Forró mais perto de virar Patrimônio Cultural do Brasil

O período junino que se aproxima coloca o forró no centro das atenções das festas. Mas, paralelo a isso, está em curso uma mobilização em prol de uma valorização do ritmo que dure o ano inteiro. 

Músicos, produtores e entusiastas do gênero de todo o País se movimentam pelo reconhecimento das matrizes do forró como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil. A empreitada ganha um novo capítulo com a realização do Seminário Forró e Patrimônio Cultural, entre quarta-feira (8) até sexta-feira (10) de maio, no Recife. 

O objetivo do evento é levar ao debate público questões importantes para a continuidade da iniciativa. 

A movimentação foi iniciada em 2011, junto ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Tudo começou com um pedido encaminhado pela Associação Cultural Balaio do Nordeste, da Paraíba. Desde então, o órgão vem incentivando encontros em várias cidades para discutir o processo de registro. Em setembro de 2015, um evento nacional sediado em João Pessoa apontou as diretrizes do estudo que investigará as matrizes tradicionais do forró.

O pleito junto ao Iphan vem sendo acompanhado por diferentes instituições e pelo Fórum Nacional Forró de Raiz, que reúne pessoas engajadas na causa. Em Pernambuco, a coordenação do fórum é de Tereza Accioly, presidente da Sociedade dos Forrozeiros de Pé de Serra e Ai. 

"Nossa meta é a valorização do forró como um todo, fomentando a troca de experiências entre pesquisadores, gestores públicos, artistas, produtores e toda a cadeia cultural nordestina. Esse seminário no Recife é um recurso que conseguimos com muita luta e será um grande avanço para o nosso intuito maior", afirma a produtora musical.

A Associação Respeita Januário, ligada à Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), foi selecionada através de um edital para efetuar a instrução técnica do registro. 

O trabalho nada mais é do que uma pesquisa profunda sobre o bem cultural proposto, apontando a importância do seu reconhecimento. O seminário marca o início dessas atividades, que devem envolver uma equipe com cerca de 30 profissionais, entre musicólogos, historiadores, antropólogos e comunicadores. 

O estudo vai abranger todos os estados do Nordeste, com ênfase maior em Pernambuco, Ceará e Paraíba, além de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. "O projeto conta com uma parte de análise documental, mas o mais importante é ir a campo, colhendo entrevistas. Quando se fala em patrimônio imaterial, que é o que trata das tradições vivas, ouvir as pessoas que vivenciam essa manifestação é fundamental", explica o etnomusicólogo Carlos Sandroni, coordenador-geral da Respeita Januário.

"A pesquisa ainda não foi iniciada, porque depende de um trâmite administrativo que ainda não foi completado. É um compromisso de dois anos que a gente assume com o Iphan. Então, tudo precisa ser tecnicamente bem estabelecido, para definir os deveres de cada uma das partes. Falta assinar alguns documentos ainda, mas deve ser em tempo de alcançarmos esse São João", conta Sandroni. 

Segundo o pesquisador, o alvo da investigação não é o forró com maior alcance midiático, mas sim sua vertente mais tradicional, exposta por meio de manifestações como baião, xaxado e xote. 

"O forró pode ser muita coisa hoje em dia: dança, festa, paquera. Algo que é muito discutido é esse desentendimento entre o pessoal do chamado forró pé-de-serra e o dito estilizado. Mas não é esse o recorte que será feito. Levamos em conta os setores que estão mais sintonizados com a ideia de identidade cultural", ressalta.

O trabalho da Respeita Januário vai dar origem a uma dossiê sobre as matrizes do forró, que passará por uma série de etapas dentro do Iphan. Primeiro, ele será analisado pelo Departamento de Patrimônio Imaterial, que fará um parecer técnico. Em seguida, o material segue para a apreciação do Conselho Consultivo, que dará a palavra final sobre a aceitação do registro. A expectativa é que o processo seja concluído até 2021. 

Tereza Accioly acredita que a concretização do reconhecimento é só uma questão de tempo. 

