EXU, PERNAMBUCO: SERRA DOS PAUS DÓIAS, O EXEMPLO DE AGROFLORESTA

A Agência Eco Nordeste lançou (ano 2019, 28 de abril) uma campanha pela valorização do bioma. Experiências com características de Empreendedorismo, Inovação e Sustentabilidade; em ações individuais, coletivas; públicas e privadas têm destaque na campanha Ecos do Bioma Caatinga. 

Esta reportagem destaca o exemplar trabalho do agricultor familiar Vilmar Luiz Lermen, no município de Exu, Sertão do Araripe (Pernambuco), onde cultiva uma Agrofloresta exemplar. Exu é a cidade onde nasceu Luiz Gonzaga.

Paranaense, filho de agricultores, há 22 anos residente no Estado de Pernambuco, sendo 15 anos no município de Exu, no Sertão do Araripe, onde cultiva uma agrofloresta exemplar. Trabalho apoiado por Paulo Pedro de Carvalho, 45, agrônomo e coordenador geral do Centro de Assessoria e Apoio aos Trabalhadores e às Instituições Não-Governamentais Alternativas (Caatinga). Ele vive em Ouricuri, mas atua em todo o Sertão do Araripe. Agrofloresta é a praia de ambos e um exercício de transformação na relação com a terra que ainda não está muito disseminado pelo Semiárido, mas que faz diferença onde passa.

Vilmar conta que tanto seu pai quanto sua mãe vieram de famílias agricultoras. Mas, depois de tentar a sorte com uma serraria, o pai faliu. Foi quando conheceu o Movimento Sem Terra (MST) e veio para o Nordeste participar de um encontro, se apaixonou, casou com Maria Silvanete não retornou. Militou no MST, trabalhou no Centro de Desenvolvimento Agroecológico Sabiá, cursou Pedagogia, se especializou em Geografia e, finalmente, comprou uma terra em Exu e vem cultivando sua própria agrofloresta ao lado da esposa, na Serra dos Paus Dóias, em cima da Chapada do Araripe.

Ele faz parte de Associação dos Agricultores (as) Familiares da Serra dos Paus Dóias (Agrodóia), que trabalha com Sistemas Agroflorestais; Sementes Crioulas; beneficiamento de frutas nativas (extrativismo) e cultivadas; e abelhas nativas e africanizadas, com uma inserção social no território do Araripe. Participa também do Conselho da Área de Proteção Ambiental (APA), Conselho de Turismo e Conselho de Desenvolvimento Rural Sustentável do Município. É sócio do Centro Sabiá e diretor do Caatinga e do Sindicato dos Trabalhadores Rurais do Exu.

Na propriedade, tem duas cisternas de 76 mil litros e fogão geoagroecológico. Na Associação, tem cisterna de 76 mil litros, jardim filtrante adaptado, fossa séptica, biodigestor, biofertilizante e agroindústria, onde são fabricados doces, geleias, licores, óleos essenciais e mel. Tudo isso fez com que a propriedade se tornasse um modelo a ser mostrados aos inúmeros visitantes que o casal recebe.

Para Vilmar, as vantagens do Sistema Agroflorestal Agroecológico começam pela conservação do solo e ambiente como um todo. Ele conta que, nas primeiras semanas, se investe em culturas de ciclo curto, que podem ser plantados simultaneamente com milho, árvores e raízes, além de forrageiras adubadoras de solo.

“Quase todas essas plantas produzem alguma flor e pólen para as abelhas, o que garante alimento, renda, e, no tempo e no espaço, o agricultor vai fazendo a sucessão vegetal. As árvores vão crescendo junto com esse sistema. Uma floresta nativa tem mais ou menos 300 anos. No Sistema Agroflorestal você faz isso em mais ou menos 30 anos, inclusive na própria Caatinga”, garante.

