150 ANOS DA LEI DO VENTRE LIVRE É TEMA DE SELO

Os Correios lançaram a emissão filatélica "Bloco Comemorativo de 150 Anos da Lei do Ventre Livre". Trata-se de um produto dos Correios produzido em parceria com o Museu Afro do Brasil. No canal dos Correios no YouTube, é possível conferir um vídeo sobre a peça lançada.

O motivo "Sesquicentenário da Lei do Ventre Livre" foi um dos oito eleitos pela 118ª CFN e homologado pelo Ministério das Comunicações, com base nas sugestões populares inseridas no sistema "Sua Ideia Pode Virar Selo".

Há 150 anos, no dia 28 de setembro de 1871, era promulgada a Lei 2.040 que declarava condição livre aos filhos de mulheres escravizadas nascidos a partir de então, tornando-se conhecida como Lei do Ventre Livre ou Lei Rio Branco.

 Embora sua aprovação tenha resultado de um processo moroso, costurado por meio de uma série de debates e embates políticos que seguiram, muitas vezes, por vias tortuosas, a Lei do Ventre Livre desencadeou um processo inexorável em direção à liberdade e foi significativa sob vários aspectos.

Quando a lei foi aprovada, a extinção da escravidão ainda era algo abstrato para uma nação como o Brasil, com uma economia estruturalmente baseada no trabalho escravo. Em termos concretos, essa lei determinava que os filhos de mulheres escravizadas, que nascessem a partir da data de sua promulgação, permaneceriam sob a autoridade daqueles que exploravam suas mães até completarem 8 anos de idade. 

A partir de então, este proprietário poderia escolher entre manter a criança até os 21 anos, utilizando seus serviços, com a condição de não a submeter a castigos excessivos, ou entregá-la ao Estado, recebendo uma indenização em troca.

A inauguração deste novo status cívico das filhas e filhos de mulheres negras escravizadas explicitava as margens entre a escravidão e a liberdade. Paradoxalmente, os nascituros de escravizadas de "ventre livre" não herdariam a escravidão, mas dificilmente seriam considerados "livres" em sua plenitude.

A emissão de um selo comemorativo dos 150 anos de promulgação da Lei do Ventre Livre pelos Correios, nesta parceria com o Museu Afro Brasil, permite que os significados e desdobramentos deste evento sejam revisitados e problematizados. A efeméride é, desse modo, atualizada, à luz da contemporaneidade e de pesquisas acadêmicas mais recentes. E, sobretudo, por meio da arte, que permeia e é permeada pelos embates, desafios e tensões da vida em uma sociedade que lida com a herança e as mazelas do passado colonial e escravocrata brasileiro.

ARTE NO SELO: O bloco de dois selos traz a arte com duas crianças negras brincando como o ápice simbólico da liberdade. Elas sorriem, saltam, quase como se voassem livres. Os lençóis e os varais presentes na obra figuram como elementos simbólicos, remetendo ao resgaste dos afetos criados no interior das famílias.

O artista se insere nessa lembrança nostálgica, através da figura de sua avó e no afeto que ela colocava no trato com as roupas. As camadas sobrepostas das peças no varal se conectam a este lugar da memória, a esses afetos familiares que se constroem e que, de alguma forma, protegem e prezam por essas vidas e liberdades.

Todavia, uma sombra ameaçadora se insinua atrás dos lençóis, representando os diversos braços institucionais que mantém essas vidas vigiadas, reféns do medo e da lembrança de que liberdade não é algo definitivo para a população negra brasileira.

A imagem problematiza, desse modo, a celebração dos 150 anos da Lei do Ventre Livre. Enquanto os selos exaltam a liberdade, os sorrisos e a beleza no cotidiano nas vidas negras, o bloco propõe uma reflexão sobre o significado e valor da liberdade no Brasil. O artista do selo é Diego Mouro. Foi utilizada a técnica de pintura à óleo.

Com valor de R$ 5,90 e tiragem de 10 mil blocos, a emissão está disponível para venda na loja virtual, em breve, e nas principais agências dos Correios.