"O movimento é muito forte em todo o Brasil. Estamos todos na torcida, porque o forró precisa desse novo oxigênio", defende. Para o cantor e compositor Maciel Melo, o registro vai oficializar aquilo que o ritmo já é na prática. "O forró já é um patrimônio cultural do nosso povo há muito tempo. Mas acho válido esse título, para que venha uma maior valorização por parte do poder público. O que não pode é deixar que essa tradição vire folclore, restrito a apenas um mês do ano", aponta.

Pernambuco é um dos estados com mais bens registrados pelo Iphan. Já receberam essa nomeação a Feira de Caruaru, frevo, roda de capoeira, os mestres de capoeira, maracatu nação, maracatu de baque solto, cavalo-marinho, teatro de bonecos popular do nordeste, caboclinho e literatura de cordel. 

O diretor do Departamento de Patrimônio Imaterial do Iphan, Hermano Queiroz, ressalta que o reconhecimento não deve ser entendido apenas como um ato declaratório. "É um compromisso que o poder público firma com a comunidade, através de vários órgãos, de atuar na salvaguarda daquele patrimônio. A partir de um plano de salvaguarda, com ações de curto, médio e longo prazo, vamos atuar conjuntamente para o fortalecimento desse bem cultural", detalha. 

Gratuito e aberto ao público, o Seminário Forró e Patrimônio Cultural vai reunir forrozeiros, artistas, músicos, artesãos, e dançarinos, além de gestores públicos e culturais, produtores e pesquisadores. As atividades vão ocupar o Cais do Sertão, Paço do Frevo, Praça do Arsenal e Teatro Mamulengo, todos no Bairro do Recife.

Fonte: IPHAN
Nenhum comentário

Audiência Pública discute impactos do rompimento da Barragem da Vale, em Brumadinho, no Rio São Francisco

Em audiência em Pernambuco, CBHSF discute os impactos do rompimento da barragem da Vale, em Brumadinho, no Rio São Francisco.

Convidado pelo presidente da Frente Parlamentar em Defesa do Rio São Francisco, deputado Lucas Ramos (PSB – PE), o presidente do Comitê, Anivaldo Miranda, e representantes de diversos segmentos da sociedade, ligados à gestão de águas, desenvolvimento econômico, saúde e meio ambiente, se reuniram para discutir sobre os reflexos do desastre ambiental.

Mais de cem dias após o rompimento da barragem Mina do Feijão, localizada em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (MG), os efeitos do desastre foram discutidos na audiência pública “Os Riscos ao Rio São Francisco após o Rompimento da Barragem da Vale em Brumadinho”, na última terça-feira (07), no Recife (PE). 

Durante o evento, promovido pela Frente Parlamentar em Defesa do Rio São Francisco da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), a pesquisa “Monitoramento Geoespacial do Risco de Contaminação do Rio São Francisco Pós-Brumadinho”, realizada pela Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), foi apresentada pelo pesquisador Neison Freire.

De acordo com a análise, desde o último dia 12 de março, a pluma de rejeitos da barragem chegou à margem direita da Usina Hidrelétrica Três Marias por meio do Rio Paraopeba e, a partir daí, está se diluindo no lago e seguindo para o Rio São Francisco. 

Embora a contaminação das águas que chegaram ao Velho Chico ainda não tenha ultrapassado os limites estabelecidos para consumo, conforme as análises divulgadas pelo Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), pela ANA e pelo CPRM, o presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), Anivaldo Miranda, adverte que é preciso olhar para o futuro e se precaver.

“Nosso Comitê é a favor de que as análises do lago de Três Marias continuem se intensificando, também a jusante do reservatório. Temos que nos preparar para acelerar o processo dessas pesquisas. Ainda não há nenhuma das substâncias fora dos limites estabelecidos, conforme divulgado pelos boletins oficiais, no lago de Três Marias, mas é preciso acompanhar como essas substâncias contaminantes, particularmente os metais pesados, vão se comportar a médio e longo prazos, observando, sobretudo, os processos de bioacumulação na cadeia da vida aquática”, comentou Anivaldo Miranda.

O presidente reforçou que a Bacia do Rio São Francisco precisa ser uma prioridade, pois é uma “questão nacional”.

