PROJETO RAÍZES: MINISTÉRIO PÚBLICO INICIA OFICINAS DE CAPACITAÇÃO E SENSIBILIZAÇÃO EM PETROLINA

A cidade de Petrolina será a primeira do Estado a receber uma oficina de capacitação e sensibilização do Projeto Raízes, iniciativa estratégica capitaneada pelo Grupo de Trabalho de Enfrentamento à Discriminação Racial (GT Racismo) que tem como objetivo fortalecer os vínculos do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) com as comunidades tradicionais de Pernambuco. A oficina está marcada para o dia 30 de setembro, com atividades das 8h às 17h, no auditório do Sest/Senat de Petrolina.

Durante o turno da manhã, as atividades terão a participação dos integrantes do MPPE de toda a região (1ª e 2ª Circunscrições Ministeriais) e das lideranças quilombolas, indígenas, ciganas e de povos de terreiros. A primeira atividade consiste na apresentação do projeto e das atividades que serão desenvolvidas, o que inclui a elaboração de um cadastro atualizado dos povos tradicionais para facilitar sua interlocução com as Promotorias de Justiça locais.

Logo em seguida, a procuradora da República Polireda de Medeiros fará uma palestra de contextualização sobre a atuação do Ministério Público na defesa dos direitos fundamentais do público-alvo do projeto. A partir das 10h30, será aberto um espaço de duas horas para a escuta das comunidades tradicionais.

No período da tarde, o trabalho será focado nos membros e servidores do MPPE. Eles se reunirão para construir propostas de trabalho que contemplem as reivindicações das comunidades tradicionais e fechar os encaminhamentos.

Ainda estão previstas mais quatro oficinas regionais nas cidades de Serra Talhada (3ª e 14ª Circunscrições Ministeriais), em 23 de outubro; Garanhuns (4ª e 5ª Circunscrições), em 23 novembro; Caruaru (6ª, 7ª, 10ª e 11ª Circunscrições), com previsão para março de 2020; e Recife (incluindo as 8ª, 9ª e 13ª Circunscrições), prevista para abril de 2020.

Raízes — Com ênfase nas populações vulneráveis, o projeto pretende enfrentar as múltiplas dimensões das desigualdades decorrentes das discriminações que afetam as comunidades tradicionais, contribuindo para a conscientização, empoderamento e respeito à dignidade de seus membros, conforme assegurado pela Constituição Federal de 1988 e na esteira dos compromissos assumidos pelo Brasil em diversas Conferências Mundiais, especialmente na Declaração e Programa de Ação de Durban, adotados em 2001.

O projeto Raízes integra o Portfólio de Projetos Estratégicos do Ministério Público de Pernambuco, com foco na efetividade da legislação antirracista e afirmativa e insere-se o nos eixos Reconhecimento, Justiça e desenvolvimento para a promoção e proteção dos direitos humanos das pessoas afrodescendentes, instituídos em 2013 pela Década Internacional para Afrodescendentes (2015-2024) conforme a Resolução nº 68/237 da Assembleia Geral das Nações Unidas.

O Estado de Pernambuco possui atualmente 133 comunidades quilombolas, 16 povos indígenas e 21 comunidades ciganas, localizadas quase que exclusivamente no interior do Estado, com ênfase nas regiões do Agreste Central, Agreste meridional, Sertão do Moxotó, Sertão do Pajeú, Sertão Central, Sertão do São Francisco e Sertão de Itaparica.

Fonte: Ministério Público de Pernambuco
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MANCHAS DE ÓLEO AVANÇAM E ATINGEM 113 PONTOS EM 8 ESTADOS DO NORDESTE

A substância oleosa e escura encontrada em algumas praias do Nordeste não para de se espalhar. Já são 112 pontos em 53 municípios em 8 Estados atingidos, e os órgãos ambientais e de proteção da zona marítima continuam mobilizados para saber qual a origem desse 

O mapa com localidades afetadas no Nordeste, divulgado pelo Ministério do Meio Ambiente, mostra que boa parte da extensão à beira mar entre Maranhão e Sergipe está contaminada. Dos nove Estados nordestinos, apenas a Bahia não registra a presença do óleo.

