"EM CASA", DEFINE O CANTOR DANIEL GONZAGA AO VISITAR EXU, PERNAMBUCO

O cantor e compositor Daniel Gonzaga visita Exu, Pernambuco, a terra do seu avô Luiz Gonzaga, mestre da Sanfona e do do Baião. "Em casa". Assim foi a definição da alegria do cantor e compositor Daniel Gonzaga em informar que estava em Exu, Pernambuco, terra do seu avô Luiz Gonzaga e lugar que ele visitou inúmeras vezes ainda criança com o seu pai Gonzaguinha e Família.

Luiz Gonzaga na gravação de A Vida do Viajante (Gonzaga/Hervé Cordovil), conta que toda a trajetória musical começou com Januário e seu fole de oito baixos desde 1912 e  escuta Gonzaguinha dizer: “Deixa que eu levo pra frente”. 

Em abril completou 30 anos da partida de Luiz Gonzaga do Nascimento Junior. Gonzaguinha sofreu acidente automobilístico no Paraná, após um último show, no dia 29 de abril. Daniel Gonzaga com muita personalidade e estilo próprio é quem “leva pra frente” a história.

O cantor encontra-se em visita a Exu e dá um presente ao Nordeste a música brasileira prestigiando as festividades dos 109 anos de Luiz Gonzaga, neste ano de 2021. Dia 14 em João Pessoa, Paraíba, ele participa do Fórum Nacional do Forró e Encontro Nacional dos Forrozeiros, quando na oportunidade o forró ganha título oficialmente de Patrimônio da Cultura Brasileira.

No dia 22 de setembro, Daniel Gonzaga, realizou um show presencial, no Teatro Rival Refit, quando lançou o DVD "GONZAGA" e relançamento do CD COMPORTAMENTO GERAL.

O Teatro Rival Refit é sinônimo de tradição e excelência artística há mais de oitenta anos. Daniel Gonzaga é dono de uma história única dentro da música brasileira.

O CD ganhou repercussão e sempre respeitando sua história que combina a música nordestina com o rock básico e o blues. No espetáculo, o artista também misturou um pouco de seus trabalhos anteriores com o material do DVD e textos de seu monólogo “Encourado”. No repertório, músicas como “Comportamento geral”, “#40”, “Vaqueirama”, “Janela”, “Vida do viajante”.

Daniel Gonzaga já tem sete álbuns gravados e este mês vai lançar um DVD. Mente inquieta super produtivo Daniel Gonzaga é puro ritmo musical.

Em abril o jornalista Vitor Nuzzi, da Rede Brasil Atual revelou que Primogênito, Daniel tinha 16 anos quando o pai morreu. Adolescente, curtia mais as bandas brasileiras de rock que surgiam naquela época, como Ira! e Legião Urbana. Só foi ouvir realmente Gonzaguinha (que chama de “Gonzaga”) depois do acidente, mas não de imediato. “Fiquei um tempo mesmo sem conseguir ouvir. Depois passei para o meu avô”, lembra.

A música, claro, era prato diário. Aos 8 anos, Daniel cantou em coro infantil. Aos 13, foi trabalhar de roadie com o pai, para começar da base, aprender o funcionamento daquele universo. “Sempre gostei muito de frequentar estúdio, mesa de gravação. Nos shows, passei a prestar atenção no baixo, na bateria.” 

“No tempo que eu tive com meu pai neste planeta, nossa convivência foi bem banhada de música.”

E quem é Gonzaguinha? “Eu coloco ele na resistência e na criação de uma nova música brasileira”, comenta Daniel. “Ele é filho de um dos grandes pilares da música brasileira do século 20.” E recorda das origens do artista, desde os tempos do Movimento Artístico Universitário (MAU), na virada para os anos 1970.

Era um grupo que se reunia na rua Jaceguai, no bairro da Tijuca, zona norte carioca. Na casa de Aluízio Miranda, psiquiatra e músico, e Maria Ruth. Estavam lá, entre tantos outros, Gonzaguinha, Ivan Lins, Aldir Blanc, Guinga, César Costa Filho. Uma das filhas do casal, Ângela, casou-se com Gonzaguinha. Tiveram dois filhos, Daniel e Fernanda, também cantora. O artista teve outras duas filhas, Amora, com Sandra Pêra, e Mariana, com Louise Martins, a Lelete, com quem vivia em Belo Horizonte.