Vilmar lembra que, ao longo dos últimos 35 / 40 anos, o agricultor e pesquisador suíço Ernst Götsch radicado na Bahia, sistematizou, pesquisou, experimentou muitos destes sistemas, em diversos lugares do mundo, e foi passando em vivências, intercâmbios e cursos.

“Hoje tem muita bibliografia já testada pela academia que faz com que a família agricultora tenha alimento no período de chuva e de seca, tenha trabalho o ano inteiro, embora seja um pouco mais intenso na chuva porque é quando se planta a maioria dos cultivos. Mas na estiagem ainda tem trabalho, que ocupa a família, tem harmonia entre o sistema de acumulação e abundância numa estratégia que pode ser alimentar e de renda. Geralmente a família agricultora prioriza a alimentação e o excedente vai para as feiras agroecológicas e programas como PAA e Pnae“, explica.

A Academia, segundo o agricultor agroflorestal, vem ajudando a sistematizar a fornecer elementos técnicos e, com organizações, fazem assessoria e abrem caminhos junto às agências de financiamento / bancos oficiais para quem tem interesse em investir, baseado na experiência acumulada.

“Também tem sido feito um trabalho coletivo com o IBGE, a Conab, a Embrapa, para o zoneamento agrícola, para entrar no Censo Agropecuário, na lista dos preços mínimos da Conab, já que até então esses produtos eram considerados incipientes para a economia, porém, em alguns lugares do Semiárido são essenciais num extrativismo que depois passa para um cultivo dentro do Sistema Agroflorestal, com o solo protegido, presença da água. Isso dá uma segurança alimentar e hídrica para a família, fornece produtos para o ecossistema e para animais domésticos e silvestres. Quando a madeira estiver madura, não vai destruir, vai fazer uma colheita, pela poda ou queda natural”, relata.

Vilmar defende que o O Sistema Agroflorestal Agroecológico é o mais completo do ponto de vista de ciclagem dos nutrientes, manutenção de temperatura mais estável ao longo do ano. Trabalha com sementes crioulas, normalmente de base familiar e comunitária, dentro de redes de distribuição e comercialização”, destaca.

DESAFIOS: Um dos desafios apontados ele, na Caatinga, é o da sistematização, porque trata-se de um grande bioma de clima Semiárido, de mais de 1 milhão de quilômetros quadrados, em 11 estados, mas dentro dele há mais de mil outros micro ecossistemas.

“Para cada um tem que se pensar, estudar, avaliar o que melhor se adapta, o que é da vontade do agricultor e da família, qual a habilidade, como os sabores e saberes se casam e que estejam dentro da legislação ambiental, sanitária. O beneficiamento é necessário para aproveitar, agregar valor e compartilhar até com outras regiões”, ressalta.

“Nós seres humanos, somos altamente dependentes dos sistemas naturais. Lá na frente, quando a pessoa quiser se aposentar, tem uma poupança na madeira, óleos essenciais, meliponicultura, colheita de frutos, que não têm a necessidade de um manejo tão intensivo. Temos sucessão na mão de obra também”, ressalta Vilmar.

Ao olhar para trás, 30 anos depois de formado em Agronomia, Paulo Pedro lembra que, quando começou, o termo usado era Agricultura Alternativa, que foi se desenvolvendo com a participação de diversos atores, reunidos hoje pela Articulação Nacional de Agroecologia (ANA).

Paralelamente, as organizações ligadas à Articulação Semiárido Brasileiro (ASA) vêm fazendo um trabalho de Assistência Técnica Rural (Ater) no Semiárido em Agroecologia. Daí foi formada a Rede de Agricultores(as) Experimentadores(as) do Araripe (Rede Araripe), que trouxe outra perspectiva, ao trabalhar diretamente com 11 municípios do Araripe e mais um do Sertão Central (Parnamirim), em Pernambuco. São, em média, 2 mil famílias envolvidas.

“Houve uma melhoria na parte social e econômica, desenvolvimento de Políticas Públicas de Convivência com o Semiárido, a construção de um milhão e 200 mil cisternas, sendo 800 mil só pela Articulação Semiárido Brasileiro (ASA), formação e mobilização. Comparando com dez anos atrás, avançamos. Muitos ainda estão em transição, outros querendo conhecer”, destaca.

