O forró de Luiz Gonzaga, de Dominguinhos, de Jackson do Pandeiro, de Marinês, João do Vale continua representativo com os atuais cantores. O forró que faz parte da história do Brasil, que une o País em passos arrastados dos pares que dançam sob o tilintado do triângulo, o tum tum da zabumba e o resfolegado da sanfona sempre merece destaque nas principais rádios e Tvs.
O sanfoneiro e cantor Chambinho, mostrou isto em rede nacional/internacional na apresentação da novela Velho Chico ao dialogar com o personagem "Chico Criatura" em defesa da música mais brasileira, o forró, o baião e o nome de Luiz Gonzaga e Dominguinhos.
Importante a fala do cantor Chambinho na novela alertando para a invasão medonha, avassaladora e predadora de músicas que denigrem a imagem de Brasil que possui a melhor música. "Prá gente como nós até no São João tá difícil".
O forró é merecidamente o ritmo patrimônio cultural. Forró é alma brasileira. Chambinho é um dos nossos guardiões da compreensão musical e creio, rezo que ele continue nessa defesa inegociável das legítimas tradições musicais brasileiras e universais.
Já exerci a função de secretário de cultura e turismo da cidade de Areia, na Paraíba (cidade Patrimônio Cultural do Brasil) e lá disse não a quaisquer forma de manipulação a favor das bandas de forró de plástico, eletrônico e seus acompanhamentos desafinados entoados de música ruim.
Nossa defesa é a linguagem universal da arte. É triste afirmar, mas praticamente todos os nossos grandes artistas foram ou o são discriminados em vida: tem pouco espaço nas rádios e tvs e agora até mesmo nos palcos das festas juninas quando são "esquecidos e trocados" por bundas e bocas!
Precisamos refletir que o dinheiro público não deveria financiar as chamadas bandas de “forró de plástico”, pois essas já são financiadas pelo mercado e o público adepto lota praças públicas e auditórios privados. No mundo da vida, o mercado não é o único valor, sequer o principal.
Também podemos avaliar a falta de virtude das letras em geral cantadas pelas bandas serem discriminatórias às mulheres e cultuarem sem dúvida uma concepção machista de mundo. E o mais importante: quando o Estado se empenhar a difundir valores que discriminam eles servem mais ao aprisionamento do que à liberdade das consciências.