ONALDO QUEIROGA: AUTENTICIDADES E GRATIDÕES

Juiz e Escritor Onaldo Queiroga
Tenho visto muitos artistas nordestinos  buscar em programas televisivos, de cunho nacional, a participação com o intuito de levar sua musicalidade e, assim, alcançar um espaço nacionalmente falando, ou seja, se tornar um artista conhecido em todo o país. Cantando o forró, o xote, o baião e outros ritmos nordestino, alguns conseguiram chegar as finais dos aludidos programas e até mesmo se tornarem figuras artísticas visíveis Brasil a fora.

Porém, o que nos deixa triste é constatar o que vem acontecendo com alguns desses artistas, que após andar sob o som dos ritmos nordestinos e, agora, sob os holofotes da fama, passaram a se afastar das suas origens. Não é que devem ficar presos ao mundo musical nordestino, pois sabemos que eles são dotados de capacidade de compor e de interpretação musical que possibilita o surgimento de trabalhos culturais em outras áreas. Mas a história tem demonstrado que é preciso ser autêntico.

É preciso trilhar pelas veredas dos sons que foram matrizes do nosso caminhar. Luiz Gonzaga fez sua história sem se afastar de suas raízes. É bem verdade que ele compôs e cantou chorinhos, valsas, tangos, frevos, guarânias e muitos outros ritmos, mas, nunca deixou sua estrada maior, a música nordestina. Ele sempre será lembrado como cancioneiro do nordeste e, sua atuação nesses outros ritmos serão apenas detalhes enriquecedores da sua biografia.

Será ingratidão se projetar nacionalmente tomando por base uma história musical e, logo após subir degraus da fama colocar essa memória musical em segundo plano? Faz tempo que aprendi que devemos ser autênticos na vida. Devemos ser real, nos comportar sem deixar dúvidas de onde viemos, jamais negar as origens, ou, nos afastar delas, pois assim, corremos riscos de nos perder no caminho. Mas a vida é assim, muitas vezes é preciso se perder para darmos valor a autenticidade.  (Texto: Juiz, Pesquisador e Escritor-Onaldo Queiroga)

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I FEIRA NORDESTINA DA AGRICULTURA FAMILIAR E ECONOMIA SOLIDÁRIA SERÁ REALIZADA EM NATAL, RIO GRANDE DO NORTE

O Rio Grande do Norte sediará a I Feira Nordestina da Agricultura Familiar e Economia Solidária (Fenafes). O evento, que acontece entre os dias 15 e 19 de junho no Centro de Convenções em Natal, terá como mote central “A grande festa da colheita”. 

O ex-presidente Lula se reunirá com os governadores e visitará stands dos agricultores na feira nesta quinta-feira, 16. Com o objetivo de fortalecer iniciativas de integração de políticas públicas em torno do Programa de Alimentos Saudáveis do Nordeste  (PAS/NE), principal bandeira dos estados que fazem o Consórcio Nordeste, o governo do RN investiu R$ 640 mil para a promoção da feira.

A iniciativa da Câmara Temática da Agricultura Familiar do Consórcio Nordeste é coordenada pela Governadora Fátima Bezerra, por meio das secretarias de Estado do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (Sedraf), Emater-RN e Fundação José Augusto (FJA).

“É um orgulho para o Rio Grande do Norte sediar a Feira e prestigiar as centenas de cooperativas, associações e expositores de todo o Nordeste que estarão mostrando seus resultados e potencialidades. A agricultura familiar e a economia solidária são pilares fundamentais da melhoria da vida no campo, além de garantia de alimento saudável e do fortalecimento de alternativas agroecológicas”, destaca Fátima.

O presidente do Consórcio Nordeste e governador de Pernambuco (PE), Paulo Câmara, ressalta a importância do fortalecimento da cooperação e da união dos nove estados nordestinos, que visam impulsionar potenciais econômicos em comum como as boas práticas de gestão e planejamento.