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TREMORES DE TERRA SÃO REGISTRADOS EM CANINDÉ DO SÃO FRANCISCO. CHESF ENVIA NOTA E GARANTE SEGURANÇA DA USINA XINGÓ

Tremores de terra foram registrados no município de Canindé de São Francisco, nessa segunda-feira. A informação foi confirmada nesta terça (28) pelo Laboratório Sismológico da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

De acordo com o professor Eduardo Meneses, os tremores foram pequenos e sentidos pela manhã e agora à noite. “O evento chegou a magnitude maior de 1.3 e os outros em torno de 1 e menos de 1. A intensidade deles é bem pequena, mas como devem ser rasos é por isso que foram sentidos pela população”, explicou.

Os moradores do município informaram que o estrondo ouvido poderia ter ocorrido na Usina Hidrelétrica de Xingó, mas segundo a assessoria de imprensa da Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf), foi feita uma varredura de segurança e a Usina não foi atingida.

O último tremor de terra foi registrado no município de Gararu, no dia 16 de setembro e não há relatos de moradores da região que o tenham escutado ou sentido.

A assessoria de imprensa da Chesf enviou umaNota de esclarecimento. Confira:

A Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) informa que a Usina  Hidrelétrica de Xingó se encontra em condições seguras, operando em total normalidade.

Todas as barragens da Chesf são monitoradas de forma contínua, com procedimento de rotina de inspeção local e avaliação dos instrumentos de segurança. 

A Empresa possui estações sismográficas que registram tremores de terra sempre que eles ocorrem. Os últimos tremores verificados nas proximidades da usina não ocasionaram anormalidades nas estrutura da Instalação. 

A Chesf reafirma a sua permanente atuação no sentido de garantir a segurança de todas as suas instalações. 

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NÚCLEO DE ECOJORNALISTAS DEBATE A COBERTURA SOBRE A SECA E A CRISE HÍDRICA

A complexidade da cobertura jornalística bem como causas, atores envolvidos e consequências da crise hídrica no Brasil serão debatidas na Terça Ecológica em 28 de de setembro de 2021. As jornalistas  Isis Nóbile Diniz, responsável pela comunicação do Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA) e Sucena Shkrada Resk, fundadora do Blog Cidadãos do Mundo são as convidadas para desenvolver o tema “Crise hídrica em pauta: como a seca do século aparece no jornalismo?”.

 Na mediação do encontro, duas participantes do Núcleo de Ecojornalistas do RS (NEJ-RS), promotor do evento, em parceria com o Grupo de Pesquisa Jornalismo Ambiental (CNPq-UFRGS), jornalistas Cláudia Herte de Moraes e Míriam Santini de Abreu.

Em junho de 2021, a Agência Nacional de Águas (ANA) informou a situação crítica de escassez hídrica em áreas de cinco estados do Brasil. Divulgada como a pior crise em 91 anos, a escassez de chuvas leva aos níveis críticos de abastecimento dos reservatórios, pressionando com maior demanda por energia de outras fontes, especialmente das termelétricas, o que resulta em aumentos do custo da energia aos usuários.

 No entanto, não é a primeira vez que o Brasil passa por escassez, secas e problemas associados, com destaque para a crise de 2001. Voltam ao cenário brasileiro as medidas de racionamento e até mesmo o chamado “fantasma” do apagão daquele ano.

Neste contexto, é importante debater de que forma o jornalismo trata a questão da água - um bem comum e imprescindível para a vida. Geralmente, o enfoque é priorizado como “recurso energético”, porém é preciso entender a complexidade da pauta, que tem relação direta com as mudanças no regime de chuvas, o uso e distribuição de água em diferentes setores sociais e econômicos, bem como a necessidade de transição para ampliação e geração com outras energias limpas que possam estar dentro de um plano de mitigação e adaptação às alterações climáticas. Ou seja, não deveria ser apenas uma pauta pontual. 

A Terça Ecológica é transmitida pelo Canal do Youtube da EcoAgência de Notícias Ambientais. Siga o canal https://www.youtube.com/ecoagencia e ative o sininho para receber a notificação dos eventos do NEJ-RS.