Aquela geração do MAU foi abrindo espaço. Ivan Lins foi fazer o programa global Som Livre Exportação. Gonzaga Jr. ganhou o 2º Festival Universitário de Música Popular do Rio com O Trem, em 1969. Seu primeiro disco foi lançado em 1973, e a canção Comportamento Geral logo chamou a atenção da censura.

Gonzaguinha já era conhecido quando veio a explosão de O que é O que é, faixa do álbum Caminhos do Coração, lançado em 1982. Daniel acredita que é a música “que conecta mais o povo a Gonzaga”. Mas cita outras que considera emblemáticas da obra do pai, como a explícita Comportamento Geral, Explode Coração (bastante conhecida na voz de Maria Bethânia) e Redescobrir (gravada por Elis Regina).

Aparentemente, uma canção de tom mais político e outras mais românticas. Mas as aparências enganam. “Tem gente que coloca Explode Coração como uma música mais política”, observa Daniel. 

O verso “desvirginando a madrugada”, por exemplo, para além da conotação sexual, pode ser visto como um raiar da liberdade. “Aí está toda a genialidade dele, podendo transitar nos dois universos”, comenta o também cantor e compositor. Já Redescobrir “pode ser a mente de um cara ultra politizado escrevendo sobre o amor ou um cara extremamente apaixonado escrevendo sobre política”, diz Daniel

Depende, também, da forma como a canção é interpretada. Ele toca a bateria na sala de casa e enfatiza os versos: “Chega de tentar/ Dissimular”. Qual a mensagem?

E o que ficou do pai Gonzaga? “Acho que eu aprendi a ser uma pessoa comum. A trabalhar, a fazer meu trabalho. O que importa é a honestidade do dia a dia. 

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PAULO VANDERLEY : SITE LUIZ LUA GONZAGA, O GUARDIÃO DA MEMÓRIA DO REI DO BAIÃO GANHA NOVA VERSÃO

O site Luiz Lua Gonzaga(https://luizluagonzaga.com.br/) está de visual novo e será relançado para o grande público no dia 13 de dezembro. A data é super especial. Neste dia, é comemorado o nascimento de Luiz Gonzaga, que se estivesse vivo completaria 109 anos. 

O site é um projeto do pesquisador apaixonado pela obra gonzagueana, Paulo Vanderley, e reúne, no ambiente virtual, um amplo acervo sobre a carreira de Gonzaga, com discos, fotos e documentos raros.

O site será relançado numa série de eventos em Exu, terra natal do homenageado, e terá seu grande momento com uma live. No domingo, Paulo convida para um conversa leve e descontraída o ator e influenciador digital Max Petterson, cearense apaixonado pela cultura nordestina, e Espedito Seleiro, artista plástico e mestre da arte do couro que trabalhou no desenvolvimento do figurino de Luiz Gonzaga. Juntos, prestarão uma justa homenagem ao rei do Baião e apresentarão detalhes do acervo disponível no novo formato do site.

O SITE: A página foi criada há 16 anos por Paulo Vanderley, com supervisão técnica de Walmar Pessoa, e é considerada, hoje, o maior acervo digital da obra de Gonzaga. Ele foi reunindo, ao longo da vida, inúmeros detalhes da carreira do artista e, como todo apaixonado colecionador, conservou o material nos arquivos dentro da casa. Até que, em 2005, resolveu disponibilizar para o grande público por meio da internet. O site chegou à marca de 8 milhões de acessos somente em 2012, ano do centenário de Luiz Gonzaga.

“Na época, o ambiente digital era carente de informações sobre Luiz Gonzaga. Nós transcrevemos manualmente as músicas porque ainda não havia letras disponíveis no formato online. Com isso, o site foi um sucesso, na época, entre admiradores, acadêmicos e até estudantes secundaristas”, contou Paulo, recordando a origem do projeto.

REFERÊNCIA NACIONAL: A experiência e o conhecimento fizeram de Paulo Vanderley uma referência nacional no tema, tanto que ele foi convidado como consultor em importantes projetos sobre Gonzaga, como o Museu Cais do Sertão, no Recife, o filme "Gonzaga: de pai para filho", de Breno Silveira, e também do desfile campeão do carnaval do Rio de Janeiro em 2012, da Unidos da Tijuca de Paulo Barros.

Aos poucos, Paulo conseguiu transportar esse valioso material para o mundo digital. Agora, na nova versão do site, o público conseguirá navegar pelas fotografias raras, a história da discografia completa, conferir a letra na íntegra das canções gravadas, vídeos raros e ler curiosidades colhidas pelo coordenador do site durante a convivência com ícones da MPB.