Paulo Pedro ressalta, ainda, a incorporação da temática das agroflorestas pelas instituições como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e os Institutos Federais de Tecnologia (IFs). Mas faz a ressalva de que ainda não ganhou uma dimensão significativa.

“Se voltarmos uns dez anos, percebemos um grande avanço com experiências concretas de famílias que estão em processo de Conversão Agroecológica, muitas delas em Sistemas Agroflorestais. Viram que a experiência é boa e querem isso para as suas propriedades. Algumas estão bem avançadas, como a da família de Vilmar e Silvanete, lá em cima da serra, em Exu, que recebe visitas durante o ano inteiro”, avalia.

Para Paulo Pedro, a Agroecologia, por meio dos Sistemas Agroflorestais, está ganhando espaço. Mas ainda não é uma quantidade significativa na Agricultura Familiar. “É importante destacar que a Agroecologia e a Agrofloresta estão ganhando espaço na agenda política e dentro dos órgãos de pesquisa. Mas não podemos dizer que é institucional, que todos aderiram a esse processo. Mas grupos dentro dessas instituições trabalham junto com agricultores, comunidades, organizações da sociedade civil que fazem parte da ASA, da ANA, de várias redes que promovem a Agroecologia no Semiárido Brasileiro”, pondera.

“Hoje é bem real e visível a lógica da convivência se sobrepondo à antiga e equivocada do combate à seca. Os agricultores do Semiárido são experimentadores que buscam a todo momento saídas. Até a FAO e a ONU reconhecem a Agroecologia e a Agrofloresta como forma de dobrar a produção de alimentos saudáveis no mundo em dez anos e cuidando do meio ambiente e das relações entre as pessoas”, anima-se.

Por fim, o agrônomo destaca a existência de diversas redes, locais, regionais, nacionais e até internacionais, de troca de experiências, um fator muito importante na promoção da Agroecologia, para possibilitar as trocas de agricultor para agricultor, com experiências permanentemente desenvolvidas e “Quando o agricultor ensina algo que aprendeu, ele também está se abrindo para escutar outras famílias e as organizações que prestam assessoria a esses agricultores e essas redes estão ali para fomentar esse processo de construção participativa dos conhecimentos”.(Maristela Crispim-Editora Agencia Nordeste)

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FUTURO DA ENERGIA: PROJETOS DE REFLORESTAMENTO AJUDAM AUMENTAR VOLUME DOS RIOS

No meio de uma região quente e seca em pleno sertão nordestino, surge uma espécie de oásis. A água cristalina que está brotando na Caatinga não é uma miragem, mas sim o resultado do reflorestamento realizado em uma das nascentes do Rio São Francisco na comunidade rural de Brejo da Brásida, no município baiano de Sento Sé.

Uma equipe formada por moradores da região cuidam de 26 nascentes. Tudo começa com a retirada das pedras, da areia e da terra que fizeram a nascente secar. Depois, mudas de árvores da Caatinga são plantadas e o local é cercado para evitar que animais comam a vegetação. Com o terreno preparado a água que está no subsolo começa a brotar na superfície. 

Erick Almeida, que é coordenador científico do projeto na comunidade de Brejo da Brásida, diz que sem as nascentes recuperadas nenhum tipo de atividade econômica é viável na região. “Uma coisa que a gente sempre gosta de deixar bem claro é que isso não é uma boa ação. É um imperativo: nós temos que recuperar as nascentes”.

O reflorestamento no Brejo da Brásida faz parte do projeto Águas Brasileiras, que é realizado por meio de uma parceria de cinco ministérios. 

“O programa é realizado com as parcerias firmadas entre o Governo Federal, a iniciativa privada e as associações de moradores. A ideia é unir forças para recuperar as nascentes e ajudar a aumentar o volume de água dos rios”, explica a secretária de Fomento e Parcerias com o Setor Privado do Ministério de Desenvolvimento Regional, Verônica Sanchez .

