SEMINÁRIO APRESENTA TV 3.0

Em seminário sobre a implantação do novo modelo de televisão aberta a ser adotado no Brasil, chamado de TV 3.0, participantes ressaltaram a necessidade de garantir isonomia entre os sistemas público e privado. O presidente da Empresa Brasileira de Comunicação, Jean Lima, lembrou que a Constituição brasileira determina que os sistemas público, estatal e privado são complementares.

Jean Lima, que representou no seminário a Secretaria de Comunicação da Presidência da República, reivindicou a distribuição dos canais da União pela internet e ressaltou a importância da comunicação pública.

“Entendemos como central a possibilidade de o telespectador assistir pelo aparelho de TV os canais da União pela internet, mesmo se não estiverem disponíveis na radiodifusão no município. TV Brasil, Canal Gov, TV Senado, TV Câmara, TV Justiça, Canal Saúde, Canal Educação são de inequívoco interesse social ao promover transparência sobre as ações do poder público”, afirmou.

Também para o presidente da comissão de Comunicação e Direito Digital do Senado, senador Eduardo Gomes (PL-TO), é fundamental assegurar espaço para as emissoras públicas de TV no novo modelo.

“O importante é que exista realmente na TV 3.0 a preocupação com a TV pública. Falei agora há pouco da TV Senado: somos a fonte de notícia mais importante para o setor, que é a sua regulação, então, é natural que estejamos ali inseridos para a segurança da informação pública brasileira”, disse.

Conforme explicou o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, no ano que vem o Brasil começa a implantar o novo sistema de televisão 3.0, que consiste basicamente na integração da TV aberta com a internet.

Nesse modelo, os conteúdos audiovisuais vão chegar aos telespectadores por meio de aplicativos. Além de contar com qualidade de imagem e som melhores, a TV 3.0 permite maior interatividade. Os espectadores poderão escolher os conteúdos e até as propagandas que querem ver.

Juscelino Filho destacou também que o sistema irá significar uma revolução na forma de fazer televisão, com a possibilidade novos modelos de negócios para as emissoras.

“Traz novas oportunidades, como a publicidade interativa, o comércio eletrônico integrado, oportunidades de patrocínios e parcerias e a possibilidade também de oferta de conteúdo exclusivo e conteúdo premium. Isso se faz ainda mais importante no momento em que a competição com as plataformas digitais é cada vez maior”, afirmou.

Apesar de a integração com a internet ser a principal característica do sistema a ser implantado no País, o ministro deixou claro que mesmo quem não tem acesso à rede poderá assistir televisão normalmente. Para isso, será necessário apenas ter aparelhos compatíveis com a nova tecnologia. Sem a rede de computadores, os telespectadores só não terão acesso aos recursos de interatividade.

Os participantes do seminário ressaltaram que o Brasil ainda é um dos países que mais assistem TV aberta no mundo. Segundo afirmaram, pesquisa recente do Instituto Kantar/Ibope aponta que o brasileiro assiste, em média, a mais de 5 horas de televisão por dia. Estima-se que 98% dos domicílios do País contem com pelo menos um aparelho de TV.

O seminário foi realizado no auditório do Ministério das Comunicações. Fonte: Agência Câmara de Notícias

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PARAIBA: AREIA UNE TURISMO, CACHAÇA E PRODUÇÃO DE CHOCOLATE

O município de Areia, região do Brejo paraibano, desponta no turismo rural com diversos atrativos. O turista que for ao município vai vivenciar a mistura de história, cachaça e chocolate, já que, o Engenho Triunfo, um dos principais pontos turísticos da região, produto de muito trabalho dos proprietários Antônio Augusto e Maria Júlia Baracho, investiu também na produção do chocolate aliada ao turismo rural.

Os visitantes, além de conhecer a produção da cachaça com um guia, que apresenta todo o processo de fabricação, desde a plantação da cana até o produto final, podem também apreciarem as flores, lojinhas, lago com pedalinhos, tirolesa e a fábrica de chocolates Engenho Cacau.

