CULTURA: ADVOGADA APRENDE TOCAR SANFONA E TRADUZ REPRESENTATIVIDADE FEMININA NA ARTE MUSICAL

A sanfona fascina pela sua sonoridade, pela diversidade de modelos e gêneros, mas o seu encanto transcende o poder da música, porque desperta um afeto misterioso. Talvez pelo fato de ficar junto ao coração do sanfoneiro e sanfoneira, por ser um instrumento que é abraçado ao se tocar. Ou ainda, por ser um instrumento que respira. O fato é que a sanfona une as pessoas e é amada por todos os povos".

Este conceito define a juazeirense, advogada, contadora e aluna aprendiz de sanfona: Neuvanete Martins Duarte.

Neuvanete e seu espírito desbravador está entre as  mulheres que  têm conquistado um espaço cada vez maior junto às sanfonas do tradicional ritmo do forró. A advogada é parte de uma nova geração de forrozeiras que aprendem a tocar o instrumento musical e ganha espaço no cenário da representatividade feminina na arte de aprender a tocar sanfona

Detalhe: aprender a tocar sanfona não é pra muitos, já que são poucos os cursos especializados dedicados ao instrumento na região do Vale do São Francisco. 

A paixão pelo som da sanfona e o misterioso afeto, da advogada foi herdado da mãe, dona Neuza Martins, já falecida, mas que tocou sanfona de forma não profissional até sua partida para o Plano Espiritual.

Neuvanete conta que seus pais são nascidos em Curaça, Bahia. "Cresci ouvindo as histórias mais apaixonantes possíveis e minha mãe Neuza e meu pai Constantino Duarte, provocaram a sensibilidade sempre para os estudos e entre eles a paixão pelos sons, arte de cantar e tocar sanfona", revela Neuvanete ressaltando que praticamente a sanfona a chamou para o aprendizado.

Ainda criança Neuvanete lembra de uma passagem, um encontro, um olhar no meio da feira. "Minha mãe me disse veja ali o Luiz Gonzaga, o Rei do Baião". Na época ela não soube explicar o tamanho da admiração da mãe ao acenar para o sanfoneiro que anos depois compreenderia ter sido o hoje eterno Rei do Baião, homem que revolucionou a música brasileira.

As aulas de sanfona de Neuvanete são praticadas na Casa dos Artistas, em Petrolina. Um dos orientadores é o sanfoneiro Luis Rosa, que possui no ambiente mais de 90 sanfonas a disposição de quem pretende aprender a arte de tocar sanfona. "O segredo é o desejo de aprender e treinar todo dia", explica Luiz.

Treinar todo dia é o que faz Neuvanete e ainda vai conciliando as horas entre o ato de ser advogada e enfrentar horas de audiência e a suavidade do aprendizado músical.

"A música é libertadora. Liberta das amarras da materialidade, do trabalho necessário mas burocrático. A sanfona alimenta o espírito assim creio e assim vi com a minha mãe Neuza, apaixonada por sanfona e assim sigo a trajetória do amor a cultura da sanfona", finaliza Neuvanete. 
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LUIZ GONZAGA: BRASIL CELEBRA 30 ANOS DE SAUDADES DO REI DO BAIÃO

O Brasil celebra 30 anos da morte do cantor e compositor Luiz Gonzaga, o rei do baião. Luiz Gonzaga, o Lua como também era conhecido, foi essencialmente um telúrico. Ele soube como ninguém cantar o Nordeste e seus problemas. Pernambucano, nordestino, brasileiro, Luiz Gonzaga encantou o Brasil com sua música, tornando-se um daqueles que melhor souberam interpretar sua alma.

