DOCUMENTÁRIO VAI EVIDENCIAR COTIDIANO DE PESCADORES DO VALE DO SÃO FRANCISCO

O dia a dia de homens que realizam uma das profissões mais antigas da humanidade, a pesca, será tema de um documentário com cenas gravadas no Balneário de Pedrinhas, localizado em Petrolina (PE), região do Vale do São Francisco. O filme "PESCADORES NA REDE: os peixes, o afeto e a alimentação"  tem como objetivo evidenciar o cotidiano dessas pessoas, as relações de afeto entre entre eles e o território social, cultural e gastronômico local. 

Fruto de pesquisas sobre a atividade da pesca, atividade tradicional e geradora de renda e de alimento para diversas famílias que vivem em terras banhadas pelo Velho Chico, o documentário acende questionamentos importantes: até que ponto a cultura da pesca, tão antiga, está sendo preservada? sofreu mudanças? se tornou obsoleta, ou seja, ultrapassada, tendo em vista a ação de grandes empresas produtoras de peixe? 

Para Ananda Mariposa, que fez a direção de imagens e entrevistas com os pescadores, a produção mostra, com sensibilidade, como a atividade da pesca vai além do trabalho braçal, e coloca os pescadores enquanto protagonistas de histórias de identidade e pertencimento. 

"Olha para o Rio São Francisco e você lembra da atividade da pesca, que é cultural. E no projeto, nas pesquisas, eu vi que é algo hereditário, de tradição, passado por pais, filhos, avós. Uma família de pescadores é envolvida com essa questão da pesca, com o respeito com o rio, o respeito com os seres de água. A gente foi muito aberto ao que eles têm para nos passar, e eles vão ter a oportunidade de mostrarem quem são, a cultura deles, a hereditariedade e a tradição", pontua. 

O documentário "PESCADORES NA REDE: os peixes, o afeto e a alimentação" em breve será disponibilizado no YouTube.  Outras informações sobre o projeto podem ser conferidas no Instagram (@pescadoresnarede) e na página oficial no Facebook (Pescadores na Rede).

PANDEMIA: O filme é resultado de um trabalho feito durante a pandemia de coronavírus, enfrentada pela população brasileira desde o início de 2020. Por isso, todas as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) foram seguidas à risca para não oferecer risco à equipe e/ou aos entrevistados. Os prejuízos causados pela pandemia, à atividade dos pescadores, também fazem parte dos relatos que farão parte da produção. 

APOIO E EQUIPE: O projeto tem apoio financeiro do Estado de Pernambuco, através da Secretaria de Cultura de Pernambuco e Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco, via Lei Aldir Blanc, direcionada pela Secretaria Especial de Cultura do Ministério do Turismo, Governo Federal. Produção executiva de Agda Terra, direção de imagens e entrevistas de Ananda Mariposa, roteiro de Kris de Lima e decupagem e edição de vídeo de Marina Nunes de Oliveira. 

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MORTALIDADE DE CRIANÇAS INFECTADAS PELA COVID-19 AUMENTA DEVIDO A FATORES ÉTNICOS E SOCIOECONÔMICOS

Crianças com comorbidades e hospitalizadas com covid-19 têm maior chance de evolução para desfecho grave da infecção. O risco de mortalidade aumenta ainda mais quando os pacientes pediátricos integram contextos étnicos, demográficos e socioeconômicos desfavoráveis, aponta estudo realizado por pesquisadores da USP. 

A pesquisa utilizou banco de dados disponibilizado pelo Ministério da Saúde. Foram avaliados cerca de 6 mil pacientes menores de 20 anos de idade com covid-19. O estudo focou nos fatores responsáveis por aumentar as chances de mortalidade pediátrica.

Em entrevista ao Jornal da USP no Ar 1ª Edição, Brian Sousa, pesquisador do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da USP e autor do estudo, explica que os pacientes com comorbidades apresentam maior risco de mortalidade: “Pacientes com mais de uma doença crônica têm dez vezes mais risco de morte do que crianças sem qualquer comorbidade. Pacientes com apenas uma comorbidade têm quatro vezes mais chances de evolução para óbito quando comparados a pessoas saudáveis”. Entre as principais comorbidades figuram a diabete, as doenças imunológicas, renais, pulmonares e cardiovasculares.

Conforme o pesquisador, os fatores étnicos, socioeconômicos e sociodemográficos também foram considerados na avaliação. A constatação foi que, quando comparadas às crianças brancas, os indígenas têm seis vezes mais risco de morte; crianças com ascendência asiática morrem três vezes mais; e crianças pardas vão a óbito duas vezes mais. 