Com o lema “mais cacau e menos açúcar”, o novo espaço do Engenho Triunfo produz chocolate de qualidade onde é utilizado 45% de cacau ao leite até 80% do cacau. “O Engenho Cacau foi mais uma bênção de Deus na nossa vida. Porque ele veio através da nossa nora que tem um espírito empreendedor de trabalho, justiça social e de amor pelo que faz, que a nossa família tem”, revela Maria Júlia.

A qualidade do produto é fruto do empenho e dedicação da Juliana Viega de Albuquerque Baracho, que contou com apoio do marido, Thiago Henrique de Albuquerque Baracho, para implantação do novo empreendimento.

 “A ideia de colocar uma fábrica de chocolates no Engenho Triunfo surgiu para agregar mais uma atividade ao turismo, então, eu e o meu marido, pensamos em algo para agregar ao turismo e, como no Sul do país a região é fria como a nossa, e eles investem muito na produção do chocolate, eu pensei em fazer uma experiência que deu certo”, conta Juliana.

Como ela não tinha experiência na produção do chocolate, a empresária correu em busca da capacitação e aprendeu a técnica do movimento de entubar, uma forma de fazer chocolate desde o cacau até a barra. “Eu não queria fazer o chocolate como todo mundo faz, que é derretendo uma barra comprada. Eu queria fazer o chocolate desde o cacau e assim estou fazendo”.

Juliana foi buscar a capacitação em um curso com o pessoal da Fábrica de Chocolates LaBarr, que tem um produto premiado em Brasília e, depois, foi para a região Sul da Bahia, que é referência na produção do chocolate.

Lá, ela conta que conheceu a Adriana Reis, que além de ser referência internacional desse mundo do cacau até a barra do chocolate, também é professora do Centro de Inovação do Cacau (CIC), cujo objetivo é construir, consolidar e difundir conhecimento sobre o cacau e o chocolate de qualidade, com foco na melhoria da produtividade, qualidade e rastreabilidade das amêndoas. “Após os conhecimentos adquiridos, eu, com auxílio do meu esposo Thiago Henrique, que é engenheiro químico do Engenho Triunfo, começamos a fazer a formulação dos produtos químicos para iniciar a produção”.

Já capacitada ela iniciou a compra do maquinário, além de passar a conhecer os fornecedores da amêndoa fina, que é o referencial para fazer o chocolate, desde o cacau com a amêndoa.

O Engenho Cacau fica dentro do Parque do Engenho Triunfo e a produção do chocolate foi iniciada na Páscoa de 2022, e, em um ano já foi produzido uma tonelada de chocolate. A empresária revela que a intenção é produzir o chocolate com o cacau plantado em Areia. Para tanto, ela trouxe mudas da Bahia e do Espírito Santo. “Nós plantamos e estamos aguardando chegar mil novas mudas agora em março para produzir exclusivamente com o nosso cacau”, diz.

Na produção do chocolate do Engenho Cacau, não é usada a gordura vegetal, nem a hidrogenada, como também aromatizante, ou seja, são 45% de cacau ao leite até 80% do cacau. Tem uma legislação no Brasil determinando que para ser chocolate ele precisa ter no mínimo 25% de cacau, percentual que é colocado no mundo industrial, “é um chocolate que no mundo comercial seria considerado meio amargo, e aí quando as pessoas provam elas ficam surpresas porque ele é suave, já que uma amêndoa boa do cacau não tem intensidade em amargo. Nós estamos explorando tanto na escolha da amêndoa quanto na questão da torra que nós fazemos na fábrica, daí nós vamos fazendo a torra de acordo com cada amêndoa do cacau”.

A produção do Engenho Cacau é feita com o que existe na região. São feitos chocolate ao leite, com castanha do caju, com banana, jaca, cajá e cachaça. “Nós estamos para lançar barras de chocolate com cachaça Trinfo envelhecida no bálsamo, no carvalho e na umburana. No São João nós lançamos o chocolate com canjica, que foi um sucesso até na embalagem que é em formato de uma cuscuzeira”.