“É uma forma de manter viva a memória de um dos maiores nomes da nossa música e reconectar todo esse legado com novas gerações. Eu fico animado com esse interesse por Gonzaga. Ele foi e é muito importante para nossa cultura”, relata Paulo, animado com o sucesso do projeto.

EXPANSÃO DA MEMÓRIA: Além do site, o pesquisador Paulo Vanderley também está envolvido na produção do livro Luiz Gonzaga 110 anos do Nascimento. A obra promete ser um dos documentos mais

definitivos de consulta sobre a carreira de Gonzaga e um valioso instrumento de pesquisa sobre a canção brasileira. “Em cada página, o leitor viverá uma experiência gonzagueana. Vamos anexar letras, capas de Lps, fotografias raras”.

O livro é a síntese de mais de três décadas de pesquisa e paixão de Paulo pela obra de Gonzaga. Ele será narrado em primeira pessoa pelo próprio Luiz Gonzaga, com trechos extraídos de gravações de entrevistas concedidas a rádios, jornais e canais de tv pelo próprio artista entre os anos 1940 e 1980. “É como se você estivesse lendo um texto com aquela voz inconfundível de Gonzaga”, nos conta.

Além disso, o autor traz um relato preciso sobre a trajetória do Rei do Baião, construída entre a memória pessoal e os relatos de nomes consagrados da música que conviveram com Gonzaga, como Fagner, Lenine, Santana, o cantador e Maciel Melo, outros ícones da MPB. A previsão de lançamento do livro é para o São João de 2022.

Esta obra, que pretende homenagear o 110º aniversário de Gonzaga, também se transformará em um podcast e uma websérie, garantindo o caráter multimídia do livro. Dessa forma, o público conseguirá ter acesso ao conteúdo de parceiros musicais e os herdeiros de Gonzaga no forró em uma conversa leve e descontraída sobre todo esse universo gonzagueano.

SERVIÇO: Relançamento do site Luiz Lua Gonzaga (https://luizluagonzaga.com.br/)Data: 13/12/2021






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A ASSOCIAÇÃO DE MULHERES AS KAROLINAS PROMOVE AUTOESTIMA ATRAVÉS DO ARTESANATO EM EXU

No universo das comunidades artesanais brasileiras, 90% do segmento é formado por mulheres artesãs. Um exemplo está em Exu, Pernambuco. Elas trazem inovação, um olhar para o todo e buscam atuar em Exu, Pernambuco e região, o que fortalece ainda mais o trabalho que desenvolvem através do artesanato. 

O destaque é a Associação de Mulheres As Karolinas. Detalhe: Mulheres Karolina com K, a interpretada por Luiz Gonzaga e que ganham empoderamento "fazendo arte e até teatro". Durante as festividades dos 109 anos de Luiz Gonzaga, elas vão expor e vender os trabalhos entre os dias 10 e 12 dezembro em Exu e vão  marcar a participação da mulher no mercado da Economia Criativa.

A presidente da Associação de Mulheres As Karolinas, localizada na Comunidade da Vilha Nossa Senhora Aparecida, tem 48 anos, a agricultura Cícera Evarista, diz conta que é neta do artesão, o saudoso Zé Maria que transformava cipó em Arte e que associação surgiu com objetivo de melhorar a qualidade de vida e autoestima das mulheres. 

A Associação de Mulheres As Karolinas é exemplo superação, esforços, vontade de vencer. "Todas as mulheres artesãs aqui seguem a máxima da música Vozes da Seca, pois queremos trabalhar e ganhar com nosso suor, não queremos esmolas. Queremos trabalhar e mostrar que somos da terra da arte", afirma Cicera.

A associação surgiu para garantir dignidade as mulheres e está em ascensão, se aperfeiçoando para driblar os desafios para Conquistarem seus espaços. “Não é fácil e nem simples, mas é transformador”, afirma Cícera ressaltando que as mulheres fazem tricô, croché, bordado, brincos, e várias miniaturas com a imagem de Luiz Gonzaga.

São cerca de 36 mulheres, todas unidas e com a missão também de capacitar pessoas para a geração de rendas. "As artesãs criam juntas e ganham juntas”.

As mulheres são maioria no Brasil, equivalente a 51,8% da população segundo o censo do IBGE de 2019. Nas comunidades artesanais brasileiras esse número é ainda maior: as mulheres representam 90% de todo segmento. O fortalecimento do trabalho das artesãs no país acontece especialmente pelo trabalho contínuo de comunidades e instituições de apoio.

