PAULO WANDERLEY E AS ANDANÇAS COM DOMINGUINHOS

Um sinal da intensidade do encontro entre o paraibano Paulo Vanderley e o pernambucano José Domingos de Moraes, o “Dominguinhos”, se deu pela cumplicidade. Fã do sanfoneiro desde criança, Paulo se aproximou muito do artista 12 anos antes deste falecer - em 23 de julho de 2013. Nesta sexta (12), Dominguinhos, natural de Garanhuns (PE), completaria 80 anos de idade.  

A admiração se desdobrou em amizade, ao ponto de “Seu Domingos”, como Paulo chama o ídolo carinhosamente, confiar ao pesquisador sua própria reputação. “Muitas vezes ele ia dar uma entrevista e não sabia de algo, e dizia: ‘olha, pergunta pro Paulinho, que ele sabe da minha vida’”, lembra o paraibano, que hoje mora em Fortaleza.  

Também bancário, Paulo (41), desde muito cedo admirava a cultura nordestina e chegou a filmar – aos 10 anos de idade - o sepultamento de Luiz Gonzaga, em Exu (PE). Radicado no interior pernambucano com a família, foi lá, inclusive, que o pesquisador teve o primeiro contato com “Seu Domingos”.   

“Foi na inauguração do Museu do Luiz Gonzaga em Exu, dia 13 de dezembro de 1989. Quem estava inaugurando esse museu era Gonzaguinha, com Seu Domingos, e eu era um meninozim que ficava olhando pra cara de um, e do outro. Meu pai trabalhou muito nesse projeto e filmou isso”, conta.  

De uma simplicidade notória, Dominguinhos, segundo a memória do pesquisador, não cedia às convenções sociais. “Tinha a sensação de que ele estava sempre sentado na mesa da cozinha da casa dele, de tão simples que ele era. Ele poderia estar no ‘melhor hotel’, no ‘melhor restaurante’, conversando com qualquer pessoa, mas realmente era muito simples”, confirma Paulo.  

O pesquisador foi um dos consultores da Globo Nordeste para a produção do especial em homenagem aos 70 anos de Dominguinhos. Entre 2008 e 2009, Paulo prestava o serviço à emissora para “assuntos da cultura nordestina” e acompanhou, de perto, várias filmagens para o programa.  

"Era revisor do roteiro, ajudei a montar a estrutura, indicar os convidados. E viajamos com ele para várias cidades do Nordeste: Natal, João Pessoa, Recife, Fortaleza. E foi muito especial. Eu já era amigo do Waldonys, do Fausto Nilo. Então, foi muito lindo o encontro que nós fizemos na casa do Fausto. Dois ídolos meus de infância conversando sobre música, cultura nordestina, a parceria deles. Incrível”, lembra Paulo Vanderley. 

Fiel ao legado do sanfoneiro, Paulo não aponta uma fase ou um disco em particular, para sinalizar os destaques da obra de Dominguinhos. Para o pesquisador, o artista transitou bem por diversos gêneros da música popular brasileira, seja como músico, cantor, compositor. 

Lembra do sanfoneiro com Leny Andrade, da bossa nova; como parceiro de Gilberto Gil na reverência a Gonzaga e consolidação da música nordestina; além das parcerias com nomes como Gal Costa, Djavan, Chico Buarque, o cearense Fausto Nilo e até com Rita Lee.    

“Foi tanta gente da MPB. Ele sempre manteve a sua essência, que aprendeu com Luiz Gonzaga. Já pude presenciar, registrando com a câmera, ele fazendo algumas músicas e me pedia pra repassar pra alguns parceiros (como no vídeo abaixo, para o poeta cearense Xico Bezerra). O Fausto Nilo tem um acervo maravilhoso de músicas inéditas com Seu Domingos”, conta Paulo.   

O pesquisador chama atenção para a última vez que Dominguinhos pegou na sanfona. Sete meses antes da partida, o sanfoneiro fez seu último show em Exu (PE), o “chão sagrado” do forró, terra de Luiz Gonzaga. Era 13 de dezembro de 2012. No mesmo dia, Paulo recebeu o título de cidadão exuense e Dominguinhos se apresentou duas vezes - em homenagem a Gonzaga.

Paulo Vanderley lembra bem da viagem de retorno, de Exu para o Recife, quando “Seu Domingos” já dava sinais de debilidade e foi internado um dia depois de chegar à capital pernambucana. 

“Voltamos pro Recife no carro que comprei dele (uma Land Rover). Até hoje é o veículo que ando no meu dia a dia. E no outro dia, ele se internou. Essa viagem foi inesquecível. No caminho ligamos para (o humorista) João Cláudio Moreno, para o Fausto Nilo. Foi quase uma viagem de despedida”, recorda. 

