PESQUISA APONTA QUE AUXÍLIO EMERGENCIAL MANTEVE ECONOMIA ATIVA EM MUNICÍPIOS MAIS POBRES

O BLOG NEY VITAL teve acesso ao estudo realizado pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). O ESTUDO DE AVALIAÇÃO DO PROGRAMA DE AUXÍLIO EMERGENCIAL: UMA ANÁLISE SOBRE FOCALIZAÇÃO E EFICÁCIA A NÍVEL MUNICIPAL é fruto dos trabalhos de Ecio de Farias Costa Ph.D. em Economia pela University of Georgia (EUA) e Marcelo Acioly dos Santos Freire Bacharel em Ciências Econômicas (UFRPE).  

Em meio à pandemia do COVID-19, milhões de brasileiros ficaram em condições econômicas ainda mais difíceis. Os setores de comércio e serviços empregam muitos trabalhadores informais e tiveram suas atividades temporariamente encerradas. Os pequenos prestadores de serviços, comerciantes e toda a mão de obra informal envolvida ficaram, inicialmente, à margem de programas que pudessem ser ofertados pelo Governo. 

A "invisibilidade" dessas pessoas se tornou mais evidente, quando não foi possível identificar possíveis beneficiários de um programa de assistência emergencial para atender prestadores de serviços e comerciantes que atuam na informalidade. Após muitas cobranças políticas e evidências de queda de renda em pesquisas estatísticas, o Governo Federal lançou um programa abrangente de auxílio emergencial para atender toda a população mais vulnerável.

O  Programa  de  Auxílio  Emergencial  (PAE)  foi  instituído  pela  Lei  13.982  em  abril  de  2020 (Imprensa Nacional, 2020a)  e procurou atender inicialmente,  com 3 parcelas iguais  de  R$600,00 (e R$ 1.200,00 para mulheres, chefes de família) pessoas que atendem determinadas características: Usuários do Bolsa Família; Usuários do Cadastro Único, que não contemplados pelo Bolsa Família; Solicitações por Aplicativo  das  pessoas que  não  tenham  vínculo  empregatício ou  se enquadrem  em pré-requisitos  que apontem a situação de vulnerabilidade. Posteriormente, o PAE recebeu uma extensão de prazo para mais R$1.200,00 em duas parcelas de R$600,00, para os meses de julho e agosto de 2020, através do Decreto 10.412 em junho de 2020 (Imprensa Nacional, 2020b)

Segundo um dos autores do estudo, as regiões Norte e Nordeste tiveram maior impacto com o recebimento do auxílio.

“Se for olhar o impacto sobre o PIB ou sobre a massa de rendimentos das famílias, tem vários municípios de estados do Norte e do Nordeste que se beneficiam bastante, como o Pará e o Maranhão. No estudo, a gente apresenta uma relação desses estados, onde tem [lugar] que o impacto sobre o PIB do estado chega a ser mais de 8% e, em nível de município, tem alguns que chega a ter impacto de 27%”, explicou o professor de economia da UFPE, Ecio Costa.

Ainda de acordo com o estudo, apesar de o estado de São Paulo ser o maior recebedor de recursos, em termos absolutos, quando comparado com o tamanho da sua economia e o impacto sobre o PIB, sua posição é de 25º. O estado mais beneficiado é o Maranhão, com algo em torno de 5% do seu PIB. “Os municípios das regiões Sul e Sudeste são os menos impactados relativamente analisando, ou seja, como percentual do PIB”, apontou Costa.

Para o pesquisador, o que mais chamou a atenção na pesquisa foi a eficácia e o foco da política. “A política vai diretamente na família dos municípios mais pobres das regiões mais pobres do Brasil e traz um impacto significativo para esses municípios, justamente pela forma como está sendo conduzida: não há intermediários, é uma transferência de recursos direta para essas pessoas que mais precisam, quer sejam cadastrados no Bolsa Família, Cadastro Único e também os informais. Então, traz realmente um impacto significativo tanto nas famílias mais pobres, como nos municípios que mais necessitam”, analisou.

Com relação à utilização do dinheiro, o professor diz que a verba tem sido utilizada de forma bem pulverizada. “Em geral, as famílias gastam com alimentação, vestuário, pagamento de contas, compra de itens para a casa, de forma que teremos isso bem pulverizado. São milhões de pessoas recebendo esses recursos distribuídos ao longo do país como um todo, fazendo com que tenham a liberdade para gastar como bem entender”, finalizou.