Boa parte das artesãs vivem em regiões com poucas oportunidades de trabalho, há dois anos de maneira agravante, diante o enfrentamento à pandemia do COVID-19, associações surgem através da economia criativa para superar estigmas de gênero, e fatores como baixa escolaridade e falta de acesso a recursos econômicos.

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CÂNDIDA LIMA É DESTAQUE NA CORRIDA LONGÃO 25 KM DO POVOADO DO CAPIM

Durante muito tempo, a mulher foi proibida de correr longas distâncias por causa de um velho conhecido: o machismo. Os homens acreditavam que o corpo feminino não tinha força e resistência para participar de uma competição de corrida. No Brasil, até 1975, por exemplo, as mulheres não tinham o direito de participar da São Silvestre, prova mais tradicional do País, realizada desde 1925.

Esse cenário começou a mudar em 1976, quando Eleonora Mendonça, a primeira mulher brasileira a correr uma maratona olímpica, nos Jogos de Los Angeles (1984), veio a São Paulo para correr a São Silvestre (que já aceitava a participação de corredoras) e notou que era a única prova de rua aberta a todos. Hoje, Eleonora é o principal símbolo das mulheres no esporte e foi pioneira na organização das primeiras corridas de rua para todos, oferecendo oportunidade de participação independentemente de filiação, tempo ou performance.

Na região do norte da Bahia e Vale do São Francisco, a corrida de rua tem transformado a vida de muita gente, e foi através dela que a engenheira agrônoma do município de Pilão Arcado, professora doutora Cândida Lima, enxergou as possibilidades de vencer os seus próprios limites. 

Foram dois meses intensos, muito treino, disciplina, vontade e acima de tudo, muito incentivo. "Dividir a rotina do trabalho, com os treinos de corrida, fortalecimento, uma boa alimentação e 10 finais de semana acordando às 4hs da manhã para fazer os longões, não foi nada fácil, mas, foi possível e leve, porque por trás de tudo isso, havia uma equipe", diz Cândida ressaltando que com o incentivo dos tios Manoel Dionísio, Francisca e Cláudio, do irmão Lúcio e da atleta profissional Simone Daiane, que o encorajamento veio para realizar os 25km da São Capim.

O evento foi a 7⁶ edição do Longão São Capim, uma corrida de 25km com largada na nova rotatória da Avenida Monsenhor Ângelo Sampaio e chegada no povoado do Capim. "Foi Muita garra, muito suor, muita dor e muita perseverança até o fim", revela Cândida.

O evento teve participação de atletas com experiência nacional e internacional, exemplo maratonas como Boston, Chicago, Chile, Argentina, Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre e tantas outras.

Segundo Cândida Lima, a orientação do professor Marciano Barros, treinador de corrida, foi fundamental e necessária para a realização dessa prova. "Foi através do profissionalismo do professor que eu pude enxergar que era possível ir além". O professor Marciano, que também é treinador da APA - Petrolina-PE. 

"Marciano tem um poder. Ele nos permite enxergar que somos capazes, ele é um treinador indizível!", avalia Cândida.

Para realizar o longão de 25km, foram cerca de 3 planilhas cada uma com uma média de 10 a 15 treinos, incluindo tiros, fartleke e longões. 

"Eu esperava fazer o percurso em 2hs30 minutos acima, mas foram 25km640metros em 2hs25min09seg, com direito a pódio, 2° lugar na categoria de 30-39. Mas, não era o pódio que eu buscava, era a superação, e ela veio, porque fazer 25km não é para qualquer um, é para quem treina, quem abdica de muita coisa e  se dedica, e os 25km da São Capim é para quem tem acima de tudo, coragem"!

Durante todo o percurso a atleta amadora contou com o apoio incondicional da atleta profissional, Simone Daiane que é atleta da APA - Petrolina, também treinada por Marciano Barros. O Longão da São Capim já concluiu sua 7a edição e tem perspectiva de tornar-se corrida oficial.

"Se Deus permitir para o ano estarei novamente completando os 25km da São Capim", finaliza Cândida Lima.

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FLÁVIO BAIÃO E DIJESUS SANFONEIRO FAZEM SHOW NAS FESTIVIDADES DOS 109 ANOS DE LUIZ GONZAGA EM EXU

O cantor compositor e sanfoneiro Flávio Baião é uma das atrações das festividades dos 109 anos do Rei do Baião, Luiz Gonzaga, que será realizada em Exu, entre os dias 10 a 13 de dezembro, no Parque Aza Branca.