“Talvez eu seja uma das últimas pessoas que o tenha visto, antes de ele ser sedado, entubado no dia 19 de dezembro (de 2012). Estive com ele pela manhã, entrei na UTI, e me emociono falando disso”, reflete.  (Diário do Nordeste- Felipe Gurgel)


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MÚSICO SERGIPANO LUCAS CAMPELO REALIZA PROJETO EM HOMENAGEM A DOMINGUINHOS. TARGINO GONDIM PARTICIPA DE EVENTO

O músico sergipano Lucas Campelo realiza, a partir desta sexta-feira (12), o espetáculo anual 'Dominguinhos Através', com quatro dias de homenagem ao artista.

O evento, que conta com a participação de mais de 40 artistas, será realizado em formato de web série, com participações de vários artistas a exemplo de Flávio José, Rebecca Melo, Gennaro, Targino Gondim, Lygia Carvalho, Correia dos 8 baixos, Sérgio Teles, Gel Barbosa, Luizinho Calixto, entre outros.

Natural de Aracaju (Sergipe), Lucas Campelo é graduado no curso de Licenciatura em Música e mestre em Educação musical pela Universidade Federal da Bahia com o projeto intitulado de “O Processo de Aprendizagem Musical de Dominguinhos na Prática Da Sanfona.”


Jovem, o músico trilha uma trajetória profissional de músico e sanfoneiro, Lucas participou de alguns grupos musicais como a Banda Forrodibuteco (2015), Xote Baião (SE) 2015 e Orquestra Sanfônica de Aracaju (SE) 2015/2016. Participou da gravação do DVD da Casaca de couro (2016), Bob Lelis e o Forró gozado (SE) 2016, Joseane de Josa (SE) 2016, Thiago Ruas (SE) 2016,  Crav&Roza (2016). 

Foram dois anos de pesquisa sobre o processo de aprendizagem de Dominguinhos. Nesse período, Lucas revela ter percorrido a trajetória de autodidatismo deste, que é um dos grandes ícones da cultura nordestina, herdeiro e continuador do legado de Luiz Gonzaga. “Para entender melhor todos os processos que envolveram esse percurso marcante, entrevistei Anastácia, o filho de Dominguinhos, além de sanfoneiros e músicos que conviveram com ele, inspirado pelo documentário ‘O Milagre de Santa Luzia’”, revela Lucas.

O público pode conferir as apresentações no canal de Lucas Campelo na internet.

Confira a programação:

Sexta-feira 12/02 Izabel Nascimento(SE), Yamandu Costa(RS), Correia dos 8 baixos(SE), Bob lelis(SE), Laura cândido(SE), Florisvaldo Rocha(SE), Erick Sá(SE), Paulo Vanderley (PE), As moendas(SE), Marquinhos Sivuca(PE), Gel Barbosa(PB), Rebecca Melo(SE), Mestrinho(SE), Virginia Fontes(SE), Leo Rugero(RJ), Henrique Teles (SE), Mestre Gennaro (AL)

Sábado 13/02: Pavio do Forró (SE) Nino Karvan (SE), Pacha Nordestina (SE), Luiza Lu(SE), Banda Donali(SE), Carol Schmidt(SE), Elias Santos(SE), Maria Cristina (SE), Francine Maria (CE), Fred Andrade (PE), Jorge Henrique(SE), Sergio Maestro(PB), Glória Costa(SE), Flávio José (PB), Chambinho do Acordeon (SP).

Domingo14/02 Maestro Amilson Godoy(SP), Zé Leal(RJ), Saulo Ferreira(SE), Zé Gomes(PB), Bruna Ribeiro(SE), Maestro Marcos Farias (PB), Heraldo do Monte(PE), Denisson Cléber(SE), Kydelmir Dantas(PB), Ariane Santos(SE), Maestro Evanilson Vieira(SE)

Segunda 15/02, Richard Galliano (França), Karol Maciel(PE), Adelson Viana (CE), Del Feliz (BA), Nanda Guedes (CE), Luis Felipe Gama (SP), Lygia Carvalho (SE), Waldonys (CE), Erick Souza(SE), Missinho do Acordeon (AL), Nonato Lima(CE), Carol Benigno(RN), Jorge Dissonância (SE), Luciano Maia (RS), Luizinho Calixto (PB), Fernando Crateús (CE), Targino Gondim (PE)

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RIO SÃO FRANCISCO PERDE FORÇA E JÁ NÃO DESPEJA NO MEIO DO MAR

A redução do volume do Rio São Francisco que decorre da decisão do governo federal de diminuir a água que é liberada pelos reservatórios das usinas hidrelétricas de Sobradinho e Xingó tem afetado a atividade econômica e a população que vive nas margens do rio São Francisco.

A redação do BLOG NEY VITAL, fez contato com moradores da região do Baixo São Francisco e a reclamação é geral. Setores como a agricultura, prejudicada pela menor disponibilidade de água para irrigação, a navegação e a pesca têm sofrido prejuízos devido à queda do nível do rio São Francisco.