O material atinge diretamente o ecossistema das praias, prejudicando principalmente a fauna marinha. Segundo o mais recente balanço divulgado pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), dez animais foram atingidos - nove tartarugas marinhas e uma ave -, dos quais seis tartarugas e uma ave morreram. Os animais foram encontrados no Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte e Pernambuco.

As manchas começaram a ser percebidas no dia 2 de setembro e, desde então, o Ibama vem estabelecendo uma série de ações, entre elas a investigação quanto à composição da substância. O resultado conclusivo das amostras, solicitado pelo Instituto e pela Capitania dos Portos, e cuja análise foi feita pela Marinha e pela Petrobras, apontou que se trata de petróleo cru.

Ainda não foi detectada a origem e o responsável pelo vazamento do petróleo, mas uma das hipóteses levantadas pelos órgãos de proteção ambiental é que alguma embarcação tenha despejado a substância em alto mar.

Por ser uma substância tóxica, a recomendação do Ibama e das Superintendências Estaduais de Meio Ambiente é de que as pessoas evitem o banho de mar, a prática de esportes náuticos e também a pesca, bem como evitar o consumo de frutos do mar desses locais.

Fonte: Agencia Brasil
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PROGRAMA NAS ASAS DA ASA BRANCA-VIVA LUIZ GONZAGA E SEUS AMIGOS, O SACOLEJO DO FORRÓ COM BOM JORNALISMO

O rádio continua sendo o principal veículo de comunicação do Brasil. Aliado a rede de computadores está cada vez mais forte e potente. Na rádio Cidade AM 870, Petrolina, Juazeiro, Bahia, o jornalista Ney Vital apresenta o Programa Nas Asas da Asa Branca-Viva Luiz Gonzaga, todos os domingos,  a partir das 9hs da manhã.

O programa é transmitido também via internet www.radiocidadeam870.com.br e segue uma trilogia amparada na cultura, cidadania e informação. "É a forma. O roteiro concreto para contar a história da música brasileira a partir da voz e sanfona de Luiz Gonzaga e seus seguidores", explica Ney Vital. 

O programa Nas Asas da Asa Branca-Viva Luiz Gonzaga é um projeto que teve início em 1990, numa rádio localizada em Araruna, Paraíba. "Em agosto de 1989 Luiz Gonzaga, o  Rei do Baião fez a passagem, partiu para o sertão da eternidade e então, naquela oportunidade, o hoje professor doutor em Ciência da literatura, Aderaldo Luciano fez o convite para participar de um programa de rádio. E até hoje continuo neste bom combate". 

O programa desse pesquisador e jornalista é o encontro da família brasileira. Ney Vital não promove rituais regionalistas, a mesquinhez saudosista dos que não se encontram com o povo a não ser na lembrança. Ao contrário, seu programa evoluiu para a forma de espaço reservado à cultura mais brasileira, universal, autêntica, descortinando um mar e sertões  de ritmos variados e escancarando a infinita capacidade criadora de nosso povo. 

É o conteúdo dessa autêntica expressão nacional que faz romper as barreiras regionais, esmagando as falsificações e deturpações do que costuma se fazer passar como patrimônio do povo brasileiro.

Também por este motivo no programa o sucesso pré-fabricado não toca e o modismo de mau gosto passa longe."Existe uma desordem , inversão de valores no jornalismo e na qualidade das músicas apresentadas no rádio", avalia Ney Vital que recebeu o titulo Amigo Gonzaguiano Orgulho de Caruaru recentemente em evento realizado no Espaço Cultural Asa Branca. e o Troféu Viva Dominguinhos em Garanhuns.

Ney Vital usa a credibilidade e experiência de 29 anos atuando no rádio e tv. Nas filiadas do Globo TV Grande Rio e São Francisco foi um dos produtores do Globo Rural, onde exibiu reportagens sobre Missa do Vaqueiro de Serrita e festa aniversário de Luiz Gonzaga e dos 500 anos do Rio São Francisco.

