Maria e Severino: meus Avôs paternos. Rita e Antonio Vital (maternos). Uma homenagem...

"Nos últimos anos, a Avó estava se dando muito mal com o próprio corpo. Seu corpo de Ararinha cansada negava-se a segui-la.
- Ainda bem que a mente viaja sem passagem - dizia.

Eu estava longe. Em Montevidéu.

A Avó sentia que tinha chegado a hora de morrer. Antes de morrer, quis visitar a minha casa com corpo e tudo. Chegou de avião. Viajou entre as nuvens, entre as ondas, convencida que estava indo de barco; e quando o avião atravessou uma tempestade, achou que estava numa carruagem, aos pulos, sobre a estrada de pedras.

Ficou em casa um mês. Comia minguaus de bebê...No meio da noite despertava e queria jogar xadrez ou brigava com meu avô, que tinha morrido há quarenta anos...

No final, disse: - Agora já posso morrer. E regressou. Visitou a família toda, casa por casa, parente por parente, para que todos vissem que tinha regressado muito bem e que a viagem não tinha culpa. E então, uma semana depois de ter chegado, deitou-se e morreu...

Ás vezes, a Avó vem me Ver nos sonhos. Eu caminho na beira de um Rio e ela é peixe que me acompanha deslizando suave, suave, pelas águas".

Fonte: O Livro dos Abraços-Eduardo Galeano.
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NÍVEL DE ÁGUA DO RIO SÃO FRANCISCO CONTINUA SUBINDO EM DECORRÊNCIA DAS FORTES CHUVAS DE MINAS GERAIS

O nível de água do Rio São Francisco tem aumentado consideravelmente em decorrência das fortes chuvas que atingem Minas Gerais, desde o dia 24 de janeiro. A maior parte da água que aumenta a vazão do São Francisco vem da cheia do Rio das Velhas. O curso d’água que nasce no município de Ouro Preto é o principal vetor e escoamento de Belo Horizonte e de quase toda a região central do estado. O acumulado das chuvas do mês de janeiro na capital mineira chegou a 960 mm, segundo dados do Instituto de Meteorologia do Brasil (INMET).

Os municípios de Malhada e Carinhanha, no Oeste da Bahia, são os primeiros a receberem as águas do Velho Chico em território bahiano e também têm apresentado aumento no volume de água.

No dia 27 de janeiro, o nível estava pouco abaixo dos 3 metros e o dia seguinte (28 de janeiro) chegou a 4,12 metros. Já no dia 29, o volume de água voltou a subir e o nível chegou a 5,04 metros.

De acordo com o monitoramento feito pela Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf), em Sobradinho (BA), o nível da água em janeiro chegou a quase 5 metros. Com esse aumento, as águas já começaram a vazar para algumas lagoas da região de Bom Jesus da Lapa.

O aumento do volume da água do São Francisco e percebido desde a região da nascente, no Norte de Minas, em São Roque de Minas até municípios baianos como Cariranha e Bom Jesus da Lapa. A principal nascente do Velho Chico que se encontra no Parque Nacional da Serra da Canastra, voltou a jorrar água com um volume expressivo.

Segundo dados da Agência Nacional de Águas (ANA), a vazão do Velho Chico saiu de 615 m³/s registrados no dia 20 de janeiro para 5.670 m³/s no dia 28 de janeiro, em São Roque de Minas. No mesmo período, o nível do rio passou de 217 cm para atuais 776 cm.

O chefe do Parque Nacional da Serra da Canastra, Fernando Augusto Tambelini, explica que as chuvas estão beneficiando o Velho Chico que tem sofrido por um longo tempo com a estiagem. “Com o alto volume de chuvas os rios afluentes são abastecidos e trazem mais água para os reservatórios. A nascente do São Francisco voltou a ter muita água, o que é um ganho para a biodiversidade. Há muito tempo a nascente não apresentava um volume tão expressivo”, comemora Tambelini.