A coordenadora da associação de moradores de Brejo da Brásida, Mariluze Amaral, diz que o investimento nas nascentes é fundamental para evitar um colapso no sistema hídrico do país. “O programa Águas Brasileiras vem abrir esse portal fechado, escondido, porque de agora em diante as pessoas vão saber que é possível recuperar nascentes e que o governo brasileiro tá pensando nisso. E isso é muito bom”. 

A preservação das nascentes melhora a qualidade de vida de quem mora em regiões secas e também ajuda a aumentar o volume de água dos rios. Um trabalho essencial principalmente numa época de pouca chuva. No caso do São Francisco, a água que fica armazenada na barragem de Sobradinho, no extremo norte da Bahia, que é o maior reservatório do país. Ele é utilizado para abastecer seis hidrelétricas que geram energia para todo o país. Sem o cuidado com as nascentes, o reservatório, que atualmente que está abaixo da metade, ficaria com um nível de água ainda menor.

A preocupação com qualidade das nascentes também está presente no Sul do país. Os técnicos da usina de Itaipu sabem que para gerar energia é preciso cuidar da matéria-prima fundamental, que é a água por isso diversos projetos são desenvolvidos para preservar os recursos hídricos da bacia do Paraná, que abastece o reservatório da usina. 

O superintendente de Gestão Ambiental, Ariel Scheffer, diz que o objetivo é garantir a qualidade de água e evitar a erosão nas margens que provoca “a queda de terra e de outros detritos que causam o assoreamento do reservatório e diminuem o volume de água”.

Um cinturão verde com 24 milhões de árvores foi plantado ao redor do reservatório que tem margens em 15 municípios do Paraná e um do Mato Grosso do Sul. Este trabalho só foi possível com a parceria dos fazendeiros que cederam parte das propriedades. 

O agricultor Milton Dillmann inicialmente não queria reflorestar uma área de lavoura, mas depois chegou a conclusão de que contribuir para a preservação da água era fundamental. “Eu entendi que preservando as nascentes todos nós ganhamos e ainda ajudamos a aumentar o volume de água do reservatório de Itaipu”.

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PARA SER PÁTRIA AMADA NÃO PODE SER PÁTRIA ARMADA, DIZ ARCEBISPO DURANTE MISSA DA PADROEIRA DO BRASIL

O arcebispo de Aparecida, cidade a 176 quilômetros de São Paulo, dom Orlando Brandes, defendeu na homilia da missa das 9h que "para ser pátria amada não pode ser pátria armada".

O arcebispo rezou a principal missa do dia no Santuário Nacional de Aparecida, em homenagem à padroeira do Brasil, cujo dia é comemorado nesta terça. Questionado por jornalistas se o sermão era um recado para o presidente Jair Bolsonaro, que defende o armamento da população, Brandes disse que o sermão era uma mensagem "para todos os brasileiros

Para ser pátria amada seja uma pátria sem ódio. Para ser pátria amada, uma república sem mentira e sem fake news. Pátria amada sem corrupção. E pátria amada com fraternidade. Todos irmãos construindo a grande família brasileira —afirmou o religioso durante o sermão, segundo o G1.

Brandes lamentou ainda as mais de 600 mil mortes por Covid-19 e defendeu a vacina e a ciência.

— Mãe Aparecida, muito obrigado porque na pandemia a senhora foi consoladora, conselheira, mestra, companheira e guia do povo brasileiro que hoje te agradece de coração porque vacina sim, ciência sim e Nossa Senhora Aparecida junto salvando o povo brasileiro —discursou o arcebispo.

O arcebispo citou também a fome, que atinge a parte mais pobre da população brasileira, lembrando são frequentes as imagens de pessoas buscando ossos pra se alimentar. Brandes pediu união.