A 1ª Edição da Feira Nordestina de Agricultura Familiar e Economia Solidária pretende fortalecer iniciativas que busquem promover, divulgar e comercializar os produtos advindos da produção familiar.

Conforme os organizadores, a feira também será um espaço estratégico para reafirmação da nossa identidade cultural, de valorização dos saberes e sabores que marcam e caracterizam o povo nordestino.

A estrutura do evento será realizada por meio da locação do Centro de Convenções de Natal-RN, que vai disponibilizar estandes,  quiosques, palco, pavilhão dos estados e apresentações culturais.

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CURAÇÁ: ENTIDADES COMEMORAM REINTRODUÇÃO DA ARARINHA AZUL E DESTACAM RESPONSABILIDADE SOCIAL E AMBIENTAL

Emoção, sensação de dever cumprido, olhos brilhando e muita alegria. Foi esse o misto de sentimentos que cientistas, parceiros e comunidade dividiram neste sábado (11), com a soltura do primeiro grupo de 8 ararinhas-azuis nos céus de Curaçá, no norte da Bahia, seu habitat natural.

20 anos após serem consideradas extintas, um Acordo de Cooperação entre o Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio) e a Ong alemã Association for the Conservation of Threatend Parrots (ACTP) foi possível realizar o feito, considerado por muitos como impossível.

Após a soltura, que ocorreu no início da manhã de ontem, com público restrito, para garantir a segurança  das aves, a equipe participou de uma coletiva de imprensa, que contou também com a presença da comunidade no Teatro Raul Coelho, na sede de Curaçá.

Com o espaço lotado, a tarde foi iniciada pelo artista Fernandinho e a Galeota das Artes, que recepcionaram os presentes com autênticos forrós e também uma música em homenagem à Ararinha-azul. Logo depois, o vídeo oficial do momento emocionante da soltura foi exibido, arrancando aplausos, sorrisos e lágrimas de todos.

De forma tímida, as pequenas araras foram saindo do viveiro e descobrindo um mundo além de onde viviam.

De acordo com o diretor da ACTP, Cromwell Purchase, o momento era de celebração. "Depois de anos dando tudo por este projeto, nós finalmente demos o pontapé inicial para que possamos ouvir o canto das ararinhas-azuis ecoando novamente na Caatinga".

Sentimento dividido com o Presidente do ICMBio, Marcos Simanovic, que, além de destacar o trabalho árduo dos últimos anos para a reintrodução das ararinhas-azuis, também falou sobre a responsabilidade de todos na fiscalização das ararinhas-azuis em seu habitat. "Tenho certeza que todos nós que estamos aqui hoje vamos ser fiscais para que ninguém mal intencionado queira pegar as ararinhas-azuis novamente. Além disso, todas as aves são monitoradas e possuem chips para que possamos seguir com elas em nosso radar", explicou.

O diretor da Blue Sky Global, Hagen Kahmann, também comentou sobre o trabalho árduo até o dia de hoje se tornar realidade. "Após um caminho árduo, estamos aqui hoje fazendo o que ninguém imaginava ser possível. O projeto vai além da soltura das ararinhas-azuis, mas também dar suporte às comunidades da caatinga, ajudando na manutenção da biodiversidade local", diz.

Após as respostas à imprensa, outro momento simbólico marcou a data. O Diretor da Blue Sky Global, Hagen Kahmann, o presidente do ICMBio, Marco Simanovic e a gerente do Banco do Nordeste de Juazeiro, Marizângela Dias, assinaram uma Carta de Intenções para garantir a segurança hídrica, energética e ambiental da região onde as ararinhas-azuis residem e o seu entorno.