Pessoas ligadas aos Movimentos Sociais acusam que o "governo tem como prioridade a produção de energia elétrica, mas a baixa vazão do rio São Francisco traz graves consequências para a população que depende das águas do Velho Chico". 

Desde o dia 08 de fevereiro, a Agência Nacional de Águas (ANA), em articulação com o Operador Nacional do Sistema Elétrico, autorizou a redução da vazão que sai dos reservatórios de Sobradinho e Xingó para 800 metros cúbicos por segundo.

"O setor elétrico mantém o domínio das águas do Rio São Francisco desenhado pelo ONS – Operador Nacional do Sistema, onde seu padrão de operações de barramentos, sem restrições, diretrizes ou regras socioambientais concretas, prossegue detonando o que ainda resta do ente chamado rio São Francisco", acusa reportagem InfoSãoFrancisco.

O Info São Francisco é uma plataforma de notícias e informações utilizando dados e cartografia interativa, para o registro de situações, eventos e quadros positivos e negativos nas transformações situadas no Baixo São Francisco. Carlos Eduardo Ribeiro Junior é o coordenador do Projeto.

O reservatório de Sobradinho, no norte baiano, atravessou uma das piores secas dos últimos 80 anos. No ano de 2017 o volume útil atingiu 1% e a previsão era que o reservatório chegasse ao “volume morto”. O nível da água foi o pior da história.

A estiagem prolongada fez o Rio São Francisco perder força na divisa de Alagoas e Sergipe. Na foz onde fica localizado o Farol do Cabeço, com pouca água e quase sem forças o rio perdeu a luta e o mar avançou sobre a água doce do Velho Chico. O fenômeno é conhecido como Cunha Salina, segundo pesquisadores da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), provoca transformação do ecossistema da região e prejudica a população ribeirinha.

O avanço da "cunha salina" ocorre a partir da redução da vazão do rio, normalmente em épocas de estiagem ou demais fenômenos meteorológicos. Com isso, o equilíbrio de forças entre o rio e o oceano é afetado, permitindo o avanço da maré e a presença de água salgada ao longo do rio São Francisco.

As consequências da degradação do rio São Francisco são sentidas com mais intensidade no Baixo São Francisco, que fica na divisa dos estados de Sergipe e Alagoas, onde o Velho Chico encontra as águas salgadas do Oceano Atlântico. E é justamente nesse encontro que cada vez mais o São Francisco vem levando desvantagem, pois, com a diminuição da vazão, o rio não tem mais tanta força para conter a entrada da água do mar, o que acarreta mudanças no ecossistema.

Em 2017, com menos água no leito, o rio acabou sendo "empurrado" pela mar. E até peixe do habitat do mar foi encontrado nas águas doce do rio São Francisco. O Rio São Francisco de tantas lendas e histórias, fonte de sobrevivência de milhares de famílias ribeirinhas, literalmente chegou a 'agonizar". Muitos apostaram em sua morte, pois o “Velho Chico” está desidratado, maltratado, precisando de investimentos urgentes para sua recuperação. 

A interpretação de Luiz Gonzaga na poesia de Zé Dantas, na música Riacho do Navio GANHA UMA NOVA REFLEXÃO, atual fala da saudade de um tempo de cheia no rio São Francisco. 

Ao contrário do que cantou o Rei do Baião: o Rio São Francisco não mais “vai bater no meio do mar”. O espetáculo das águas já não existe faz muito tempo. O capitalismo da CHESF matou o Velho Chico de tanto explorar, acusam os pescadores e moradores que resistem nas margens do Opará, na linguagem indígena, Rio que é mar.

"Riacho do Navio corre pro Pajeú, o rio Pajeú vai despejar no São Francisco, o rio São Francisco vai bater no 'mei' do mar, o rio São Francisco vai bater no 'mei' do mar", a canção, agora só ecoa na alma, coração e memória dos mais antigos, ficou na memória e faz lágrimas quando é ouvida em algum rádio ou no sacolejado de uma sanfona ou viola

Atualmente o trecho da Área de Preservação Ambiental (APA) da Foz do São Francisco, entre os municípios de Piaçabuçu (AL) e Brejo Grande (SE), que o fenômeno pode ser percebido com mais intensidade pelos quase 25 mil habitantes da região. 

Graduado em Gestão Ambiental com especialização em Recursos Hídricos, Saneamento e Residência Agrária em Tecnologias Sociais e Sustentáveis no Semiarido, membro do Comitê Hidrográfico da Bacia do São Francisco, Almacks Luiz Silva diz que o rio São Francisco "batia (desaguava) no meio do mar quando tinha a sua vazão média de 4 mil metros cúbicos por segundo, antes da chegada das barragens."

Graduada em Ciências Biológicas, Maria Regina Oliveira Silva, mestre em Ecologia Humana e Gestão Socioambiental, avalia que o Rio São Francisco é muito agredido da nascente até a foz onde desagua no oceano Atlântico. "São diversos usos e muitos inadequados, o assoreamento é constante, o impacto ambiental é enorme. É preciso um trabalho ambiental constante", diz Regina Oliveira. 

