ESTUDANTE DESENVOLVE PROJETO PARA REDUZIR A POLUIÇÃO EM RIOS E LAGOS

O estudante de geologia da Universidade Federal do Ceará (UFC) Lucas Magalhães, de 24 anos, desenvolveu uma alternativa orgânica para a limpeza de rios, lagos e tanques de criação de peixes. São pequenas bolas de lactobacilos e leveduras que, depois de prontas, são introduzidas em ambientes aquáticos. A proposta é renovar os nutrientes e estimular a alimentação dos animais nativos.

O projeto foi desenvolvido em novembro do ano passado. Lucas se inspirou em uma técnica asiática para elaborar o método, que foi usado durante o seu estágio obrigatório no Parque do Cocó. Japão, Malásia e Filipinas fazem parte do grupo de países que elaboraram esse trabalho anteriormente.

O processo de fabricação das bolinhas compreende várias etapas. Primeiro é feita a colheita dos microrganismos. “A gente inicia usando o arroz como uma isca para a captura dos microrganismos locais, que são adaptados da nossa região. Depois cozinha o arroz, de maneira que fique durinho, e leva para a natureza nativa. Procuramos pela serapilheira, que tem fungos visíveis, e deixamos uma caixinha de arroz mal cozido em locais diversos. Com três dias, a gente volta e colhe esses microrganismos”, explica Lucas.

Depois, os lactobacilos e leveduras são postos em estado de dormência, com açúcar para exercer pressão osmótica e retirar a água. A partir disso, é feito um procedimento chamado bokashi, com uma espécie de farelo que será fermentado.

 “Pegamos nossa coleção e diluímos em outras soluções, como água do mar ou vinagre. A gente hidrata o farelo até um certo ponto e põe ele em um lugar fechado para que fermente sem a presença de oxigênio. Cerca de dez dias depois o farelo já vai estar fermentado”, conta o estudante. Uma mistura com farelo fermentado e argila é feita e separada em partes iguais. A argila serve para formar as bolinhas em uma estrutura sólida.

Quando a pequena bola é colocada no fundo da água, a transformação começa pela limpeza do excesso de matéria orgânica presente.

“Cada bolinha vem com uma diversidade e com um grande número de microrganismos. E quando eles são inoculados em um ecossistema, começam a expandir e crescer. Eles usam diversas coisas que existem nesse ecossistema como alimento, como a lama do fundo de qualquer corpo d’água. E vão fermentando”, detalha Lucas.

A alimentação dos microrganismos transforma o excesso de matéria orgânica em alimento para fitoplâncton e zooplâncton, que acabam se diversificando e servindo de alimento para peixes e camarões. A cadeia alimentar é reconstituída e o equilíbrio do ecossistema é devolvido. As bolinhas têm validade de seis meses.

De acordo com o estudante, é possível reestruturar qualquer ambiente aquático, independentemente da extensão, basta calcular a quantidade exata de bolinhas a serem introduzidas.

O trabalho, que exige extrema dedicação braçal e manual já rendeu cerca de 50 bolinhas, que foram aplicadas primeiramente na Lagoa das Ninfeias, no Parque do Cocó. Segundo Lucas, a presença desses organismos já indica que o ambiente não está saudável.

Nesta terça-feira (5), um tanque de criação de peixes no Parque Adahil Barreto recebeu as bolinhas. O local registrou uma mortandade de peixes inesperadamente. A gestora desse trecho do parque, Viviane Carneiro, esclarece que a aplicação da técnica em ambientes menores permite uma melhor observação dos resultados.

APOIO: Como o projeto não conta com apoio financeiro, os funcionários do Parque do Cocó precisam de doações de alguns itens para dar continuidade. “E, claro, a própria força de trabalho das pessoas que quiserem ajudar”, destaca Lucas. Os interessados podem deixar a contribuição na administração do parque ou entrar em contato com o estudante pelo Instagram.