“Precisamos focar nos pontos que ameaçam o Velho Chico, pois ele não tem um plano B, então é absolutamente fundamental para o nosso País. É um rio que representa 70% da disponibilidade hídrica do Nordeste”, argumentou. E completou: “O rompimento da barragem é mais um alerta grave que deve ser levado em conta por toda a nossa sociedade. Por isso, é preciso prevenir para não termos que remediar. Precisamos ter segurança de que o Rio São Francisco não será o próximo Rio Doce”.

Fonte: Texto: Isabela Alves *Fotos: Evane Manço/Alepe

Nenhum comentário

Petrolina: Motoristas reclamam de atraso na entrega de documentos de veículos

Alguns proprietários de veículos em Petrolina procuraram a reportagem do Blog  para reclamar da demora do DETRAN em emitir documentos, entre eles o de transferência de documentos, principalmente entre os Estados da Bahia e Pernambuco. Um dos proprietários comprou um carro em Salvador e reclama que tem mais de 15 dias que não consegue regularizar a situação devido a morosidade dos serviços.

Uma das queixas é o atraso do Certificado do Registro e Licenciamento de Veículos (CRLV). Segundo eles, o problema já vem ocorrendo há cerca de dois meses.

Alguns motoristas reclamam que estão esperando o documento há mais de 30 dias, e por isso estão sem poder rodar nas ruas devido o risco de ser pego em blitz. 

Um motorista, que não quis ser identificado disse que já tem mais de 30 dias, que ele está tentando transferir o carro que comprou para o seu nome, mas não está conseguindo devido a lentidão no serviço do DETRAN.

"Eles me falaram que o problema é entre as ciretrans de Juazeiro e Petrolina".

Ao vender um automóvel, o proprietário é obrigado a fazer o Comunicado de Venda ao Departamento de Trânsito do Estado (Detran), no prazo de 30 dias após a venda. A obrigatoriedade está prevista no artigo 134 do Código de Trânsito Brasileiro.

Uma das consequências para quem não faz o comunicado é receber notificações de infrações cometidas pelo novo dono do veículo. Muitas cobranças chegam por ordem judicial, por irregularidades que o ex-proprietário não cometeu.

A comunicação de venda isenta o vendedor de qualquer responsabilidade civil ou criminal sobre ocorrências que possam acontecer com o veículo (acidentes, infrações de trânsito). 
Nenhum comentário

Salvador: Marquinhos Café comemora 25 anos de sanfona e 5 de carreira solo na sexta (24), no Restaurante Yemanjá

O cantor e sanfoneiro Marquinhos Café este ano completa 25 anos de sanfona e 5 anos de carreira solo. O músico lança este ano o CD Felicidade é Você.

Cumprindo agenda pelas principais cidades do Brasil, para comemorar,  Marquinhos Café recebe na sexta (24), no Espaço de Eventos do Restaurante Yemanjá, em Salvador, a partir das 21 hs, o Trio Nordestino, uma das principais referências da música brasileira.

Atualmente o Trio Nordestino é formado pelos herdeiros musicais Luiz Mário – triângulo e voz (filho de Lindú), Coroneto - zabumba (neto de Coroné e Beto Sousa – sanfoneiro (afilhado de Lindú).

Criado em 1958, o Trio Nordestino iniciou a formação clássica do forró: um sanfoneiro, um zabumbeiro e um triângulo. Os fundadores Lindú (voz e sanfona), Coroné (zabumba) e Cobrinha (triângulo) lançaram o primeiro disco os anos 60, apimentando a música brasileira com o suingue, o humor e a sensualidade do sertão e que até hoje são a marca da modernidade de todos os tempos.  O Trio Nordestino teve a benção do rei do baião: Luiz Gonzaga.

"Procurando Tu" foi um dos maiores sucessos do Trio Nordestino, no início dos anos 70, chegando a vender cerca de um milhão de discos.

O Trio Nordestino já gravou com grandes representantes da música popular brasileira: Fagner, Alceu Valença, Bezerra da Silva, Elba Ramalho, Dominguinhos, Alcione, Flavio José, Santana, Genaro, Silvério Pessoa, Zeca Baleiro, Estakazero, Adelmário Coelho, Luiz Caldas,Targino Gondim, entre outros.