Convidadas: Isis Nóbile Diniz - Jornalista com pós-graduação em divulgação científica pela ECA/USP, especializada em marketing pela FGV e radialista pelo Senac com 15 anos de experiência na área ambiental. Bolsista de divulgação e disseminação científica do CNPq (2018-2019). Com mais de 20 anos de experiência em comunicação multimídia, é responsável pela comunicação do Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA).

Sucena Shkrada Resk - jornalista formada pela PUC-SP (1988-1991), com pós-graduação lato Sensu em Meio Ambiente e Sociedade (2009) e em Política Internacional (1998), pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP). Já atuou em redações e também em consultoria e assessoria de comunicação. É criadora do Blog Cidadãos do Mundo (www.cidadaosdomundo.webnode.com) e dos Programas Vozes dos Biomas e do Eu, Nós e Nosso Meio Ambiente Webdoc, que desenvolve em seu canal.

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DESERTIFICAÇÃO TAMBÉM AMEAÇA RIO SÃO FRANCISCO

Água correndo na porta não significa tranquilidade, nem que há água para todos. Essa é a realidade das cidades do semiárido brasileiro que, mesmo estando inseridas em uma bacia hidrográfica, não dispõem de água em quantidade suficiente e qualidade para todos.

Localizado em parte do território da Bacia do São Francisco, ocupando 58% da área e abrangendo 270 municípios ali inscritos, o polígono das secas, região geográfica situada no Nordeste e no extremo norte da região Sudeste do Brasil, até o norte de Minas Gerais, é reconhecido pela legislação como sujeito a períodos críticos de prolongadas estiagens. A criação dessa área aconteceu em 1946 e foi oficialmente instituída em 1968, por meio da Lei 63.778, decretada pelo governo brasileiro que tinha o objetivo de criar políticas públicas específicas de desenvolvimento econômico e social para a região, mediante o cenário natural de seca enfrentado pela população.

Ciclo natural caracterizado, no geral, pelo baixo regime de chuvas e pela aridez do solo, típico de regiões de clima semiárido, a seca mostrou que não se pode combatê-la, mas o caminho é aprender a conviver. Essas características justificam o motivo pelo qual mesmo sendo regiões ribeirinhas, muitas cidades da bacia do São Francisco estão atualmente sob o efeito de decretos de emergência devido à seca ou estiagem.

Em março deste ano, o Governo de Pernambuco decretou situação de emergência em 55 municípios do Agrestepor um período de 180 dias. No início de setembro novo decreto, por igual período, foi publicado para 54 municípios do Sertão pernambucano por causa da estiagem. Em agosto, a Defesa Civil Nacional reconheceu situação de emergência em 38 municípios de Alagoas atingidos pela estiagem. Na Bahia, cerca de 60 municípios também estão sob efeito do decreto.

“O que acontece é que às vezes a sede do município não tem problema com o abastecimento de água, mas nos distritos, localidades do interior a água não chega. Tem o exemplo de Mirangaba, que está na bacia do Itapicuru, mas recebe água da bacia do São Francisco e está enfrentando o problema da crise hídrica e da seca, assim como muitas outras cidades”, explicou o secretário do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, Almacks Luiz

Considerando as características da região que naturalmente já enfrenta a incerteza se vai ter chuva suficiente ou até mesmo se elas irão ocorrer, se soma a esse cenário, neste ano, o perigo iminente de uma nova crise hídrica. Embora o ano de 2020 tenha começado com chuvas que foram suficientes para encher os reservatórios da Bacia do São Francisco, a situação em 2021 é diferente. Os volumes dos reservatórios reduziram drasticamente.

Um novo relatório elaborado pelo consultor Leonardo Mitre, contratado pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), deu uma dimensão ainda mais assustadora para o cenário que já era de preocupação. De acordo com o documento, os resultados da simulação apresentada pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) na última reunião da Sala de Situação da ANA previram que o reservatório de Sobradinho deve atingir volume útil próximo de 17% no início de dezembro, com perspectiva de continuar diminuindo seu volume durante o mês. 