O dia foi finalizado com apresentações culturais de Curaçá, além da participação da comunidade indígena Tumbalalá. (FONTE: Texto: Ascom BlueSky)

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ARARINHAS AZUIS VOAM NA LIBERDADE DOS CÉUS DOS SERTÕES DE CURAÇÁ, BAHIA

Oito ararinhas-azuis (Cyanopsitta spixii) ganharam vida livre neste sábado (11), em Curaçá, no sertão baiano. A cidade que fica no norte do estado é o habitat natural da espécie, que foi considerada extinta da natureza há 22 anos.

A soltura é uma das etapas do Plano de ação Ararinha-Azul, coordenado pelo Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio), e parceria com a ONG ACTP e instituições privadas que apoiaram o projeto.

A ação de soltura foi restrita a pesquisadores envolvidos no projeto e representantes do Ministério do Meio Ambiente, Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio) e da Prefeitura de Curaçá.

As ararinhas soltas neste sábado são cinco fêmeas e três machos que nasceram e foram criadas em um viveiro mantido pela ONG alemã Association for the Conservation of Threatend Parrots (ACTP), especializada em cuidar de papagaios ameaçados.

Com elas, foram soltas oito araras maracanãs, que também ocorrem caatinga baiana, e que tiveram a missão de “treinar” as ararinhas-azuis dentro do viveiro para ensiná-las como sobreviver em vida livre. A interação entre as aves das duas espécies animou os pesquisadores.

“As maracanãs ensinaram às ararinhas como faz a apreensão dos alimentos e essa interação do ambiente que elas estão ao redor. Por exemplo, as maracanãs de fora começaram a habitar o recinto onde as ararinhas estavam em grupo e isso ajudou bastante na readaptação delas. Inclusive, a se adaptar com os itens alimentares que elas vão encontrar aqui na caatinga”, explicou Camile Lugarine, analista ambiental e coordenadora executiva do Plano de Ação Nacional Para a Conservação da Ararinha-Azul.

Os pesquisadores vão acompanhar a adaptação das ararinhas em vida livre por meio de um rádio colar que foi instalado em todas que foram soltas. Além disso, vai ser feito o monitoramento constante área em que elas devem circular, que tem muitas árvores caraibeiras, as preferidas das ararinhas-azuis para dormir.

Uma outra soltura está programada para dezembro desse ano, quando outras 12 ararinhas-azuis que vivem na Unidade de Conservação em Curaçá devem ganhar vida livre. Até lá, os pesquisadores esperam já ter bons resultados da soltura experimental, feita neste sábado.

O projeto prevê que ararinhas sejam soltas na natureza em Curaçá nos próximos 20 anos. Para isso, elas vão continuar a reprodução em viveiros na Alemanha e no Brasil, e espera-se que logo estejam se reproduzindo no habitat natural.

Endêmica de Curaçá, a última ararinha-azul foi vista na zona rural da cidade há mais de 20 anos, na companhia de uma fêmea de outra espécie, a arara Maracanã, e depois sumiu.

Até hoje não se sabe ao certo o que aconteceu com a última ararinha-azul vista em Curaçá, no sertão baiano, único lugar de ocorrência da espécie em vida livre.

Os pesquisadores atribuem a extinção da espécie principalmente ao tráfico de animais e à destruição de parte do bioma da Caatinga.

Ambientalistas e pesquisadores trabalham juntos desde 2009 no projeto de reintrodução das ararinhas na natureza. Em 2012, foi criado o Plano de Ação para Conservação da Ararinha-Azul (PAN), que inclui a reintrodução dessa rara ave brasileira no território de origem.

“É um ato simbólico que representa muita coisa. Representa um progresso muito grande de conservação, que a gente acredita que a gente pode recuperar as espécies em extinção e a ararinha-azul ela representa isso. Esse projeto representa o que a gente biólogo e os amantes da natureza fazem em prol da conservação, que a gente faz isso com paixão, isso é o mais gratificante”, disse Eduardo Araújo Barbosa, coordenador do PAN Ararinha-Azul (ICMBio).