Marquinhos Café é um dos mais legítimos sanfoneiros seguidor da obra de Dominguinhos e Luiz Gonzaga. Antenado, Marquinhos é considerado um dos mais talentosos sanfoneiros, virtuoso já foi o vencedor do Festival Nacional de Forró de Itaúnas, Espírito Santo e é presença garantida do Festival Internacional do Forró-Juazeiro-Bahia.

O trabalho de Marquinhos é fruto das inúmeras horas de dedicação, anos de aprendizado dos acordes da sanfona do Mestre Camarão. Marquinhos foi um dos alunos do Mestre Camarão na Escola de “Acordeon de Ouro” (criada em 1994).

Mas, as primeiras lições aprendeu com o pai, "Seu Antonio", sanfoneiro, consertador e afinador de sanfona que colocava na radiola os discos de Luiz Gonzaga, Dominguinhos e Trio Nordestino, Marinês e Jackson do Pandeiro para o filho escutar.

Nascido em Caruaru, Agreste de Pernambuco, Marquinhos cresceu no universo do Forró e da Música mais brasileira. Impressiona a virtualidade. Com o mesmo talento que executa um forró, xote ou baião, desfila no ritmo do jazz e blues. 

O sanfoneiro traz do Mestre Dominguinhos, a humildade e atenção com os amigos e fãs. Todos os anos é um dos gonzagueanos que prestigia a data de nascimento de Luiz Gonzaga, em Exu, Pernambuco.

Marquinhos Café é um dos integrantes do Quinteto Sanfônico do Brasil, com os amigos e sanfoneiros Targino Gondim, Gel Barbosa, Rennan Mendes e Sebastian Silva, viaja o Brasil, tocando e concretizando que a música não tem fronteiras e em cada acorde revela o que existe de mais belo da música universal.

Entre os projetos já realizados, recentemente Marquinhos Café, participou do lançamento, junto aos principais forrozeiros da coletânea Forró, Festa e São João. O CD idealizado por Flávio José com direção e produção musical deTargino Gondim conta com a participação de 29 artistas do segmento, entre eles Antonio Barros e Ceceu, homenageados no projeto.

É Marquinhos Café um músico afinado com a música mais brasileira, universal. Sanfoneiro e cantor que faz balançar um forró bem buliçoso e agrada a mais refinada plateia afinada não só por forró xote e baião e mais  aficionada também por jazz e blues.
Nenhum comentário

O olhar de Aderaldo Luciano para Antonio Barros, Mayra, Cecéu

*Texto Aderaldo Luciano:
Ao olhar essa fotografia veio-me uma saudade e uma emoção desmedida. Lembrei-me de toda minha infância e adolescência, quando ainda respirávamos um pouco de inocência diante da vida. 

Minha geração e todos do meu ciclo vivemos norteados musicalmente pelos lançamentos das músicas de Antonio Barros e Cecéu. A primeira vez que ouvi É Lá, É Cá, É No Balanço Do Mar fiquei balançado. 

Os dois plantaram em mim o gosto pela música, apontaram-me o caminho da constância, a busca pela disciplina, o caminhar para a frente. Nesses tempos novos de tão pouca criatividade e de tão extensas caricaturas, o casal 1000 permanece intacto em sua excelência. Plantaram no Brasil os doces bordões: lembrem-se de Ney Matogrosso cantando Homem Com H. 

E foi assim a cada ano, a cada São João, a cada "assustado". Devemos muito aos dois e como agradeço ter vivido sob seu som, sob sua genialidade. 

Na fotografia estão abraçados e abraçando a seguidora, filha e ótima cantora Mayra Barros que gentilmente cedeu-me a oportunidade de escrever minha pequena homenagem. Serei eternamente grato.

Fonte: Aderaldo Luciano  professor doutor em Ciencia da Literatura
Nenhum comentário

Ex-ministros do Meio Ambiente alertam sobre 'desmonte ambiental'

Em uma ação inédita, oito ex-ministros do Meio Ambiente se reuniram hoje pela manhã no Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (USP) para divulgar o comunicado sobre a política ambiental do atual governo.

