CETEP: VIVÊNCIAS E EXPERIÊNCIAS SÃO RELATADAS POR FUTUROS TÉCNICOS EM AGROECOLOGIA

Alunos da turma do Curso Técnico em Agroecologia relataram suas vivências e experiências adquiridas durante o decorrer do aprendizado, entre aulas práticas e teóricas. O relato foi feito a partir da perspectiva dos estudantes que vão concluir o curso este ano.

Os alunos destacaram que fazer parte dessa turma completamente voltado para a produção ecológica, modelo que valoriza a agricultura familiar utilizando conhecimentos tradicionais, técnicas menos impactantes ao meio ambiente, sem esgotar os recursos naturais, apresentando novos paradigmas de sustentabilidade, permitiu-nos ser, alem de profissionais em Agroecologia, profissionais efetivamente multiplicadores.

O diálogo das vivências e experiências foi provocado na disciplina Agroecologia e Permacultura, sob orientação da professora,  engenheira Agrônoma, especialista em segurança do Trabalho, Janine Souza da Cruz.

Os Três alunos do Técnico em Agroecologia do CETEP-SSF, Juazeiro, Bahia-(Centro Territorial de Ensino Profissional do Sertão do São Francisco), Antiga Escola Agrotécnica, estão no processo de estágio supervisiononado para conclusão de curso 2022. Os alunos são Anne Louise, Josielson Araujo e Valdiney Vital Guedes (Ney Vital)

No início do curso foram matriculados 35 alunos, mas apenas 03 chegaram ao estágio final e conclusão do curso. O estágio tem como objetivo aproximar o acadêmico ao meio profissional, através da conciliação da teoria com a prática. 

Os locais de estágio abrangem o Espaço Plural da Universidade Federal do Vale do São Francisco-UNIVASF, IRPAA-Instituto Regional da  Pequena Agropecuária Apropriada e o Centro Público de Economia Solidária Sertão do São Francisco.

A professora, Engenheira Agrônoma, Janine Cruz, especialista em segurança do trabalho, madrinha da turma, avalia que a agroecologia vai ganhar três valiosos colaboradores. "Durante o curso percebemos o quanto eles, estes três alunos venceram os desafios e compreenderam que a Educação Ambiental Transformadora é uma práxis social que potencialmente pode contribuir na construção de uma sociedade justa e solidária".

FUTUROS TÉCNICOS EM AGROECOLOGIA:  Anne Louise, Pernambucana, 35 anos, natural de Belém do São Francisco. Anne sempre foi dedicada aos estudos e envolvida com a natureza.

"Minha família maior parte são agricultores e isso sempre me fascinou. Seguindo essa linha, resolvi cursar Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Pernambuco, em Serra Talhada. o curso é onde eu me encontro. Com os contra tempos da vida, tive que adiar a finalização, mas, enquanto isso, resolvir fazer o Curso Técnico em  Agroecologia CETEP em Juazeiro-Ba. Sinto muito realizada. Meu estágio é no Espaço Plural da Univasf".

Josielson Araújo dos Santos tem 30 Anos, natural da cidade de Juazeiro, Bahia. Cerca de 25 anos da sua infância e juventude viveu no Distrito de Pinhões mas especificamente na fazenda Serra dos Badecas.

Na zona rural concluiu o ensino médio no ano de 2009. Josielson é Filho de produtores rurais e apaixonado por extensão rural e por já ter atuado na área embarcou no Curso de Agroecologia.

Josielson se orgulha da "Pespectiva de conclusão do curso e realiza seu estágio no Programa de Extensão Rural Ater Agroecológia da instituição IRPAA na sua comunidade de origem onde o mesmo é beneficiário do programa.

"Tenho a expectativa após a conclusão do curso oferecido pelo CETEP poder fazer o resgate histórico das comunidades rurais como também ajudar no melhoramento de suas propriedades seguindo e respeitando o histórico de  cada um. Sinto-Me sinto realizado e feliz e agradecido a Deus pelas conquistas, na certeza que chegamos ao nosso êxito diante desses tempos difíceis que passamos", senteciou Josielson.

Ney Vital, 53 anos é jornalista profissional, membro da Rede Brasileira de Jornalismo Ambiental. Entrou no curso de Técnico em Agroecologia buscando compreender o processo teórico do meio ambiente, que sempre o encantou e assim ter alicerce para buscar novos projetos na área de jornalismo ambiental e as possibilidades de realizar mestrado e doutorado na área de jornalismo e agroecologia. 