Dados da ANA mostram que no município de São Francisco, localizado a cerca de 270 quilômetros da divisa com a Bahia, a vazão estava em 1.030 m³/s no dia 21 de janeiro, antes das fortes chuvas. No dia 29, a vazão chegou a 6.010 m³/s, após os temporais da Região Metropolitana de BH (RMBH). Já o nível chegou a exatos 8 metros.

A cheia só não é maior em decorrência da baixa defluência da Usina Hidroelétrica de Três Marias. Segundo dados da Cemig, a vazão defluente está em 293 m³/s. No entanto, a afluência está a mais de 3.200 m³/s e o reservatório está com 67,80% de sua capacidade.

Em Várzea da Palma, antes da foz do Rio das Velhas, a vazão chegou a 2.620 m³/s, volume quase 10 vezes maior do que o registrado no início da semana anterior. Só nesta terça-feira o nível subiu 36 centímetros, chegando a 9,22 metros.

A enchente no Rio das Velhas é provocada, sobretudo, pelos temporais registrados na RMBH, pois no afluente do Rio São Francisco deságuam o Ribeirão Arrudas e o Ribeirão Onça, que cortam a capital. O Rio das Velhas nasce no município de Ouro Preto e percorre 51 municípios até desaguar no Rio São Francisco, no distrito de Barra do Guaicuí, no município de Várzea da Palma, abaixo de Pirapora. (*Texto: Luiza Baggio *Foto: Agência Sertão)
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VALDI GERALDO, O NEGUINHO DO FORRÓ, EXU, ALEGRIA E BELEZA DO SERTÃO

Hoje é dia do aniversário de Valdi Geraldo Teixeira. Sempre é bom lembrar: o grande balaio musical de Luiz Gonzaga tem um exuense. A cada viagem que fazia pela região Nordeste Luiz Gonzaga "descobria", encontrava um compositor. Em Caruaru: Onildo Almeida. Rio Grande do Norte, o Janduhy Finizola. Paraíba, José Marcolino, Antonio Barros; em Pesqueira, Nelson Valença. Campina Grande, Rosil Cavalcanti. No Rio de Janeiro encontrou o parceiro Humberto Teixeira, nascido em Iguatu, Ceará. José Clementino, em Varzea Alegre. Zé Dantas, em Pernambuco, para citar alguns destes poetas parceiros que deram Luz ao obra e vida do Rei do Baião.

E pertinho dele, ali na curva da Chapada do Araripe, em Exu, na sua terra, Valdi Geraldo, o Neguinho do Forró. Músico, compositor de quem Luiz Gonzaga gravou a música "Nessa Estrada da Vida" em 1984 no disco (LP), Danado de Bom. Neguinho do Forró é um desses talentosos compositores que contribuen com o reinado de Luiz Gonzaga. 

Valdi é compositor do sucesso da música Nessa Estrada Vida, em parceria com Aparecido José. A história conta que ao ouvir a música Luiz Gonzaga teve paixão de primeira. Tarimbado, o Lua, sabia quando estava diante de uma riqueza musical, viu que melodia, ritmo e harmonia são frutos do seu Reinado. Gravou. Hoje "Nessa Estrada da Vida" é uma das músicas mais interpretadas no cancioneiro brasileiro. Recebeu regravações de Dominguinhos, Jorge de Altinho, Waldonis, fiéis seguidores e discípulos do Rei do Baião.

Detalhe: o 
disco "Danado de bom" vendeu mais de um Milhão de cópias, contou com a participação de Elba Ramalho na faixa "Sanfoninha choradeira" (João Silva) e Luiz Gonzaga ganha o Disco de Ouro considerado no mundo musical um dos mais belos trabalhos de um artista brasileiro.

Com a morte de Luiz Gonzaga, em agosto de 1989, foi também em Valdi Geraldo que o Gonzaguinha, o poeta da resistência, que por centenas de vezes caminhou nas estradas, visitando lugares e construindo sonhos no pé da serra do Araripe pensando em concretizar o projeto do Parque Asa Branca, Museu Gonzagão. 

