ao abrir as portas à mais genuína música brasileira, cria um ambiente de amor e orgulho pela nossa gente, uma disseminação de admiração e confiança em nosso povo — experimentada por quem o sintoniza, dos confins do Nordeste aos nossos pampas, do Atlântico capixaba ao noroeste mato-grossense.
Ney Vital usa a memória ativa e a improvisação feita de informalidade marcando o estilo dos diálogos e entrevistas do programa. Tudo é profundo. Puro sentimento.O programa Flui como uma inteligência relâmpago, certeira e hospitaleira.
"O programa incentiva o ouvinte a buscar qualidade de vida. É um diálogo danado de arretado com a natureza, respeito a mãe terra, ecologia humana, sustentabilidade. As novas ferramentas da comunicação permitem ficarmos cada vez mais próximo das pessoas, através desse mundo mágico e transformador que é a sintonia via rádio, e a modernidade da música de Luiz Gonzaga", finalizou Ney Vital.
ALDY CARVALHO LANÇA MÚSICA "COISAS DO SERTÃO"
Coisas do Sertão que foi lançada oficialmente nesta sexta feira (23) no programa de TV, Ceará DiVerso da TV Verde Vale de Juazeiro do Norte – CE, fará parte de EP que o cantador petrolinense lançará em breve, nas mídias digitais. Gravada no Pro-Studio SP com produção de Cássio Martin e Lenir Sá do Vale Carvalho, tem na ficha técnica: Aldy Carvalho (violão e voz); Tony Marshall (violão e arranjos); Tapioca (baixo); JB (zabumba, triângulo, bloco sonoro); Olivinho (acordeon).
O jornalista e professor Emanuel Andrade revela que desde que rumou para São Paulo nos anos 80, Aldy Carvalho fez um pacto para realizar seus sonhos através da arte, sem perder as raízes com o universo sertanejo e com as águas do rio São Francisco, onde pescou e se banhou bastante na infância. Vejamos o que diz Aldy sobre seu trabalho:
“Meu trabalho de compositor, cantador é povoado de xotes, baiões, toadas, martelos, emboladas, cantigas de roda, sagas e fábulas. Um ajuntado de cantigas, o lirismo do Sertão, das léguas que andei”. “Desde muito cedo inventava e contava histórias e causos para crianças. Era comum nos reunirmos na calçada, no terreiro, alpendres, para a contação de histórias, causos de assombração, anedotas e advinhas”.
Ainda, conforme Emanuel, a versatilidade e o trânsito livre nos campos da música e literatura, há anos, asfaltam a trajetória artística do poeta e cantador petrolinense.
Em sua discografia encontramos Redemoinho (Lp1984 e CD2000), Alforje (2011), Cantos d’Algibeira (2014) e SerTão Andante (2018) além de música original para o filme/documentário Memórias da boca, (São Paulo, 2015); música original para o filme Danças e Cantigas do Sertão, do diretor Luciano Peixinho (Petrolina/PE, 2019). Participação especial no CD Espelho d’água, obra do cantador Décio Marques e nos CD’s da série Festivais do Brasil, v.05 e 06 de 2009 e 2010.
De sua obra literária podemos destacar o livro de contos Mémórias de Alforje:5 Contos do Cantador, publicado pela Editora Multifoco – RJ, em 2018 e pela Editora Luzeiro - SP, os cordéis: A História das Copas do Mundo em Cordel (produção coletiva), A Ganância de um Preguiçoso e No Reino dos Imbuzeiros – premiado em concurso nacional do MinC.
Em parceria com o poeta João Gomes de Sá publica pela Editora Nova Alexandria - SP em 2019 o livro, VIA SACRA, O Caminho da Luz – em cordel. Seu poema\música Giralume foi inserido na obra Língua Portuguesa, Geografia e História, 4º Ano, Global Editora, 2016. Recebeu Menção Honrosa no 21º Concurso de Contos Paulo Leminski (2010) com o conto José e Chico: os dois vaqueiros e no 25º Concurso de Contos Paulo Leminski (2014) com o conto A Peleja (Memórias de alforje).
Além do EP a ser lançado em breve, Aldy revela que está no prelo, a ser lançado pela Editora Nova Alexandria, São Paulo, o livro, O Cavaleiro das Léguas, em verso com a cantiga de mesmo nome e partitura ao final, com QRCode para o leitor ouvir a música. Também está pronto e será lançado no segundo semestre de 2021 o seu mais recente Cordel, O Menino Encantado.