O trabalho do plano de ação começou com o rastreamento das últimas ararinhas-azuis que existiam no mundo, todas em cativeiros. A maior parte dela, segundo os pesquisadores, foi encontrada no Catar.

Mais de 100 foram resgatadas e levadas para o viveiro da ONG alemã ACTP, no país europeu. Na instituição, as ararinhas passaram por um processo de reprodução natural e também reprodução artificial, para então alguns exemplares serem trazidos para o Brasil. Hoje, existem pouco mais de 200 ararinhas-azuis no mundo, a maior parte delas na Alemanha.

“Foi desafiadora a questão genética. Pelo baixo número de indivíduos, normalmente, eles são parentes, e a população precisa de variabilidade genética, e os casais, às vezes, não têm afinidade. Então, a gente precisou lançar muito de um recurso que é a inseminação artificial, que permitiu para a gente parear animais, do ponto de vista artificialmente falando, para reprodução. E foi o que permitiu prosperar essa população em cativeiro”, explicou Eduardo Araújo.

Depois de um acordo de Cooperação Técnica entre ICMBio, do Ministério do Meio Ambiente (MMA), e a ONG alemã ACTP, mais de 50 ararinhas-azuis foram repatriadas e trazidas para o Brasil em 2020.

Elas foram levadas direto para um centro de reprodução foi construído em uma área isolada na zona rural de Curaçá para receber as ararinhas. No recinto, nasceram filhotes da espécie em março do ano passado.

O acesso ao local é restrito a pesquisadores da ONG alemã ACTP e do ICMBio. No entorno, foi criada a uma Área de Proteção Ambiental (APA) de 90 mil hectares e um Refúgio de Vida Silvestre da ararinha-azul, com 30 mil hectares.

Antes da soltura, uma força-tarefa na região preparou o perímetro que deve ser ocupado pelas ararinhas. Árvores com possíveis riscos de predadores receberam marcações, outras foram escolhidas para receber alimentadores que vão ser abastecidos pelos pesquisadores para garantir a nutrição das ararinhas fora do viveiro.

A soltura deste sábado foi feita no esquema soft release ou soltura branda. As portas do recinto aonde as ararinhas estavam foram abertas e elas podem voltar e sair novamente quando quiserem.

Os pesquisadores e ambientalistas também instalaram alimentadores na área em que as ararinhas devem ficar inicialmente, que vão ser abastecidos diariamente nessa primeira etapa de soltura.

“Os alimentadores ficam bem perto da onde elas vão ser soltas porque a nossa intenção é que elas ocupem aquele sítio porque é mais fácil de monitorá-las, e, além disso, a independência delas do ser humano ela vai ser gradual. Quanto mais longe elas for, mais fácil de ser predada ou pega por alguém. Então, quanto mais perto do recinto de soltura ela ficar, melhor”, detalhou Camile Lugarine.

Como sempre viveram em cativeiro, a adaptação delas ao habitat natural deve durar de 6 meses a um ano, elas vão se tornar independentes da ajuda humana aos poucos.

Por isso que a gente está usando a maracanã, que é uma espécie que já conhecem o ambiente e a gente vai suplementar com o alimento ao longo dos anos, pra que elas aos poucos se acostumem com aquele ambiente e possam sair daqui propriamente, que elas não saiam de vez e não consigam se adaptar. É uma adaptação longa mesmo”, explicou Cromwell Purchase, diretor da ONG alemã ACTP.

A torcida é para que ararinhas se reproduzam naturalmente ao longo dos anos. “Que as gerações futuras elas possam vir já mais independentes dos ser humano, mas essa geração, essa eu a gente tá soltando a gente quer que fique perto, porque é mais fácil da gente monitorar, é mais seguro pra elas e mais seguro contra predadores também”, afirmou Camille.

As ararinhas-azuis são símbolo da caatinga baiana e trazem e, além de fazerem parte do rico bioma, também geram renda para a população através do turismo, pesquisa e artesanato. Por isso, o trabalho de conscientização da população para a importância da reintrodução da espécie e preservação delas também foi reforçado.