Os ex-ministros, que representam mais de 30 anos de gestão ambiental no Brasil, prometem mobilizar a sociedade. 

“É um momento mais do que difícil. É um momento de nonsense, porque estão sendo feita coisas dramáticas para o meio ambiente, para a sociedade e para a economia”, disse Marina Silva, que foi ministra do Meio Ambiente do governo Lula entre 2003-2008, candidata derrotada à Presidência em 2014 e 2017.  

Segundo Marina, a Constituição está sendo desrespeitada, pois o artigo  225 diz que a organização do Estado tem que prover um ambiente saudável para todos os brasileiros e deve criar estrutura, orçamento e políticas políticas para água, floresta e biodiversidade. 

“É a primeira vez que temos um governo que assume dizendo que não vai haver nem mais um centímetro de terra indígena, que vai acabar com a farra das multas, inclusive a que ele obteve porque estava pescando onde não deveria. É a primeira vez que temos uma governo que ataca as bases de uma sociedade: educação e  meio ambiente. O que está acontecendo é um desmonte. Transforma o nosso país em exterminador  do futuro”, afirmou.  

“Este é um ponto de partida e não de chegada. Queremos convocar todas a sociedade, o Congresso, a academia. Vamos procurar todos os segmentos da sociedade, até a juventude nas escolas, como na Europa, porque os que está em jogo é o futuro justamente dos jovens que vão experimentar na própria carne as consequências dessa política absolutamente irracional que estamos assistindo”, prometeu Rubens Ricúpero, ministro entre setembro de 1993 e abril de 1994, no governo de Itamar Franco.

De acordo com o comunicado, a atual política ambiental arrisca a imagem internacional do Brasil. O documento acusa a governança ambiental de estar sendo desmontada, de enfraquecimento do Ministério do Meio Ambiente e afirma que o governo ameaça áreas protegidas, o Conselho Nacional do Meio Ambiente e o Instituto Chico Mendes.

“O atual governo está desconstruindo a política ambiental. O governo disse que ia incorporar o Ministério do Meio Ambiente ao da Agricultura. Nós protestamos e voltaram atrás, mas não por nossa causa, mas porque o agronegócio ameaçou suspender importações. 

O governo colocou o MMA como uma extensão da Agricultura. Tudo o que o agronegócio deseja, o MMA faz, porque essa é a política de  governo”, disse José Sarney Filho, que foi ministro do Meio Ambiente em duas ocasiões: entre 1989 e 1990, durante o governo do tucano Fernando Henrique Cardoso, e entre abril de 2016 e abril de 2018, no governo de Michel Temer.

 “O governo ameaça a Amazônia que, como todos sabem, é muito importante para o mundo. Eles pensam que estão liberando terra para o agronegócio, mas estão enganados. Estão é acabando com o regime de regime de chuvas que garante esses negócios”, afirmou.

O documento também cita os compromissos do Brasil no Acordo de Paris, as posições negacionistas do governo com relação às mudanças climáticas e critica ausência de diretrizes objetivas. Os ministros alertam sobre risco de aumento descontrolado do desmatamento da Amazônia, criticam o discurso contra órgãos de controle ambiental, como Ibama, ICMBio e Inpe, o afrouxamento do licenciamento ambiental e manifestam preocupações com a política indígenas.

“Falta diálogo com a sociedade, que não deve ser um diálogo virtual. Nunca tivermos uma postura de desconstrução como essa. Está havendo um apequenamento do MMA e um negacionismo climático, expresso por várias autoridades do governo. Mudanças Climáticas é um tema global e geopolítico”, disse Izabella Teixeira, ministra entre 2010 e 2017, durante o governo de Dilma Roussef. Para ela, o governo dá sinais contraditórios que comprometem a imagem internacional do país.  
Nenhum comentário

Reitor da Univasf diz que serviços essenciais e atividades serão afetadas com bloqueio de R$12 milhões no orçamento

Reitor da Univasf diz que serviços essenciais e atividades serão afetadas com bloqueio de R$12 milhões no orçamento

Estudantes da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) e do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sertão Pernambucano (IF Sertão-PE) estão preocupados com as consequências dos cortes orçamentários sofridos pelas instituições. 