“Caso ocorra situação semelhante ao ano passado, em que o reservatório ainda foi deplecionado no mês de dezembro, corre-se o risco de atingir volume útil da ordem de 10% do total disponível ao final do ano, sendo aumentado o risco de crise hídrica na bacia, que pode ser ampliado sobremaneira caso ocorram duas situações possíveis: caso o período chuvoso atrase na porção mais alta da bacia, é possível que as vazões escoadas não elevem de forma adequada para iniciar o reenchimento dos reservatórios em dezembro e, portanto, os volumes acumulados caiam ainda mais em dezembro elevando o risco de falta de água para atendimento aos outros setores usuários; ou ainda, caso o período chuvoso não seja adequado, refletindo em índices de vazões escoadas bastante inferiores às médias históricas, é possível que os reservatórios da bacia não tenham a devida recuperação e, com isso, a crise hídrica seja levada para o próximo período de estiagem, com problemas ao atendimento dos usos de água na bacia em 2022”, apontou Mitre.

De acordo com o meteorologista Humberto Barbosa, fundador do Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (Lapis), com a continuidade de seca intensa nas regiões brasileiras, a chuva deve ocorrer logo na região Centro-Sul do País, diferente do que é previsto para o Nordeste. 

“A gente divulgou no último dia 21 de setembro o mapa semanal da umidade do solo, uma imagem processada pelo Laboratório Lapis. O mapa destaca situação de estiagem persistindo em quase todo o Brasil, com exceção de algumas áreas da Amazônia, de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. No Nordeste do Brasil, as primeiras chuvas de outubro começam a chegar pelo oeste e sul da Bahia. No Semiárido, as chuvas começam a chegar em fevereiro. No atual cenário de secas, é fundamental fortalecer a governança compartilhada das águas, para atender aos usos prioritários e garantir a gestão sustentável deste recurso escasso”, afirmou o pesquisador.

CAUSAS E EFEITOS: Segundo o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), eventos extremos como secas, enchentes e outros, se tornarão mais intensos e frequentes a cada fração de aquecimento na temperatura do planeta. O mais recente relatório IPCC conclui que “isso é apenas uma amostra do que está por vir”. E aponta que cada fração a mais de aquecimento virá com consequências mais perigosas e caras.

De acordo com o MapBiomas, a perda de água detectada é agravada, dependendo das condições meteorológicas de curto prazo, levando a prejuízos ambientais com fortes impactos na economia e na vida social. As causas desse resultado estão ligadas às perdas nos biomas. O Cerrado perdeu quase metade de sua cobertura natural, enquanto a área de agricultura cresceu quase seis vezes entre 1985 e 2020. A perda líquida de vegetação nativa neste período foi de 82 milhões de hectares. A área de pastagem cresceu 39% e a área de agricultura aumentou de 20 milhões de hectares, em 1985, para 56 milhões de hectares, em 2020.

“Recentemente, publicamos um artigo sobre as últimas secas na bacia do rio São Francisco. O diagnóstico é que, nas últimas décadas, o rio São Francisco vem enfrentando secas extremas, com eventos climáticos que vêm afetando a bacia, especialmente na última grande seca (2011-2017), que chamamos no Livro “Um século de secas” de “A seca do século”. O fato é que, de 2017 para cá, apesar de não ter havido secas extremas, o regime de chuvas normais não foi recuperado, não houve o retorno com anos de chuvas significativas. Com a mudança climática, há uma tendência que as altas temperaturas levem à perda hídrica, pela evaporação. Com a redução da chuva, a perda da Caatinga na bacia do rio São Francisco, a irrigação e o assoreamento, a desertificação, são processos antrópicos que intensificam as mudanças ambientais. Tudo isso tem colocado pressão sobre a bacia, uma das mais importantes da história do Brasil”, concluiu.