“A volta da ararinha-azul ao céu do sertão baiano é um sinal de esperança e recomeço para os pesquisadores e toda a comunidade da região, pois a conservação da espécie ajuda a proteger a fauna e flora da caatinga, além de todos os outros serviços ambientais associados”, afirmou Ugo Vercilo, biólogo que participou das etapas do projeto de reintrodução e, hoje, diretor-técnico da BlueSky Caatinga, empresa parceria da ação.

Os moradores da região estão animados para ver a beleza das ararinhas no céu do sertão. Uma delas é a brigadista Damilys Oliveira. "Toda essa história da ararinha eu cresci vendo meu avô contar, ele acompanhou tudo: desde quando tinha bastante ararinha até quando ficou um exemplar e a espécie sumiu. Ele sempre foi um defensor da natureza e ensinou aos filhos e netos a preservarem a natureza”, contou.

Antes do avô morrer doou parte do terreno da família da fazenda para um projeto voltado para trabalhos de preservação das aves da região. O sonho de Damilys, agora, é ver as ararinhas livres.

“Brevemente eu vou tá em casa e vou ver o céu mais azul do que já é, com as ararinhas-azuis novamente livres na natureza”, disse, emocionada.

Emoção também para Marcos Freitas, zoólogo e fiscal do ICMBio que fez o lendário registro do último macho da ararinha-azul voando livre no sertão de Curaçá.

“Hoje é um dia histórico para conservação mundial das espécies ameaçadas de extinção e das extintas. Quando a espécie é extinta da natureza, ela deixa de fazer parte do ecossistema, deixa de contribuir com o equilíbrio ecológico. Hoje eu volto aqui, 23 anos depois, ao Riacho da melancia, onde eu trabalhei num estágio de férias com o último macho da ararinha-azul que era pareado com uma maracanã. Era um desespero, uma espécie que estava beirando a extinção, como chegou a ocorrer”, disse Marcos, em vídeo enviado ao g1.

Ele atua no país inteiro, mas, neste sábado conferiu a soltura de aves da espécie, na Bahia, em uma área próxima ao recinto.

“Vinte e três anos depois, mesmo não podendo ver o momento da soltura, eu posso me emocionar um pouco. Eu consegui ver alguns indivíduos que estão marcados com rádio telemetria, que são alguns indivíduos da maracanã que estavam colocados juntos com a ararinha”.

CURIOSIDADES: A Ararinha-Azul é a menor das araras (em comparação com a Arara-Azul grande e a Arara-Azul-de-Lear), tem apenas 55 cm e pesa, em média, 350g;

O nome científico Spixi dá uma pista da cor das penas dessa ave, que tem um azul mais claro, quase acinzentado; As ararinhas-azuis podem viver por 30 anos. Elas entram em fase de reprodução aos 4 e só param aos 24; As ararinhas são bastante barulhentas, principalmente quando ficam assustadas. As que foram soltas em Curaçá, como estavam em um cativeiro, não são muito "amigas" do homem;

Elas gostam de viver em grupo, principalmente fora do período de reprodução.

As ararinhas costumam se alimentar no início da manhã e no final da tarde;

Elas têm 14 itens alimentares, gostam muito de sementes, principalmente do pinhão e fruto de favela;

Os predadores das ararinhas são os saruês, morcegos, abelhas europeias, africanizadas, serpentes e aves de rapina, como o gavião;

As ararinhas acasalam no período reprodutivo, produzem os ovos. Em seguida, tem a incubação, que ocorre em média durante 26 dias. Os filhotes levam aproximadamente 90 dias para sair do ninho;

O período reprodutivo das ararinhas-azuis acontece normalmente entre novembro e maio, quando Curaçá registra chuva;