Na linha com cachaças, tem as barras que serão lançadas em breve, as trufas de chocolate meio amargo e cachaça envelhecida no tonel de bálsamo. Tem também as garrafinhas, que são muito procuradas, por serem chocolates em forma de garrafas pequenas e dentro vem a cachaça triunfo branca. (Fonte: A União)

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SEU NÉ, UM “CAÇADOR DE ÁGUA” NAS TERRAS ÁRIDAS DO NORTE DA BAHIA

Para muitos fazendeiros, agricultores familiares e reassentados pela Chesf, tanto do lado baiano quanto da margem pernambucana do rio São Francisco, a presença de “seu Né” em suas propriedades significa a esperança de matar a sede dos rebanhos e das plantas. Há quem mande carro com motorista até Brejo do Burgo, um povoado de pouco mais de 100 casas no município de Glória, só para apanhar e deixá-lo em casa, depois que ele faz o serviço: indicar o local certo onde escavar os poços e garantir água.

Há mais de seis décadas ele percorre os sertões com gravetos em forma de forquilha ou arames de metal torcidos no formato da letra “e” minúscula. Estes instrumentos simples, toscos até, bastam para que ele identifique quais os pontos, sob o solo da caatinga, onde há água suficiente para viabilizar uma lavoura. Ele tem o dom da radiestesia, a suposta habilidade de perceber o campo eletromagnético dos depósitos subterrâneos de água.

Usamos a palavra “suposta” porque a ciência não comprova se isso é realmente possível. Mas quem contrata seu Né está mais interessado nos resultados práticos do que nas verdades científicas.

Seu nome completo é Manoel Batista da Silva e está com 89 anos. No entanto, mesmo em Brejo da Burgo, poucos o chamam dessa maneira.

Ele nos recebeu em seu sítio, a seis quilômetros do povoado, em pleno Raso da Catarina, uma planície arenosa no norte da Bahia onde caminhar é tão cansativo como na areia fofa da praia. Sozinho, cuidando de um rebanho de aproximadamente 50 cabeças de gado sob um sol do sertão, demonstra uma disposição para o trabalho braçal incompatível com sua idade. No entanto, ao saber que nossa intenção era entrevistá-lo, ele parou o que estava fazendo. O gosto pela conversa, este sim, é totalmente compatível com a de um idoso com muitas histórias para contar.

Nesta foto vê-se uma mão enrugada e suja segurando um bastão. A pessoa está vestindo uma roupa branca, que parece estar um pouco suja. O foco principal está na mão e no bastão, com o fundo desfocado. As unhas da pessoa estão curtas e parecem estar sujas. A textura da pele é visível, indicando trabalho árduo ou idade avançada.

“Posso até ter errado algum poço, mas nunca tomei conhecimento disso, não”, garante, sem nenhuma sombra de falsa modéstia.

No final do século passado, seu Né ainda usava gravetos ou arames que se curvavam em direção ao ponto onde há água. Hoje, ele dispensa esses recursos. “Eu sinto a água, meus nervos sentem, não sei porque nem como isso acontece, só sei que nasci com o dom”. Em novembro, alguns dias antes da entrevista, ele conta que foi levado pelos agricultores de Salgado do Melão, um povoado do município de Macururé, e “locou” – termo que usa para dizer que localizou – 14 poços em reassentamentos da Chesf. “Só quiseram cavar três, deixaram os outros de reserva”, explica, detalhando como funciona sua atividade.

Por cada poço ele cobra R$ 500, mas nem sempre foi assim. Durante os anos em que atuou como sindicalista, ele se recusava a cobrar, pois exercia o cargo de diretor de Convivência com o Semiárido do Pólo Sindical do Vale do São Francisco, uma articulação de dezenas de sindicatos de trabalhadores rurais da Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe. Ele considerava que fazia parte de sua missão “locar” poços e treinar outros “caçadores de água” com ajuda das organizações não-governamentais que atuam no semiárido e que, durante a COP-3, criaram a Articulação do Semiárido (ASA).

Ele só perdeu a energia para caçar poços d’água nos anos que se seguiram à morte de sua esposa. “Foi uma tragédia na minha vida, homem sem mulher é uma tristeza. Não tinha vontade pra mais nada”, explica. O que o salvou foram os sucessivos chamados de agricultores para encontrar fontes de água, necessidade que só aumenta por causa da piora das condições climáticas da região e a consequente desertificação.