Você encontra mais de Aldy Carvalho, em:
Email: pazinko@gmail.com
www.aldycarvalho.blogspot.com
https://m.facebook.com/aldy.carvalho
https://open.spotify.com/artist/0ZgbXQKrj3idC91dmj5jEs
https://itunes.apple.com/br/artist/aldy-carvalho/id400065980
BRASILEIRO ESTÁ LENDO MAIS NA PANDEMIA, DIZ SINDICATO DOS EDITORES
O Dia Mundial do Livro, comemorado hoje (23), apresenta dois quadros no Brasil: um muito positivo e outro preocupante, segundo o presidente do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel), Marcos da Veiga Pereira. A data foi escolhida pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) para celebrar o livro, incentivar a leitura, homenagear autores e refletir sobre direitos legais.
“O quadro muito positivo é que o brasileiro está lendo mais. Desde julho do ano passado, as vendas têm crescido e continuaram crescendo este ano, o que, para mim, evidencia uma reconexão com o livro e com a leitura. É como se as pessoas descobrissem o prazer de ler, porque estão mais em casa, porque têm mais tempo. E ao redescobrir o prazer de ler, elas redescobrem o hábito da leitura; colocam o livro no seu hábito diário. Isso faz com que as pessoas leiam mais. Estão consumindo mais livros. Isso é super positivo”, disse Marcos da Veiga à Agência Brasil.
Os números revelados pelas pesquisas promovidas pelo Snel mostram todo o varejo online se movimentando para criar promoções e eventos com o objetivo de chamar as pessoas ainda mais para o livro. Em contrapartida, o lado preocupante é o das livrarias físicas, disse Marcos da Veiga. “Nos cerca de 14 meses da pandemia do novo coronavírus (covid-19), as livrarias físicas passaram, pelo menos, metade desse tempo ou fechadas ou com muitas restrições, o que gera forte impacto econômico-financeiro”, disse.
De acordo com o presidente do Snel, o funcionamento precário das lojas físicas tem efeito também no próprio hábito do leitor, uma vez que impede as livrarias de chamar o público de volta para ter o prazer do convívio, de manusear os livros, de encontrar autores nos lançamentos de obras, de conversar com outras pessoas e com os livreiros. “Essa é a parte difícil da pandemia, que continua”, disse o presidente do Snel.
A pesquisa mensal do varejo realizada para o sindicato mostra a consistência das vendas do setor. No primeiro trimestre deste ano, em comparação a igual período do ano passado, houve expansão de 25% em exemplares vendidos, com cerca de 12 milhões de livros, contra 9,6 milhões no acumulado de janeiro a março de 2020. Em valor, o aumento foi menor, e alcançou cerca de 15,5%. No primeiro trimestre de 2021, a receita com a venda de livros somou R$ 544 milhões, contra R$ 471,5 milhões no mesmo período de 2020.
Segundo Marcos da Veiga, isso pode ser explicado porque se vendeu mais obras gerais e menos livros escolares, que são mais caros. Além disso, segundo ele, houve concentração no varejo online, que tem uma prática de descontos para o consumidor muito agressiva.
Embora o brasileiro esteja lendo mais em razão da pandemia, a pesquisa "Retratos da leitura no Brasil”, divulgada em setembro do ano passado pelo Instituto Pró-Livro e relativa ao ano anterior, revela que pouco mais da metade dos brasileiros têm hábito de leitura (52%). Por idade, a pesquisa mostrou que a única faixa etária que ampliou o total de leitores foi a de crianças entre 5 e 10 anos de idade, que passou de 67%, em 2015, para 71%, em 2019.
Todas as demais faixas leram menos em relação à pesquisa anterior. Apesar da queda, a faixa etária que mais lê no Brasil é a dos pré-adolescentes de 11 a 13 anos de idade (81%, em 2019, contra 84%, em 2015). Em termos de escolaridade, os leitores com curso superior permanecem como os que lêem mais, mesmo com redução entre as edições da pesquisa (68%, em 2019, contra 82%, em 2015).
O presidente do Snel, Marcos da Veiga, confirmou que está ocorrendo um ressurgimento forte de livros juvenis, para faixa pré-adolescente de 11 a 13 anos de idade.
Marcos da Veiga disse que a crise contribuiu para a redescoberta da leitura. Para ele, a palavra, a partir de agora, não pode ser mais oportunidade mas, sim, responsabilidade. “Nós, enquanto indústria, precisamos manter o livro presente na vida das pessoas, precisamos entrar nas casas das pessoas através das mídias sociais das livrarias, das editoras, que são muito fortes. Isso nos permite estar convidando o leitor a conhecer mais livros, fazendo promoções”.