— Quero pedir que cada um de nós abrace o Brasil. Abrace o nosso povo. A começar pelo povo mais original, vamos abraçar os nossos índios, primeiro povo dessa terra. Vamos abraçar os negros, que logo vieram fazer parte desta terra. Vamos abraçar os europeus que aqui chegaram — disse o religioso.

Os ministros da Cidadania, João Roma, e da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, acompanharam a cerimônia.

— Respeitamos as autoridades mesmo discordando e falamos com a doutrina da igreja. Nós estamos quebrando a aliança com o ódio e a corrupção e para confirmarmos a nossa República e a democracia —concluiu.

Embora não seja considerado da ala mais progressista da igreja católica, os sermões do arcebipo de Aparecida costumam trazer críticas aos problemas enfrentados pelo país. No ano passado, dom Orlando Brandes criticou a volta da impunidade e também as queimadas em biomas como Amazônia e Pantanal.

Já em 2019, o sermão do relioso criticou o "dragão do tradicionalismo". Ele disse que a "direita é violenta e injusta".

As celebrações no Santuário acomtecem presencialmente depois de terem sido interrompidas no feriado do ano passado por conta da pandemia, mas com público reduzido. Apenas 2,5 mil pessoas podem assistir às missas na igreja, que tem capacidade para 35 mil fieis. Por isso, serão rezadas 14 missas nesta terça para que mais pessoas possam participar. O uso de máscara no Santuário é obrigatório, assim como o distanciamento.

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LUIZ DO HUMAYTÁ COMPLETA 10 ANOS DE MÚSICA, POESIA E LANÇA CD BOEMIA CULT

O cantor e compositor Luiz do Humaytá completou, em junho de 2021, 10 anos de vida profissional na música. Iniciou sua trajetória em 2011, ao criar a banda Forró Avulso em Salvador. Com essa banda, tocou na noite soteropolitana por 5 anos e também fez apresentações em outros estados, como Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Em 2016, iniciou carreira solo e se mudou para o sertão baiano, onde mora atualmente. 

Neste ano de 2021, lançou o oitavo CD da carreira, o álbum Boemia Cult, em que interpreta grandes sucessos já consagrados da música romântica, além de alguns bregas clássicos.

O poeta, que mora na Fazenda Humaytá em Curaçá da Bahia, tem o nome de batismo de Luiz Carlos Forbrig. Quando foi para o sertão, passou a ser chamado de Luiz do Humaytá, contemplando, assim, esta peculiaridade, típica do sertanejo, de incorporar um adjetivo de identificação aos nomes. 

O cantador é natural de Jabuticaba Velha, pequeno distrito de Palmeira das Missões, no interior do Rio Grande do Sul. Com os pais Anoly e Guilhermina, aprendeu a veia musical: a mãe era puxadeira dos cantos religiosos na igreja católica e o pai, tocador de gaita de boca.

DISCOGRAFIA CDs

2012 ‡ Acústico

2014 ‡ Pé de Chão

2015 ‡ Luiz do Humaytá Canta Músicas Gaúchas

2016 ‡ Luiz do Humaytá e Forró Avulso - 5 Anos de Estrada

2017 ‡ Luiz do Humaytá Avulso

2019 ‡ Decanto o Sertão

2020 ‡ Luiz do Humaytá ao Vivo

2021 ‡ Boemia Cult

71 98869-4488 74 99914-8813 Luiz do Humaytá luizdohumayta@gmail.com

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SE A FLORESTA AMAZÔNICA DESAPARECER, ESTE MUNDO FICARÁ EM CHAMAS, A TEMPERATURA VAI SUBIR, ALERTA LÍDER INDÍGENA

Milhões de indígenas da bacia amazônica travam uma luta contra o relógio para salvar a floresta que possui 20% da água doce do planeta e evitar um "apocalipse" mundial. 

Um de seus líderes é o venezuelano Gregorio Mirabal, responsável pela Coordenadoria de Organizações Indígenas da Bacia Amazônica (Coica), entidade que representa os 3,5 milhões de indígenas amazônicos de nove países.