E mais um alerta: “é preciso um plano de contingência, levando em consideração esse novo cenário de aumento das temperaturas, desmatamento e mudança climática, práticas de manejo da irrigação adequadas. O IBGE já mostrou um diagnóstico de que poucos municípios do Brasil dispõem desse instrumento de contingência para planejamento das ações de adaptação à seca. A desertificação também é uma ameaça ao rio São Francisco e já representa 13% na região”. (Texto: Juciana Cavalcante-CHBSF *Fotos: Edson Oliveira e Kel Dourado)

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CD BELO CHICO EVIDENCIA AS BELEZAS E AFLIÇÕES DO MAIOR RIO BRASILEIRO

"Meu Rio de São Francisco, nesta grande turvação, vim te dar um gole d'água e pedir tua bênção!" Assim como no verso de Guimarães Rosa, adaptado por Dom Luís Cappio para um baião, temos um rio São Francisco de Bênçãos e de Turvações, um rio de grandeza peculiar, que encantou o escritor e que clama por um gole d´água, como eternizou Cappio.

São esses cenários de encantos e desencantos que o CD Belo Chico traz para o público a partir das fotografias e das vozes e acordes de Nilton Freittas, Targino Gondim e Roberto Malvezzi (Gogó). Toda essa riqueza será apresentada ao público no dia 02 de outubro, às 19h, no Youtube, nos canais Tv Irpaa, TarginoGondimOficial e NiltonFreitasOficial.

Antes do lançamento oficial do projeto Belo Chico, os cantores apresentarão ao público o clipe da canção Belo Chico. A música já estará disponível amanhã (27), às 19:30 nos canais do Youtube dos músicos e do Irpaa.

Essa é a segunda ocasião em que os autores de Belo Chico lançam um projeto em parceria. Em 2005, o trio lançou o projeto "Belo Sertão", feito em parceria com a Articulação Semiárido Brasileiro – ASA, e outras entidades que promovem a Convivência com o Semiárido nessa região do Brasil. O Belo Sertão já incluía músicas referentes ao rio São Francisco, entretanto, os autores decidiram fazer um álbum semelhante àquele, desta vez, focado no rio São Francisco, para evidenciar a problemática pela qual passa o rio, seus potenciais e caminhos para sua preservação.

Assim nasce o Belo Chico, álbum que tem o propósito de navegar em todas as almas e corpos desse grande rio, percorrendo não apenas suas águas, mas também sua beleza, sua história, seus amores e seus problemas. O disco se propõe a ajudar a população e entes públicos a se animar, refletir, agir, caminhar e cantar na defesa da vida do Velho Chico, chamando atenção para a "preservação e consciência de uso da água do rio São Francisco (...) que é nossa veia principal, nossa artéria vital da vida dessa região e outras regiões que o rio passa", afirma o cantor Nilton Freitas.

O rio São Francisco segue gerando muitas vidas, o que faz por natureza devido sua grandeza de 2.800 quilômetros de percurso e mais de 600 mil km2 de bacia hidrográfica, com muitas riquezas e belezas naturais, levando água a quem precisa. Por outro lado, o Velho Chico agoniza com a degradação ambiental, dentro e fora de sua bacia, que resultam em gradativa perda de volume e qualidade de suas águas e, consequentemente, perda de vitalidade. Considerando esse cenário, "através da música vamos trazer a proposta da revitalização do Rio São Francisco, que é uma coisa que os movimentos sociais defendem há muito tempo", declara Roberto Malvezzi.

O Belo Chico é um convite a uma Convivência do ser humano em harmonia com o rio, que não se traduz apenas em leito, mas que depende do equilíbrio de toda a sua bacia hidrográfica, considerando seus potenciais e respeitando suas limitações, dialogando e contribuindo efetivamente para a promoção da Convivência com o Semiárido. "Acreditamos estar contribuindo para o desenvolvimento de uma cultura e modo de vida mais justo na bacia na bacia do rio São Francisco e no semiárido brasileiro", indica André Rocha, colaborador do Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada - Irpaa.