Ney Vital apresenta e idealizador do Programa Nas Asas da Asa Branca, Viva Luiz Gonzaga e seus Amigos, transmitido pela Rádio Cidade FM 95.7 e Cidade AM 870, onde destaca o cancioneiro vida e obra de Luiz Gonzaga e jornalismo voltado para a ecologia e meio ambiente. É atualmente jornalista da REDEGN empresa de comunicação.

PARCEIROS ESTÁGIOS: O IRPAA é uma Organização Não Governamental sediada em Juazeiro, na Bahia. A Convivência com o Semiárido é a sua maior e mais importante meta. Soluções eficazes, que respeitam as características do povo e das terras desta região, são as alternativas que o instituto oferece através de seus diversos projetos. O Centro de Treinamento do Irpaa fica situado na localidade de Tourão, a 15 KM de Juazeiro. 

O site do IRPAA propõe que agroecologia se caracteriza pela produção de alimentos em harmonia com o ambiente natural, conservando a biodiversidade, diferentemente do modo mais comum de agricultura utilizada pelo agronegócio, que destrói o meio ambiente.

CESOL: O Centro Público de Economia Solidária Sertão do São Francisco (CESOL-SSF) é projeto vinculado à Secretaria do Trabalho, Emprego e Renda do Estado da Bahia (SETRE), através da Associação de Apoio ao Desenvolvimento Sustentável e Solidário do Estado da  Bahia (ADESBA).

UNIVASF: O Espaço Plural da Universidade Federal do Vale do São Francisco é sede dos Programas de Pós-Graduação em Extensão Rural (PPGExR) e em Agroecologia e Desenvolvimento Territorial (PPGADT), bem como de diversos programas e projetos de extensão, como o   Espaço Arte, Ciência e Cultura (EACC), a Revista Extramuros, o Centro de Recondicionamento de Computadores (CRC), o Sertão Agroecológico, o Núcleo de Estudos Étnicos e Afro-Brasileiros Abdias Nascimento e Ruth de Souza  (Neafrar), o Sisteminha Embrapa: Sistema Integrado para Produção de Alimento, o Núcleo de Produção Orgânica e a Horta comunitária.

O Espaço Plural é também o berço do Campus Juazeiro, pois sediou as atividades acadêmicas dos cursos de Engenharia, no período de 2004 a 2008.

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CETEP: ALUNOS DO CURSO DE AGROECOLOGIA REALIZAM DEMONSTRAÇÃO TÉCNICA DE COMPOSTAGEM DO ESTERCO DE COELHO


Alunos do Curso Técnico em Agroecologia, do CETEP-SSF (Centro Territorial de Educação Profissional do Sertão do São Francisco), Juazeiro Bahia, antiga Escola Agrotécnica, realizaram nesta terça-feira (12) uma demonstração técnica do modelo de compostagem orgânica.

Compostagem é um processo biológico de transformação para valorização da matéria orgânica. Trata-se de um processo natural em que os microrganismos residentes, como fungos e bactérias, são responsáveis pela degradação de matéria orgânica, transformando-a em humus, que é um material extremamente fértil por ser muito rico em nutrientes

Os alunos do Curso Técnico em Agropecuária também participaram da atividade.

A supervisão é do professor Luan Vitor, Engenheiro Agrônomo, mestrando em Engenharia Agrícola pela Universidade Federal do Vale do São Francisco. De acordo com o professor os alunos com a atividade tem a possibilidade de ampliar as práticas de ensino e aprendizagem e contribuir para o despertar na comunidade escolar o cuidado o meio ambiente, consumo sustentável, ecologia e resíduos.

A experimentação continua no ambiente escolar, pois possibilita o melhor acompanhamento da evolução da ciência e das transformações que ocorrem na natureza. A  compostagem é um processo biológico no qual os micro-organismos transformam a matéria orgânica como, estrume, restos de comida, em húmus, um material rico em sais minerais e que pode ser utilizado como adubo em hortas, jardins e vasos, contribuindo muito para desenvolvimento das plantas.