Nascido em Exu, no alto sertão de Pernambuco, na chapada do Araripe, ele ganhou o Brasil e o mundo, mas nunca se esqueceu de sua origem. Sua música, precursora da música brasileira, é algo que, embora não possa ser classificada como "de protesto", ou engajada, é, contudo, politicamente comprometida com a busca de solução para a questão regional nordestina, com o desafio de um desenvolvimento nacional mais homogêneo, mais orgânico e menos injusto, portanto.
Telúrico sem ser provinciano, Luiz Gonzaga sabia manter-se preso às circunstâncias regionais sem perder de vista o universal.

Sua sensibilidade para com os problemas sociais, sobretudo nas músicas em parceria com Zé Dantas, era evidente: prenhe de inconformismo, denúncia do abandono a que ainda hoje está sujeito pelo menos um terço da população brasileira, mormente a que vive no chamado semi-árido.

Não estaria exagerando se dissesse que Gonzaga, embora não tivesse exercido atividade política ou partidária, foi um político na acepção ampla do termo. Política, bem o sabemos, é a realização de objetivos coletivos e não se efetua apenas por meio do exercício de cargos públicos, que ele nunca teve. Política é sobretudo ação a serviço da comunidade. Como afirma Alceu Amoroso Lima, é saber, virtude e arte do bem comum.

Outro aspecto político da presença de Luiz Gonzaga foi no resgate da música popular brasileira. O vigor de suas toadas e cantorias tonificou a nossa música, retirando-a do empobrecimento cultural em que se encontrava. Sua música teve um viés nacionalista, ou melhor, brasileiríssimo, que impediu que lavrasse um processo de perda de nossa identidade cultural. Não foi uma música apenas nordestina, mas genuinamente nacional, posto que de defesa de nossas tradições e evocação de nossos valores.

Luiz Gonzaga interpretou o sofrimento e também as poucas alegrias de sua gente. Mas foi por meio de "Asa Branca" que Lua elevou à condição de epopéia a questão nordestina. Certa feita, Gilberto Freyre afirmou que o frevo "Vassourinhas" era nossa marselhesa. Poderíamos dizer, parafraseando Gilberto Freyre, que "Asa Branca" é o hino do Nordeste: o Nordeste na sua visão mais significativamente dramática, o Nordeste na aguda crise da seca.

Gilberto Amado disse a propósito da morte de sua mãe: "Apagou-se aquela luz no meio de todos nós". Para o Nordeste, e tenho certeza para todo o país, a morte de Luiz Gonzaga foi o apagar de um grande clarão. Mas com seu desaparecimento não cessou de florescer a mensagem que deixou, por meio da poesia, da música e da divulgação da cultura do Nordeste.

Em sua obra ele está vivo e vive no sertão, no pampa, na cidade grande, na boca do povo, no gemer da sanfona, no coração e na alma da gente brasileira, pois, como disse Fernando Pessoa, "quem, morrendo, deixa escrito um belo verso, deixou mais ricos os céus e a terra, e mais emotivamente misteriosa a razão de haver estrelas e gente".

Fonte: Marco Maciel, foi vice-presidente da República. Foi governador do Estado de Pernambuco (1979-82), senador pelo PFL-PE (1982-94) e ministro da Educação (governo Sarney).
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RÁDIO E MÍDIAS SOCIAIS: NEY VITAL SACODE O FORRÓ COM BOM JORNALISMO

O rádio continua sendo o principal veículo de comunicação do Brasil. Aliado a rede de computadores está cada vez mais forte e potente. Na rádio Cidade AM 870, Petrolina, Juazeiro, Bahia, o jornalista Ney Vital apresenta o Programa Nas Asas da Asa Branca-Viva Luiz Gonzaga, todos os domingos,  a partir das 9hs da manhã.

O programa é transmitido também via internet www.radiocidadeam870.com.br e segue uma trilogia amparada na cultura, cidadania e informação. "É a forma. O roteiro concreto para contar a história da música brasileira a partir da voz e sanfona de Luiz Gonzaga e seus seguidores", explica Ney Vital. 