Segundo ele, a necessidade de locar poços está cada vez maior porque rios, lagoas e açudes que, antes passavam alguns meses do ano com água, agora estão permanentemente secos, como é o caso da Lagoa do Brejo, vizinha a Brejo do Burgo.

“Estão desmatando tudo, estão tirando as árvores que seguram a água e chamam a chuva como o pau d’arco e o pereiro. A caatinga tá pelada, sem nada por cima, desprotegida”, lamenta seu Né. Ele não tem dúvidas que é por isso que as coisas estão se tornando mais difíceis no semiárido: “Sei o que digo, eu ainda estou em mim”.

No sítio, seu Né só consegue manter seu rebanho em pé por causa da água de dois poços que encontrou e perfurou, um deles com 94 metros de profundidade e botando água pura há mais de 25 anos. Ele faz as próprias refeições em uma palhoça que abriga também a bomba do poço, pois a pequena casa, construída no alto de uma elevação do terreno só tem estrutura para a dormida.

Esse poço é a minha felicidade. No fim de tarde, eu chamo todo mundo pra beber água”, afirma. Por “todo mundo” ele se refere aos bois, vacas e novilhos. “Cuidar de gado pra mim é um entretenimento. Aliás, cuidar de bicho e conversar, quando quiserem ouvir minhas histórias, podem vir”, convida, oferecendo a água para a equipe de reportagem matar a sede e amenizar os efeitos do calor. (FONTE; MARCO ZERO)

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JOQUINHA GONZAGA DOS 8 AOS 120 BAIXOS: PREFEITURAS PRECISAM VALORIZAR OS VERDADEIROS FORROZEIROS

Apesar da invasão das bandas eletrônicas e de cantores sertanejos nos festejos juninos,  principalmente, nos contratos envolvendo prefeituras, o legítimo herdeiro musical de Luiz Gonzaga, o sobrinho Joquinha Gonzaga arruma o chapéu de couro, afina a  sanfona, zabumba e triangulo e continua a vida de viajante, na expctativa de que neste ano de 2024 possa ganhar a estrada para fazer forró do bom.

Joquinha Gonzaga vai completar no dia (01) de abril, 72 anos  de nascimento. O sanfoneiro, cantor e compositor é neto de Januário e sobrinho de Luiz Gonzaga. João Januário Maciel, o Joquinha Gonzaga é hoje um dos poucos descendentes vivos da família.

Este ano mais uma vez o sanfoneiro busca manter vivas a memória e valorização da "indusstria cultural da sanfona, zabumba e triangulo" deixada pelo seu tio e de acordo com Joquinha Gonzaga, "cada vez mais esquecida nas principais cidades do nordeste que contratam sertanejos e bandas, deixando fora os nomes que fazem o forró verdadeiro"

A história conta que Aos 13 anos de idade ganhou um fole de oito baixos, dado pelo tio famoso, Luiz Gonzaga, que achava o sobrinho com talento de sanfoneiro.

A partir daí  Joquinha não largou mais a sanfona e tempos depois tornou-se discípulo fiel do Rei do Baião.

O primeiro disco de Joquinha Gonzaga foi lançado em 1986, intitulado “Forró, Cheiro e Chamego”. Foi a partir daí que o tio-rei via no sobrinho, o herdeiro de toda uma herançacultural. A composição Amei a Toa, parceria com João Silva, foi gravada na Voz de Luiz Gonzaga.

Após a morte de Luiz Gonzaga, em 1989,  e consequentemente a do primo Gonzaguinha, em 1990, Joquinha mudou-se para o município de Exú,  pernambucano, para cuidar dos interesses do tio e do primo, dando continuidade as atividades de implementação do “Museu do Gonzagão” no Parque “Aza” Branca.

Entre os anos de 1990 e 1993, dedicou-se aos shows regionais e nacionais procurando manter a tradição do seu mestre Luiz Gonzaga, participando ativamente de grandes eventos culturais do Nordeste. Luiz Gonzaga declarou em público que Joquinha é o seguidor cultural da Família Gonzaga.