Formado em Jornalismo na Paraíba e com Pós-Graduação em Ensino de Comunicação Social pela UNEB/Universidade Federal do Rio Grande do Norte faz do programa um dos primeiros colocados na audiência do Vale do São Francisco, segundo as pesquisas.

O Programa Nas Asas da Asa Branca, ao abrir as portas à mais genuína música brasileira, cria um ambiente de amor e orgulho pela nossa gente, uma disseminação de admiração e confiança em nosso povo — experimentada por quem o sintoniza, dos confins do Nordeste aos nossos pampas, do Atlântico capixaba ao noroeste mato-grossense.

Ney Vital usa a memória ativa e a improvisação feita de informalidade marcando o estilo dos diálogos e entrevistas do programa. Tudo é profundo. Puro sentimento.O programa Flui como uma inteligência relâmpago, certeira e  hospitaleira.

"O programa incentiva o ouvinte a buscar qualidade de vida. É um diálogo danado de arretado. As novas ferramentas da comunicação permitem ficarmos cada vez mais próximo das pessoas, através desse mundo mágico e transformador que é a sintonia via rádio", finalizou Ney Vital.
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GOVERNO BOLSONARO ESTUDA CONSTRUÇÃO DE SEIS USINAS NUCLEARES

O Gverno federal informou esta semana que estuda construir seis usinas nucleares até 2050. A informação foi dada pelo secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia, Reive Barros.

A construção das usinas deve ser incluída no Plano Nacional de Energia (PNE).

Em nota, o ministério destaca que o PNE está em fase final de elaboração e informa que o governo estima investir US$ 30 bilhões na construção das seis usinas.

Os novos reatores deverão produzir 6 gigawatts (GW) de energia — 1 GW em cada. Somados com a produção das usinas de Andrade 1 e 2 e também de Angra 3, prevista para ser concluída em 2026, a potência instalada na matriz nuclear poderá chegar a 9,3 GW.

“O PNE subsidia o governo federal na formulação de sua estratégia para expansão da oferta de energia no longo prazo. Já o Plano Decenal de Energia, que tem horizonte de 10 anos, é um instrumento de planejamento de curto prazo e está sendo produzido para cobrir o período 2019-2029. Neste último, vislumbra-se apenas a entrada em operação de Angra 3“, acrescenta o Ministério de Minas e Energia.

Fonte: Agencia Brasil
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É NOITE DE SÃO JOÃO E AS MENINAS DO GROTÃO, COMPOSIÇÕES DE ONILDO ALMEIDA COMPLETAM 50 ANOS ESTE ANO E FORAM INTERPRETADAS POR LUIZ GONZAGA

A gravação da música Asa Branca, o hino não oficial do Nordeste, e um dos maiores clássicos de todos os tempos, completou 72 anos. gravação, em 3 de março de 1947. A toada, que tem versões em dezenas de idiomas, inclusive em japonês e coreano, e é familiar a brasileiros de qualquer região, naquele tempo soava tão estranha que foi motivo de gozação em cima de Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga, pelos músicos do Regional de Canhoto, que participaram da gravação.

Para eles, Asa Branca era a mesma coisa que cantiga de cegos nordestinos, pedindo esmola na rua. Fizeram uma fila, um deles com uma vela acesa, cantando a música. O episódio foi contado por Humberto Teixeira numa célebre entrevista ao pesquisador cearense Miguel Ângelo de Azevedo, conhecido como Nirez. Assim como Juazeiro ou No Meu Pé de Serra, e várias das parcerias iniciais de Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga.

Detalhe: a música Asa Branca foi gravada em 78 rotações original na faixa B. A marcha junina Vou pra Roça (Luiz Gonzaga/Zé Ferreira), na face principal do disco da época.