Com o avanço da compostagem percebe-se que a transformação dos resíduos contribui de maneira significativa para o equilíbrio ecológico entre o homem e o meio ambiente, pois o composto é uma fonte rica em nutrientes que são fundamentais para obtenção de um solo fértil, gerando assim a diminuição de problemas ambientais, protegendo e preservando dessa forma a natureza para as presentes e futuras gerações.

Os alunos Anne Louise e Josielson Araújo, avaliam que este processo de trabalhar a Compostagem Orgânica, proporciona viver os aspectos abordados. "Aula prática, essa maneira observamos o uso dos recursos da natureza com responsabilidade, garantindo o uso de conceitos como: preservação ambiental, sustentabilidade e exercício da cidadania. Mudamos nossos conceitos a respeito do lixo, a consciência sobre preservação da natureza, a ideia de sustentabilidade".

Detalhe: o esterco natural usado nesta compostagem é de coelho, produzido no próprio CETEP-SSF, Juazeiro Bahia.  O site da Universidade Federal da Bahia destaca que a busca por processos naturais de adubação, sem fertilizantes químicos e agrotóxicos, tem sido constante nas ciências agrárias. 

Nesse projeto, as fezes dos coelhos foram misturadas com restos vegetais descartados, em proporções adequadas ao processamento. O composto é umedecido e revirado periodicamente, até a transformação total em compostagem, que ocorre em aproximadamente dois meses.

Sabe-se que a compostagem é rica principalmente em nitrogênio e carbono, importantes para desencadear outros processos microbiológicos no solo, dando-lhe vida e vigor às plantas. “É por isso que a compostagem é viável em qualquer tipo de solo, mesmo para os solos desérticos, pois consegue desenvolver e desencadear processos regenerativos pelo seu alto teor de nitrogênio e de outros elementos químicos, como o fósforo e potássio, que são fundamentais para o desenvolvimento das plantas”, ressalta o professor Gilmar Tavares do Departamento de Engenharia (DEG), da Universidade Federal da Bahia.

O projeto do professor Gilmar iniciou em 2007 nos municípios de Carrancas e Luminárias. Posteriormente foi levado à África (República Democrática do Congo-2008 e Moçambique-2016), à Ásia em 2018 (Afeganistão, Paquistão e Myanmar) e está em desenvolvimento até os dias de hoje.

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BICENTENÁRIO DO BARÃO DE EXU SERÁ FESTEJADO NO POVOADO DE ARARIPE, EM EXU PERNAMBUCO

O município de Exu, Pernambuco, Terra de Luiz Gonzaga e Barbara de Alencar fará a comemoração ao bicentenário do nascimento do Barão de Exu. Os festejos serão realizados na Fazenda Araripe entre os dias 15 a 17 de julho.

A realização do evento é do Instituto Histórico Barão de Exu e terá uma programação especial. 

Batizado Gualter Martiniano de Alencar Araripe, o Barão de Exu, nasceu em 1822, portanto completaria 200 anos este ano. Em vida foi destaque na década de 1870 ao exercer legislaturas como deputado provincial na Assembleia de Pernambuco, porém o momento magno foi a decisão pessoal de construir a Igreja de São João Batista do Araripe.

A professora e escritora Thereza Oldam de Alencar conta em seu livro que Na segunda metade do século XIX, no ano de 1855, aconteceu o primeiro foco de contaminação de cólera-morbo no Brasil. Foi na condição de epidemia que a cólera assolou o Nordeste.

A epidemia dizimou grande parte da população de Vitória de Santo Antão, em Pernambuco e se abateu sobre o Cariri cearense, vizinha a Exu, na Serra do Araripe. A história de fé da Igreja de São João do Araripe, no município de Exú, no Sertão pernambucano, é contada no livro “Igreja de São João Batista do Araripe, Exu-Pernambuco – Sesquicentenário (1868/2018)”.

O livro remonta a trajetória do Barão de Exú, bisavô da autora, que construiu a igreja como pagamento de uma promessa ao santo, e relembra as tradições e festejos até os dias atuais.

A história começa com a chegada dos Alencar, vindos de Portugal, ainda no século XVII, e vai até o Barão de Exú, Gualter Martiniano de Alencar Araripe, nas fazendas Araripe e Caiçara. Com o “caos de dor” trazido pela epidemia de cólera no Crato, Ceará, vizinho a Exu, entre 1862 e 1864.