A construção de barragens provocou  alterações significativas na dinâmica natural de rios, de estuários, da zona costeira e, consequentemente, o recuo das margens.

Entre 2008 e 2012 uma equipe de pesquisadores liderada pelo professor José Alves Siqueira, da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), em Petrolina, Pernambuco, promoveu 212 expedições ao longo e no entorno do São Francisco. O estudo foi reunido no livro “Flora das caatingas do Rio São Francisco: história natural e conservação” (Andrea Jakobsson Estúdio).  O trabalho é considerado o mais profundo estudo sobre a Caatinga, único bioma exclusivo do Brasil. O título do primeiro capítulo é emblemático: ” A extinção inexorável do rio São Francisco.

Segundo o autor do livro, os problemas são inúmeros mas, talvez, os mais graves sejam as grandes barragens para a produção de energia, há cinco delas (em Três Marias, Sobradinho, Itaparica, Paulo Afonso e Xingó) que geram 15% da energia produzida no país.

Além destes, pode-se destacar como importantes outros problemas, entre eles a quantidade imensa de esgotos não tratados jogados no leito do Velho Chico ao longo de seus quase três mil quilômetros da nascente até a foz. As barragens impedem a piracema. Como os peixes não podem mais subir o rio para se reproduzirem, o declínio das espécies e cardumes é evidente.

O livro mostra que restou apenas 4% da vegetação original das margens do São Francisco. Sem mata ciliar a erosão toma conta das margens contribuindo para o assoreamento do leito.

O coordenador de geografia do IBGE, Claudio Stenner, explica que, ao longo de milhões de anos, o rio carrega sedimentos do continente e os deposita junto à foz, avançando em relação ao mar. Porém, com a construção de barragens, boa parte dos sedimentos não chega mais a esse ponto. Dessa forma, reduz-se a capacidade do rio de depositar sedimentos, o que acarreta a erosão da costa. O controle de cheias e vazões das hidrelétricas também interfere no depósito de sedimentos, pois muda a sazonalidade natural dos rios.

Stenner também explica que o processo estrutural de ocupação da bacia do São Francisco, tanto urbana quanto agropecuária, vem causando degradação e perda de vegetação natural em muitas áreas: “isso leva a uma redução na capacidade de recarga de todo o sistema: sem a vegetação, quando chove, a água escoa e não tem armazenamento, o que também causa um maior assoreamento do rio”.

Outro fator é a disputa pelo uso da água: o volume de água do rio é limitado, e a água do Velho Chico é fundamental para o abastecimento, para a irrigação, para a produção de energia.

“Esse gerenciamento nem sempre é isento de conflito porque, se eu aumento a produção de energia elétrica, reduzo a água para irrigação. Se eu seguro a água na barragem, reduzo a vazão na foz. Se reduzir a vazão da foz, o mar vai entrar mais”, exemplifica Stenner.

A secretaria de Meio Ambiente de Piaçabuçu, Alagoas foi procurada pela reportagem do BLOG NEY VITAL, mas até o momento não respondeu aos questionamentos referentes a defesa do Rio São Francisco na região.

O rio São Francisco nasce na Serra da Canastra (MG), e chega à sua foz, no Oceano Atlântico, entre Alagoas e Sergipe, percorrendo cerca de 2.800km, passando por Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe. O Velho Chico é o rio 100% nacional com maior extensão. 

A bacia possui 503 municípios e engloba parte do Semiárido, que corresponde a aproximadamente 58% desta região hidrográfica, que está dividida em quatro unidades: Alto, Médio, Submédio e Baixo São Francisco.


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CANTORA PETROLINENSE, FABIANA SANTIAGO LANÇA TRABALHO AUTORAL


A cantora petrolinense, Fabiana Santiago, comemora lançamento do seu primeiro trabalho autoral. O EP é composto por sete canções que serão lançadas em singles nas plataformas de streaming mais acessadas. Além da música autoral, Fabiana lança também seu primeiro clipe no youtube. O projeto de lançamento foi incentivado através da Lei de auxílio emergencial à cultura Aldir Blanc.

Fabiana Santiago trabalhou como backing vocal de Ednaldo Fonseca “O Juiz Sanfoneiro” e em seguida também como backing vocal de Targino Gondim. Em sua carreira se apresentou com Elba Ramalho, Dominguinhos, Gilberto Gil, Geraldo Azevedo, Nonô Germano, Sorriso Maroto, Vanessa da Mata, Ana Carolina, Roupa Nova e André Rio, e participa frequentemente de grandes eventos, como sua apresentação no maior bloco de carnaval do mundo em 2020, o Galo da Madrugada.

Os lançamentos dos seus singles acontecem entre o início e o meio de cada mês, começando pela música Deixa que será lançada no próximo dia 12 de fevereiro. Em seguida será a vez de Palavra de Mulher. Cada lançamento conta com forte campanha digital patrocinada, publicações impressas e até outdoors pela cidade de Petrolina.