Com o apoio, os participantes do projeto esperam atender o Rio Cocó futuramente. “A nossa intenção é levar esse trabalho para uma grande escala. A ideia principal é que a gente possa replicar isso para outros par

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EMANUEL ANDRADE: MESTRE JAIME E O SORRISO DE OURO NA ETERNIDADE DA FOLIA

O artista plástico, alfaiate e seresteiro Jaime Alves Concerva,  desde jovem foi um agitador cultural, antes mesmo da expressão ser adotada no meio social. Foi autodidata em quase tudo que se propôs a fazer em pleno Sertão Central, mais precisamente em Salgueiro, a 518 quilômetros  do Recife.

Desenhou, fez os cortes e costurou ternos para festas bailes e serestas. Há mais de meio século, passou a idealizar e dar cores vibrantes às fantasias carnavalescas que confeccionava para amigos foliões que integravam troças e blocos da cidade. Desde então, passou a abraçar a festa de Momo como a apoteose para  uma vida inteira.   

Mestre Jaime tornou-se a mais perfeita tradução do carnaval de rua no interior de Pernambuco. Ganhou fama do litoral ao Sertão. Ao longo de 70 anos extrapolou todas as barreiras que, por algum acaso,  tentaram tirar seu bloco de cena. Aliás, sob sol escaldante ou chuva,  sempre botou literalmente seu bloco - A Bicharada - na rua, desde o fim da década de 1940, quando o ponto de partida foi uma  troça chamada  Calça Frouxa.

Ali começou a dar vida à sua fauna imaginária. Com papelão, papel  jornal, tinta e cola feita de goma (chamada grude), o artista deu forma a cabeças de vaca, cabra, porco, zebra, galo, entre outros animais e aves, incluindo bichos com formas exóticas indecifráveis. Os integrantes cobriam a cabeça com as máscaras e vestiam macacões florados para cair na folia até o sol se pôr.   

Quando se aproximava o carnaval, Mestre Jaime corria contra tempo e se jogava diariamente na confecção das suas fantasias. Por décadas, no sábado ele mesmo encarnou a figura do Zé Pereira. De domingo à terça,  a Bicharada dava o tom e invadia, com irreverência,  ruas e avenidas arrastando  foliões de todas as idades. 

Por determinação do criador, a orquestra era um mero carro de som com suas cornetas, tocando as marchinhas e frevos carnavalescos do repertório afetivo que o mestre selecionava em fitas cassetes, e mais recentemente em CD.

Raras vezes, uma orquestra de frevo guiava sua turma. Trio elétrico? Nem pensar. "Nunca gostei desse caminhões cheios de microfonia e sons de guitarra. Aquilo só estressa e atrapalha, faz baderna e tira a beleza da troça e da música carnavalesca de verdade", costumava dizer.  Só que em 2010 quando o governo de Pernambuco (gestão Eduardo Campos) o homenageou em todo Estado, o incansável folião não fez cara feia quando soube que iria desfilar na imensidão do Galo da Madrugada em cima de um trio. Foi lá e fez bonito. Deu seus passinhos ao lado do cantor Alceu Valença que cantava no mesmo carro. Visivelmente emocionado e encharcado de suor, soltou beijos com os dentes de ouro e  foi festejado pelo público.    

Nas últimas três décadas, as máscaras de animais foram saindo do roteiro, dando vez aos bonecos gigantes semelhantes aos de Olinda, todos eles arquitetados pelo folião. Fiel a si mesmo, o mestre encomendou a um artista do Recife um boneco com suas feições e se deu por realizado. Para ele, foi uma forma de eternizar sua figura cultural. Nessa fase, o pai da Bicharada chegou a  se apresentar em cidades como Petrolina e Belém do São Francisco. Já na casa dos 90, jamais se entregou aos limites da idade.

Às véspera de um carnaval passado quebrou o pé, mas não se entregou. Juntou os integrantes do bloco e desfilou em um carro alegórico feito pelo filho, o professor e também artista plástico Jaime Concerva Filho que dirige o Centro de Artes Popular Mestre Jaime. "Carnaval é só uma vez por ano. É uma festa do povo que vale pelos doze meses", argumentava. Para ele, carnaval sem fantasia, sem máscara e sem palhaço, não tinha graça, era melhor nem sair. Até seu sorriso largo com dentes de ouro irradiava o ambiente onde ele dava seus passos. 