As ararinhas-azuis tem um comportamento afetuoso e de proteção com os filhotes, enquanto eles estão nos ovos. A fêmea incuba os ovos durante a maior parte do tempo e o macho fica próximo ao ninho, de olho na família;

Os filhotes são incentivados pelos pais a caçar o próprio alimento. Com a chegada da maturidade, se tornam ainda mais independentes. As ararinhas querem que os filhos aprendam logo a deixar o ninho, porque enquanto estão no local, é o momento que eles mais sofrem riscos de predações;

As ararinhas-azuis podem viver por 30 anos. Elas entram em fase de reprodução aos 4 e só param aos 24;

As ararinhas são bastante barulhentas, principalmente quando ficam assustadas. As que foram soltas em Curaçá, como estavam em um cativeiro, não são muito "amigas" do homem;

Elas gostam de viver em grupo, principalmente fora do período de reprodução.

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CANTOR DEL FELIZ RECEBERÁ COMENDA 2 DE JULHO NESTA SEGUNDA-FEIRA (13)

As homenagens a Santo Antônio abrem as comemorações da maior festa popular do Nordeste, o São João. Após dois anos sem os tradicionais festejos, por conta da Covid 19, artistas, profissionais da cultura, comerciantes, famílias e turistas compartilham o clima de alegria e expectativas. 

Em Salvador, o dia 13 de junho começará com uma homenagem ao cantor, compositor e cordelista Del Feliz, considerado popularmente como embaixador do forró. Às 9h30, o músico receberá a Comenda 2 de Julho, no Plenário da Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA).

A honraria é uma proposição da deputada Neusa Cadore (PT) ao artista que, ao longo de 22 anos de carreira, tem contribuído para a valorização do São João da Bahia, para a afirmação da cultura nordestina e para a internacionalização do mais nordestino dos ritmos, o forró.

“Del é a síntese do povo do Nordeste, que luta, que espalha esperança, que resiste e que celebra suas raízes com muito orgulho. Homenagear a sua trajetória, é reconhecer uma vida dedicada à divulgação, valorização da música e das expressões da cultura popular nordestina. Estamos muito felizes de celebrar esse grandioso artista que toca a nossa alma com canções que exaltam as tradições, os territórios, a diversidade da nossa agricultura e os saberes da nossa gente”, destaca a deputada Neusa Cadore.

TRAJETÓRIA: Nascido no distrito de Barreiros, em Riachão do Jacuípe, Del Feliz possui uma longa história de superação e amor à cultura. Herdou de sua mãe, Dona Nicinha, o gosto pelo reisado, samba e cordel, elementos que caracterizam seu trabalho como artista e que o ajudaram a construir uma carreira sólida e de sucesso no âmbito do forró.

Seu trabalho se caracteriza pelo destaque aos elementos da cultura e identidade nordestina. Del, padrinho nacional da campanha que tornou o forró Patrimônio Cultural e Imaterial do Brasil, segue empenhado na busca do reconhecimento do ritmo como patrimônio da humanidade. É de sua autoria o “Hino do São João da Bahia”, música gravada com a participação de cerca de 40 cantores, principais representantes nos festejos juninos da Bahia, e divulgada em três diferentes idiomas: espanhol, francês e inglês. A canção foi aprovada pela ALBA como Hino Oficial do São João da Bahia.

Além de temáticas tradicionais do forró, o artista produz músicas que abordam temas como cultura, diversidade, ecologia, vacinação e incentivo à leitura. Ao longo da sua trajetória, Del construiu parcerias importantes com artistas como Gilberto Gil, Maria Bethânia, Dominguinhos, Geraldo Azevedo, Elba Ramalho, Adelmário Coelho, Michel Teló, Santanna, Carlinhos Brown, dentre outros.

Possui 22 CDs e 3 DVDs, gravados de forma independente, realizou uma turnê nacional com destaque para o São João e tem passagens por diversos países, como França, Estados Unidos, Inglaterra, Portugal, Japão, sempre divulgando as expressões da cultura nordestina.