O projeto Belo Chico engloba um álbum com 13 músicas, com um encarte rico em fotografias, contextualização de cada uma das canções e um cartaz. Além do CD, o Belho Chico estará nas plataformas digitais. Segundo Targino Gongim, uma das inspirações para produzir o CD nasce "do ribeirinho que utiliza as águas do rio para sobreviver da forma mais digna, do ribeirinho que exprime o seu desejo através da arte, da música, da dança, forma de caminhar, do jeito, de enxergar a vida, de enxergar nele a sua existência".

Nesse momento crucial que atravessa o São Francisco, o entendimento é de que todas as formas de luta se fazem necessárias. A arte, particularmente a música, precisa estar presente. Desse modo, o Belo Chico também pretende subsidiar atividades lúdicas, místicas, entretenimento, construção de saberes, políticas públicas de Convivência com o clima local, bens naturais, assim como ações diversas, de organizações e movimentos sociais que atuam na defesa, proteção e busca pela revitalização da bacia do rio São Francisco.

De autoria dos músicos Targino Gondim, Nilton Freitas e Roberto Malvezzi, o CD tem produção da Toca Pra Nós Dois e realização do Irpaa e da Articulação São Francisco Vivo, com apoio do Ministério da Cooperação Alemã, por intermediação da Cáritas Alemã. (Texto: Eixo Educação e Comunicação do Irpaa)


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ESTUDANTES DO DISTRITO DO JUNCO/SALITRE COBRAM TRANSPORTE ESCOLAR

Estudantes da Rede Estadual de Ensino mais uma vez cobram das autoridades, Governo do Estado e Prefeitura de Juazeiro a solução para a falta de transporte escolar. Dezenas de alunos estão prejudicados devido a falta do compromisso do Governo do Estado e poder municipal que não conseguem cumprir com o dever desde que as aulas iniciaram de forma presencial;

A estudante Kananda Batista, estudante do curso de Segurança do Trabalho, do Centro Territorial de Educação Profissional do Sertão do São FranciscoCETEP, disse mora no Distrito do Junco/Salitre e "devido a falta de transporte público escolar é obrigada a pegar carona para chegar na escola".

O Programa do Transporte Escolar no Estado da Bahia - PETE/BA, é de responsabilidade da Secretaria da Educação, com o objetivo de transferir recursos financeiros diretamente  aos  Municípios  que  realizem,  nas  suas  respectivas  áreas  de circunscrição,  o  transporte  escolar  de  alunos  de  ensino  médio  da  rede  pública  estadual, residentes no meio rural.

Confira na integra texto do aluno do curso Técnico em Agropecuária, Pedro Vitor:

"Venho falar sobre a minha revolta e de outra estudante da rede Estadual, a respeito do transporte publico para os estudantes da zona rural. Há exatamente um mês que venho buscando uma resposta para saber algo sobre os transportes, no qual eu e vários outros alunos da rede publica que residem no interior tem direito, e a única resposta passada foi que estavam a espera de um processo seletivo publico  para poderem solucionar o problema abordado por mim, Pedro Vitor,e a outra estudante, Laisa Talita.

Buscamos soluções para o problema que a gente vem enfrentando decorrente ao percurso da escola, com isso vários problemas apareceram como a alta no valor da passagem (R$22,00 por dia) que somos cobrados, por valor esse que não estar sendo fácil manter. Com isso eu, Pedro Vitor, estou ficando sem condições de manter as passagens, e correndo o risco de não poder mais freqüentar a escola.

Mas o processo seletivo saiu, e com isso os ônibus de outro distrito começaram a circular, mas nada do nosso. Um momento muito constrangedor, por ser algo que estamos cobrando constantemente na Secretaria da escola, Seduc e NTE-10 "ambas as secretarias do estado e do município, da rede publica", mas nenhuma dessas tem uma solução para dar sobre o caso.

No dia 20/09/2021 no período da tarde tive com a secretária de educação da rede municipal a qual tive um breve bate papo para questionar sobre o transporte, foi quando me informou que não teria como disponibilizar um transporte para apenas dois  alunos, concordei que seria um desperdício de dinheiro publico. Foi quando a mesma pediu que eu me dirigisse a NTE-10 para questionar o mesmo assunto com o Secretário de Educação da rede estadual.