Este ano 2019, consultei a maior autoridade brasileira em discografia de Luiz Gonzaga, o pesquisador, José Batista Alves, que mora em Recife. José Batista confirma: em 2019 duas interpretações de Luiz Gonzaga completam 50 anos, meio século de existência. São elas, "As Meninas do Grotão" e "É noite de São João", ambas compostas por Onildo Almeida que aos 91 anos vive em Caruaru, Pernambuco e teve 21 músicas gravadas na voz de Luiz Gonzaga. 

O baião As Meninas do Grotão, de 1969, consta no LP (disco) Caminho da Roça, da RCA. Na animada letra existe referências ao sanfoneiro Zé Tatu, "veio macho numa puxada de fole".

A letra de "É Noite de São João", considerada um das mais belas interpretações do cancioneiro gonzagueano é a outra composição também de Onildo Almeida que este ano completa 50 anos. Trata-se de uma marchinha. É uma das músicas mais raras. Poucos colecionadores possuem o selo, pois não existe registro da música nas discografias consultadas.

"A noite está tão bonita o céu todo iluminado, folgueiras no chão queimando tudo tão enfeitado. É noite de São João...
Quanta alegria na alma do povo, tudo é sorriso, tudo é brincadeira, cantigas de roda, pamonha, canjica, milho verde, costumes que a gente não perde, brincar em redor da fogueira.
São João se festeja na roça, na rua, na cidade, mas o São João animado de verdade é no brejo, no mato e na ribeira. É noite de São João... 

A gravação da música Asa Branca, o hino não oficial do Nordeste, e um dos maiores clássicos de todos os tempos, completou 72 anos. gravação, em 3 de março de 1947. A toada, que tem versões em dezenas de idiomas, inclusive em japonês e coreano, e é familiar a brasileiros de qualquer região, naquele tempo soava tão estranha que foi motivo de gozação em cima de Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga, pelos músicos do Regional de Canhoto, que participaram da gravação.

Para eles, Asa Branca era a mesma coisa que cantiga de cegos nordestinos, pedindo esmola na rua. Fizeram uma fila, um deles com uma vela acesa, cantando a música. O episódio foi contado por Humberto Teixeira numa célebre entrevista ao pesquisador cearense Miguel Ângelo de Azevedo, conhecido como Nirez. Assim como Juazeiro ou No Meu Pé de Serra, e várias das parcerias iniciais de Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga.

Detalhe: a música Asa Branca foi gravada em 78 rotações original na faixa B. A marcha junina Vou pra Roça (Luiz Gonzaga/Zé Ferreira), na face principal do disco da época.

Este ano 2019, consultei a maior autoridade brasileira em discografia de Luiz Gonzaga, o pesquisador, José Batista Alves, que mora em Recife. José Batista confirma: em 2019 duas interpretações de Luiz Gonzaga completam 50 anos, meio século de existência. São elas, "As Meninas do Grotão" e "É noite de São João", ambas compostas por Onildo Almeida que aos 91 anos vive em Caruaru, Pernambuco e teve 21 músicas gravadas na voz de Luiz Gonzaga. 

O baião As Meninas do Grotão, de 1969, consta no LP (disco) Caminho da Roça, da RCA. Na animada letra existe referências ao sanfoneiro Zé Tatu, "veio macho numa puxada de fole".

A letra de "É Noite de São João", considerada um das mais belas interpretações do cancioneiro gonzagueano é a outra composição também de Onildo Almeida que este ano completa 50 anos. Trata-se de uma marchinha. É uma das músicas mais raras. Poucos colecionadores possuem o selo, pois não existe registro da música nas discografias consultadas.

"A noite está tão bonita o céu todo iluminado, folgueiras no chão queimando tudo tão enfeitado. É noite de São João...
Quanta alegria na alma do povo, tudo é sorriso, tudo é brincadeira, cantigas de roda, pamonha, canjica, milho verde, costumes que a gente não perde, brincar em redor da fogueira.
São João se festeja na roça, na rua, na cidade, mas o São João animado de verdade é no brejo, no mato e na ribeira. É noite de São João... 