Na última segunda(4), aos 98 anos, Mestre Jaime saiu de cena por falência múltipla dos órgãos e complicações na saúde provocada pela Covid-19, segundo boletim médico do hospital onde foi internado. Anos atrás chegou a compartilhar com os filhos a sugestão para quando morresse: misturar seresta com orquestra de frevo na rota  do velório até o sepultamento.  Como a pandemia impediu a aglomeração, apenas um carro de som com  suas marchinhas prediletas conduziu o corpo até o cemitério, com direito a uma pequena carreata.

Com a morte do carnavalesco, fica um vácuo na cultura popular deixado por um homem apaixonado pela vida e  pela festa de Momo. Um personagem que será a eterna fantasia do lúdico na vida real. Um artista plural que lembra o Velho Guerreiro Chacrinha. O lado comunicador do mestre sempre esteve em todos os aspectos de seu comportamento.

E por falar em comunicação,  o carnavalesco já esteve no comando de um programa na rádio Talismã, em Salgueiro, focado em seresta, outra   paixão em vida. Há dez anos, produzi um documentário artesanal "O Homem da Bicharada", sobre a trajetória do carnavalesco, seresteiro e alfaiate. A cada tomada de entrevistas Mestre Jaime se mostrou um jovem de espírito esportivo. O carnaval nunca será o mesmo sem a presença dele, mas com certeza  o homem carnavalesco será sempre lembrado por sua arte. Sem a vivacidade de seu sorriso dourado, agora na eternidade.  Segue em paz, Mestre!

*Emanuel Andrade é jornalista e professor  universitário.

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ZÉ PRAXEDES: GUARDIÃO DA CULTURA GONZAGUEANA EM EXU, PERNAMBUCO, COMPLETA 89 ANOS

A professora Thereza Oldam de Alencar, autora do livro Igreja de São João Batista do Araripe, Exu-Pernambuco (Sesquicentenário 1868-2018), relata que a Igreja tem entre os devotos fiés um grupo de amáveis pessoas que, de tão assíduas, de tão abnegadas, tornaram-se conhecidas e queridas. 

José Praxedes dos Santos e a Banda de Pífanos são bons exemplos. Nesta terça-feira, 5 de janeiro de 2021, "Seu Praxedes" completa 89 anos de nascimento.

"Zé Praxedes é um homem presente em todos os momentos do seu mundo. Seu universo é o Araripe de São João Batista, o Ubatuba e Monte Belo, a Caiçara, a Igreja de São João, o Parque Aza Branca...Está presente em todos os momentos. É amor explícito, sem palavras. Sua presença tem voz. Cada pedaço desse mundo é sua pátria", conta Thereza Oldam, ressaltando ser Zé Praxedes é dançarino número 1, disputado afinal o forró gonzagueano lhe beija os pés.

Zé Praxedes nasceu em 1932. Tem a vida marcada pelo vínculo com a família de Luiz Gonzaga. Foi vaqueiro e durante décadas trabalhou prestando serviços a "Seu Januário", pai de Luiz Gonzaga.

Atualmente Zé Praxedes devido a pandemia da Covid19, busca seguir as regras de distanciamento social. Todavia o desejo é "ir todos os dias para o Parque Aza Branca". Seu Praxedes é um dos poucos que conviveu o dia a dia de boa parte do legado de Luiz Gonzaga prestando serviços ao Rei do Baião e por isto escutou boa parte da história de Luiz Gonzaga e suas andanças e amor por Exu.

Quanto a Banda de Pífe, durantes os festejos da Igreja São João Batistas, no seus 150 anos (2018), o grupo de músicos esteve presente. Seu Louro Pifeiro (Lourival Neves de Souza), Mundola (Raimundo Pedro de Souza) e Francisco Bezerra de Alencar participaram ativamente das novenas na Igreja".

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LIVE GONZAGUEAR ACONTECE NA QUINTA (7) E FAZ HOMENAGEM AOS 100 ANOS DE NASCIMENTO DE ZÉ GONZAGA

O pesquisador e escritor Rafael Lima, autor do livro, “O Rei do Baião e a Princesa do cariri”, onde relata sobre os momentos mais marcantes vividos por Luiz Gonzaga na cidade do Crato, Ceará inicia uma série de Lives neste ano de 2021.