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FEIRA DE ORGÂNICOS DO VALE SERÁ REABERTA NA QUINTA-FEIRA (13 EM JUAZEIRO

A Feira de Orgânicos do Vale retornará o seu funcionamento normal na próxima quinta-feira (13), de acordo com o plano da reabertura do comércio, iniciada no dia 27 de julho em Juazeiro. Os critérios de funcionamentos continuam os mesmos: uso obrigatório de máscaras de proteção para clientes e comerciantes, distanciamento social (2m entre as pessoas) e higienização com o fornecimento de álcool em gel a todos que estiverem no local.

A Feira de Orgânicos localizada na área externa da Casa do Artesão, Orla 2 de Juazeiro, é um espaço dedicado à comercialização de frutas, verduras e hortaliças orgânicas com periodicidade semanal (todas as quintas-feiras, das 16h às 20h) e tem como objetivo disponibilizar aos agricultores da região um local para a venda de seus produtos, facilitando o acesso à população, além de incentivar os novos agricultores a adotar o sistema de cultivo na região

A secretária da ADEAP, Elayne Borges, falou da necessidade de todos seguirem as normas de segurança. “A equipe da ADEAP irá trabalhar para garantir a saúde dos comerciantes e usuários da feira. Fizemos a demarcação do espaço para que todos mantenham o distanciamento social, colocamos funcionários da secretaria para aplicar álcool em gel nas mãos de todos os clientes que adentrarem o espaço, além de exigirmos o uso de máscaras. Pedimos aos usuários e comerciantes, que respeitem as medidas de segurança, sejam fiscais uns dos outros evitando aglomeração e contribuindo para saúde da população”, disse.

Vale destacar, que o serviço delivery da feira de orgânicos continua a funcionar através dos telefones (74) 99102-1764, (74) 99919-6351. (Fonte: Lene Radina/ADEAP)

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CULTURA: PROJETO ASA BRANCA, EXU PERNAMBUCO É TEMA DE LIVE NESTA SEGUNDA-FEIRA (10)

O Cariri Garden Shopping, localizado em Juazeiro do Norte, Ceará, realiza nesta segunda-feira (10), uma Live  com o tema Resgatando a Cultura do Rei do Baião, Luiz Gonzaga, às 16hs. A live conta com a parceria do Colégio Diocesano do Crato, Ceará, Grupo Lojas Neto Tintas (Petrolina, Juazeiro e Paulo Afonso, Bahia). A apresentação da live é do comunicador e publicitário Cícero Marcelino.

A transmissão será no instagran @caririgardenshoppingoficial e vai destacar os músicos do Projeto Asa Branca. O projeto ensina as crianças a tocar sanfona e é mantido pela Fundação Gonzagão, entidade criada em 2 de março de 2000 pelo então promotor de Justiça de Exu, Francisco Dirceu Barros, entre outros parceiros.

Durante a transmissão podem ser realizadas doações para contribuir com o trabalho do Projeto Asa Branca. Agência do Brasil: 1059-6 e conta corrente 18485-3 Fundação Gonzagão.

O projeto Asa Branca mantem viva a valorização do Pernambucano do Século e um  dos mais talentosos artistas da música brasileira, Luiz Gonzaga. 

A vice presidente da Fundação Gonzagão, a professora Aline Justino, diz que é sempre importante divulgar o legado de Luiz Gonzaga e Exu. "O projeto possui crianças e adolescentes que aprendem a tocar Sanfona, zabumba e triângulo, a santíssima trindade do forró ungida por Luiz Gonzaga em suas  andanças por este País e que revolucionou a música brasileira", conta Aline.

Aline revela que objetivo do Projeto Asa Branca é prestar atendimento a crianças e adolescentes, especialmente as carentes, utilizando a arte e a poesia de Luiz Gonzaga para sua promoção social.

Segundo Aline do ano 2000 até agora, mais de 800 crianças passaram pelo projeto, que inicialmente, além de música, oferecia oficinas de artesanato, dança e poesia. Algumas delas se destacam atualmente tocando sanfona e se apresentando em grupos regionais, “O importante é incentivar as crianças a valorizar a cultura gonzagueana e a promover o município de Exu”, enfatiza.