Licenciada pela IFPE e exclusivamente dedicada à música, Fabiana depois de anos amadurecendo sua arte de interpretar dá vida à emoção, usa sua experiência e conhecimento, e conta com muita produção nas suas primeiras canções autorais.


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DOMINGUINHOS COMPLETARIA 80 ANOS DE NASCIMENTO NESTA SEXTA-FEIRA (12)

Se estivesse vivo, Dominguinhos completaria 80 anos nesta sexta-feira 12.

Ícone do forró e da cultura brasileira, o cantor, compositor e sanfoneiro Dominguinhos foi nomeado herdeiro artístico de Luiz Gonzaga pelo próprio rei do baião. E, apesar de ter feito jus ao legado, Dominguinhos foi além, transitando por vertentes como bossa-nova, choro, bolero e jazz.

“José Domingos de Morais, o Dominguinhos, filho de Francisco Domingos e Dona Maria de Farias, nasceu no dia 12 de fevereiro de 1941,  lá pras bandas das terras de Garanhuns, cidade serrana, no estado de Pernambuco. Seu pai, conhecido também como mestre Chicão, foi um famoso tocador e afinador de fole de oito baixos, nascendo daí uma infância ligada a um mundo musical, com certeza, um mundo de simplicidade, reflexo da região rústica e da ingenuidade das pessoas que compunham aquela realidade social.” 

O radialista e escritor José Lira, 80 anos aponta que Dominguinhos "foi em vida e continua encantando as mais variadas plateias, indo dos exigentes e aficcionados dos festivais de jazz aos dançadores de forrós pé-de-serra e que foi uma criança nordestina que trabalhou o solo agreste, ‘puxando cobra pros pés’, num dizer bem nosso, e cedo, junto com os irmãos, tocou nas portas dos hoteis, nas praças ou em festinhas populares, ao som da sanfona, do pandeiro e do melê” 

José Domingos de Moraes, filho de Francisco Domingos(Chicão dos 8 baixos) e Maria de Farias, o Dominguinhos, nasceu no dia 12 de fevereiro de 1941, lá prás bandas das terras de Garanhuns, cidade serrana, Estado de Pernambuco, portanto, foram mais de sete décadas vividas. Dominguinhos faleceu no inicio da noite de 23 de julho de 2013.

Seu pai também conhecido como Mestre Chicão, foi um famoso tocador e afinador de sanfona de 8 Baixos, nascendo daí uma infância ligada ao mundo musical com certeza, um mundo de simplicidade, reflexo da região rústica e da simplicidade que compunha aquela realidade social.

A vida de Dominguinhos veio sofrer mudanças de rumo quando aos 9 anos conhece Luiz Gonzaga. Aos 13 vai para a cidade do Rio de Janeiro (na época Capital Política do País) e recebe do Rei do Baião uma sanfona de presente. A partir daí as coisas foram acontecendo num ritmo surpreendente, quer na vida particular, quer na vida musical, pois o próprio artista confessou que não tinha grandes projetos para o futuro, tocante ao saber artístico.

Luiz Gonzaga sempre lembrou a Dominguinhos certo compromisso com nossas raízes. Seu Luiz conhecia de perto a potencialidade do afilhado e por isso temia que o filho do mestre Chicão enveredasse por outro caminho diferente da semente plantada lá pelos anos quarenta.

Explica-se: o grande centro urbano dera condições ao menino Dominguinhos de vivenciar uma situação musical onde despontavam nomes famosos que participaram da Época Ouro do Rádio Brasileiro. E ainda jovem, 18 anos, já estava o nosso sanfoneiro aos microfones celebres das Rádio Nacional, Mayrink Veiga e Tupi do Rio de Janeiro.

A virtuosidade ostentada por Dominguinhos é certo que ocorreu por duas vertentes: primeiro pelo talento que latejava dentro de si e veio explodir no momento certo; segundo, pela experiência de viver ao lado de grandes instrumentistas como Orlando Silveira, Chiquinho do Acordeon e outros nomes da música popular brasileira.

Então Pedro Sertanejo, pai de Osvaldinho, prestigiou esse talento, abrindo as portas de sua gravadora para o primeiro disco, em 1964.

Quem teve a felicidade de conhecer de perto o trabalho de Dominguinhos, como também a grande figura humana que ele é (foi), descobrirá logo de início seu traço característico: A humildade. Humildade que o leva a passar um bom espaço de tempo sentado num desprestigiado tamborete, em cima de um caminhão, dedilhando a sanfona para si, à espera de que o som seja consertado para uma apresentação numa periferia ou humildemente na postura do gesto, envergando um "Smoking"para receber mais um Prêmio Sharp, considerado o Oscar, no palco do Teatro Copacabana, no Rio.