O programa Nas Asas da Asa Branca-Viva Luiz Gonzaga é um projeto que teve início em 1990, numa rádio localizada em Araruna, Paraíba. "Em agosto de 1989 Luiz Gonzaga, o  Rei do Baião fez a passagem, partiu para o sertão da eternidade e então, naquela oportunidade, o hoje professor doutor em Ciência da literatura, Aderaldo Luciano fez o convite para participar de um programa de rádio. E até hoje continuo neste bom combate". 

O programa desse pesquisador e jornalista é o encontro da família brasileira. Ney Vital não promove rituais regionalistas, a mesquinhez saudosista dos que não se encontram com o povo a não ser na lembrança. Ao contrário, seu programa evoluiu para a forma de espaço reservado à cultura mais brasileira, universal, autêntica, descortinando um mar e sertões  de ritmos variados e escancarando a infinita capacidade criadora de nosso povo. 

É o conteúdo dessa autêntica expressão nacional que faz romper as barreiras regionais, esmagando as falsificações e deturpações do que costuma se fazer passar como patrimônio do povo brasileiro.

Também por este motivo no programa o sucesso pré-fabricado não toca e o modismo de mau gosto passa longe."Existe uma desordem , inversão de valores no jornalismo e na qualidade das músicas apresentadas no rádio", avalia Ney Vital que recebeu o titulo Amigo Gonzaguiano Orgulho de Caruaru recentemente em evento realizado no Espaço Cultural Asa Branca. e o Troféu Viva Dominguinhos em Garanhuns.

Ney Vital usa a credibilidade e experiência de 29 anos atuando no rádio e tv. Nas filiadas do Globo TV Grande Rio e São Francisco foi um dos produtores do Globo Rural, onde exibiu reportagens sobre Missa do Vaqueiro de Serrita e festa aniversário de Luiz Gonzaga e dos 500 anos do Rio São Francisco.

Formado em Jornalismo na Paraíba e com Pós-Graduação em Ensino de Comunicação Social pela UNEB/Universidade Federal do Rio Grande do Norte faz do programa um dos primeiros colocados na audiência do Vale do São Francisco, segundo as pesquisas.

O Programa Nas Asas da Asa Branca, ao abrir as portas à mais genuína música brasileira, cria um ambiente de amor e orgulho pela nossa gente, uma disseminação de admiração e confiança em nosso povo — experimentada por quem o sintoniza, dos confins do Nordeste aos nossos pampas, do Atlântico capixaba ao noroeste mato-grossense.

Ney Vital usa a memória ativa e a improvisação feita de informalidade marcando o estilo dos diálogos e entrevistas do programa. Tudo é profundo. Puro sentimento.O programa Flui como uma inteligência relâmpago, certeira e  hospitaleira.

"O programa incentiva o ouvinte a buscar qualidade de vida. É um diálogo danado de arretado. As novas ferramentas da comunicação permitem ficarmos cada vez mais próximo das pessoas, através desse mundo mágico e transformador que é a sintonia via rádio", finalizou Ney Vital.
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Mostra Fotográfica Univasf 15 Anos inicia temporada no Campus Serra da Capivara

Ângulos, formas, paisagens e diversas percepções sobre a Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) podem ser contemplados na Mostra Fotográfica Univasf 15 Anos.

Depois de passar por Petrolina (PE) e Senhor do Bonfim (BA), agora chega ao Campus Serra da Capivara, em São Raimundo Nonato (PI), encerrando, assim, a circulação deste trabalho pelos espaços expositivos da instituição. A mostra é gratuita, aberta ao público, e ficará disponível para visitação a partir de hoje (18), no hall da biblioteca do Campus. A exposição fica em cartaz até o dia 3 de setembro, de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h.