Desde 1999, quando conheci, Valdi Geraldo em Exu, tenho o maior respeito e admiração por este artista. Homem de Bem. Alma de cantador. Ele, não vive comercialmente da música. É funcionário do Ministério da Saúde. Em 2012 lançou um CD, Alegria e Beleza do Sertão, uma das composições mais belas da música brasileira, que se junta a larva criativa do poeta. Valdi Geraldo cultiva a simplicidade, ou seja, sabe tratar o povo, que tanto Luiz Gonzaga pedia para não esquecer, e valorizar o seu pedaço de terra se fazendo universal.

Valdi Geraldo está marcado para a eternidade e o Brasil poderia ainda em Vida ser mais grato pela trajetória desse cantor e compositor. Caruaru, Pernambuco, através do pesquisador Luiz Ferreira souberam valorizar o artista e ele, em 2014, recebeu o título troféu Orgulho de Caruaru.

Luiz Gonzaga é citado por todos os compositores como um mestre na arte de sanfonizar as canções. Sanfonizar é um termo criado pelo próprio Luiz Gonzaga. O pesquisador José Teles, afirma que a maioria dos seus parceiros de Luiz Gonzaga não escondem que cederam parceria para o Rei do Baião, porém, geralmente, suavizam a revelação com um argumento: ninguém interpretaria a composição igual a ele. Ou ressaltam o talento de Gonzagão para “sanfonizar” as composições – ou seja, como usava seus dons de arranjador para enriquecê-las.

Nessa Estrada da Vida segue o poeta compositor Valdi Geraldo, o Neguinho do Forró.
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PRAZO PARA ELEITOR REGULARIZAR TÍTULO TERMINA EM MAIO

Os cidadãos que tiveram o título de eleitor cancelado têm até o dia 6 de maio para regularizar a situação. Após o prazo, quem não estiver em dia com o documento, não poderá votar nas eleições municipais de outubro, quando serão eleitos prefeitos, vice-prefeitos e vereadores nos 5.568 municípios do país.

No ano passado, 2,4 milhões de títulos foram cancelados porque os eleitores deixaram de votar e justificar ausência por três eleições seguidas. Para a Justiça Eleitoral, cada turno equivale a uma eleição.

Para regularizar o título, o cidadão deve comparecer ao cartório eleitoral próximo a sua residência, preencher o Requerimento de Alistamento Eleitoral (RAE) e apresentar um documento oficial com foto. Além disso, será cobrada uma multa de R$ 3,51 por turno que o eleitor deixou de comparecer. O prazo para fazer a solicitação termina no dia 6 de maio, último dia para emissão do título e alteração de domicílio eleitoral antes das eleições.

Além de ficar impedido de votar, o cidadão que teve o título cancelado fica impedido de tirar passaporte, tomar posse em cargos públicos, fazer matrícula em universidades públicas, entre outras restrições.

A situação de cada eleitor pode ser verificada no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O primeiro turno será realizado no dia 4 de outubro. Se necessário, o segundo turno será no dia 25 do mesmo mês. Cerca de 146 milhões de eleitores estarão aptos a votar. (Fonte: Agencia Brasil)
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SANDRA MARA: EM PAULO FREIRE DIÁLOGOS POSSÍVEIS-COMUNICAÇÃO E EDUCAÇÃO

O livro "Comunicação e educação: diálogos possíveis", é uma dica de leitura. Organizado pelos professores Sandra Mara de Oliveira Souza e Sebastião Faustino Pereira Filho, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), e Márcia Barbosa da Silva, da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG).