A primeira Live Gonzaguear deste ano acontece na próxima quinta-feira (7), às 19hs, no canal instagram @rafaelllima45100, com a participação do cantor e sanfoneiro Joquinha Gonzaga, sobrinho de Luiz Gonzaga e neto de Januário. 

A live terá como tema os 100 anos, o centenário do irmão de Luiz Gonzaga, o cantor e compositor Zé Gonzaga.

Na oportunidade Joquinha Gonzaga irá mostrar diversas curiosidades sobre a vida e obra de Zé Gonzaga, exímio tocador de sanfona e que também teve momento de grande sucessos, ao participar de Programas de Rádio e de shows, inclusive na Europa. Durante entrevistas Zé Gonzaga dizia que da família "era ele o tocador que se garantia tocando sanfona de 8 Baixos".

"O Nordeste é o lugar de melodia mas bonita do mundo", dizia Zé Gonzaga.

Zé Gonzaga nasceu no dia 15 de janeiro de 1921 em Exu, Pernambuco.

Joquinha Gonzaga é o mais legítimo representante da arte musical de Luiz Gonzaga.  Ele é neto de Januário e sobrinho de Luiz Gonzaga e de Zé Gonzaga. João Januário Maciel, o Joquinha Gonzaga é hoje um dos últimos descendentes vivos da família. Dos nove filhos de Santana e Januário, todos eles, ja "partiram para o Sertão da Eternidade".

Joquinha Gonzaga reside atualmente em Exu, Pernambuco, no pé da serra do Araripe, como ele costuma dizer ao receber os amigos. Nesse contexto, a Live Gonzaguear vai proporcionar além de um encontro com os amigos, admiradores, pesquisadores da cultura mais brasileira, a oportunidade de ouvir o puxado do fole e a voz de Joquinha, com o seu canto, histórias e causos. 

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CANTORIA, 37 ANOS INFLUENCIANDO A MÚSICA POPULAR BRASILEIRA

Quatro grandes cantadores e violeiros, três noites memoráveis e um concerto que marcou a história da música brasileira. Nos próximos dias 13, 14 e 15, comemoraremos 37 anos do show 'Cantoria', gravado ao vivo em janeiro de 1984 no Teatro Castro Alves, em Salvador - BA, pelo pernambucano Geraldo Azevedo, o paraibano Vital Farias e os baianos Elomar e Xangai (Eugênio Avelino).

O concerto que deu origem aos célebres álbuns Cantoria 1 e Cantoria 2 lançados respectivamente em 1984 e 1988, levou a assinatura do produtor musical Mário de Aratanha, da lendária gravadora Kuarup Discos e é considerado o primeiro registro ao vivo gravado em sistema digital no Brasil.

O LP Cantoria 1 com 13 faixas, disco obrigatório nas rodas de amigos da geração 1980 até os encontros poéticos de hoje, começa o banquete com a música Desafio do Auto da Catingueira, trazendo Elomar e Xangai em voz e violão. Depois, Geraldo Azevedo canta Novena e Vital Farias emenda com a poética Sete Cantigas para Voar.  Elomar retoma o microfone e dá voz à Cantiga do Boi Incantado: "...De todos boi qui ai no mundo já peguei. Afora lá ele qui tem parte cum cão..."

O show, no qual os músicos tocam seus violões sem nenhum outro apoio musical, ganhou asas e saiu em turnê pelo Brasil com propostas como Ai Que Saudade de Ocê, de Vital Farias, Semente de Adão (Geraldo Azevedo/Carlos Fernando), Viramundo (Gilberto Gil/Capinan), e percorreu  diversas capitais do País, mostrando a rica música brasileira de elementos eruditos  e populares.

Foi simplesmente mágico meu alumbramento com Kukukaya ( O Jogo da Asa da Bruxa) quando adquiri o LP na Alegro Cantante, em Recife - PE. Nunca tinha ouvido um intérprete brincar tanto com os versos como Xangai faz com essa canção de Cátia de França. E a irreverência e o riso fácil na música Aí D'eu Sodade, o ABC do Preguiçoso?.