Flávio Baião nasceu em Juazeiro, Bahia no ano de 1968, Flávio Marcelo Mendes da Silva, o Flávio Baião é a síntese de um seguidor do forró feito por Luiz Gonzaga, Trio Nordestino e Dominguinhos. Ele é fiel ao valorizar o nome artístico que ganhou: Flávio Baião. 

Inspirado no tradicional chapéu de couro e sua simplicidade de ribeirinho nascido nas margens do Rio São Francisco Flávio é baião já gravou cinco Cds e 1 DVD. 

No chiado da sanfona, na batida da zabumba e no zunido do triângulo, esse músico segue difundido os autênticos ritmos nordestinos. Coco, baião, xote xaxado e arrasta- pé são as palavras de ordem desse grande cantor. Da sua voz ecoa melodias que revelam o jeito de ser e de viver do seu povo, suas músicas são marcadas pelo calor festivo presente no sertanejo; sendo o sol o maior dos holofotes a iluminar esse artista que, de tão apaixonado pela sanfona, adotou por sobrenome Baião.

Flávio conta que desde criança foi embalado pelas canções de Luiz Gonzaga, no vai e vem das quadrilhas juninas. "Minha mãe, dona Belinha é a responsável por tudo que faço em nome da cultura". 

Em 2015, o sanfoneiro, cantor e compositor Flávio Baião recebeu da Câmara de Vereadores de Juazeiro, a Comenda Doutor Pedro Borges Viana. A Comenda é uma forma de agradecer e homenagear pessoas que prestam relevantes serviços a comunidade. Flávio Baião atualmente além de inúmeros shows beneficentes é responsável por uma Escola de Música, que atende crianças e adolescentes no aprendizado da sanfona e outros instrumentos. Flávio Baião no ano de 2013 gravou o seu primeiro DVD-Feiras do Nordeste. 

"É sempre uma emoção fazer a apresentação na festa de aniversário de Luiz Gonzaga. Vivas a Luiz Gonzaga sempre", finalizou Flávio Baião.

DIJESUS SANFONEIRO é atração já tradicional nas festividades de aniversáriod e Luiz Gonzaga. O caminho que liga Exu, Terra de Luiz Gonzaga ao Crato, lugar onde nasceu Padre Cícero é a via das escolhas, das encruzilhadas, da fé, misticismo, trabalho e dons. As paisagens agem e ardem em eco. 

Quais mãos trabalharam na confecção desse origami? Nesta planície sem fim de cores e sons nasceu, exatamente na divisa do Exu/Crato, na Serra do Araripe,  no dia 5 de junho de de 1942, Dijesus Evaristo de Oliveira.

A história conta que para conseguir o primeiro instrumento, uma sanfona teve que trabalhar muito no roçado. A idade entre 8 e 16 anos. A inspiração veio da tradição familiar (Mauro Sanfoneiro, toca zabumba, contrabaixo, bateria, guitarra), José Evaristo-cantor, percussionista e toca violão e está aprendendo tocar sanfona; Antonio, Everaldo e as irmãs,  todos apaixonados por sanfona, roda de coco e quase vidência mística dos benzedores que vivem escutando em cada galho de flor uma música se bulindo/movimentando.

O mundo musical e o respeito pelo ritmo sertanejo que não pode negar a raiz de Luiz Gonzaga e a rebeldia revolucionária de Barbara de Alencar,  o chamam Dijesus Sanfoneiro. Filho de Evaristo Antônio de Oliveira e Maria Clara de Jesus. São 79 anos de muito trabalho e respeito pelo som, ritmo, harmonia e melodia. Compositor, cantor e poeta Dijesus Sanfoneiro já gravou 6 CdS.

A grandeza humana de Dijesus para os amigos é recíproca a sua humildade. Simplicidade que garante a admiração de amigos e pesquisadores da música brasileira. Dijesus é um dos poucos que desfrutou dos bons dias, boa tarde e boas noites do rei do baião, Luiz Gonzaga.

Apertar a mão do Rei Luiz Lua Gonzaga foi um presente para Dijesus que começou tocando forró nos terreiros de chão de barro batido e também nas poeiras sertanejas, qual diz a canção, no sol e chuva, vida de viajante sanfoneiro tocador de forró e baião.

Dijesus todos os anos é presença certa nos festejos de nascimento de Luiz Gonzaga, no Parque Aza Branca, dia 13 dezembro e na festa da saudade, realizada no mês de agosto, data 2 de agosto dia da morte do Rei do Baião.