Pacientes pediátricos das regiões Norte e Nordeste têm mortalidade quase 3,5 vezes maior do que crianças oriundas de localidades com maiores índices de desenvolvimento. “Crianças que moram em cidades com maior desenvolvimento morrem quase 75% menos do que crianças que moram em cidades menos desenvolvidas. Todos esses fatores étnicos, socioeconômicos e sociodemográficos, de regionalidade, interferem muito na mortalidade infantil em covid-19.”

Após a análise dos dados, Sousa defende que o status de pandemia deveria ser atualizado para sindemia, porque não é só a covid-19 a responsável pela mortalidade. Uma sindemia é o sinergismo de fatores que levam ao adoecimento, como a interação de doenças crônicas, a covid-19 e as características étnicas e socioeconômicas. 

O médico informa que cada uma das condições podem ter desfechos graves, mas que, quando somadas, potencializam o risco de mortalidade: “Existe um sinergismo entre a covid-19 e a presença de doenças crônicas. A covid-19 sozinha já eleva a mortalidade. As doenças crônicas também levam à mortalidade. Juntas se potencializam e levam a desfechos negativos piores do que se fossem condições separadas.

 Nosso estudo mostra isso claramente. As crianças que têm doenças crônicas têm uma mortalidade pior por covid-19”. E quando as condições são adicionadas à desigualdade socioeconômica há incremento do potencial de mortalidade em crianças: “Essas duas condições se agrupam e se potencializam em crianças ou em contextos de desigualdade socioeconômica. Esses fatores socioeconômicos têm que ser levados em conta nas estratégias de enfrentamento da doença”.

O pesquisador ainda frisa que, com o agravamento da pandemia em 2021 e o colapso do Sistema Único de Saúde, a população pobre é mais impactada do que a população mais rica: “Essa criança em contexto socioeconômico desfavorável tem menos acesso a hospital, a internação e tratamento. Os desfechos são invariavelmente piores. Com o prolongamento da pandemia e o agravamento das consequências econômicas, aumentam-se as desigualdades socioeconômicas no País, o que amplifica esses efeitos da pandemia com desfechos negativos”. (Fonte: Jornal da USP)

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FERNANDO FERREIRA E O FILHO DANIEL FERNANDES JUNTOS NA LIVE NO SÁBADO (01) DE MAIO


O cantor, compositor, educador e poeta Fernando Ferreira e Daniel Fernandes promovem a live Cantoria de Quintal, no sábado 01 de Maio, às 19hs. A transmissão sera no facebook Fernando Ferreira e vai contar com a participação do cantor e compositor Demis Santana. 

Detalhe: Daniel Fernandes tem 8 anos. É filho de Fernando. Chama atenção a veia musical voltada para a cultura brasileira. Na live Daniel Fernandes vai interpretar músicas de Alceu Valença, Geraldo Azevedo, Flávio Leandro e Targino Gondim.

Fernando Ferreira ano passado foi destaque em reportagem no G1 Campinas São Paulo, Programa Terra da Gente. Qual é o canto da liberdade? Na semana do retorno das ararinhas-azuis para “casa”, fruto da transferência de 50 indivíduos trazidos da Alemanha para o nordeste brasileiro, os sertanejos mostram como é possível conscientizar com arte.

Músicas, criadas desde a extinção da ave na natureza, se tornaram hinos das comunidades de Curaçá, cidade do sertão da Bahia, uma das áreas onde a ararinha vivia. Como forma de clamar pelo retorno das aves, as canções foram passadas de geração em geração, e transformaram jovens em ambientalistas e praticantes da conservação.

A iniciativa tem as mãos de Fernando Ferreira, orientador de produção cultural e organizador de oficinas voluntárias para a comunidade. Ele, que não é nasceu no município, veio de Barbalha (Ceará), mas fez da cidade baiana sua morada, há mais de  25 anos.

Enquanto Fernando ali se fixava ao final dos anos 90, observava que as raras ararinhas-azuis estavam cada vez mais “sumidas”. Elas, que eram as donas do ambiente. “Eu descobri e fui me interessando pela luta e pela ação dos pesquisadores com relação à ararinha-azul e fui fazendo muitos trabalhos voluntários”, comenta.

Como Curaçá é uma cidade muito rica culturalmente, em 2000 (o mesmo ano em que a espécie foi dada como extinta na natureza) foi implantado um projeto que Fernando ajudou a idealizar. Com teatro, música, dança e educação ambiental, a proposta era cativar os jovens da comunidade para as artes e para o conhecimento da natureza.