"Se a floresta desaparecer, este mundo ficará em chamas, a temperatura vai subir", adverte Mirabal, em entrevista à AFP na aldeia Unión Base, na Amazônia equatoriana.

O líder indígena pede às nações desenvolvidas que, na COP26, a conferência sobre o clima que começa em Glasgow, na Escócia, em 31 de outubro, trabalhem junto aos povos nativos para proteger os 8,4 milhões de km² da Floresta Amazônica.

Mirabal, que pertence ao povo wakuenai kurripaco, lembra que 17% da floresta foi destruído pela exploração de petróleo e minérios, pela poluição e pelo desmatamento para favorecer a agricultura e a pecuária.

Para o ativista, o futuro da Amazônia pode ser dividido em dois cenários: "[um é o] do apocalipse, do não retorno. As pessoas vão ficar sem oxigênio, o planeta vai esquentar, [...] a vida não será possível no planeta se a Amazônia desaparecer".

"O outro é o que nossos filhos poderão se banhar neste rio, conhecer o que existe aqui, ver as árvores, a biodiversidade [...] Este é o cenário que nós estamos oferecendo ao mundo se nos ajudarem a proteger 80% da Amazônia", afirmou.

Segundo Mirabal, "estamos em um ponto de inflexão", pois, se 20% da Amazônia for desmatada, será muito difícil recuperá-la, já que a "própria desertificação, a falta de água, e os incêndios" vão acabar com a floresta.

"A Amazônia está sendo assassinada", ressaltou o ativista, que acredita que é necessário protegê-la por ser "uma das grandes reservas de água doce do planeta" e "ter a maior biodiversidade", "que garante o equilíbrio do clima".

AMEAÇAS: Na opinião do líder da Coica, o maior perigo que a floresta enfrenta é "a falta de vontade política" dos governos locais, junto com a corrupção e o não fortalecimento dos direitos dos povos indígenas.

Para Mirabal, os países desenvolvidos precisam ver a Amazônia como um espaço que "também lhes dá vida". "Queremos garantir a Amazônia para a humanidade", sentenciou.

Entre os maiores inimigos da floresta, o ativista afirma que estão os grandes bancos que "financiam a destruição [...] ao ofertarem recursos para a exploração de petróleo e outras formas de extrativismo".

Outro "inimigo" da floresta, citado por Mirabal, é o atual governo brasileiro, comandado por Jair Bolsonaro. 

"O Brasil tem quase 60% de toda a bacia amazônica. Com este presidente, Jair Bolsonaro, aumentou o desmatamento, a mineração ilegal, o extrativismo e os assassinatos de nossos irmãos e irmãs. É o pior governo que temos na bacia amazônica", frisou o líder indígena.

Nesse sentido, Mirabal menciona que o Brasil, ao lado da Colômbia, é um dos piores lugares do mundo para lideranças indígenas e defensores da natureza, pois "há 80% de chance de que seja assassinado ou preso".

Segundo o ativista, apenas em 2020 foram registrados 202 assassinatos na Amazônia, um aumento em relação a 2019, quando houve 135 homicídios.

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CIENTISTAS SE MANIFESTAM CONTRA CORTE DE 90% DAS VERBAS

Entidades de pesquisa alertam que o corte nas verbas para ciência anunciadas pelo governo federal colocam em risco a manutenção do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Em nota conjunta, a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), a Academia Brasileira de Ciências (ABC), a Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG) e a Academia Nacional de Medicina (ANM), alertam que a manobra feita pelo governo é ilegal e que estudam quais medidas cabíveis poderão ser tomadas para reverter a decisão. O documento foi enviado a todos os deputados federais e senadores.

"Apelamos a todos os parlamentares para que seja dado um basta nos desvios de recursos da ciência brasileira. O Brasil precisa de ciência, precisa de tecnologia, precisa de inovação, precisa de educação. E é inaceitável que os recursos destinados para o setor sejam desviados para outras funções, à revelia da legislação", diz a nota.