Ao lado do tio Luiz Gonzaga, o sanfoneiro Joquinha cantou em dueto a música "Dá licença prá mais um". Joquinha Gonzaga aos 71 anos reside atualmente em Exu, Pernambuco. 

Além de sobrinho do Rei do Baião, Luiz Gonzaga, Joquinha é neto de Januário (tocador de sanfona 8 Baixos) e ainda teve como tios o Mestre da Sanfona, Zé Gonzaga, Chiquinha Gonzaga (tocadora de sanfona 8 Baixos) e Severino Januário.

Detalhe: Joquinha Gonzaga também é tocador de sanfona de 8 baixos, um instrumento quase em extinção no cenário cultural brasileiro e também por isto um dos aspectos que faz Joquinha merecedor da valorização cultural.

Contato para shows de Joquinha Gonzaga: (87) 999955829 e watSap: (87)996770618



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SETE EM CADA DEZ BRASILEIROS ACHAM QUE ÁGUA É UM BEM POUCO CUIDADO

A maioria da população brasileira tem uma avaliação negativa sobre o cuidado da água disponível no país. Uma Pesquisa da The Nature Conservancy (TNC) Brasil mostra que 73% dos brasileiros acreditam consideram a água um recurso natural muito utilizado e pouco cuidado. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (22), que é o Dia Mundial da Água.

A pesquisa A Percepção dos Brasileiros sobre Segurança Hídrica, feita pela The Nature Conservancy Brasil com o apoio técnico do Instituto Ipsos, aponta que 58% da população brasileira está muito preocupada com a falta de água. O consumo excessivo ou desperdício são vistos como os principais responsáveis por este problema na visão de 27% dos entrevistados e as mudanças climáticas aparecem em segundo lugar (21%).

Entre os entrevistados, pessoas menos escolarizadas atribuem mais a falta de água à escassez de chuvas, enquanto mais escolarizados enfatizam os problemas de gestão. Além disso, 68% da população acredita que evitar o desperdício seja a principal medida que as empresas devem adotar para proteger as nascentes e as bacias hidrográficas.

O objetivo da pesquisa é identificar o quanto a população brasileira entende a importância da conservação da natureza para garantir a proteção das nascentes e dos rios para a segurança hídrica, o desenvolvimento econômico e o bem-estar social.

O levantamento foi realizado pela Ipsos a pedido da The Nature Conservancy Brasil. Foram ouvidas 1.499 pessoas, homens e mulheres maiores de 18 anos das classes ABCDE, de todas as regiões do país, entre os dias 8 e 15 de fevereiro deste ano com uma margem de erro de 2,5 pontos percentuais.

Meio ambiente-Os brasileiros também classificam o meio ambiente como uma atenção prioritária, sendo que dentre questões como por exemplo queimadas, desmatamento, poluição do ar e descarte incorreto do lixo, os eventos climáticos extremos relacionados à água como secas e enchentes são o principal ponto de preocupação, levantado por 83% dos entrevistados.

O estudo apontou que as populações menos favorecidas indicam menor associação entre problemas ambientais e mudanças climáticas, enquanto os mais privilegiados têm um entendimento mais amplo.

Soluções-A recuperação florestal foi apontada por 45% dos ouvidos como medida mais indicada para garantir a segurança das águas, ficando atrás apenas da fiscalização das leis (53%) e dos programas de educação ambiental (50%).

A gestão integrada dos recursos hídricos entre governos, sociedade civil e empresas é apontada por 43% dos entrevistados como as principais medidas para garantir a segurança hídrica, identificando a necessidade da colaboração para o desenvolvimento de soluções mais ágeis e eficazes.

Por outro lado, 70% da população entrevistada nunca ouviu falar sobre os comitês de Bacia Hidrográfica. Entre os que conhecem os comitês, 42% não sabem qual é o seu trabalho. Atualmente existem mais de 230 comitês de bacias instituídos no país, sendo responsáveis por promover uma gestão descentralizada em esforços para aprimorar a qualidade da água. (Agencia Brasil)

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PESQUISADORES DA USP SE SURPREENDEM COM A QUANTIDADE DE LIXO A 200 KM DA COSTA BRASILEIRA

Pesquisadores da USP que investigam espécies do fundo do mar na costa brasileira fizeram uma descoberta espantosa e preocupante.