"Decidi criar a música ‘Brincadeira de Araras’. Ela tornou-se um hino que alimentava a esperança do retorno das ararinhas”, relembra. Em um vídeo recente e emocionante, crianças de Curaçá ensaiam a canção para apresentá-la no momento da chegada das ararinhas, estrofes que nunca pareceram fazer tanto sentido.

“Volta ararinha-azul. Onde foste tu? Onde foi voar? Te espero a cada manhã. Sou maracanã, estou a te esperar”. Música "Brincadeira de Araras" clama pelo retorno das ararinhas-azuis.

O orientador cultural explica que as ararinhas-azuis têm uma relação muito forte com as maracanãs-verdadeiras (espécie quase ameaçada). Nos anos 90, quando expedições encontraram uma única ararinha-azul na natureza, ela se relacionava com essas parentes, o que até alimentava as esperanças de reprodução de um híbrido. O fato não ocorreu, mas Fernando idealizou na música o momento em que as maracanãs clamavam pelo retorno das “amigas de voo”.

As produções culturais não pararam por aí. “Em 2016, ouvimos histórias de pessoas que haviam visto um vulto da ararinha na Caatinga. Alguns não acreditavam, mas eu acredito que a natureza dava o seu recado. Então, conversando com amigos, decidimos escrever a canção ‘Esperança Azul’”, conta o artista.

“O meu desejo é te ver voando. O meu desejo é te ver voltar. Minha esperança é de ver voando da Serra da Borracha (BA) até a Serra do Juá (CE)”

“Eu vejo a arte como um veículo de transformação e o meu trabalho com ela uma missão. Eu acredito em Deus e a principal obra Dele é a natureza, por consequência, eu acredito nela e sou um defensor”, finaliza Fernando Ferreira.

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PESQUISA INVESTIGA O USO DA PALMA NA ALIMENTAÇÃO HUMANA

Quem trabalha com criação de rebanhos já conhece muito bem os usos da palma forrageira para alimentação animal. Fonte de energia e rica em água, a planta adapta-se facilmente ao clima semiárido e tem baixo custo de produção. Mas o que pouca gente sabe é que a palma também pode ser utilizada na alimentação humana. É justamente sobre esse tema que a tecnóloga em alimentos Elizângela Carlos da Silva desenvolve sua pesquisa de mestrado.

Segundo ela, há estudos que comprovam que a planta ajuda a combater doenças como cegueira noturna em recém-nascidos e até a fome ou a desnutrição. "A palma tem um grande potencial nutricional, é rica em vitamina A, vitamina C, complexo B, é fibrosa e tem vários tipos de aminoácidos essenciais para o desenvolvimento humano, entre outros nutrientes", explica a pesquisadora.

Em países como Índia e México e até em outras cidades do Ceará, a palma já é matéria-prima para sucos, geleias e doces, entre outros produtos. Mas a pesquisadora, que trabalha no campus de Crato do IFCE, explica que, apesar de versátil, a palma é pouco aproveitada por falta de conhecimento ou até preconceito, já que o uso mais conhecido é a alimentação animal.

Por isso, um dos objetivos da pesquisa é apresentar as possibilidades da planta para os produtores rurais: "A palma é uma realidade na vida dos nossos estudantes [que convivem no meio rural]. A pretensão é que eles observassem o que tem na sua produção familiar e fizessem o aproveitamento, porque a palma, além de alimentar o animal e ter a questão da alimentação humana, colabora com a convivência com o semiárido".

Embora Elizângela também produza geleias, sucos e outras receitas e trabalhe com elas em sala de aula, a pesquisa trata especificamente da farinha de palma, que pode ser usada, por exemplo, para fazer sequilhos. A ideia é avaliar a concentração de nutrientes da farinha – com o processo de desidratação necessário para a fabricação, eles podem ser reduzidos – e a aceitação dos estudantes do campus ao biscoito. No futuro, é possível que ele passe a fazer parte do cardápio do refeitório da instituição.

Entre as possibilidades da palma forrageira, há também o viés econômico, como explica Elizângela: "É uma cultura de fácil cultivo e beneficiamento simples. O produtor pode melhorar sua renda, desenvolver produtos para venda. É uma versatilidade muito grande que precisamos aproveitar, principalmente para essa cultura, que é muito importante para a região semiárida".

A palma serve de alimento para bois, cabras e ovelhas, além de ajudar na hidratação dos animais, já que é constituída por até 90% de água. Ela se adapta a longos períodos de estiagem e exige poucos recursos hídricos para o plantio. De acordo com Ariane Castricini, pesquisadora em pós-colheita da EPAMIG, a planta utilizada para a alimentação humana é a mesma que se cultiva para o uso animal. Os preparos culinários podem ser feitos à base do caule (cladódio) e do fruto. 