Dijesus está entre aqueles que traduzem o sentimento maior da sanfona, a capacidade de fazer amigos. Afinal, a sanfona Fascina pela sua sonoridade, pela diversidade de modelos e gêneros, mas seu encanto transcende o poder da música, porque desperta um afeto misterioso. Talvez pelo fato de ficar junto ao coração do sanfoneiro, ou, quem sabe, por ser um instrumento que é abraçado ao se tocar. Ou ainda, por ser um instrumento que respira. O fato é que a sanfona une as pessoas e é amada por todos os povos.

Na referência de Dijesus, imagina um sanfoneiro que possui no registo, o nome da mãe: Maria Clara de Jesus. O caminho do cidadão Dijesus  é iluminado qual o Sete Estrelo numa noite de lua cheia. O Sete-estrelo é um conjunto de sete estrelas que viajam no espaço numa mesma direção e numa mesma velocidade. Na bíblia consta: "procurai o que faz o Sete-estrelo e o Órion...é poderoso para fazer brotar das trevas o raiar do dia, e transformar o dia claro em noite escura; que chama as águas do mar e as espalha como deseja sobre a face da terra...Senhor é o seu nome".

Várias de suas músicas, sucessos foram gravados na voz de Flávio José, Joãozinho de Exu, Zezinho Barros, Jaiminho de Exu e Joquinha Gonzaga, neto de Januário e Sobrinho de Luiz Gonzaga.

Sonho e Saudade é uma das mais tocadas nos festejos juninos. Confira letra:

Sonhei com Gonzaga tocando

 sanfona sentado no trono do céu

Quando seu Januário e Santana chegavam

 Gonzaga parava e tirava o chapéu

 e  dizia meu Deus que beleza

 meu pai que surpresa, não vou suportar

Disse o velho:meu filho,você me ajudava

Mas hoje aqui é que eu vou lhe ajudar

Januário aquele véi macho

Pegou os 8 baixos mandou o forró

E são joão e são pedro,e são gabriel

Disseram: o céu tá ficando melhor

Severino que nunca foi mole

Arrastou o fole banhado de ouro

Foi aí que Santana e seu Januário

Os dois se abraçaram e caíram no choro

Gonzaguinha chegava animado

Num carro importado, bonito que só

Querendo levar a família pra casa

Pensando que estava no fim do forró

Foi o sonho melhor que já tive

Na vida sofrida que sempre levei

Mas quando pensei que era pura verdade

Meu deus que saudade, eu acordei.

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DESAFIO DA PANDEMIA É UMA CHANCE DE ASCENSÃO ESPIRITUAL

“O apóstolo Paulo diz em suas cartas aos Coríntios, 4:16, que “ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova dia a dia”.

Cada experiência nos deixa o valor que nos corresponde e tudo que nos acontece tem uma razão de ser”, fala Juselma Coelho, presidente da Sociedade Espírita Maria Nunes (Seman) e da Sociedade Espírita Joanna de Angelis (SejaBH) e do conselho de administração do Instituto Assistencial Espírita André Luiz (Heal).

De repente, a constatação da fragilidade física, em que a vida de todos se vê ameaçada por um vírus que prenuncia com a interrupção da jornada física, faz pensar, conforme Juselma Coelho, em questões como o que tenho feito da minha vida? Que possibilidade tenho de recuperar o tempo mal utilizado? Como tenho distribuído meu carinho e atenção aos que me cercam? Quais os valores que tenho e podem ser melhor utilizados?

“De repente, temos a certeza de que somos peças importantes na vida do universo e sentimos vibrar em nós a vontade de recuperar o tempo perdido. Gravitar para a unidade divina é o grande objetivo da humanidade. E para alcançá-lo, precisamos vivenciar a justiça, o amor e a ciência. E diante dos cataclismas físicos ou morais somos abalados pelo convite à vida, pela vontade de nos elevarmos, pela atenção e solidariedade de nossos semelhantes. Assim, nos tornamos mais suaves, mais ternos, tolerantes e amigos. Estaremos então nos primeiros degraus da ascensão espiritual.”

“A Terra está sofrendo uma crise e crescimento para se tornar um mundo maduro e, portanto, melhor. As desordens atuais, que tanto nos assustam, são os prenúncios de uma nova ordem que fará a Terra elevar-se na escala dos mundos”. Para ela, na verdade, a humanidade está aceleradamente distraída, e víamos a vigência do orgulho e do egoísmo em todos os níveis, do individual, do coletivo.