A ideia do livro surgiu a partir dos encontros e muitas conversas realizadas entre pesquisadores da UFRN, UEPG, Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) e Universidad Nacional de Cuyo, na Argentina (UNCUYO). Os pesquisadores compõem um grupo de estudos interinstitucional com a perspectiva de contribuir com a construção de uma teia de pensamento sobre a interseção dos campos da Comunicação e Educação. A publicação é da Editora da UFRN (EDUFRN).

Sandra Mara em sua tese de doutorado, aponta que o diálogo figura como condição essencial para a plena efetivação da Comunicação. "Em Paulo Freire, encontramos uma concepção de diálogo que se expressa, fundamentalmente, em duas dimensões: por um lado, no encontro de subjetividades; por outro, na ação. O diálogo não seria, portanto, um pensar para , mas, um pensar com", explica Sandra.

De acordo com Sandra, a idéia de comunicação dialógica de Paulo Freire, baseia-se no respeito pelo outro, não visa acomodação ou ajustamento, mas enfatiza a integração que torna o homem sujeito de suas ações e o afasta da condição de objeto, do dominado, sem vez e voz.

Sandra Mara é jornalista. Mestre e doutora em educação. Roteirista e diretora de programas educativos e culturais. Atuou como diretora da FM Universitária do Rio Grande do Norte.
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DIA DA SAUDADE

"Eu nasci e cresci debaixo das estrelas do Cruzeiro do Sul. Aonde quer que eu vá elas me perseguem. Debaixo do Cruzeiro do Sul , cruz de fulgores, vou Vivendo as estações do Meu destino...

Falta muito o que andar. Existem luas para as quais ainda não lati e Sol no qual ainda não incendiei. Ainda não mergulhei em todos os Mares deste mundo, que dizem que são Sete, nem em
todos os Rios do Paraíso, que dizem que são quatro.

Existe um Menino que explica: - Eu Não quero morrer Nunca, porque eu quero brincar Sempre"...

Fonte: Eduardo Galeano o Livro dos Abraços
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PROJETO CINE CULTURA VISUAL, MEIO AMBIENTE E EDUCAÇÃO EXIBE NESTA SEXTA 31 O FILME HOJE EU QUERO VOLTAR SOZINHO

O projeto de extensão “Cine Geo – Cultura Visual, Meio Ambiente e Educação”, promovido pelo Colegiado de Geografia (CGEO) da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), realizará, nesta sexta-feira (31), uma sessão de cinema gratuita para a comunidade de Senhor do Bonfim (BA). Na ocasião, será exibido o filme “Hoje eu quero voltar sozinho”, dirigido pelo cineasta Daniel Ribeiro. A apresentação vai acontecer às 15h, na sala 11 do Campus Senhor do Bonfim da Univasf.

“Hoje eu quero voltar sozinho”, longa-metragem premiado como Melhor Filme da seção Panorama do Festival Internacional de Cinema de Berlim, conta a história de Leonardo, um adolescente com deficiência visual tentando lidar com a superproteção dos pais ao passo em que busca por independência. A narrativa do filme gira em torno do cotidiano do jovem, a relação dele com a melhor amiga, Giovana, e os sentimentos que lhe são despertados com a chegada de Gabriel, novo colega de classe. O longa aborda conflitos da adolescência de Leonardo, como a descoberta do primeiro amor, sexualidade, bullying na escola e o desejo de liberdade.

Cine Geo – Organizado por discentes e docentes participantes do Núcleo de Estudos das Paisagens Semiáridas Tropicais (NEPST), vinculado ao CGEO da Univasf, o projeto tem o objetivo de, diante da inexistência de cinemas no município de Senhor do Bonfim, proporcionar a democratização do acesso a produções audiovisuais, por meio de exibições gratuitas e comentadas de filmes e vídeos relacionados a temáticas de Geografia. O Cine Geo é coordenado pelo professor do CGEO Sirius Oliveira Souza. A iniciativa acontece por meio de uma parceria com a distribuidora Vitrine Filmes e realiza exibições mensalmente, sempre na última semana do mês, desde maio de 2019. (Fonte: Ascom Univasf)
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