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MOVIMENTOS SOCIAIS REALIZAM NA TERÇA-FEIRA (11) ATO PELOS 100 MIL MORTOS PELA COVID-19 NO BRASIL

 Representantes, organizações e movimentos sociais de Petrolina, que acreditam na vida e repudiam o genocídio de brasileiros como a União Brasileira das Mulheres (UBM), movimentos sindicais, movimento Cores, Partido dos Trabalhadores, povos de terreiros, entre outros, promovem nesta terça-feira, dia 11 de agosto, o “Ato pelos 100 mil mortos pela COVID-19”, na Praça Maria Auxiliadora, Centro de Petrolina, às 16h.

O Ato tem o objetivo de denunciar as ações do governo que segundo as entidades tem ignorado e subestimado a pandemia, deixando o Ministério da Saúde a quase 90 dias sem um Ministro. Em meio a todo esse caos, 100 mil brasileiros perderam a vida e deixaram em seus entes queridos sentimentos de desesperança e tristeza, além do Brasil ter atualmente 3 milhões de casos de Covid-19 e 12,4 milhões de desempregados.

Desta forma, as instituições se unem para um ato simbólico pelos mortos, solidariedade a dor das famílias enlutadas e em defesa da democracia e pela garantia dos direitos que estão sendo desrespeitados.

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DOM PEDRO CASALDÁLIGA: ORAÇÃO A SÃO FRANCISCO

Compadre Francisco como vais de glória? E a comadre Clara e a irmandade toda? Nós, aqui na Terra, vamos mal vivendo, que a cobiça é grande e o amor pequeno.O Amor divino é mui pouco amado e é flor de uma noite o amor humano.

Metade do mundo definha de fome e a outra metade de medo da morte.A sábia loucura do santo Evangelho tem poucos alunos que a levem a sério. Senhora Pobreza, perfeita alegria, andam mais nos livros que nas nossas vidas...

Muitos tecnocratas e poucos poetas. Muitos doutrinários e menos profetas. Armas e aparelhos trustes e escritórios, planejam a história, manejam os povos.

A mãe natureza chora, poluída no ar e nas águas, nos céus e nas minas. Pássaros e flores morrem de amargura, e os lobos do espanto

ganharam as ruas. Murchou o estandarte da antiga arrogância. são de ódio e lucro as nossas cruzadas.

Sucedem-se as guerras e os tratados sobram; sangue por petróleo os impérios trocam.

O mundo é tão velho que, para ser novo, compadre Francisco, só fazendo outro…

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MORRE DOM PEDRO CASALDÁLIGA, O BISPO QUE DEFENDIA A TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO, A REFORMA AGRÁRIA E DAS FLORESTAS

 Dom Pedro Casaldáliga, o bispo catalão que dedicou e arriscou a vida na defesa dos posseiros e dos indígenas da Amazônia, morreu neste sábado (8) às 9h40, em Batatais (SP), aos 92 anos.

Um dos líderes mais influentes da Igreja Católica no Brasil e na América Latina das últimas décadas, dom Pedro foi uma voz incansável contra o latifúndio e em favor da reforma agrária. De sua prelazia, participou, ao lado de outros bispos progressistas, da criação do Conselho Missionário Indigenista (Cimi) e da Comissão Pastoral da Terra.

A sua trajetória no Brasil começou em 1968, quando a busca para servir os mais pobres e injustiçados o levou a trocar a Espanha franquista por São Félix do Araguaia, então um povoado de 600 habitantes no interior de Mato Grosso.

A viagem por terra desde o interior de São Paulo durou uma semana. Logo no primeiro dia, o missionário claretiano encontrou quatro corpos de bebês mortos, acomodados em caixas de sapato diante de sua casa para que fossem enterrados. "Ou vamos embora daqui agora mesmo ou nos suicidamos ou encontramos uma solução para tudo isto", disse ao seu companheiro missionário Manuel Luzón, segundo a biografia autorizada "Descalço sobre a Terra Vermelha" (Unicamp), do jornalista Francesc Escribano, principal fonte de informações para este texto.

Esses primeiros anos foram de aprendizado sobre a dura realidade local. Em longas viagens de barco e por estradas precárias para chegar a comunidades isoladas, ele improvisava missas com cachaça e bolacha no lugar do vinho e da hóstia.