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FEIRA COM PRODUTOS ORGÂNICOS COMEÇA A SER REALIZADA NA UNIVASF

Com o intuito de proporcionar um espaço para produtores de alimentos sem produtos químicos, a Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) está realizando uma Feira de Orgânicos. A feira iniciou hoje (10) e contou com a participação de três produtores do Assentamento Terra da Liberdade, que trouxeram diversos alimentos entre legumes, hortaliças, verduras e frutas. 

A comercialização dos produtos será realizada toda sexta-feira, a partir das 8h30, na rampa do prédio da Reitoria, no Campus Sede, em Petrolina (PE).

A ação é um projeto de extensão realizado por meio da Diretoria de Arte, Cultura e Ações Comunitárias (Dacc), vinculada à Pró-Reitoria de Extensão (Proex), em parceria com a Associação dos Agricultores Familiares do Assentamento Terra da Liberdade. 

O projeto já era realizado na Univasf, mas precisou ser interrompido, retornando agora em parceria com os agricultores do Assentamento Terra da Liberdade, que produzem os alimentos na horta orgânica coletiva do assentamento. Os consumidores podem encontrar nas bancas mel, banana, alface, chuchu, abóbora, melancia, manga, cenoura, batata e muito mais. A diretora da Dacc, Flora Romanelli Assumpção, conta que a ideia é expandir a feira, em meados de julho e agosto, para acontecer também em Juazeiro (BA). 

“Nós queremos dar apoio para esses dois locais com a produção de orgânicos e ao mesmo tempo facilitar o cotidiano das pessoas, tanto do Campus Juazeiro quanto do Campus Sede, levando produtos de qualidade e sem agrotóxicos”, ressalta a diretora. Ela enfatiza que a feira é um espaço de empoderamento social e visibilidade para o trabalhador rural, ao mesmo tempo em que leva saúde para a população.

Segundo o presidente da Associação dos Agricultores Familiares do Assentamento Terra da Liberdade, Idenildo Damião Genésio de Souza, esse espaço é essencial para divulgar o trabalho dos agricultores do assentamento. “Nós temos uma horta há três anos, então essa oportunidade que estamos recebendo da Univasf é importante para mostrar o trabalho que temos feito”, diz Souza, que destaca o desejo de expandir a feira montando mais bancas com alimentos orgânicos. (Fonte: Portal Univasf)

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DIJESUS SANFONEIRO COMPLETA 80 ANOS NA HARMONIA, RITMO E MELODIA

O caminho que liga Exu, Pernambuco, Terra de Luiz Gonzaga ao Crato, Ceará, lugar onde nasceu Padre Cícero é a via das escolhas, das encruzilhadas, da fé, misticismo, trabalho e dons. As paisagens agem e ardem em eco. 

Quais mãos trabalharam na confecção desse origami? Nesta planície sem fim de cores e sons nasceu, exatamente na divisa do Exu/Crato, na Serra do Araripe,  no dia 5 de junho de de 1942, Dijesus Evaristo de Oliveira, portanto uma trajetória de 80 anos.

A história conta que para conseguir o primeiro instrumento, uma sanfona teve que trabalhar muito no roçado. A idade entre 8 e 16 anos. A inspiração veio da tradição familiar (Mauro Sanfoneiro, toca zabumba, contrabaixo, bateria, guitarra), José Evaristo-cantor, percussionista e toca violão e está aprendendo tocar sanfona; Antonio, Everaldo e as irmãs,  todos apaixonados por sanfona, roda de coco e quase vidência mística dos benzedores que vivem escutando em cada galho de flor uma música se bulindo/movimentando.

O mundo musical e o respeito pelo ritmo sertanejo que não pode negar a raiz de Luiz Gonzaga e a rebeldia revolucionária de Barbara de Alencar,  o chamam Dijesus Sanfoneiro. Filho de Evaristo Antônio de Oliveira e Maria Clara de Jesus. São 79 anos de muito trabalho e respeito pelo som, ritmo, harmonia e melodia. Compositor, cantor e poeta Dijesus Sanfoneiro já gravou 6 CdS.