E o que dizer da Cantiga do Estradar e da Cantiga de Amigo? Sabíamos apenas que o trovador Elomar é arquiteto, autor de romances, poesias e peças de teatro, além de criar bodes e cabras na Casa dos Carneiros, interior de Vitória da Conquista - BA.  Para completar o disco, duas músicas mudaram definitivamente o nosso jeito de ver o cancioneiro popular nacional: Matança (Augusto Jatobá), interpretada brilhantemente por Xangai e a canção Saga da Amazônia, na qual Vital Farias praticamente transforma seu violão num cajón e inaugura o tempo do tema da ecologia no País.

"...Pois mataram índio que matou grileiro que matou posseiro. Disse um castanheiro para um seringueiro que um estrangeiro roubou seu lugar..."

O segundo volume da série Cantoria foi lançado em 1988 durante turnê de concertos do grupo de cantadores. O álbum reúne músicas das apresentações gravadas no teatro Castro Alves em 1984 que não entraram no primeiro projeto e parte dos registros dos espetáculos realizados pelo País.

A abertura é marcada por uma miscelânea das canções Desafio do Auto da Catingueira, Repente e Novena, tocadas e cantadas pelos quatro menestréis. Repetindo o sucesso do número um, este disco também popularizou canções como Era Casa Era Jardim / Veja Margarida/ Saga de Severinin, de Vital Farias, Sabor Colorido / Moça Bonita/Suite Correnteza/ Barcarola Do São Francisco/Talismã e Caravana, de Geraldo Azevedo.

O sertão, povoado por vidas em passagem, marca presença nas composições de Elomar, Quadrada das Águas Perdidas e Cantilena de Lua Cheia.  Xangai   registra com mestria  a música Estampas Eucalol de Hélio Contreiras e todos encerram a obra cantando  de Elomar a bela  Cantiga de Amigo. Antes disso, uma boa surpresa: a belíssima interpretação de Francisco Aafa, apresentando também de Elomar a canção Arrumação.

A boa repercussão também deste Cantoria 2 continuou dando frutos e ampliando o carinho do público brasileiro pelos quatro 'Malungos'. Em 1995  Elomar retomou o título do projeto em um disco solo, "Cantoria 3 — Canto e Solo". Neste álbum, entre os momentos registrados durante a grande 'Cantoria' que deu origem aos três discos, Elomar acontece pleno em nove canções com destaque para Seresta Sertaneza, Cantiga do Estradar e Faviela. Em maio de 2010, um grande encontro junta novamente os quatro menestréis. O show de encerramento da Virada Cultural reúne mais de 40 mil pessoas na Praça Julio Prestes, em São Paulo - SP.

Mas como nem todo verso é musical, um momento negativo tirou parte do brilho que deveria ter a passagem do show Cantoria pelo Ceará.  Durante a apresentação dos cantadores e violeiros no Centro de Eventos, em Fortaleza, na noite de 12 de novembro de 2016, desentendimentos de ordem política e religiosa geraram vaias e aborrecimentos por parte da plateia e dos artistas. Superadas as dificuldades, o show chegou ao final com o público cantando junto as músicas de Elomar, Geraldo Azevedo, Xangai e Vital Farias.

Hoje, o projeto musical mais duradouro da música popular brasileira continua em evidência. O quarteto que conseguiu transformar em cantoria distintas formas de compor, tocar e cantar segue "pedindo licença pra puxar  viola rasa, aqui na vossa presença..." Os mesmos "violeiros que vão cantar louvando você, em cantiga de amigo" neste Brasil sem fim.

*Carlos Laerte é Poeta, jornalista e diretor da Clas Comunicação e Marketing.

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SIMBOLO DO CARNAVAL DO SERTÃO, MESTRE JAIME MORRE AOS 98 ANOS EM DECORRÊNCIA DA COVID-19

Morreu nesta segunda-feira (4), aos 98 anos, o carnavalesco Jaime Alves Concerva, mais conhecido como Mestre Jaime. Internado deste o último sábado (4) no Hospital Regional de Salgueiro, no Sertão de Pernambuco, o artista plástico testou positivo para a Covid-19 e morreu de falência múltipla dos órgãos, de acordo com informações passadas por familiares.