Barata do mar, peixe-bruxa, tubarão lanterna: espécies que vivem em águas onde a luz do sol não chega, entre 200 e 1.500 metros de profundidade. Foi para identificar a fauna marítima de uma área remota dos oceanos que, durante dois anos, pesquisadores da USP fizeram expedições em dois pontos a 200 km da costa brasileira.

Pesquisadores do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (USP) encontraram lixo nas profundezas da costa brasileira. A ideia era inicialmente analisar a vida marinha em locais profundos do oceano, utilizando uma espécie de rede de pesca para coletar material a 200 a 1.500 metros de profundidade.

No entanto, eles encontraram mais de 13 quilos de lixo em 28 dos 31 locais analisados da costa sudeste do Brasil, próximo dos estados de São Paulo e Santa Catarina.

A quantidade de lixo encontrada surpreendeu, como explicou a pesquisadora do Laboratório de Diversidade Ecologia e Evolução de Peixes, do Instituto Oceanográfico da USP, Flávia Matsumoto.

Entre o material coletado, a maior parte foi plástico; seguido de tecidos e também metais de latas de alimento. Em alguns casos, eram materiais de fabricação da Grécia, Itália, Estados Unidos ou África do Sul, que podem, segundo os pesquisadores, ter sido jogado ao mar por navios ou lixo que pode ter vindo dos rios.

Flávia disse que o grupo ainda vai analisar as consequências desse lixo para a vida marinha das profundezas do oceano.

Para tentar reverter ou minimizar, a pesquisadora ressaltou a importância de campanhas de conscientização para que a população não jogue o lixo que tenha destino o mar. Mas, ela também ponderou a dificuldade de fiscalizar navios em alto mar. 

Marcelo Melo, professor do Instituto Oceanográfico da USP,  destacou que “Uma coisa que é essencial é fazer uma parte de educação ambiental, tanto nas pessoas que moram, despejam lixo próximo ao litoral, nas prefeituras, quanto essa parte também de educação, fiscalização, das embarcações que frequentam essas regiões. Para que as pessoas se conscientizem que o mar não é um lixão onde o lixo deve ser despejado”.

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ENTENDA A ESTRATÉGIA DO BRASIL PARA A TRANSFORMAÇÃO ECOLÓGICA

Com o objetivo de adotar modelo de desenvolvimento mais sustentável no país, o Plano de Transformação Ecológica foi anunciado em setembro de 2023, no Brasil, e lançado oficialmente pelo governo federal no mês de dezembro, durante a 28ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP), em Dubai. A estratégia reúne políticas públicas em quase toda a estrutura do Executivo brasileiro, com ações organizadas em seis eixos e coordenadas pelo Ministério da Fazenda.

Ao todo são mais de 100 políticas públicas anunciadas, com diferentes naturezas e prazos de execução, classificadas nos eixos finanças sustentáveis, transformações tecnológicas, bioeconomia, transição energética, economia circular, infraestrutura verde e de adaptação.

Segundo a subsecretária de Desenvolvimento Sustentável da Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Cristina Fróes Reis, juntas, essas ações deverão conduzir o país a abandonar um paradigma limitado e com prazo de validade e adotar um que seja sustentável nas dimensões econômica, ambiental e principalmente social.

“O Plano de Transformação Ecológica não visa somente a justiça ambiental climática, mas também uma transformação da estrutura produtiva que gere empregos de qualidade, renda e oportunidades de negócios e dessa forma vai reduzir desigualdades, sejam elas regionais, territoriais, entre o meio rural e o meio urbano, entre mulheres e homens, e gêneros, entre etnias, raças e também com um olhar para as faixas etárias”, explica.

Partindo dessa visão de readequação, o governo federal traçou uma estratégia comum para o conjunto de políticas públicas que estão sendo criadas, ou readequadas: tornar o caminho sustentável mais atraente em termos econômicos. “As vantagens, dependendo do instrumento, serão principalmente financeiras e regulatórias, de forma que na análise de custo-benefício seja favorável à sustentabilidade, seja a partir de taxas de juros mais interessantes, de condições de garantia, de novas remunerações, como o pagamento de serviços ambientais por exemplo; ou seja, de políticas afirmativas econômicas que tornem essas atividades preferidas pelo agente econômico”, diz Cristina.