A música "Arrasta pé na Ingazeira", autoria de Severino Januário, é outra que este ano completa 50 anos da primeira gravação.

Arte: Álvaro Portugal
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ESPM REALIZA EM SÃO PAULO O 3º SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE JORNALISMO

Em parceria com a Columbia Journalism School, a ESPM realiza em São Paulo, no dia 1º de outubro, o 3º Seminário Internacional de Jornalismo. O evento é gratuito e as inscrições podem ser feitas no site da ESPM.

A palestra de abertura será feita por Ernest R. Sotomayor, diretor das iniciativas latino-americanas da Columbia Journalism School. Em seguida, Claudia Bredarioli – jornalista com vinte anos de experiência em comunicação corporativa institucional – fala sobre gestão de crises em empresas de comunicação.

Além das palestras, serão realizadas três mesas. Na primeira, ainda no período da manhã, o tema de debate são os desafios do jornalismo enquanto conteúdo e modelo de negócio. No período da tarde serão realizados dois painéis. No primeiro, o tema é “Jornalismo de Dados – o que há por trás das grandes reportagens”. O segundo é “Repensando a interatividade com o público.” Os interessados também podem fazer inscrições específicas para os painéis. Veja a programação completa:

1º/10 – 8h30 às 17h
ESPM – Rua Dr. Álvaro Alvim, 123, Vila Mariana/SP

MANHÃ
Ernest R. Sotomayor – Professor e Diretor das Iniciativas Latino-Americanas da Columbia Journalism School
João Carlos Saad – Presidente do Grupo Bandeirantes de Comunicação
Francisco Mesquita Neto – Diretor-presidente do Grupo Estado
Felipe Recondo – Sócio-fundador do JOTA
Claudia Bredarioli – Professora de Jornalismo da ESPM
Leão Serva (mediação) – Professor da ESPM e Diretor de Jornalismo da TV Cultura

PAINEL 1
Alana Rizzo – Consultora na Albright Stonebridge Group e colaboradora da The Economist Intelligence Unit no Brasil
Daniel Bramatti – Editor do Estadão Dados e do Estadão Verifica do Jornal O Estado de S.Paulo e Presidente da Abraji
Fabio Takahashi – Editor do DeltaFolha – Núcleo de Jornalismo de Dados da Folha de S.Paulo e vice-presidente da Jeduca
Antonio Rocha Filho (mediação) – Professor de Jornalismo da ESPM

PAINEL 2
Fabiola Cidral – Apresentadora da rádio CBN
Murilo Garavello – Diretor de Conteúdo do UOL
Renato Franzini – Editor-chefe do G1
Ricardo Fotios (mediação) – Professor de Jornalismo da ESPM

Fonte: Observatório da Imprensa
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AMEAÇAS E ASSASSINATOS DE JORNALISTAS, RADIALISTAS E BLOGUEIROS AUMENTAM 30% NO BRASIL, DIZ ESTUDO

Graves violações contra comunicadores, como jornalistas, radialistas e blogueiros, aumentaram cerca de 30% em 2018 se comparado com o ano anterior no Brasil, de acordo com relatório divulgado pela organização internacional Artigo 19.

Segundo o estudo “Violações à liberdade de expressão”, foram registrados 35 graves violações, sendo 26 ameaças de morte, quatro homicídios, quatro tentativas de homicídio e um sequestro no ano passado. Em 2017, a Artigo 19 registrou 27 casos.

O ano de 2018 repetiu o número registrado em 2012 e 2015, anos com a maior quantidade de casos. É a sétima vez que a organização publica esse relatório. A Artigo 19 é uma organização internacional de direitos humanos que atua na defesa e promoção da liberdade de expressão e do acesso à informação pública.

As informações apuradas no relatório dizem respeito somente às graves ocorrências. No entanto, também são monitoradas outras formas menos graves de violações, que servem de subsídio para o levantamento.