A mostra conta com 25 fotografias coloridas, impressas em formato A3. As imagens foram feitas por servidores, estagiários, estudantes e terceirizados da Univasf e selecionadas via edital. Realizada pela Diretoria de Arte, Cultura e Ações Comunitárias (DACC) da Pró-Reitoria de Extensão (Proex) e pela Assessoria de Comunicação Social (Ascom) da Univasf, a mostra também é composta por um conjunto de fotografias do acervo institucional e integra o calendário oficial de comemorações do aniversário da instituição.

De acordo com Edson Macalini, diretor da DACC, as imagens foram escolhidas tendo como critério a representação da Univasf de uma maneira plural, que potencialize a percepção do público, a crítica e a poética da imagem. O objetivo da exposição é, portanto, representar a Univasf em seus diversos papéis e funções de instituição educacional, demonstrando, assim, a importância da inserção universitária nos territórios do Semiárido nordestino.

 “A importância da mostra consiste em ampliar, para além dos olhares diversos expostos nas fotografias, a potencialidade na fruição, cuja relação cena retratada, fotógrafo e público expandem as possibilidades de leituras e críticas, proporcionando a autonomia das imagens e do leitor”, afirma.

Fonte: Ascom Univasf
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MORRE EM CARUARU SEU ANTONIO, PAI DO CANTOR E SANFONEIRO MARQUINHOS CAFÉ

"Perdi meu Pai, meu professor, meu amigo, meu filho, meu educador, meu parceiro, meu Rei!!!!  Essa foi a ultima foto que fizemos juntos na ultima sexta feira em Caruaru na minha partida pra salvador, que logo mais ele veio a passar mal e foi internado.  Só tenho a agradecer a DEUS pelo PAI que me deu e agradecer a DEUS por tudo que passamos juntos, que hoje estou aqui com minha sanfona foi tudo por causa do meu PAI que sempre me apoiou.  DEUS te guarde Meu PAI com muita Luz e Muita paz !! TE AMO PRA SEMPRE"!!!! 

Pelas redes sociais o cantor e sanfoneiro Marquinhos Café informou a 'Partida para o Sertão da Eternidade", do seu maior incentivador: seu pai, o sanfoneiro Antonio, que morreu nesta quinta-feira (18), em Caruaru. Seu Antonio era muito amigo da família de Zé Marcolino, prova disto é que Fátima Marcolino é madrinha de Marquinhos Café.

Marquinhos é um dos mais talentosos sanfoneiros da atualidade. Virtuoso já foi o vencedor do Festival Nacional de Forró de Itaúnas, Espírito Santo e é presença garantida do Festival Internacional do Forró-Juazeiro-Bahia.

O trabalho de Marquinhos Café é fruto das inúmeras horas de dedicação, anos de aprendizado dos acordes da sanfona do Mestre Camarão. Marquinhos foi um dos alunos do Mestre Camarão na Escola de “Acordeon de Ouro” (criada em 1994).

Mas, as primeiras lições aprendeu com o pai, "Seu Antonio", sanfoneiro, consertador e afinador de sanfona que colocava na radiola os discos de Luiz Gonzaga, Dominguinhos e Trio Nordestino, Marinês e Jackson do Pandeiro para o filho escutar.

Nascido em Caruaru, Agreste de Pernambuco, Marquinhos cresceu no universo do Forró e da Música mais brasileira. Impressiona a virtualidade. Com o mesmo talento que executa um forró, xote ou baião, desfila no ritmo do jazz e blues. 

O sanfoneiro traz do Mestre Dominguinhos, a humildade e atenção com os amigos e fãs. Todos os anos é um dos gonzagueanos que prestigia a data de nascimento de Luiz Gonzaga, em Exu, Pernambuco.

Este ano ele gravou mais um CD, Marquinhos Café ao Vivo e Tome Sanfona. O CD agrada com muita inovação e dinamismo musical. Com personalidade não abriu mão dos seus princípios de músico, moderno e atualizado Marquinhos Café valoriza e deixa mais rica a música brasileira.