No livro consta a informação que o Jornal O Araripe, na cidade do Crato, Ceará, publicou na época, um conjunto de de medidas sanitárias que deveriam ser adotadas por todos para combater o risco de contaminação da cidade pelo vibrião colérico, extremamento contagioso.

"O Barão de Exu fez uma promessa a São João, para que a doença não se alastrasse por seu povo. Com a graça alcançada, o fazendeiro iniciou a construção da igreja, inaugurada na véspera do Dia de São João em 1868. Em seu testamento, deixou expresso que seus descendentes cuidassem da igreja", revela Thereza Oldam.

CONFIRA PROGRAMAÇÃO:

BICENTENÁRIO DO BARÃO DE EXU 15, 16 e 17 de Julho de 2022 no Araripe em Exu-PE

Dia 15/07 - sexta-feira

06h Alvorada com a Banda de Pífanos

09h - 15h Entrega de Medalhas e Certificados

09h - 15h Exposição de Relíquias Históricas

15h - 17h Contação de Histórias e Causos

20h Abertura Oficial das Comemorações

20h30 Quadrilha Flores Serão Flores Sertão

21h30 Quadrilha Baronina do Bom Abraço

22h30 Ivonete Ferreira

00h30 Joãozinho do Exu

**Dia 16/07 - sábado

06h Alvorada com a Banda de Pífanos

09h - 15h Entrega de Medalhas e Certificados

09h - 15h Exposição de Relíquias Históricas

15h - 17h Contação de Histórias e Causos

20h Entrega Solene de Homenagens

20h30 Desfile de Moda Histórico-Cultural

22h30     Joquinha Gonzaga

00h30 Alencar do Nordeste

***Dia 17/07 - domingo

06h Alvorada com a Banda de Pífanos

09h - 15h Entrega de Medalhas e Certificados

09h - 15h Exposição de Relíquias Históricas

18h Procissão à Luz de Velas

19h Missa Solene dos 200 Anos

21h Confraternização de Encerramento

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DIJESUS SANFONEIRO DESDE 1942 CANTANDO E ALEGRANDO A CULTURA GONZAGUEANA

O caminho que liga Exu, Pernambuco, Terra de Luiz Gonzaga ao Crato, Ceará, lugar onde nasceu Padre Cícero é a via das escolhas, das encruzilhadas, da fé, misticismo, trabalho e dons.

As paisagens agem e ardem em eco.  Quais mãos trabalharam na confecção desse origami? Nesta planície sem fim de cores e sons nasceu, exatamente na divisa do Exu/Crato, na Serra do Araripe,  no dia 5 de junho de de 1942, Dijesus Evaristo de Oliveira, portanto uma trajetória de 80 anos.

A história conta que para conseguir o primeiro instrumento, uma sanfona teve que trabalhar muito no roçado. A idade entre 8 e 16 anos. A inspiração veio da tradição familiar (Mauro Sanfoneiro, toca zabumba, contrabaixo, bateria, guitarra), José Evaristo-cantor, percussionista e toca violão e está aprendendo tocar sanfona; Antonio, Everaldo e as irmãs,  todos apaixonados por sanfona, roda de coco e quase vidência mística dos benzedores que vivem escutando em cada galho de flor uma música se bulindo/movimentando.

O mundo musical e o respeito pelo ritmo sertanejo que não pode negar a raiz de Luiz Gonzaga e a rebeldia revolucionária de Barbara de Alencar,  o chamam Dijesus Sanfoneiro. Filho de Evaristo Antônio de Oliveira e Maria Clara de Jesus. São 79 anos de muito trabalho e respeito pelo som, ritmo, harmonia e melodia. Compositor, cantor e poeta Dijesus Sanfoneiro já gravou 6 CdS.

A grandeza humana de Dijesus para os amigos é recíproca a sua humildade. Simplicidade que garante a admiração de amigos e pesquisadores da música brasileira. Dijesus é um dos poucos que desfrutou dos bons dias, boa tarde e boas noites do rei do baião, Luiz Gonzaga.

Apertar a mão do Rei Luiz Lua Gonzaga foi um presente para Dijesus que começou tocando forró nos terreiros de chão de barro batido e também nas poeiras sertanejas, qual diz a canção, no sol e chuva, vida de viajante sanfoneiro tocador de forró e baião.