Já no dia seguinte 21/09/2021 tive com professor  Regivaldo Alves de Menezes (diretor do Núcleo Territorial de Educação do Território do Sertão do São Francisco) o qual tive uma conversa em que pude sentir uma ajuda da sua parte, onde me informou que naquele mesmo dia teria uma reunião com o órgão responsável de transporte da Seduc para acertar os pontos sobre o nosso caso, só que não foi como esperado, no dia posterior da conversa tentei contato para questionar o que acertaram, mas obtive uma resposta negativa, a qual não nos deixou muito satisfeitos. 

O mesmo falou que não teve a tão esperada reunião que tanto eu (Pedro Vitor) e Laisa esperávamos, por motivo da Senhora Normeide não comparecer em nenhum momento marcado por Regis. E até o presente momento não tive nenhum posicionamento das duas Secretarias. Ficamos a disposição para qualquer resposta que possa solucionar o nosso problema.


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OS IRMÃOS JUAZEIRENSES APAIXONADOS POR LEITURA

Juan Diêgo Brito Rodrigues, tem 12 anos de idade, o irmão, Luan Brito Rodrigues tem 9 anos e os dois tem uma paixão em comum: a leitura. Os meninos começaram a ler quando tinham entre quatro e cinco anos de idade e nunca mais se apartaram dos livros.

Tudo começou com a apreciação das histórias da Turma da Mônica, do cartunista brasileiro Maurício de Souza, e de lá pra cá já foram mais de 200 gibis na coleção.

Com o passar dos anos, as crianças, que são filhos de professores (jornalista Josenaldo Rodrigues e Margareth), passaram a tomar gosto por livros mais robustos e passaram e colecionar séries como Diário de um Banana, cartunista norte-americano Jeff Kinney, Harry Potter, de J. K. Rowling, Percy Jackson e os Olimpianos, de Rick Riordan, As Magníficas Viagens de Júlio Verne, Anne de Green Gables, da escritora Lucy Maud Montgomery, o livro A Revolução dos Bichos, do autor inglês George Orwell, entre outros.

Apesar dos atrativos digitais da nossa era, os jovens leitores oriundos da Escola Recanto do Pequeno Príncipe, em Juazeiro, preferem ler e folhear os livros. "É mais prazeroso," afirma Juan Diêgo. Além dos gibis, ele já carrega do currículo a leitura de 186 livros.

Agora, estudando na Escola SESI João Gilberto de Juazeiro e cursando o 6º ano do ensino fundamental, Juan Diêgo acaba de vencer uma competição de leitura organizada pelo professor de português de sua turma.

Luan está no mesmo caminho, entre gibis e livros já foram mais de 100. "Além do incentivo dos meus pais, na minha escola tem uma disciplina chamada Roda de Leitura que estimula a gente a ter gosto pela leitura," diz Luan.

Luan, o mais novo, quer ir além. Durante a pandemia, enquanto assistia às aulas pela internet, resolveu escrever um livro sozinho. O folhetim com 46 páginas conta a história de um menino chamado Park que viaja para a Costa Rica e passa por uma grande aventura.

"Park e a família passam por maus momentos durante a viagem. É muito emocionante. É tudo fruto da minha imaginação," revela o jovem escritor.

Para a mãe das crianças, Margareth Brito Rodrigues, que é pedagoga, a paixão dos filhos pela leitura é motivo de orgulho.

"A leitura teve espaço na vida dos meus filhos quando eles eram ainda bebês, quando eu os presenteava com os livros infantis confeccionados em plásticos, com os quais eles se divertiam enquanto tomavam banho. Eu lia muito para os meus filhos e sempre oferecia livros a eles. Os gibis da Turma da Mônica foram importantíssimos no processo de alfabetização deles. Foi através da leitura dos gibis que meu filho Luan encantou sua professora de alfabetização, quando ele leu para ela suas primeiras frases escritas nos balões do gibi do Cebolinha de forma autônoma e convencional. A criança precisa ser estimulada a ler, e nós pais podemos e devemos iniciá –los  nesse fantástico mundo que é a leitura," disse Margareth.



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