Marquinhos Café é um dos integrantes do Quinteto Sanfônico do Brasil, com os amigos e sanfoneiros Targino Gondim, Gel Barbosa, Rennan Mendes e Sebastian Silva, viaja o Brasil, tocando e concretizando que a música não tem fronteiras e em cada acorde revela o que existe de mais belo da música universal.

Entre os projetos já realizados, recentemente Marquinhos Café, participou do lançamento, junto aos principais forrozeiros da coletânea Forró, Festa e São João. O CD idealizado por Flávio José com direção e produção musical de Targino Gondim conta com a participação de 29 artistas do segmento, entre eles Antonio Barros e Ceceu, homenageados no projeto.

Para o cantor Targino Gondim o álbum simboliza a luta do segmento pela valorização da música. “O cd vem no momento oportuno para todos nós que levantamos a bandeira do forró e com ele pretendemos vender shows, divulgar canções do universo junino e conquistar o mercado, que cada vez mais vem perdendo espaço pela descaracterização das festas de juninas no Nordeste”.

É Marquinhos Café um músico antenado com a música mais brasileira, universal. Sanfoneiro e cantor que faz balançar um forró e agrada a mais refinada plateia aficcionada por jazz e blues.

Diversos amigos se solidarizam com a partida do pai de Marquinhos Café neste momento de dor.



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CASA DOS ARTISTAS: I SANFONEATA REUNIRÁ GONZAGUEANOS DE JUAZEIRO/PETROLINA E REGIÃO

O Bloco Amigos de Luiz Gonzaga, "O Gonzagão" foi idealizado em 1996, portanto são 23 anos valorizando e preservando a memória do sanfoneiro Luiz Gonzaga. 

No próximo dia 02 de agosto de 2019, os amigos  mais uma vez vão  prestar homenagens ao Rei do Baião. Sanfoneiros, amigos, admiradores e pesquisadores formarão uma roda de sanfona para celebrar a ausência física do sanfoneiro do Riacho da Brígida. Luiz Gonzaga morreu no dia 02 de agosto de 1989, este ano completa 30 anos de saudades.

O presidente do Bloco O Gonzagão, João Luiz, diz que é tradição todo ano,  dia 02 de agosto, a Festa da Saudade e no dia do nascimento especial 13 de dezembro, o grupo sempre participa da Missa de Ação de Graças em Exu. 

Este ano o grupo além das homenagens em Juazeiro, Bahia, também irá participar dos festejos em Exu, Pernambuco. A programação consta da Missa da Saudade que será realizada no Parque Asa Branca, embaixo do pé de juazeiro.

"Antes de irmos para Exu, a reunião é aqui em Juazeiro. Ouvimos música, uns trazem discos vinil antigo, até fita cassete, outros já mostram a tecnologia mais avançada que tem destaque Luiz Gonzaga. E assim mantemos viva a história de Luiz Gonzaga".

No espaço, localizado no bairro João XXIII em Juazeiro, onde funciona o ponto de encontro dos Gonzagueanos, existe uma exposição de quadros da vida e obra de Luiz Gonzaga e toda uma gastronomia nordestina. "Aqui a vida de Luiz Gonzaga é lembrado durante todo o ano", afirma João Luiz.

O Grupo O Gonzagão foi fundado pelos amigos João Luiz, sanfoneiro cantor e compositor Targino Gondim, Flávio Baião. O grupo é uma associação filantrópica, sem fins lucrativos, com ações também voltadas para o social.

Em Petrolina no dia 02 de agosto também será celebrado na Casa dos Artistas. O sanfoneiro Luiz Rosa organiza a I Sanfoneata do Vale do São Francisco. A proposta é realizar a primeira passeata do sertão reunindo sanfoneiros.

Luiz Rosa já confirmou a presença de sanfoneiros de Jacobina, São Raimundo Nonato e Picos, Piauí, Remanso, Bahia e de Exu, terra do Rei do Baião;

"Aqui todo dia é dia de celebrar, festejar. Aqui Luiz Gonzaga vive", finalizou Luiz Rosa.