O escritor Braulio Tavares diz que Dominguinhos tinha "o poder multiplicador do gênio". "Um grande artista não cria consumidores, cria discípulos e futuros mestres. Dominguinhos foi discípulo de Luiz Gonzaga e inovou a arte do mestre. Essa é a diferença entre o artista que cria e o que se apropria".

Eis o perfil desse artista nordestino, de falava cadenciada como uma toada romântica e de olhar triste; de mansidão que conquista no primeiro aperto de mão e de voz quente quando canta e toca um forró bem balançado.

Em 2002, o músico foi o vencedor do Grammy Latino, com o CD Chegando de Mansinho. Cinco anos depois, voltou a gravar e recebeu o Prêmio TIM (2007) como melhor Cantor Regional, com o disco Conterrâneos 2006. No ano seguinte, concorreu ao 8º Grammy Latino, com o mesmo álbum, na categoria Melhor Disco Regional. Lançou também um álbum, em dueto com o virtuose do violão Yamandu Costa. Em 2008, foi o grande homenageado do Prêmio Tim de Música Brasileira. Em 2010, venceu o Prêmio Shell de Música e, em 2012, um ano antes de sua morte, conquistou o Grammy Latino de Melhor Álbum Brasileiro de Raiz, com o CD e DVD Iluminado.

Em 2012 Dominguinhos foi homenageado em Petrolina, recebeu o Troféu Asa Branca. Dominguinhos lembrou episódios de sua carreira e definiu: " agora é que fico mais emocionado quando escuto os baiões. Tudo é mais bonito"...

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LIVE GONZAGUEAR, 100 ANOS DE ZÉ DANTAS, TEVE PARTICIPAÇÃO DE DOUTOR DANTAS NETO E JOSÉ TOBIAS

Neste ano de 2021, o Brasil comemora os 100 anos de nascimento, do compositor e médico, um dos mais talentosos nomes da cultura brasileira e internacional, José de Souza Dantas Filho, o poeta Zé Dantas. 

Nesta quarta-feira (10), o filho de Zé Dantas, José de Souza Dantas Neto, atualmente respeitado profissional da medicina, o doutor Dantas Neto, coronel médico aposentado do Exército Brasileiro, mestre pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, ex-chefe de clínica e da residência médica do Hospital do Exército por mais de 10 anos, participou da live Gonzaguear, apresentada pelo pesquisador Rafael Lima, através do canal Instagram.

Com uma simplicidade e conhecimento da vida e obra do pai, Zé Dantas e da amizade por Luiz Gonzaga, o doutor Dantas Neto apresentou várias histórias. Emocionou a todos que assistiam a Live.

Doutor Neto Dantas "deu um presente que surpreendeu". Ele apresentou o cantor José Tobias, o primeiro a gravar (antes de Luiz Gonzaga), a música Acauã. José Tobias iniciou a carreira artística no Recife onde nasceu, em 6 de março de 1928. Na live José Tobias declarou o amor e carinho que tinha por Zé Dantas. "Era um mais que irmão".

José Tobias trabalhou na Rádio Jornal do Comércio na capital pernambucana, Recife. Pouco depois transferiu-se para o Rio de Janeiro, sendo levado para a Rádio Tupi por João Calmon. Da Tupi do Rio de Janeiro foi para a Rádio Record de São Paulo e passou a realizar dois programas semanais nas duas emissoras. Ao produzir um dos melhores álbuns de sua carreira, “Rapsódia Brasileira”, acompanhado por Radamés Gnattali, Camerata Carioca e Octeto Brasilis, Hermínio Bello de Carvalho escalou José Tobias e o definiu como “um cantor de mil cantorias”.

José Tobias teve a voz elogiada pela cantora Elis Regina. 

José Tobias é um nome quase esquecido no cenário musical brasileiro. Pouco se ouve falar deste magnífico cantor, dono de uma voz única, grave. Pelas suas evidentes qualidades vocais encantou milhares de ouvintes, não demorando muito para ser apresentado também no Rio de Janeiro e São Paulo, onde seguiu carreira em diversas rádios. Gravou também alguns Lps nos anos 50. Muitas dessas músicas, gravadas em discos de 78rpm, foram novamente regravadas. 

Em 1952, portanto há 69 anos, José Tobias fez sua estreia em disco no selo Star com os baiões “Acauã”, de Zé Dantas e Luiz Gonzaga e “Chora baixinho”, de Zé Dantas. Em 1953 gravou o samba canção “De tanto acreditar”, de Hervê Cordovil e Renê Cordovil e o baião “Baião do pescador”, de Luiz Gonzaga e Hervê Cordovil. No ano seguinte gravou do pernambucano Capiba os sambas “Igarassu, cidade do passado” e “Recife, cidade lendária”, de Luiz Gonzaga e Ghiaroni o samba “Criança má” e de Elpídeo dos Santos a rancheira “Você vai gostar”. Em 1955 gravou de Dorival Caymmi a canção “Saudade de Itapoã”.