Neste sábado, dia 09 de julho, Dijesus Sanfoneiro vai reunir a família e os amigos a partir das 17hs, em sua residência no Sitio Serra da Arara. O tema do encontro aniversario será Dijesus, desde 1942 são 80 anos de Emoções.

Dijesus todos os anos é presença certa nos festejos de nascimento de Luiz Gonzaga, no Parque Aza Branca, dia 13 dezembro e na Festa da Saudade, realizada no mês de agosto, data 2 de agosto dia da morte do Rei do Baião.

Dijesus está entre aqueles que traduzem o sentimento maior da sanfona, a capacidade de fazer amigos. Afinal, a sanfona Fascina pela sua sonoridade, pela diversidade de modelos e gêneros, mas seu encanto transcende o poder da música, porque desperta um afeto misterioso. Talvez pelo fato de ficar junto ao coração do sanfoneiro, ou, quem sabe, por ser um instrumento que é abraçado ao se tocar. Ou ainda, por ser um instrumento que respira. O fato é que a sanfona une as pessoas e é amada por todos os povos.

Na referência de Dijesus, imagina um sanfoneiro que possui no registo, o nome da mãe: Maria Clara de Jesus. O caminho do cidadão sanfoneiro Dijesus  é iluminado qual o Sete Estrelo numa noite de lua cheia. O Sete-estrelo é um conjunto de sete estrelas que viajam no espaço numa mesma direção e numa mesma velocidade. Na bíblia consta: "procurai o que faz o Sete-estrelo e o Órion...é poderoso para fazer brotar das trevas o raiar do dia, e transformar o dia claro em noite escura; que chama as águas do mar e as espalha como deseja sobre a face da terra...Senhor é o seu nome".

Várias de suas músicas, sucessos foram gravados na voz de Flávio José, Joãozinho de Exu, Zezinho Barros, Jaiminho de Exu e Joquinha Gonzaga, neto de Januário e Sobrinho de Luiz Gonzaga.

Sonho e Saudade é uma das mais tocadas nos festejos juninos. Detalhe: O cantor e compositor Gilberto Gil ao ouvir a música ficou encantado. Confira letra:

Sonhei com Gonzaga tocando

sanfona sentado no trono do céu

Quando seu Januário e Santana chegavam

Gonzaga parava e tirava o chapéu

 e  dizia meu Deus que beleza

 meu pai que surpresa, não vou suportar

Disse o velho:meu filho,você me ajudava

Mas hoje aqui é que eu vou lhe ajudar

Januário aquele véi macho

Pegou os 8 baixos mandou o forró

E são joão e São Pedro e São Gabriel

Disseram: o céu tá ficando melhor

Severino que nunca foi mole

Arrastou o fole banhado de ouro

Foi aí que Santana e seu Januário

Os dois se abraçaram e caíram no choro

Gonzaguinha chegava animado

Num carro importado, bonito que só

Querendo levar a família pra casa

Pensando que estava no fim do forró

Foi o sonho melhor que já tive

Na vida sofrida que sempre levei

Mas quando pensei que era pura verdade

Meu deus que saudade, eu acordei. (Texto-Jornalista Ney Vital. Apresentador e produtor do Programa Nas Asas da Asa Branca-Viva Luiz Gonzaga e seus Amigos. Todos os domingos 8hs Rádio Cidade FM 95.7 e Rádio Cidade AM 870)

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FALTA DE DEMOCRATIZAÇÃO DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO LEVA E PRECONCEITOS E DISCRIMINAÇÕES

Evento do Instituto de Estudos Avançados da USP, que acontece no dia 12 de julho, irá promover uma discussão sobre as diferentes formas de discriminação racial, de gênero e de classe. 

Em entrevista ao Jornal da USP no Ar 1ª Edição, a escritora Conceição Evaristo, uma das mais importantes vozes da literatura contemporânea brasileira e nova titular da Cátedra Olavo Setubal de Arte Cultura e Ciência, discorre sobre o 2º Encontro Intercátedras do IEA, que também contará com a participação de Ruha Benjamin, socióloga americana e professora do Departamento de Estudos Afro-Americanos da Universidade de Princeton. 

O encontro irá abordar como as ferramentas digitais contribuem para a perpetuação de preconceitos e atos discriminatórios.