Estávamos assistindo ao desdobrar de males altamente virulentos que corroíam as sociedades. Manifestações cruéis de preconceitos, atitudes de agressividade e desrespeito inenarráveis, posturas de desamor, competições mesquinhas. Desprezo aos princípios de boa convivência, mentiras, tudo isso refletindo na macroestrutura social. 

“Com a chegada inesperada da pandemia nos assustando, paramos e refletimos. E forçadamente limitados pelas paredes do lar, nos voltamos agora uns para os outros. Nem castigo, nem aviso ou ameaça. Consequência natural da aplicação da lei de causa e efeito, da lei do progresso e outras leis afins.”

Para quem tem fé ou quem afirma não ter, Juselma Coelho enfatiza que a vida não teria sentido se não houvesse a conexão com um ser superior. “Qual a vantagem ou importância teria vivermos uma vida de 30, 60, 70, 90 ou mais anos,  lutar por conquistar recursos intelectuais, financeiros, sociais, para depois morrermos e acabar tudo?

Quem teria feito e com qual objetivo, as belezas naturais existentes no universo? E nessa reflexão vamos nos deparar com Jesus, divino jardineiro de nossas almas: 'Vinde a mim todos os que estais cansados, oprimidos e sobrecarregados, que eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve. (Mateus, 11:28-30).'”

Pela lógica da razão, destaca Juselma Coelho, muitos chegam à conclusão de que quem fez tantas coisas belas, úteis, profundas, de inigualável valor, por que deixaria, por simples capricho, um vírus destruir tudo? “A fé de que falamos não é aquela que simplesmente me diz que vou ser salvo, mas aquela que me mostra que, se tudo tem uma razão de ser, se eu tiver que ser útil à vida, aos que dependem de mim, por ora serei poupada.”

Juselma Coelho alerta que a gigantesca tarefa que cabe a cada um neste momento é se reconduzir a Deus, cultivando a fé superior e racional, confiando que as autoridades e os governantes não estão sós, entregues a eles próprios. Eles são assistidos e conduzidos por luminosas forças superiores, que os levarão as soluções da interrupção da pandemia da COVID-19.

SUPERMERCADO DA FÉ: Para Padre Marcelo Carlos da Silva, do Santuário Arquidiocesano de Adoração Perpétua Nossa Senhora da Boa Viagem, a fé e a espiritualidade estão na base das respostas, modos de ver, sentir, pensar e agir de cada um diante dos desafios, angústias, medos e ansiedades que o mundo passa. “A espiritualidade é o combustível que nos faz mover dentro desta crise de saúde – que por consequência torna-se social, econômica, ecológica e até espiritual.

É a espiritualidade de cada um nesta hora e a sua forma de se relacionar com Deus, de crer nele, que podem ajudar ou atrapalhar os aspectos humanos da enfermidade pandêmica.”

Padre Marcelo alerta que muitos discursos e igrejas da contemporaneidade, antes da grande peste do COVID-19, apostavam numa vida religiosa e, portanto numa espiritualidade, centrada no discurso da prosperidade de bens e riquezas econômicas deste mundo: “Mundanizaram”, isto é, reduziram os seus valores às promessas essencialmente deste plano de vida. 

“E a vida eterna, pós-morte, a transcendência, que sustenta a maior parte das religiões e igrejas perdeu o sentido, preocupados demais em olhar para o sucesso material. A espiritualidade e a fé ganharam status de 'produtos engarrafados' (às vezes literalmente), uma espécie de 'supermercado da fé”, afirma.

Assim, neste tempo da via-dolorosa da humanidade exposta como Cristo ferido de morte na vida das pessoas, “aos que desenvolveram uma espiritualidade e uma crença religiosa (fé) na prosperidade, nos ganhos deste mundo, agora se veem em crise de sentido, pois a espiritualidade e a fé vistas como uma via de prosperidade não podem dar segurança pela via dos bens que cada um tem. Ao contrário, aqueles que têm uma espiritualidade e uma fé, sejam de que religião forem, transcendente, imaterial, centrada na graça de Deus e não na prosperidade, devem conseguir experimentar uma vida espiritual mais fundamentada no consolo, na fortaleza, na esperança e na paz.

Na certeza da presença de um Deus que se revela frágil para nos acompanhar em nossas fragilidades; ferido para mostrar-se solidário conosco”.

ILUSÃO E DESAPEGO: Mokugen Roshi, abade que dirige o Templo Zen das Alterosas, diz que os monges enxergam o isolamento como natural – afinal eles vivem contexto bem mais severo do que o que todos estão enfrentando com a pandemia agora – e explica que o momento obriga o olhar para dentro de si, quando surge no interior de nós o que é mais premente, o nosso estado de espírito, de maneira forte e com questões absolutas. O que não é ruim, porque é a oportunidade de trabalhar o que precisamos.