Em 1959 gravou o maracatu “Eh! Ua! Calunga”, de Capiba e o coco “Lua…lua…”, de Teófilo de Barros e Sebastião Lopes. No ano seguinte gravou  as toadas “Se eu soubesse”, do ex cangaceiro Volta Seca e “Vai jangada”, de Geraldo Serafim e Newton Castro. 

Em 1961 gravou do maestro Guerra Peixe o samba “Se você voltasse”. Gravou ainda pelo pequeno selo Athena. Por essa época lançou o LP “Poema triste” no qual interpretou de sua autoria, a “Balada da solidão” e “Só voltou de madrugada”; de Ronaldo Bóscoli e Roberto Menescal a música “Negro”, de Peterpan, “Hoje é Domingo outra vez” de Hervê Cordovil e Vicente Leporace, “Jangada”, de Zé Dantas, “Acauã” e de Luiz Vieira, o “Prelúdio para ninar gente grande”.

Em 1984 lançou o LP “Rapsódia brasileira”, com a participação do maestro Radamés Gnatalli, Camerata Carioca e Octeto Brasilis, no qual interpretou, entre outras músicas, “Meu caboclo”, de Laurindo de Almeida e J. Lourival, “Minha terra” de Waldemar Henrique, “Luar do sertão”, de Catulo da Paixão Cearense e João Pernambuco, “Isso é o Brasil” de José Maria de Abreu e Luiz Peixoto e “Azulão” e “Modinha”, de Jayme Ovalle e Manuel Bandeira.

José Tobias de Santana começou sua carreira musical de um modo muito particular: após uma vitória de seu time de futebol (chegou a receber propostas para se profissionalizar pelo Náutico) contra o time da Rádio Jornal do Comércio de Recife, foi comemorar no chuveiro ao som de “Marina”, de Caymmi. 

Ao ouvi-lo cantar, Ubirajara Mendes – programador da rádio, que tinha ido ao vestiário com a intenção de contratá-lo para o futebol da emissora – não teve dúvidas: levou-o para a rádio, uma das mais importantes do país na época, que contava no seu elenco com músicos e arranjadores de peso como Guerra-Peixe e Sivuca.

Um dos sonhos de José Tobias, que no próximo mês completa 94 anos, é realizar um show em Recife, Pernambuco.

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LIVE GONZAGUEAR FAZ HOMENAGEM AOS 100 ANOS DE NASCIMENTO DO COMPOSITOR ZÉ DANTAS

 

Luiz Gonzaga foi e continua sendo pedra angular, referência-mor do forró, baião, xote, mas o Rei do Baião, não trilhava sozinho. Havia por trás de si, uma constelação de compositores, poetas, músicos, além de profícuos conhecedores do seu trabalho, amigos talhados de sol, nascidos do barro vermelho, com almas tatuadas por xique-xiques e mandacarus.

Neste ano de 2021, o Brasil e a música brasileira comemora os 100 anos de nascimento, do compositor e médico, um dos mais talentosos nomes da cultura brasileira e internacional, José de Souza Dantas Filho, o poeta Zé Dantas.

As músicas de Zé Dantas continuam vivas e atual. Zé Dantas vive no sertão, no pampa, na cidade grande, na boca do povo, no gemer da sanfona, no coração e na alma da gente brasileira, pois, como disse Fernando Pessoa, "quem, morrendo, deixa escrito um belo verso, deixou mais ricos os céus e a terra, e mais emotivamente misteriosa a razão de haver estrelas e gente".

Zé Dantas nasceu em 27 de fevereiro de 1921, em Carnaíba, Pernambuco, Sertão do Pajeú. Para quem estuda a música e cultura à luz das ciências da comunicação,  sabe da importância de Zé Dantas para a compreensão sócio política, cultural, sociológica e antropológica para o conhecimento do Nordeste e do Brasil.

Basta citar as interpretações de Luiz Gonzaga e o puxado da sanfona ao cantar músicas como Vozes da Seca, Sabiá, Paulo Afonso, Cintura Fina, Algodão, Riacho do Navio, Farinhada, Pisa no Pilão,  Vem Morena, Forró do Mané Vito, Imbalança, Acauã, Casamento de Rosa, Abc do Sertão, Minha Fulô, Siri Jogando Bola, São João Antigo, São João do Arraiá,  A Profecia e Samarica Parteira, além de causos e outras dezenas de músicas para ressaltar a sabedoria musical presente no trabalho de Zé Dantas.

Na voz de Jackson do Pandeiro a música Forró em Caruaru é outro exemplo do conhecimento de Zé Dantas ao compor, escrever. Também por isto Luiz Gonzaga dizia que Zé Dantas era tão autêntico, puro de coração e alma que sentia nele o cheiro de bode, representando a expressão, do enorme talento e sentimento, valorização da identidade cultural sobre o Nordeste.

Zé Dantas foi casado com dona Iolanda. A música A Letra I, foi feita como forma de presente. Zé Dantas e dona Iolanda tiveram três filhos: Sandra, Mônica e Jose de Souza Dantas Neto. A cantora Marina Elali é neta de Zé Dantas.