Nascido em Salgueiro, Mestre Jaime marcou seu nome da história do município com a criação do bloco da “Bicharada”. Ao longo de 75 anos, levou alegria aos foliões com seus bonecos gigantes, representando animais e pessoas anônimas. Além de carnavalesco, Mestre Jaime era artista plástico, seresteiro, músico e alfaiate.

O bonequeiro sempre gostou do carnaval. Como tinha habilidade como alfaiate e artesão, começou a produzir os bonecos de cerca de cinco metros de altura com máscaras de animais, como elefantes e girafas. Os primeiros foram feitos em 1945, após o fim da Segunda Guerra Mundial. Ele serviu no batalhão do exército em Olinda, no litoral do estado, mas antes que fosse convocado para ir batalhar na Itália, a guerra acabou. Ao voltar a Salgueiro, o artista começou a produzir os bonecos.

Outra marca de Mestre Jaime eram os ternos coloridos que ele utilizava durante o carnaval. Assim como os bonecos gigantes, as peças eram produzidas por eles. Para completar o visual autêntico, o carnavalesco usa uma dentadura de ouro 18 quilates.

Nos últimos 75 anos, Mestre Jaime sempre esteve presente no carnaval de Salgueiro. Por causa da idade, desde 2018, o bonequeiro passou a desfilar em um carro alegórico especial e adaptado, para que pudesse aproveitar a festa que mais gostava.

O enterro de Mestre Jaime será realizado no final da tarde desta segunda-feira, em Salgueiro. Casado com Maria Lilita Tavares, o artesão teve quatro filhos e adotou mais dois.


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EX-SECRETÁRIO DE EDUCAÇÃO E CULTURA DE PERNAMBUCO PARABENIZA O JORNALISTA NEY VITAL PELO TÍTULO DE CIDADANIA DE EXU, TERRA DE LUIZ GONZAGA

A Câmara Municipal de Vereadores de Exu, Pernambuco, Terra de Luiz Gonzaga e de Barbara de Alencar, realizou na última quarta-feira (30), a solenidade entrega do certificado do Título de Cidadão de Exu. A honraria é concedida às personalidades que contribuíram, de alguma forma, com o progresso socioeconômico, cultural e turístico do município.

Foram agraciados com o título: Benevuto Ferreira Sobrinho, Italo Lino de Souza, Valdiney Vital Guedes (Ney Vital), Marcos Sergio Ferreira, Antonio Kydelmir Dantas de Oliveira, Juliana Maria Borges e Felipe Soares da Silva.

Devido a pandemia da Covid-19, a vice diretora do Projeto Asa Branca, professora Aline Justino representou os novos  filhos de Exu, Terra de Luiz Gonzaga e de Barbara de Alencar, que não puderam comparecer ao evento.

O deputado Federal Raul Henry, ex-Secretário de Cultura e Educação do Estado de Pernambuco parabenizou o jornalista Ney Vital e pesquisador da obra de Luiz Gonzaga. O deputado destacou o trabalho do pesquisador Ney Vital e a prestação de serviço sempre a favor da valorização da cultura brasileira.

O jornalista Ney Vital, nascido em Areia, Paraíba, ressaltou que é uma honra se tornar filho da terra de Luiz Gonzaga, rei do baião, pernambucano de Exú, terra de bravos. "Terra que nos legou o pioneirismo de mulheres guerreiras e libertárias, que foi Bárbara de Alencar, revolucionária de 1817”.

Na oportunidade o jornalista solicitou ao Deputado Raul Henry um olhar para o momento vivido pelos artistas que precisam do auxílio emergencial da Lei Aldir Blanc e no futuro um projeto que venha a contribuir com o desenvolvimento cultural de Exu, Pernambuco.

O título de Cidadania Exuense foi concedido por unanimidade pela Casa Legislativa de Exu, Pernambuco pelos vereadores:

Antonio Parente Sobrinho

Cícero Vieira da Silva

Davi Moreira de Alencar

Fernando Adevando Bezerra

Francisco Justino da Silva

Iranley Ulisses Cavalcante

João Carlos Cardoso Bento

José Lopes de Araujo

José Pinto Saraiva Junior

Maria de Fatima Pinto Saraiva

Miguel Moreira da Costa

Rigoberto Amaro de Alencar

Roberto Bento Nascimento

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