Na Univasf, 84% do investimento programado foi comprometido, quase 12 milhões. No IF Sertão-PE, o bloqueio de 30% representa cerca de R$ 8 milhões a menos em recursos. O Ministério da Educação fez o anúncio na terça-feira (30) do bloqueio de 30% na verba das instituições de ensino federais.

O bloqueio orçamentário pode comprometer o funcionamento do instituto. Débora Albuquerque cursa edificações no IF Sertão-PE, no campus Petrolina. Ela disse que teme em como isso pode afetar a vida dela e de outros estudantes. "O sentimento de quem está dentro do instituto, de quem está analisando, sentindo e vivendo essa situação que estamos passando. É um sentimento de revolta, de indignação".

Segundo uma nota enviada pelo o IF-Sertão-PE, a previsão de orçamento para o instituto é menos da metade do que foi liberado há quatro anos, quando ele contava com uma estrutura menor para manter o funcionamento. A nota ainda destaca que nos últimos quatro anos, os recursos destinados ao instituto têm diminuído vertiginosamente.

Os estudantes estão com receio de que as aulas sejam suspensas. "Se um corte desse prejudicar a ponto de você entrar em greve, a instituição, a gente vai atrasar muito o nosso curso, que já é um curso bem demorado, e vai atrasar mais ainda", revelou o aluno Rafael Pereira da Silva.

"Essa é uma das minhas principais angústias, porque se caso houver uma greve, isso pode afetar bastante a gente, em relação a entrar em uma faculdade futuramente", disse o estudante Bruno Batista.

Além do prejuízo para os estudantes, o bloqueio orçamentário também prejudica no desenvolvimento das pesquisas. "Não afeta somente estudantes da instituição como pessoas de fora", ressaltou a estudante Diovanna de Amorim.

Em nota, o IF Sertão disse que está buscando, junto à assessoria jurídica, a adoção de medidas legais para impedir que o orçamento continue bloqueado e que na próxima sexta-feira (10), haverá uma audiência com o Ministro da Educação.

Na Univasf, o corte no orçamento é de quase R$ 12 milhões. O que afeta todos os serviços essenciais na universidade.

"As atividades de graduação serão afetadas diretamente, porque primeiro os estudantes precisam estarem aqui e se manterem aqui no momento em que nós temos um corte no nosso orçamento e precisamos fazer um ajuste. Por exemplo, nós precisaríamos deixar de pagar alguns serviços como o fornecimento de água e de energia, muito em breve nós não poderemos pagar as faturas", explicou o reitor da Univasf, Julianeli Tolentino de Lima.

A universidade já passa por um período de contenção de despesas, e, diante deste bloqueio no orçamento, vai ser preciso fazer alguns ajustes. 

"Um deles vai passar pelo corte nos serviços continuados. O apoio terceirizado de vigilância, de limpeza, de manutenção, apoio administrativo nós teremos que fazer esse ajuste e isso significa a demissão de pessoas que prestam serviços a nossas universidades. São pessoas muito importantes e não podemos perdê-los", esclareceu o reitor.

Roberto de Jesus é motorista da Univasf há sete anos e teme que isso provoque demissões em massa. 

"A gente está muito preocupado com esse corte no orçamento no valor de 30% que vai afetar muitos pais de família aqui na nossa região, principalmente na nossa universidade. Fala-se de 200 pessoas sendo demitidas, tem funcionários aqui que tem dez anos, quinze anos. Eu tenho sete anos aqui dentro e nunca me vi em uma situação dessa".

O reitor da Univasf ressaltou ainda que está em contato com o Ministério da Educação. "Nós estamos provocando o MEC para viabilizar a liberação desse orçamento especialmente de custeio para pagar as nossas contas de energia, de água, pagar os nossos servidores terceirizados e continuarmos as nossas atividades", reforçou o reitor da Univasf.

Fonte: TV Grande Rio
Nenhum comentário

← Postagens mais recentes Postagens mais antigas → Página inicial