O corte de R$ 690 milhões foi anunciado na última quinta-feira (7/10). No dia, seria votado um projeto de lei pelo Congresso Nacional que previa a verba que garantiria que o CNPq pagasse bolsas de pesquisadores. Porém, o projeto foi modificado e o dinheiro foi retirado.

A mudança ocorreu depois que o Ministério da Economia pediu ao Congresso que realocasse os recursos para a produção de radiofármacos, remédios usados no tratamento de câncer que estão com a produção parada por falta de dinheiro.

Com isso, R$ 82 milhões foram realocados para a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) responsável pela produção dos radiofármacos. O restante do dinheiro, porém, não ficou com o CNPq e, sim, com outros órgãos como os ministérios da Agricultura, Educação, Saúde, Comunicações, Desenvolvimento e Cidadania.

Neste domingo (10/10), o ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, usou as redes sociais para chamar de "falta de consideração" o corte das verbas. "Falta de consideração. Os cortes de recursos sobre o pequeno orçamento de Ciência do Brasil são equivocados e ilógicos. Ainda mais quando são feitos sem ouvir a Comunidade. Científica e Setor Produtivo. Isso precisa ser corrigido urgentemente", disse.

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TITA E O MISTÉRIO DO VELHO CHICO É TEMA DE PAINEL DE EDUCAÇÃO INFANTIL NA BIENAL INTERNACIONAL DO LIBRO DE PERNAMBUCO

O dia 12 de outubro de 2021 ficará marcado na história da ararinha mais simpática do Vale do Francisco. Acompanhada de uma turminha pra lá de especial, a Tita pousa na capital pernambucana, Recife, em plena XIII Bienal Internacional do Livro de Pernambuco. Orgulhosamente, o ambientalista Victor Flores, lança seu primeiro livro infanto-juvenil: Tita e o Mistério do Velho Chico. 

A solenidade vai ocorrer durante a plataforma principal de lançamentos, dentro da programação da Bienal, a partir das 15h, no Centro de Convenções de Pernambuco.

Com 75 páginas, a obra conta a história de Tita, filha única de Lavareda, caçador de pássaros bastante conhecido no Sertão do São Francisco. Após ganhar uma sanfona mágica do seu pai, Tita se envolve numa história de mistério e magia. Agora, cuidar da natureza passa a ser a única alternativa para solucionar o mistério do Velho Chico.

Victor Flores considera o lançamento da obra como a realização de um sonho. "Um dos nossos desafios na área ambiental é garantir um futuro melhor para as futuras gerações e, acredito, que isso passa pela educação ambiental. Somente com lições importantes ensinadas desde cedo que nossas crianças vão poder entender a necessidade de se respeitar a natureza e priorizar o desenvolvimento sustentável. A Tita chega com essa missão, de levar essa mensagem pra garotada que, com certeza, irá multiplicar essa importante onda de conscientização ambiental que tanto precisamos, então é a realização e a consolidação de um sonho que se torna realidade e fica cada vez maior", celebra o ambientalista.

"Apostar nas crianças como aliadas na construção de um futuro sustentável é uma importante mensagem para um futuro de qualidade para as próximas gerações. A Bayer tem investido em compromissos que colaboram com o meio ambiente, como por exemplo, a redução das emissões específicas de gases de efeito estufa dentro do Programa Climático da Bayer. A Tita apresenta de forma lúdica com a educação ambiental, além de dar visibilidade à importância da preservação de espécies da caatinga, esse bioma tão rico e diverso", Edson Kemper, líder da unidade da Bayer, em Petrolina.

Aprovado pelo Ministério do Turismo do Brasil, através da Lei Rouanet e fomentado pela multinacional Bayer, o projeto tem como objetivo promover a leitura entre as crianças das escolas públicas do Vale do São Francisco, incentivar a preservação do meio ambiente, além de promover o conhecimento sobre a região do nordeste brasileiro.

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