Para Conceição, a grande questão relacionada à democratização dos meios de comunicação passa pela dificuldade que determinados grupos sociais têm para acessá-los: “Ter um bom canal requer dinheiro, você tem que ter capital para movimentar e quem tem esse capital são as pessoas que têm um poder aquisitivo bastante grande. Então, as mulheres, as pessoas pobres, as pessoas negras, as comunidades indígenas e as comunidades quilombolas não usufruem democraticamente desses meios de comunicação.”

As pessoas que têm a possibilidade de utilizar esses meios têm o poder de veicular seus discursos. “Quem tem um espaço de fala muitas vezes são essas pessoas. Então, elas aproveitam de uma estrutura montada, por exemplo, para fazer uma fake news. Também acredito que essas pessoas que hoje estão agredindo negros, agredindo pobres através da mídia ou agredindo até artistas negros, têm muito a ver com esse sistema capitalista, que permite acessos para uns e nega acesso para outros”, aponta a escritora.

A tecnologia pode ajudar, mas sendo bem aproveitada e bem dirigida, comenta Conceição: “Hoje tem a possibilidade de você falar uma besteira e esconder seu rosto ou ir com um perfil falso. Há uma certa impunidade, o racismo é crime, mas as pessoas sabem que não são punidas severamente. A homofobia é crime, mas as pessoas parecem que não são penalizadas, então, elas acreditam que vão passar impunes por essas situações e fazem o que querem”.

A escritora acredita que pode haver uma troca intensa no contato com Ruha Benjamin. “Mesmo ela sendo afro-americana e eu sendo brasileira, há muitos pontos em comum em função da colonização ou em função da escravização. Então, a experiência de uma mulher negra americana, a experiência de uma mulher negra cubana e a experiência de uma mulher negra haitiana são experiências que se confundem com as de uma mulher negra brasileira. Mesmo quando elas divergem são tão interessantes que aprendemos muito umas com as outras”, realça.

Conceição também enfatiza a questão de gênero. Ela conta que, mesmo na luta do movimento negro, a participação das mulheres foi apagada: “O protagonismo das mulheres negras sempre existiu na luta contra o racismo. Você ouve muito falar de Luther King, mas pouco de Coretta King, você ouve muito de Nelson Mandela, mas pouco de Winnie Mandela. Aliás, a história tem um memoricídio em relação ao protagonismo das mulheres negras. O fato de hoje as mulheres negras estarem revelando nosso protagonismo é muito importante”. 

O encontro é um momento importante para a Cátedra pela ocupação do espaço por mulheres negras. “A gente vem aí para marcar esse espaço e para fecundar esse diálogo, essa experiência e também essa obrigação da universidade e da própria academia irem além do que o circuito oferece. As universidades hoje têm um papel de se abrirem para o entorno”, ressalta a escritora.

O 2º Encontro Intercátedras do Instituto de Estudos Avançados acontece às 16 horas da próxima terça-feira, dia 12 de julho. (Fonte: Jornal USP)

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CEM ANOS DO RÁDIO NO BRASIL: RÁDIO CLUBE DE PERNAMBUCO FOI A PIONEIRA, AFIRMAM PESQUISADORES

Em 7 de setembro de 1922, centenário da Independência do Brasil, ocorreu o que os pesquisadores chamam de primeira grande demonstração pública radiofônica no Brasil. Houve, na ocasião, a inauguração da Exposição Internacional do Rio de Janeiro, que comemorava os 100 anos da emancipação do país. A demonstração de rádio foi organizada pela empresa Westinghouse International Company, usando a estação SPC, instalada no Corcovado. Naquele dia, houve o discurso do presidente Epitácio Pessoa e as ondas chegaram até a Niterói, a Petrópolis e a São Paulo. 

Mas, a história do rádio pode ter começado bem antes deste que é considerado por muitos o marco inicial do veículo no Brasil. E em uma cidade que fica a mais de dois mil quilômetros da antiga capital do país.

Recife era uma cidade de 230 mil pessoas no ano de 1919 e respirava a brisa da modernidade daquelas primeiras décadas do século 20. Três anos antes da transmissão carioca, apontada como a primeira transmissão radiofônica do Brasil, a Rádio Clube de Pernambuco teve papel indiscutível e pioneiro para o desenvolvimento do rádio como veículo de comunicação de massa. 