A riqueza humana de Dijesus para os amigos é recíproca a sua humildade. Simplicidade que garante a admiração de amigos e pesquisadores da música brasileira. Dijesus é um dos poucos que desfrutou dos bons dias, boa tarde e boas noites do rei do baião, Luiz Gonzaga.

Apertar a mão do Rei Luiz Lua Gonzaga foi um presente para Dijesus que começou tocando forró nos terreiros de chão de barro batido e também nas poeiras sertanejas, qual diz a canção, no sol e chuva, vida de viajante sanfoneiro tocador de forró e baião.

No próximo mês,  dia 09 de julho, Dijesus Sanfoneiro vai reunir a família e os amigos a partir das 17hs, em sua residência no Sitio Serra da Arara. O tema do encontro aniversario será Dijesus, desde 1942 são 80 anos de Emoções.

Dijesus todos os anos é presença certa nos festejos de nascimento de Luiz Gonzaga, no Parque Aza Branca, dia 13 dezembro e na Festa da Saudade, realizada no mês de agosto, data 2 de agosto dia da morte do Rei do Baião.

Dijesus está entre aqueles que traduzem o sentimento maior da sanfona, a capacidade de fazer amigos. Afinal, a sanfona Fascina pela sua sonoridade, pela diversidade de modelos e gêneros, mas seu encanto transcende o poder da música, porque desperta um afeto misterioso. Talvez pelo fato de ficar junto ao coração do sanfoneiro, ou, quem sabe, por ser um instrumento que é abraçado ao se tocar. Ou ainda, por ser um instrumento que respira. O fato é que a sanfona une as pessoas e é amada por todos os povos.

Na referência de Dijesus, imagina um sanfoneiro que possui no registo, o nome da mãe: Maria Clara de Jesus. O caminho do cidadão Dijesus  é iluminado qual o Sete Estrelo numa noite de lua cheia. O Sete-estrelo é um conjunto de sete estrelas que viajam no espaço numa mesma direção e numa mesma velocidade. Na bíblia consta: "procurai o que faz o Sete-estrelo e o Órion...é poderoso para fazer brotar das trevas o raiar do dia, e transformar o dia claro em noite escura; que chama as águas do mar e as espalha como deseja sobre a face da terra...Senhor é o seu nome".

Várias de suas músicas, sucessos foram gravados na voz de Flávio José, Joãozinho de Exu, Zezinho Barros, Jaiminho de Exu e Joquinha Gonzaga, neto de Januário e Sobrinho de Luiz Gonzaga.

Sonho e Saudade é uma das mais tocadas nos festejos juninos. Detalhe: O cantor e compositor Gilberto Gil ao ouvir a música ficou encantado. Confira letra:

Sonhei com Gonzaga tocando

 sanfona sentado no trono do céu

Quando seu Januário e Santana chegavam

 Gonzaga parava e tirava o chapéu

e  dizia meu Deus que beleza

meu pai que surpresa, não vou suportar

Disse o velho:meu filho,você me ajudava

Mas hoje aqui é que eu vou lhe ajudar

Januário aquele véi macho

Pegou os 8 baixos mandou o forró

E são joão e são pedro,e São Gabriel

Disseram: o céu tá ficando melhor

Severino que nunca foi mole

Arrastou o fole banhado de ouro

Foi aí que Santana e seu Januário

Os dois se abraçaram e caíram no choro

Gonzaguinha chegava animado

Num carro importado, bonito que só

Querendo levar a família pra casa

Pensando que estava no fim do forró

Foi o sonho melhor que já tive

Na vida sofrida que sempre levei

Mas quando pensei que era pura verdade

Meu deus que saudade, eu acordei.

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