“A diferença consiste no fato de que para o preparo de pratos na culinária utilizam-se os cladódios novos, ou jovens. Para o gado tanto faz se é jovem ou maduro, mais velho”, explica. Cladódios são os caules adaptados, e que realizam fotossíntese, da planta que é adaptada à regiões de clima seco e quente. 

“No México, país de origem da Palma, o consumo na alimentação humana já é cultural e lá esses cladódios jovens são chamados de nopalitos. No Norte de Minas já é comum o picadinho de palma com carne, e aqui ela é chamada popularmente de verdura. Já o fruto da palma, é conhecido popularmente como ‘Figo da Índia’”, conta ela sobre as várias curiosidades da planta.

Rica em minerais como cálcio, magnésio, ferro e vitaminas como B1, B2 e vitamina A, entre outros, a palma tem sabor característico, mas leve, o que faz com que ela se adeque a pratos diversos, funcionando bem como uma complementação dessas composições. Para uso em preparações culinárias o cladódio deve apresentar características como tamanho da palma da mão de uma pessoa adulta, cor verde brilhante e estar facilmente quebrável quando dobrada. Ariane indica ainda que o preparo da palma pode ser fácil lembrando somente de cuidados básicos como a limpeza do cladódio que será consumido e a extração dos espinhos. O mesmo se aplica quando utiliza-se do fruto da palma, seja in natura ou processado.

Com a intensificação do cultivo de Palma Forrageira no Semiárido Mineiro, incentivada pela EPAMIG, Emater-MG, Secretaria de Agricultura de Minas, entre outros parceiros, as possibilidades de uso também vêm sendo passadas para produtores da região. 

A EPAMIG é uma Empresa vinculada à Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais.

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LEI SANCIONADA: ANIVERSÁRIO DE SIVUCA SE TORNA DIA NACIONAL DO SANFONEIRO

O Diário Oficial da União publica, nesta terça-feira (20), a Lei nº 14.140, de 19 de abril de 2021, que institui o Dia Nacional do Sanfoneiro, a ser comemorado anualmente, em todo o território nacional, na data de nascimento do músico Severino Dias de Oliveira, conhecido como Sivuca, em 26 de maio. Ele morreu aos 76 anos, no dia 14 de dezembro de 2006.

Severino Dias de Oliveira nasceu em Itabaiana, na Paraíba, e levou a cultura nordestina para o mundo. Como compositor, arranjador, instrumentista, o mestre da sanfona participou de mais de 200 discos de gêneros musicais diferentes como bossa nova, forró, choro, baião, maracatu, frevo, entre outros.

A socióloga Flávia Barreto, filha de Sivuca, escreveu um livro biográfico do pai, Magnífico Sivuca: maestro da sanfona, no qual detalha a infância, a carreira do músico no Brasil e no exterior, as parcerias musicai

“Sivuca é música, sempre foi música, em casa, fora de casa. Sivuca estava sempre tocando, ouvindo. Ele sempre foi música, desde criança", disse Flavia em entrevista para a Rádio Nacional de Brasília.

HISTÓRIA: Ano passado, na Paraíba, seria todo de homenagens a Sivuca, músico que se destacou nacionalmente como maestro, instrumentalista, cantor e compositor. Isso porque, por meio de decreto foi instituído o “Ano Cultural Mestre Sivuca”.

Em 2020, Sivuca completaria 90 anos de nascimento. Nome de batismo: Severino Dias de Oliveira. Considerado um músico completo que chamava a atenção de todos, ouvintes e colegas de ofício, por onde passara. Dentro e fora do Brasil. Desde que, aos 15 anos, saíra da sua pequena Itabaiana para tentar a sorte no Recife.

Entre as ações programadas na Paraíba, estava a formação de parcerias entre a UFPB e o Governo do Estado, entre elas o da construção do Memorial Mestre Sivuca. A compositora e viúva de Sivuca, Glória Gadelha, ressaltou que a parceria entre o Governo do Estado e a Universidade Federal da Paraíba para a construção do Memorial Mestre Sivuca deixa a família do músico paraibano, de renome internacional, mais perto do sonho alimentado há décadas. 

“Há 45 anos eu venho formando esse acervo, arquivos que fui juntando. E graças a Deus temos essa luz no túnel, que é a parceria da participação do Estado com a Universidade Federal da Paraíba na concretização desse sonho. É uma alegria imensa”, afirmou.