Para pesquisadores ouvidos pela Agência Brasil, não deve haver uma polêmica sobre onde afinal começou o rádio porque os processos eram concomitantes. Professores explicam que em 1919, a Rádio Clube de Pernambuco passou a ter os próprios estatutos e ganhou visibilidade da mídia. A Rádio Sociedade do Rio de Janeiro seria fundada em 20 de abril do ano seguinte.

A emissora no Recife, formada por estudantes radioamadores, foi inaugurada em 6 de abril de 1919, e depois reinaugurada em 1923 - o que lhe garantiu pioneirismo técnico. “Foi como um berço para a transmissão radiofônica”, diz o professor Pedro Vaz, pesquisador da história da rádio e professor universitário em São Paulo.

“Consoante convocação anterior, realizou-se hontem na Escola Superior de Eletricidade, a fundação do Rádio Club, sob os auspícios de uma plêiade de moços que se dedicam ao estudo da eletricidade e da telegraphia sem fio (...) a primeira no gênero fundada no país” (trecho do documento de fundação da Rádio Clube)

A pesquisadora Adriana Santana, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), explica que a rádio no Recife era formada por pesquisadores muito entusiasmados pelas possibilidades tecnológicas da transmissão sem fio. “Há pesquisas relevantes sobre o registro histórico no Recife, mas eu acho que o mais interessante não é requerer a paternidade ou a maternidade da rádio no Brasil, mas a gente constatar que, no Brasil, havia esse espírito da descoberta que marca esse tempo”. 

A pesquisadora contextualiza que, naquelas primeiras décadas do século 20, havia uma efervescência cultural e científica e que ganhou novo estímulo com o final da Primeira Guerra Mundial (1914-1918). “Eram pessoas com recursos e que investiam em equipamentos e testes. Em geral, homens de diferentes profissões e ligados pela paixão por aquela inventividade”, afirma. 

Mas, conforme pontua o professor Luiz Artur Ferraretto, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), as primeiras transmissões de rádio no Brasil devem ser vistas como frutos de um processo e que há um inquestionável pioneirismo de ações em Pernambuco, inclusive antes de 1919. Na década de 1910, já existem experimentos e Recife, por ser uma cidade portuária, recebeu equipamentos. Em 1914, as transmissões experimentais passam a ser proibidas por causa do início da guerra. 

O documento Carta aberta sobre o pioneirismo no rádio brasileiro, publicada por estudiosos do rádio em setembro do ano passado, cita amadores operando estações ainda na década de 1910, em uma prática que evoluiu da radiotelegrafia e da radiotelefonia. “Com o surgimento da KDKA, emissora pioneira dos Estados Unidos, intensifica-se o interesse deles em relação à transmissão sonora. No Brasil, tais irradiações seguiam sendo consideradas clandestinas. Há registros, inclusive, de perseguição das autoridades em relação aos que operavam essas estações”, detalha a carta.

Não há registros dessas transmissões em função das proibições no Brasil, “o que se resolve somente após a fundação da Rádio Sociedade e por hábil intermediação de Edgard Roquette-Pinto junto ao governo”. 

Segundo esse documento, entende-se que protagonistas foram Oscar Moreira Pinto (radiotelegrafista da Marinha Mercante) e Oscar Dubeux Pinto (eletricista que trouxe equipamentos para o Brasil). “A primeira transmissão clara de som em território brasileiro, no entanto, é anterior a tudo isso. Ocorreu, em 17 de abril de 1911, na costa da Bahia. Trata-se da demonstração do chamado sistema Telefunken a bordo do SMS von der Tann, cruzador-encouraçado alemão, de onde se transmitiu música captada pela Estação de Amaralina”, contam os pesquisadores no texto da carta aberta.

Na avaliação do professor Ferraretto, rádio como sinônimo de comunicação sem fio, sem ser telefonia, começa no Recife. “No Rio de Janeiro, ele ganhou força. Ao longo dos anos 1920, o veículo vai se transformar naquele meio de comunicação que a gente conhece hoje como rádio”.

O jornalista e pesquisador Luiz Maranhão Filho também compartilha o entendimento que Pernambuco foi berço do rádio no Brasil, através de um grupo de amadores e estudantes de física, integrantes da Escola de Eletricidade do Recife. “Foi artesanal, com certeza. Os curiosos obtiveram a fonia, utilizando um transmissor de telegrafia sem fio (...) O grupo adaptou para transmitir vozes, através de um microfone, feito com uma lata de goiabada com muitos furos de pregos e carvões magnéticos, estendidos em seu interior”.