Segundo o estudo, o ano de 2018 foi internacionalmente reconhecido como violento para jornalistas. No Brasil, o perfil mais vulnerável é o do comunicador que atua em cidades pequenas, 19 casos (54%).

Os jornalistas foram os mais atingidos por graves violações em 2018, correspondendo a 17 casos (49%), sendo a maioria dos casos de ameaças de morte, em 14 ocorrências. Em segundo lugar, aparecem os radialistas, com 12 casos (34%), o maior número já registrado pela Artigo 19 de violações contra essa categoria.

Dos quatro assassinatos, dois casos foram de radialistas, um em Goiás, outro do Pará. Relatório do Ministério Público mostrou que, entre 1995 e 2018, 64 jornalistas, profissionais de imprensa e comunicadores foram mortos no exercício da profissão no Brasil.

Dos 35 comunicadores, 27 relataram ter sofrido algum tipo de violação anterior, como agressões verbais, intimidação, processos judiciais dentre outras. Dez contaram já ter recebido ameaças de morte em razão de sua atuação.

O relatório também identificou 5 casos de atentados a redações ou sedes de veículos em 2018. Em alguns casos, blogueiros e outros comunicadores trabalham em suas casas.

Em 2018, houve 11 casos de violações online, quando alguma ferramenta online serviu de meio para a veiculação de ameaça de morte, como aplicativos de mensagens, mídias sociais ou e-mails. Oito jornalistas foram alvos online. O relatório chama atenção para as subnotificações, já que muitos jornalistas não relatam essas ameaças.

Onde ocorrem as violações?
A região Nordeste segue com o maior número de graves violações, com 13 casos, seguida pelo Sudeste, 8 casos, onde está a maior parte dos veículos de comunicação do Brasil, e 7 no Norte, dentre eles dois assassinatos.

São Paulo continua como o estado com mais casos, 5, repetindo o número de 2016 e 2017. Em seguida, aparecem Bahia e Paraíba, com 4 casos cada.

Apesar de as cidades pequenas concentrarem o maior número dos casos, houve crescimento nos registros ocorridos em cidades grandes (com mais de 500 mil habitantes): de 2 para 8 violações.

Dentre as pessoas que mais cometem as violações estão políticos, policiais e agentes públicos em todos os anos levantados pelo relatório: 18 (51%) foram cometidas por agentes do estado, das quais 15 tiveram políticos por trás.

Os comunicadores são mais perseguidos após fazerem denúncias: 26 dos casos apurados (74%). A organização também chama a atenção para o alto número de casos em que os autores não se encaixam em nenhum perfil específico. “Trata-se do que uma das vítimas apontou com preocupação: a ascensão do cidadão comum como agressor. Alguns desses casos possuem um autor específico responsável pela ameaça, enquanto em outros há uma variedade de agressores”, diz o relatório.

"Outro traço dos ataques online é o ataque à figura pessoal da comunicadora ou comunicador. Dentre todos os tipos de motivação aqui listados, notamos ofensas e ataques direcionados à pessoa, não apenas ao conteúdo de sua produção. Este nível de personalização da agressão é preocupante, em especial quando a fronteira entre perfil pessoal e profissional de comunicadores em redes sociais muitas vezes não existe", completa.

A principal motivação segue sendo a realização de denúncias, o que se nota em 26 dos casos apurados (74%).

“Os casos de graves violações em 2018 demonstram dois aspectos do cenário de violência. Primeiro, se reforçam as tendências históricas de ataques de pessoas poderosas, especialmente políticos, contra comunicadores em cidades pequenas que realizam denúncias contra ações realizadas por essas pessoas. Em segundo lugar, fica evidente um cenário que já vinha se desenhando nos últimos anos: os ataques online contra comunicadores têm se intensificado e impactado a vida e o trabalho de comunicadores inclusive fora da esfera virtual, de modo que novos desafios no enfrentamento da violência são colocados”, afirma Thiago Firbida, assessor de Proteção e Segurança da Artigo 19 e responsável pelo relatório.

 Fonte: Cíntia Acayaba, G1 SP
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