Quando estiver concluído, o Museu Memorial Mestre Sivuca vai abrigar um acervo de um valor inestimável, garante Glória Gadelha: “São peças maravilhosas, partituras, troféus, placas, medalhas, títulos, instrumentos, 42 anos de jornais, shows pelo mundo”, enumerou, lembrando que existem composições inéditas e momentos do artista que só os parentes conhecem até então.

Nascido no município paraibano de Itabaiana no dia 26 de maio de 1930, o Mestre Sivuca, foi um dos maiores talentos da música brasileira, sendo reconhecido internacionalmente por um vasto trabalho, que inclui frevo, choro e forró, entre outros ritmos.

Sivuca começou a tocar sanfona aos nove anos de idade em feiras e em festas populares. Ao lado da compositora Glória Gadelha, com quem foi casado, compôs “Feira de Mangaio”, um dos sucessos mais conhecidos. Outras parcerias bem-sucedidas incluem Chico Buarque (“João e Maria”) e Paulo Tapajós (“No tempo dos quintais” e “Cabelo de milho”).

A música Feira de Mangaio é provavelmente uma de suas músicas mais conhecidas. “Fumo de rolo arreio de cangalha/Eu tenho pra vender, quem quer comprar(…)/Tinha uma vendinha no canto da rua/ Onde o mangaieiro ia se animar/Tomar uma bicada com lambu assado/E olhar pra Maria do Joá/Porque tem um Sanfoneiro no canto da rua/Fazendo floreio pra gente dançar/Tem Zefa de Purcina fazendo renda/E o ronco do fole sem parar…” 

Não há um sanfoneiro que não saiba tocar e cantar esta canção. É um baião, forró, que virou um clássico na voz de Clara Nunes e um de seus grandes sucessos. Inicialmente foi gravada pelo próprio Sivuca e sua parceira musical e de vida, Glorinha Gadelha.

Feira de Mangaio foi composta em Nova Iorque, em uma lanchonete, num dia de inverno rigoroso. Morando há anos nos EUA a saudade da Paraíba, das feiras do interior e as lembranças foram transformados em versos que até hoje faz todos dançarem.

Em 14 de dezembro de 2006, após lutar contra o câncer de laringe, Sivuca morreu, deixando um grande legado para a cultura brasileira.

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AO ESPÍRITO SILENTE DAS MATAS

E quando não mais existirem os pássaros

Contritos, louvaremos ao espírito silente das matas

Para que nos liberem os gorjeios retidos em suas folhas mortas

E quando não mais existirem asas e voos

Inventaremos, com pétalas de seda, nossos ímpetos

E tomaremos dos arco-íris as cores que tingirão nossas plumas

Seremos arapongas e curiós reinventados

Reacendidos de dentro de texturas e sons sufocados

E, sem levarmos em conta a frieza nem a sangria dos enganos

Cantaremos; ainda que seja silente o canto

Toaremos, insurretos cantadores rebelados

Ainda implumes, nossos trinos por serem revelados

Serão gorjeios preservados; e, à revelia impiedosa dos tiranos

Tecerão, à nova era, seu imaculado manto

.VIRGÍLIO SIQUEIRA-Músico, Poeta e Escritor

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MÚSICA ASA BRANCA É UMA DAS MAIS REGRAVADAS NO BRASIL, DIZ ECAD

 

Novo levantamento efetuado pelo Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad) revela mudança na liderança do ranking das músicas brasileiras mais regravadas no país. A canção Carinhoso, de Pixinguinha e Braguinha, superou Aquarela do Brasil, de Ary Barroso.

De acordo com a pesquisa, Carinhoso tem, no momento, 411 gravações cadastradas no banco de dados do Ecad, considerado um dos maiores da América Latina, e é a música mais escolhida por intérpretes de todo o país. Aquarela do Brasil tem 409 e ocupa a segunda posição no ranking. Em setembro de 2020, as duas músicas lideravam a lista das mais gravadas, com 404 gravações cada.

Na lista das cinco primeiras colocadas aparecem também Garota de Ipanema, de Tom Jobim e Vinicius de Moraes (402 gravações), Asa branca, de Humberto Teixeira e Gonzagão (316 gravações), e Manhã de carnaval, de Luiz Bonfá e Antônio Maria (290 gravações).

Entre as 15 primeiras músicas do ranking, oito são de autoria do compositor Tom Jobim: além de Garota de Ipanema, aparecem Eu sei que vou te amar, Corcovado, Wave, Chega de Saudade Desafinado, Insensatez e A felicidade.

Ranking das 15 músicas brasileiras mais gravadas no país:

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