Em depoimento à CPI do MST, um dos líderes nacional do movimento, João Pedro Stédile, avaliou na terça-feira (15) que foi um "erro" a invasão a terras da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em Pernambuco.
Stédile afirmou, no entanto, que cada acampamento do MST tem autonomia para decidir como agir.
De acordo com a chefe-geral da Embrapa, Maria Auxiliadora Coelho de Lima, a área ainda segue produtiva e serve à realização de pesquisas sobre as espécies forrageiras e nativas da caatinga.
Joao Pedro Stedeli também fez uma avaliação pessimista para a fruticultura irrigada no Vale do São Francisco. Ao criticar o uso de veneno, agrotóxixo que, segundo ele, ainda é usado como defensivo agrícola nas produções.
Stedeli afirmou que a exportação de frutas da região do ficará comprometida e é preciso mudar a realidade.
De acordo com Stedeli as rutas exportadas estão repletas da substancia quimica GLISOFATO, herbicida utilizado no controle de plantas daninhas.
Até 2026 isto terá que mudar, disse o lider do MST.
Quanto ao MST, João Pedro Stedeli, destacou que um dos princípios que norteia a atuação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) é a coexistência entre a manutenção da biodiversidade existente no meio ambiente, a produção de alimentos saudáveis e as populações tradicionais, como indígenas, ribeirinhos e quilombolas, e suas práticas.
Em outras palavras, isso significa uma interação entre o ser humano e o meio ambiente pelas vias sustentáveis de produção, além do respeito aos saberes tradicionais. Stédile critica a permissividade com que se prolifera no Brasil o uso de agrotóxicos já proibidos em outras partes do mundo por sua agressividade ao ambiente e à saúde.
Na CPI, eles destacou que pesquisas que associam o veneno agrícola ao crescimento da incidência de doenças como câncer de próstata, de mama, mal de Parkinson e a problemas de infertilidade. Alerta que, no cigarro, a má fama fica com a nicotina, “que só vicia – o que mata são os produtos químicos usados, sobretudo, no cultivo do fumo”. E que a produção em larga escala de cana-de-açúcar levando o veneno também para a aguardente: “Pode largar mão de tomar pinga. No Brasil se bebe cachaça há 400 anos, mas antigamente não tinha veneno, e agora tem”.
"O modelo do agronegócio é apenas um modelo de se ganhar dinheiro. Se o único objetivo é ter lucro, não importa se vão destruir a natureza, se vão usar venenos, se desempregam pessoas", disse Joao Pedro Stedeli.
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