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Pela primeira vez, Alcoólicos Anônimos traça perfil de quem quer parar de beber no Brasil

Uma pesquisa inédita, que acaba de ser divulgada pelos Alcoólicos Anônimos (AA) - entidade presente no Brasil há 70 anos -, traçou o perfil de seus membros, que querem parar de beber. 

Em todo o território nacional, foram ouvidas 5.828 pessoas, entre julho e novembro de 2018. A consulta inédita mostrou que 87% dos frequentadores de reuniões de recuperação são do sexo masculino, casados, com faixa etária superior a 41 anos. 

A sondagem revelou também que seus métodos, baseados em 12 passos, para que o alcoolista passe a evitar o primeiro gole, vem dando certo. Dos mais de 50 mil integrantes que lutam contra a dependência do álcool no país, através da irmandade, 29% estão sóbrios há mais de 20 anos e 68% dos entrevistados não tiveram recaídas.

Segundo dados do órgão, atualmente existem 4 mil grupos de AA no Brasil, que realizam pelo menos 11 mil reuniões por semana.

"As salas de A.A. têm desde recém-chegados a pessoas que estão há mais de 40 anos sem beber. Há pessoas que reduzem riscos de comorbidade (existência de duas ou mais doenças) e de violência física e doméstica ligados ao abuso de álcool. Os grupos atendem o membro, o familiar e o profissional de saúde", ressalta um dos membros que está em recuperação "evitando o primeito gole há 40 anos".

Além de 87% dos membros do Alcoólicos Anônimos serem homens, 62% estarem casados ou em união estável, 32% são aposentados e 43% foram motivados a procurar ajuda nos grupos por pressão dos próprios parentes. Problemas de saúde (34%) e no trabalho (27%), ideias suicidas (13%) e problemas judiciais (6%) foram outras razões apresentadas pelos frequentadores.

Alcoólicos Anônimos criou um programa que conta com 12 passos. Todos têm forte ligação com a questão espiritual, mas o primeiro deles é reconhecer a dependência. 

"A pessoa que deseja parar de beber pode frequentar as reuniões. Não existe taxa nem cadastro. O anonimato é um de seus principais pilares. E o que acontece nos grupos? Troca de experiências, partilha de esperanças e de como lidar com a doença. Mostrar o que deu certo e, só por hoje, conseguir se manter sóbrio e distante do álcool", explica Camila Silva, que é psicóloga e atua há 15 anos como voluntária do projeto.

O autônomo X,, de 42 anos, conta que procurou o A.A. depois de ter alcançado o “fundo do poço”, há cinco anos. 

“Cheguei ao ponto de tomar um litro de vodca por dia. Estava começando a beber no trabalho e perdendo a sanidade. Tinha pesadelos horríveis e mal brincava com minha filha (A., então com 10 anos) no auge da bebedeira. Minha vida só começou a ser reestruturar e o sol voltou a brilhar, depois que comecei a frequentar as reuniões. Nunca mais parei de partilhar meu dia a dia com os colegas que também lutam pela manutenção da sobriedade. Hoje, não sinto mais ansiedade e nem vontade de consumir álcool, embora continue frequentando ambientes que antes frequentava com a família. Me dei conta de que as pessoas podem beber, mas eu, não mais. Só por hoje não preciso, pelo menos”, relata.

Profissionais de diversas áreas, como psiquiatria e psicologia, lembram que a dependência do álcool é uma doença grave, de difícil tratamento e de fim fatal. Mas admitem, porém, que A.A. é um grupo que traz resultados expressivos. O fato de se evitar o primeiro gole, leva á abstinência. Isso não significa a cura, mas uma outra vida, longe de problemas. O anonimato também é exaltado como um dos fatores de sucesso do A.A. Nas reuniões, a recomendação é insistente: "Tudo que ver e ouvir aqui, deixe que fique aqui". 
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