A ideia é que o Estado atue como facilitador para que o Sistema Financeiro Nacional conceda incentivos às atividades econômicas sustentáveis. Com isso, haja um estímulo para novos investimentos, inclusive com recursos internacionais, ou para a migração espontânea da forma produtiva, a partir da avaliação de custo-benefício para reinvestimentos.

Políticas públicas-Duas das políticas desenhadas pelo Ministério da Fazenda são fundamentais para que a estratégia seja efetiva: a regulamentação do mercado de carbono, em fase avançada de tramitação no Congresso Nacional, e a taxonomia sustentável brasileira.

A primeira, vai precificar as emissões de gases do efeito estufa e estabelecer regras para o comércio, dentro e fora do país, do saldo positivo das metas brasileiras estabelecidas em acordos internacionais de enfrentamento à mudança climática. Esse mecanismo permitirá que outros países, com saldo negativo, possam reduzir suas emissões por meio de investimentos e transferência de tecnologia para a execução de projetos no Brasil.

A taxonomia sustentável brasileira, ainda em construção, vai classificar as atividades econômicas e os ativos financeiros de acordo com a contribuição para os objetivos climáticos, ambientais e sociais, por meio de critérios específicos estabelecidos pela Associação Internacional de Mercado de Capitais (em inglês International Capital Market Association – ICMA).

Com essas ferramentas, o governo federal poderá, inclusive desenhar de forma mais efetiva os incentivos que integrarão as iniciativas de todo o plano. Para Cristina, o papel de estruturar incentivos nas políticas públicas, desenvolvidas por diferentes órgãos, traz um novo paradigma para a própria organização do Ministério da Fazenda. “Esses instrumentos, esses incentivos, sejam eles financeiros, regulatórios tributários, fiscais, ou até mesmo de fiscalização ou monitoramento passam a ser orientados a partir dessa visão de desenvolvimento inclusivo e sustentável,” explica.

Antes mesmo de efetivar essas políticas, outras iniciativas do governo federal já passaram por reformulação alinhada à transformação ecológica, como o Plano Safra, do Ministério da Agricultura e Pecuária, por exemplo, que na atual edição ofertou melhores condições de financiamento às produções sustentáveis.

Prazos-De acordo com Cristina, a expectativa é que até 2026 todas as políticas públicas que integram o plano já estejam implementadas e que seus efeitos em termos de investimentos no país, de geração de emprego e no Produto Interno Bruno sejam efetivos. “Ainda estamos trabalhando com diferentes cálculos para quantificar esses impactos. A sociedade civil fez uma contribuição e o Ministério da Fazenda estabeleceu parcerias com algumas instituições multilaterais e bancos mundiais para chegarmos a números mais concretos sobre o impacto até o fim do governo.”

Os números apresentados pela sociedade civil foram contribuições do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável, que reuniu pesquisas do setor, em um documento apresentado ao governo federal. Entre eles, um potencial de faturamento industrial adicional de US$ 284 bilhões por ano, até 2050, por meio da bioeconomia, e um acréscimo de R$ 2,8 trilhões ao Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, pela oferta de serviços gerados pela biodiversidade.

Por outro lado, o documento também destaca a necessidade de investimentos necessários ao avanço na universalização do saneamento de até R$ 700 bilhões, para que a meta seja atingida em 2033.

“O Brasil está em um momento decisivo de sua história. Temos a oportunidade de nos tornarmos líderes globais e, ao mesmo tempo, aproveitar nossos ativos ambientais para reduzir nosso passivo social. Essa, porém, é uma janela de oportunidade única e curta”, alerta o documento.

Para Cristina, os efeitos da transformação ecológica poderão ser percebidos antes mesmo dessas projeções. “O ideal é que até 2030, tudo isso contribua tanto para a agenda dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável [agenda da Organização das Nações Unidas], quanto para as nossas metas de 2026”. (Agencia Brasil)

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