Sobre Zé Dantas Neto, dizia o pai: "este menino tem a cara larga do Pajeú das Flores". José de Souza Dantas Neto nasceu no ano de 1959. O filho era um bebê quando Zé Dantas, tornou-se encantado, desencarnou e "partiu para o Sertão de Eternidade", no dia 11 de março de 1962.

José de Souza Dantas Neto, atualmente respeitado profissional da medicina, o doutor Dantas Neto é coronel médico do Exército Brasileiro. É mestre pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Foi chefe de clínica e da residência médica do Hospital do Exército por mais de 10 anos.

Estas e outras histórias serão contadas nesta quarta-feira, dia 10, na live apresentada pelo pesquisador e escritor Rafael Lima, autor do livro, “O Rei do Baião e a Princesa do Cariri”, onde relata sobre os momentos mais marcantes vividos por Luiz Gonzaga na cidade do Crato, Ceará.

Rafael Lima terá com convidado o doutor Dantas Neto que vai falar sobre o Centenário do pai o compositor Zé Dantas a partir das 20hs no Instagram @rafaellima45100.

VIDA E OBRA: O gosto musical sempre foi o grande aliado do pernambucano José de Souza Dantas Filho (1921-1962), também chamado de Zé Dantas. Nascido em Carnaíba de Flores, no Sertão do Pajeú, desde menino se revelava compositor. Apaixonado por ritmo, melodia e harmonia, Zé Dantas, criava com facilidade xotes, baiões e toadas. No Recife estudou medicina conforme desejavam os pais, mas nunca abandonou a vocação artística.

Aquele que viria a ser um dos principais parceiros musicais do Mestre Lua é  tema do livro Na batida do baião, no balanço do forró: Zedantas e Luiz Gonzaga, da antropóloga Mundicarmo Ferretti. A publicação do livro é fruto da dissertação de mestrado da pesquisadora, que na década de 1970 fez o primeiro estudo acadêmico sobre a parceria entre os dois pernambucanos.

“Conheci o trabalho de Zedantas e de Luiz Gonzaga ainda na infância, no Piauí, e, posteriormente, vi que a música dos dois permanecia muito viva. Além disso, passou a atrair a atenção de um público classe média e universitário, da mesma maneira que em outros tempos interessou a imigrantes nordestinos”, conta. Em Pernambuco, Ferretti entrevistou amigos e familiares do compositor; e no Rio de Janeiro colheu depoimentos de pessoas ligadas a gravadoras, lojas de discos, casas de forró.

Segundo a pesquisadora, Zedantas conheceu o Rei do Baião em 1947, antes mesmo de terminar o curso de medicina na UFPE, em 1949, e de partir para o Rio de Janeiro no ano seguinte. Embora fosse “doutor”, era notado sobretudo pelo humor e talento com os quais contava histórias e criava versos. De 1950 a 1958, Luiz Gonzaga gravou 50 composições do conterrâneo, que as escrevia com a intenção de divulgar os costumes e as artes populares tipicamente nordestinas.

Com olhar voltado para as próprias raízes, Zedantas compunha canções sobre festividades sertanejas, práticas medicinais e agrícolas, poesia, artesanato. Chegou a ser diretor do programa O Rei do Baião, da Rádio Nacional, e do Departamento Folclórico da Rádio Mayrink Veiga. Quando morreu, aos 41 anos, um busto foi levantado na cidade natal, em sua memória.

Mas foi do cantor e compositor Antonio Barros, o paraibano que recebeu o maior tributo, a música Homenagem a Zedantas, interpretada por Luiz Gonzaga que empunhava versos como: “Chora meu olho d' água,/ chora meu pé de algodão./ As folhas já estão se orvalhando,/ saudade do nosso irmão,/ Zedantas”. 

Além de Luiz Gonzaga, as composições do pernambucano foram gravadas por artistas como Carmélia Alves (O calango), Quinteto Violado (Chegada de inverno), Ivon Curi, (Dei no pai e trouxe a filha), e Jackson do Pandeiro (Forró em Caruaru).

A vida e a obra de Zedantas também são o enfoque de Psiu!, filme documentário produzido e co-dirigido por Juliana Lima, com direção de Antônio Carrilho. “Partimos de conversa com dona Iolanda para colher depoimentos de outros familiares e amigos. Falamos com o filho de Zedantas, o cunhado, colegas de profissão no Rio de Janeiro, sertanejos que trabalharam na fazenda dos pais do compositor, além de artistas como Geraldo Azevedo e Fagner, que até hoje cantam as músicas dele”, ressalta a co-diretora.

No documentário, Zedantas é descrito como uma pessoa carismática, alegre e talentosa. Psiu! traz também imagens inéditas e gravações com a voz do compositor, que registrou em áudio entrevistas. A direção de fotografia é assinada por Léo Sete, Pedro Urano e Zé Cauê.

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