O presidente do Snel disse que quando as pessoas puderem circular mais livremente, a ideia é criar mais eventos com autores, “porque é sempre uma experiência muito bacana ter seu livro autografado e tirar foto com o escritor. Acho que essa é nossa responsabilidade. Acho que temos que aproveitar a crise e criar um mercado mais robusto, reconquistar um pouco o que a gente perdeu de 2015 para cá”.
A produtora de moda da agência de modelos Max Fama, Carolina Souza, promoveu um editorial para incentivar a criançada a aumentar o gosto pela leitura. Segundo Carolina, a leitura é fundamental “para atingirmos uma sociedade mais justa, igual, desenvolvida. E tudo isso começa com os pequenos”, disse, acrescentando que “o incentivo à leitura é uma obrigação de todos nós para que os nossos filhos tenham mais oportunidades na vida adulta”.
A pedagoga Bruna Duarte Vitorino, por sua vez, defende que a leitura com as crianças reforça os laços familiares e contribui para o desenvolvimento infantil.
Para deixar o momento da leitura mais gostoso, ela dá algumas dicas para os pais: Procure ler com frequência para a criança em casa; estimule brincadeiras sobre o livro lido, como desenhar a cena que mais gostou ou utilizar bonecos para reproduzir a história; utilize a história do livro para associar à vivência da criança, durante um passeio ao parque, ou chamando a atenção para algo que apareceu no livro, como uma flor, ou um trem, para incentivar uma conversa sobre o assunto e explorar o conhecimento adquirido com o exemplar; não force a leitura; escolha livros com um conteúdo pelo qual elas se interessem, para proporcionar um momento prazeroso em família; deixe os livros acessíveis para que a criança possa pegá-los a qualquer momento, mesmo que ela ainda não leia; deixe-a experimentar a sensação de folhear um livro e imaginar a história.
A pedagoga lembra que mesmo quando a criança já está conhecendo algumas palavras, “é importante cultivar esse momento de interação com as crianças”
Bruna Vitorino disse que além do desenvolvimento motor, a criança deve ser instigada à capacidade cognitiva, ou seja, a capacidade de interpretar os estímulos do ambiente para tomada de decisões. “Por isso, é importante introduzir a leitura desde os primeiros anos de vida”, recomenda.
A TERRA DO SANTO PRETO: DOCUMENTÁRIO SOBRE A TRADICIONAL MARUJADA DE CURAÇÁ SERÁ LANÇADO NESTE SÁBADO (24)
A tradicional 'Marujada de Curaçá', festa folclórica em alusão à 'São Benedito, o Negro', um dos maiores símbolos religiosos de identidade dos escravos, é tema do mini documentário 'A Terra do Santo Preto', do curaçaense Pedro Lucas Ferreira. A produção audiovisual vai ser lançada neste sábado (24), durante a programação do Festival Universitário Baiano de Arte e Cultura (FUBA).
No município do norte baiano, que por ser abrigo de povos escravizados guarda como herança o que de mais forte aquele povo lhes deixou, a fé, a festa secular acontece nos últimos dias de dezembro. Manifestações populares somam-se em honra a São Benedito. O filme aborda sobre a forte devoção ao santo preto.
"No que hoje se tornou a mais forte tradição de um povo, ecoa o grito de liberdade, seja na cantoria, na dança, no som do tambor, no modo de viver ou na expressão das crenças. Em 'A Terra do Santo Preto', trazemos a essência desse espetáculo que enche os olhos da alma pela beleza e pela fé nele contidas", destaca Pedro Lucas Ferreira, diretor da obra e secretário geral da União da Juventude Socialista (UJS) de Curaçá.
A produção, roteirizada por Juscelita Ferreira de Araújo, editada por Ronie Von, com imagens de Maria Silvia, Leticia Torres e Pedro Lucas Ferreira, é resultado de um trabalho do movimento estudantil curaçaense. "A nossa pretensão é realmente apresentar a força cultural que a cidade tem e principalmente a representatividade em ter um santo negro como referência numa festa regada de simbolismos e que acontece há mais de duzentos anos", acrescenta.
O lançamento acontece às 18 horas, durante a programação do FUBÁ, que este ano homenageia Jorge Portugal, escritor, compositor, apresentador e historiador baiano que morreu em 2020 por conta da covid-19. O festival é uma pré-Bienal da União Nacional dos Estudantes (UNE) no estado da Bahia e acontece, de forma virtual com transmissão pelo Instagram da União dos Estudantes da Bahia (UEB) (@ueboficial) e também no YouTube (https://youtube.com/user/tvueb), entre os dias 24 e 25 de abril.