Pedro Vaz explica que tanto a Rádio Clube de Pernambuco como a Rádio Sociedade foram pioneiras. Ele contextualiza que os organizadores e entusiastas da radiotelegrafia não pensavam a rádio como conhecemos hoje. “Ninguém ali imaginaria que iria se tornar o potente veículo da primeira metade do século 20”. Ele acrescenta que, a partir de fevereiro de 1923, com a instalação de um pequeno equipamento de dez watts, foi que a emissora passou a ser captada no centro de Recife. 

EXPERIMENTAÇÃO: Aqueles jovens, que tinham as referências de Landell de Moura e dos experimentos dos anos 1910, entenderam a possibilidade da transmissão de voz à distância. “Eles resolveram criar uma rádio clube para experimentação de transmissão de sons. O que se fez na Rádio Clube de Pernambuco é embrião para a Sociedade Educadora Paulista, do Roquette-Pinto”, diz Pedro Vaz.

O professor salienta que, entre Roquette-Pinto e Rádio Clube de Pernambuco, nunca houve uma polêmica sobre quem seria pioneira.  “Ele reconhecia a Rádio Clube de Pernambuco e a Rádio Clube também reconhecia. Não existiam brigas pra quem chegou primeiro, pelo contrário”. (Fonte: Agencia Brasil Foto Ilustrativa Especial Rádio Cultura RJ)

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ECOLOGIA: EMPRESA DESISTE DE PARQUE EÓLICO EM ÁREA DA ARARINHA AZUL

Comunicado distribuído pela Voltalia informa que a empresa desistiu de gerar energia eólica próximo ao local de reintrodução da ameaçada ararinha-azul, em Curaçá, no interior da Bahia. No comunicado, a empresa afirma “que não possui e nem tem intenção de iniciar projetos eólicos” no local. Comenta, ainda, “que chegou na região há cinco anos, em 2017, para realização de estudos. Mais recentemente, contudo, com a confirmação da reintrodução das aves na localidade, a empresa optou por descontinuar todas as ações que encontravam-se em andamento”.

A nota citada pela imprensa regional foi veiculada em resposta ao abaixo-assinado da Change.org, mas não consta na página da empresa.

Como descrito em reportagem de ((o))eco, a Voltalia pretendia gerar 288 Megawatts no Complexo Eólico Serra da Borracha, com 48 turbinas distribuídas em “linhas retas orientadas principalmente na direção Norte-Sul” e em seis parques apartados. Estudos sobre a fauna regional eram conduzidos pela companhia para o futuro licenciamento do projeto, pelo governo estadual. De origem francesa, a empresa tem outros empreendimentos eólicos em localidades como São Miguel do Gostoso e Serra Branca, no Rio Grande do Norte, além de negócios com produção, venda e distribuição de energia no Brasil e no Exterior.

A ararinha-azul (Cyanopsitta spixii) foi extinta da natureza em 2000, pelo desmatamento, caça e tráfico. Um primeiro grupo com 8 aves criadas em cativeiro foi liberado num refúgio de vida silvestre em Curaçá e Juazeiro, na Bahia, em 11 de junho. A reserva é rodeada por uma área de proteção ambiental, também federal. Somam juntas 1.200 km², cerca do dobro da área da capital Salvador. As áreas protegidas são cortadas pela rodovia BA-120. Outros projetos energéticos não estão descartados do futuro da região de Curaçá, que tem alto potencial para geração de energia.

A reportagem é de Aldem Bourscheit. Jornalista cobrindo histórias sobre Conservação da Natureza, Crimes contra a Vida Selvagem, Ciência, Comunidades Indígenas e Tradicionais. Atuou em jornais, rádios, organizações não governamentais, setor privado e governamental. Pós-graduado em Meio Ambiente, Economia e Sociedade pela Faculdade Latino-americana de Ciências Sociais (Argentina). Especializado em Políticas Socioambientais e Públicas. Membro da Rede Brasileira de Jornalismo Ambiental. FONTE: https://oeco.org.br/noticias/empresa-desiste-de-parque-eolico-em-area-da-ararinha-azul/

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