“Na visão budista, não devemos nos assustar, já que o que aflora dentro da consciência é o que cada um tem a evoluir, sabendo que tudo é ilusão, que não devemos nos apegar. A espiritualidade do budismo está na prática da meditação em que expressamos a nossa natureza original desapegando. É a meditação que nos ensina olhar para dentro, esvaziar a mente e nos emergir sabendo que tudo é impermanente, tudo muda.”

Conforme Mokugen Roshi, a prática do zazen (meditação profunda) é viver o aqui e agora, o que surge a cada instante num eterno presente e que se esvai a cada momento: “O estado zazen é a concentração do nosso espírito”, quando se dá a consciência visceral, o sentir e vivenciar.

“Concentrar em nós mesmos é um remédio que será digerido e transmutado com grande efeito. Tudo pode ser transcendido e superado porque todas as coisas são ilusórias. O budismo diz que o mundo fenomenal tem aparência de ilusão, tudo passa e muda constantemente. Assim, as ilusões devem ser transcendidas para encontrar o vazio. O saber abrir mão é o treinamento zen”. (Fonte: Correio Braziliense)

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EXU, TERRA DE LUIZ GONZAGA: PROJETO ASA BRANCA QUE ATENDE CRIANÇAS E ADOLESCENTES GANHA 19 NOVAS SANFONAS

Este ano Exu Pernambuco comemora os 109 anos de nascimento de Luiz Gonzaga, mestre da Sanfona, Rei do Baião. Luiz Gonzaga nasceu no dia 13 dezembro de 1912 e é o Pernambucano do Século XXI, um  dos mais talentosos artistas da música brasileira.

Entre os eventos que acontecem na cidade, um é encantador a Fundação Gonzagão-Projeto Asa Branca, em Exu recebe 19 sanfonas. O projeto garante as crianças e adolescentes aprendam a tocar Sanfona, zabumba e triângulo, a santíssima trindade do forró ungida por Luiz Gonzaga em suas andanças por este País.

A solenidade da entrega das sanfonas acontece no dia 10 de dezembro, às 10hs, no auditório do Colégio Municipal Barbara de Alencar, com a presença do Prefeito Raimundo Saraiva e da Secretaria de Cultura, Turismo e Desportos Isejda Araújo e convidados.

"Cada criança traz consigo esperança e sendo de Exu no balaio tem ainda mais uma grande inspiração da herança cultural do Rei do Baião. Por meio de Emenda Parlamentar do Deputado Federal Tadeu Alencar, garantimos 19 novas sanfonas para o Projeto Asa Branca, mantendo esta cultura a cada dia mais fortalecida, a exemplo de Gonzagão oportunizando novos talentos", afirmou Raimundo Saraiva.

O projeto Asa Branca ensina as crianças a tocar sanfona e é mantido pela Fundação Gonzagão, entidade criada em 2 de março de 2000 pelo então promotor de Justiça de Exu, Francisco Dirceu Barros, entre outros cidadãos.

“O doutor Francisco é um apaixonado pela cultura gonzagueana, e foi dele a ideia da Fundação. O objetivo é prestar atendimento a crianças e adolescentes, especialmente as carentes, utilizando a arte e a poesia de Luiz Gonzaga para sua promoção social”, explica a professora e vice diretora do Projeto Asa Branca, Aline Justino.

Do ano 2000 até agora, mais de 800 crianças passaram pelo projeto, que inicialmente, além de música, oferecia oficinas de artesanato, dança e poesia. Algumas delas se destacam atualmente tocando sanfona e se apresentando em grupos regionais.

A vice presidente do Projeto Asa Branca acrescenta que "é necessário doações e novos projetos, parceiros que possam também garantir a  possibilidade do Projetor ganhar novos instrumentos para facilitar o aprendizado das alunas e alunos". 

"O certo é que este ano de 2021 já estamos com olhar para 2022 já proporcionamos esperanças maiores para essas crianças e adolescentes com as novas sanfonas e a certeza da transformadora educação que está presente nesta nova geração exuense e oportunidades que terão de abrilhantar o seu futuro, disse Aline Justino".

No sopé da Fazenda Caiçara, serra do Araripe, no dia 13 de dezembro de 1912 nasceu o cantador e sanfoneiro Luiz Gonzaga.

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