As condições miseráveis da população, na maioria retirantes do Nordeste, e os abusos cometidos por grandes fazendeiros respaldados pela ditadura militar causaram profunda indignação em dom Pedro. Adepto da ação e admirador do revolucionário argentino Che Guevara, incentivava ações de resistência de posseiros, como derrubadas de cerca dos grandes proprietários.

Em 1970, o padre escreveu o primeiro de vários textos-denúncia que o tornaram conhecido no Brasil e no exterior. "Escravidão e Feudalismo no norte de Mato Grosso", que descrevia os desmandos na região, foi enviado a autoridades da Igreja e do governo e motivou as primeiras acusações de que era agente comunista.

No ano seguinte, o papa Paulo 6º o nomeou bispo da prelazia de São Félix. Na cerimônia, à beira do rio Araguaia, substituiu a mitra e o báculo por um chapéu de palha e o anel de tucum (palmeira amazônica), presente dos índios tapirapés. Logo, o anel se tornaria o símbolo da adesão à Teologia da Libertação, corrente influenciada pelo marxismo que defende uma igreja próxima dos pobres.

Nessa época, dom Pedro publicou o seu texto mais conhecido, "Uma Igreja da Amazônia em conflito com o Latifúndio e a marginalização social", no qual fazia uma minuciosa denúncia contra grandes proprietários de terra. "Se 'a primeira missão do bispo é a de ser profeta', e o profeta é a voz daqueles que não têm voz (card. Marty), eu não poderia, honestamente, ficar de boca calada ao receber a plenitude do serviço sacerdotal", escreveu na introdução.

Dom Pedro chamou de "absurdas" as dimensões dos latifúndios da região, listando-os um a um. "A injustiça tem um nome nesta terra: latifúndio. E o único nome certo do desenvolvimento aqui é a reforma agrária."

Sessão solene em homenagem a Dom Pedro Casaldáliga no plenário da Câmara dos Deputados, em 2003 Sérgio Lima - 04.nov.2003/Folhapress Sessão solene em homenagem a Dom Pedro Casaldáliga no plenário da Câmara dos Deputados, em 2003 O desafio aos latifundiários colocou sua vida em perigo em vários momentos. Na primeira tentativa de assassinato, em 1971, um pistoleiro confessou ao bispo que havia sido contratado para matá-lo. Com a ajuda da igreja, ele fez a denúncia à polícia e fugiu da região.

O episódio mais sangrento aconteceu em outubro de 1976 no povoado de Ribeirão Bonito, hoje a cidade de Ribeirão Cascalheira (MT). Dom Pedro e o padre jesuíta João Bosco Penido Burnier foram até a delegacia tentar resgatar duas mulheres que estavam sendo torturadas. Na discussão com policiais, o companheiro do bispo levou uma coronhada e morreu com um tiro à queima-roupa na nuca.

No plano nacional, a relação com a ditadura militar tampouco foi fácil. Crítico feroz do regime, só escapou de ser expulso por intervenção direta do papa Paulo 6º. Com medo de ter a entrada ao país negada, só viajou ao exterior após a redemocratização. Morreu, aliás, sem jamais ter voltado a sua Catalunha natal.

O redemocratização, nos anos 1980, aliviou a tensão em São Félix, mas a ascensão do papa polonês João Paulo 2º, um opositor do comunismo, estremeceu suas relações com o Vaticano. A aproximação com a Nicarágua sandinista e com a Cuba de Fidel Castro, com quem se encontrou, provocaram atritos. Desta vez, o bispo de São Félix escapou de ser punido graças à intervenção da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil).

Em 2003, ao completar 75 anos, dom Pedro apresentou sua carta de renúncia ao papa João Paulo 2º, como prevê o protocolo. Nessa época, já sentia os efeitos do "irmão Parkinson", como ele brincava, doença que ao longo dos anos lhe tirou os passos e depois a voz. Mesmo assim, nunca abandonou São Félix, hoje com 11 mil habitantes.

O legado de dom Pedro não se resume à luta contra a injustiça social. Escritor e poeta, é autor de diversos livros, alguns publicados apenas na Espanha, onde também é reconhecido como influente liderança católica.