Ascom/Thiago Santos
AOS AMIGOS QUE ESTÃO PARTINDO E DEIXAM MAIS EMOTIVAMENTE MISTERIOSA A RAZÃO DE HAVER ESTRELAS E GENTE
E foi saindo dessa geografia da água verde do Rio São Francisco e estrada afora entre poeira e sol que rompemos o silêncio. O mês agosto e o destino Exu, Chapada do Araripe: É Luiz Gonzaga, o Lula das Luas Belas, o grande nome da modernização da música brasileira nos últimos 60 anos... Afonso Minha Pedra Conselheiro fez questão de declarar que sim, e Dominguinhos “pois este superou a arte do mestre”.
Seguimos estrada afora. Rádio ligado e o silêncio soprando o vento. No meio da estrada parada para uns cafés. Outras prosas e abraços. Nascido em Exu, no sertão de Pernambuco, na chapada do Araripe, Luiz Gonzaga ganhou o Brasil e o Mundo. “Mas coloque ai na reportagem: nunca, jamais ele esqueceu o Nordeste, de sua origem”, diz o artesão na arte do couro Mestre Aprigio.
Em plena atividade em Ouricuri, nascido em Exu no dia 25 de maio de 1941, “Mestre Aprigio”, confecciona couro e sem nenhuma pretensão ou arrogância conta que conheceu bem o repertório de Luiz Gonzaga.
“Meus chapéus serviram de coroa para os dois grandes reis que conheci, veja só que privilégio, Luiz Gonzaga e Dominguinhos”. Um abraço e até logo!
Chegamos a Exu. Logo somos abraçados por Neto Tintas que já havia chegado no dia anterior. No carro de som ouvimos Asa Branca, toada que Luiz Gonzaga elevou à condição de epopeia a questão nordestina. É um autêntico Hino. Música que tonifica o cancioneiro brasileiro, capaz de ser uma tese, síntese contra o empobrecimento cultural em que se encontra o atual estágio de músicas executadas nas rádios e canais de TV.
Gilberto Amado disse ao se referir à morte: “Apagou-se aquela luz no meio de todos nós”. Mas o desaparecimento físico de Luiz Gonzaga não cessou de florescer a mensagem da cultura e da valorização da música brasileira.
Afonso, artesão e lutador do bom combate enxuga uma lágrima. Luiz Gonzaga canta A Triste Partida. Silenciamos em respeito as lágrimas de Minha Pedra, ele personagem de Antonio Conselheiro, ficou emocionado com o tema dos versos da música.
Luiz Gonzaga vive, está vivo no sertão, na cidade grande e capitais, de Norte a Sul, Leste Oeste. Luiz Gonzaga vive na boca do povo, no gemer da sanfona, no coração e na alma da gente brasileira.
Disse Fernando Pessoa: “Quem morrendo, deixa escrito um belo verso, deixou mais ricos os céus e a terra, mais emotivamente misteriosa a razão de haver estrelas e gente.”
Foi assim que um dia escrevi e hoje reproduzo. Os amigos, Neto Tintas, Seu Aprigio e Afonso partiram para o sertão da Eternidade...e eu aqui na boca da madrugada fico mais uma vez olhando o brilho das estrelas e da Lua no céu...
JORNALISTA CRISTINA LAURA PRESTA HOMENAGEM A JOSÉ AFONSO, MINHA PEDRA
Estamos numa época em que anunciar a partida de pessoas amigas virou um doloroso exercício quase que diário. Hoje, numa quinta-feira chuvosa de Abril, me chega a informação que meu amigo Afonso ‘Conselheiro’ nos deixou. Afonsinho, meu amigo velho, corpo magro, alto, de barba e cabelos brancos, com ou sem seu cajado, me chamava de ‘minha linda’, ‘minha menina linda’ quando nos encontrávamos. Sempre foi uma alegria de abraços, beijos e sorrisos.
Enquanto repórter do Jornal A Tarde, eu, Ivan Cruz (Jacaré) e Serginho acompanhávamos Afonsinho em sua participação nas romarias em Canudos, sertão baiano. Já esteve na capa do jornal com seu manto azul, seu cajado e sua fé. Em uma dessas reportagens datada de 20 de Outubro de 2017, ele me disse em entrevista: “Acredito que sou a reencarnação de Conselheiro”. Nessa época, já participava das romarias há 10 anos.
E foi essa pessoa de alma pura que nos deixou hoje. A morte traz a tristeza que costumo traduzir na frase de um amigo paraibano: “A presença da sua ausência me incomoda demais”. A ausência de Afonsinho, Minha Pedra, meu eterno ‘Conselheiro’ vai incomodar muito ainda. Que siga em paz, velho amigo. Que siga em sua romaria, agora em outros campos. Mas sua vida, sua alegria, sua simpatia e encanto estarão sempre aqui.
Da velha amiga, sua ‘menina linda’, Cristina Laura