Em um de seus poemas sobre a morte, escreveu: "Eu morrerei em pé, como as árvores/Me matarão em pé. O sol, testemunha maior, imprimirá seu lacre/sobre meu corpo duplamente ungido. De golpe, com a morte/se fará verdade a minha vida/Por fim, terei amado!"

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RADIALISTA CARLOS AUGUSTO EM SUAS ESTAÇÕES DE SAUDADE

Antes da radiodifusão em solo dos sertões pernambucanos, algumas cidades incluindo Petrolina, mobilizava sua comunicação, seu comércio, sua vida em sociedade através de serviços privados de alto-falantes a partir de um estúdio improvisado, uma engenhoca acoplando microfone, pikc-up para disco em vinil e cornetas afixadas em postes públicos. 

Em Petrolina esse serviço eletrônico no inicio dos anos 1960 foi instalado, segundo informações investigadas e confrontadas por este signatário, em três diferentes endereços. Mas, sobressaia-se o estúdio “BRASIL PUBLICIDADE” de um “Menininho Sobral” em conjunto com entusiasmado comunicador de voz em tom de barítono conforme o mercado exigia à época. 

Era Carlos Augusto Amariz Gomes, dividindo-se nas atividades de estudante do Colégio Dom Bosco e empreendedor no setor lojista de bicicletas. Venceu nessa disputa, o microfone, a comunicação que acordava com Petrolina diariamente. A Diocese de Petrolina através de seu titular, Dom Antônio Campelo, estava em conversa com o Governo Federal, ainda na gestão de Juscelino Kubistchek, visando a concessão de uma emissora de rádio. 

Enquanto Carlos Augusto afinava sua voz que nunca “precisou de truques eletrônicos”, Dom Campelo encurtava seus voos para Brasília em avião ou entre cortava a Bahia e Minas para pressionar presidentes. Em 1962, governava agora o Brasil Jânio Quadros. Com sorte e reza, Dom Campelo arrancou autorização do presidente JANIO Quadro e ele fez porque quis, ou seja, a EMISSORA RURAL, hoje, RADIO A VOZ DO SÃO FRANCISCO AM 730. Torre fincada, rádio no ar e administração diocesana recrutara alguns locutores, entre estes, o que viria a ser seu próprio ‘DNA’, a primeira carteira profissional registrada, o primeiro emprego em comunicação, CARLOS AUGUSTO.

Antes da Emissora Rural, porém, Carlos Augusto se juntava a outro brilhante comunicador do rádio regional, Osvaldo Benevides, recentemente falecido ainda na direção da sua Rádio Juazeiro, Bahia. Essa dupla protagonizou em alto-falante um ‘jornal falado’ denominado REVISTA DOMINICAL. Carlos e Osvaldo entre 1959 e 1962, ressaltavam a qualidade sonora, a voz nativa sem sotaque sem frescura e sem influência de nada para tornar mágica a história das emissoras hoje multiplicadas em frequência modulada e ondas médias. 

Carlos Augusto junto com a EMISSORA RURAL, no ‘Antigo’ e RADIO GRANDE RIO AM neste Novo TESTAMENTO, soube juntar valores, oxigenar nossa antropologia de seca e de couro, de vaqueiro e cantorias, de sanfona e berrante, de Rio e espécie animal, sobretudo o jumento, repartindo seu temperamento duro feito angico, sua alma de asa branca, seu olhar firme de catingueiro para tornar bela cada manhã brasileira dos sertões adentro. 

Carlos Augusto lia a riqueza mas comia no prato indesejado dos bêbados marginais em seu sabático jeito de juntar tocadores, bom e ruim, em quaisquer foles ou zabumba, no aço de qualquer triângulo e no que fosse mais inventado nessa orquestra de gente excluída. 

CARLOS AUGUSTO juntava multidões. Carlos corria mato adentro com tantos vaqueiros embandeirados para a Missa campal ou para o terço anônimo do ‘Pau de Leite’. Carlos era a reprodução invejável de todos os intérpretes d xote, do xaxado e do baião. Era Luiz Gonzaga encarnado no estúdio mandando essa terra acordar que “ já é meio dia”. A Radiodifusão hoje fica órfã do BOIADEIRO DO RÁDIO que pegou seu gado e foi pra junto do seu bem, JESUS SERTANEJO.

Adeus...  (Testo apresentado em Petrolina, 02 de Abril de 2015. *Por Marcelo Barbosa Damasceno-radialista)

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