Proposta quer prorrogar mandatos de prefeitos e vereadores até 2022, Comissão de Justiça já emitiu parecer favorável

Os prefeitos Paulo Bonfim (Juazeiro) e Miguel Coelho (Petrolina), podem ficar no mandato até o ano de 2022.

Isto pode acontecer caso a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados aprove o projeto que unifica todas as eleições em um pleito geral e determina o fim da reeleição para os cargos executivos.

A Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania (CCJC) da Câmara dos Deputados, já emitiu parecer favorável à PEC 376, que trata sobre o período de vigência de mandatos políticos.

O autor da PEC da unificação das eleições em 2022, Rogério Peninha (MDB-SC), alega que o Brasil está saturado de fazer eleições de dois em dois anos e que a economia por pleito seria da ordem de R$ 5 bilhões por parte da justiça eleitoral.

A medida visa alinhamento dos mandatos políticos de gestores de estados e municípios. Nesse caso os cargos municipais passam a ser disputados juntos com os estaduais e federais.  Caso a regra passe a valer, as eleições de 2020 serão canceladas e os prefeitos e vereadores terão seus mandatos alongados até 2022.

A mobilização política é para que a medida seja aprovada esse ano na Câmara Federal, para que já possa ser implementado no próximo ano. 

Se a proposta for aprovada, prefeitos e vereadores serão beneficiados com mais dois anos de mandato. Mas políticos do Executivo não poderão disputar reeleição.

Além do alinhamento dos pleitos, a medida aumenta de 8 para 10 anos, o mandato de senador, estabelece o mandato de 5 anos para todos os cargos eletivos, põe fim à reeleição para prefeitos e governadores. Deputados também querem limitar o número de reeleição para o legislativo, que hoje não tem nenhuma restrição.


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Univasf têm bolsas de pós-graduação da Capes cortadas, MEC alegou que o bloqueio era necessário em função do contingenciamento de recursos

As universidades federais de Pernambuco perderam mais de 200 bolsas de pós-graduação desde que a limitação de verbas na educação foi adotada pelo governo federal. 

A reportagem apurou Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) anunciou o bloqueio de mais 2.724 bolsas de mestrado e doutorado no país. 

O novo corte atingiu a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), que perdeu mais 78 bolsas de pós-graduação; a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), que teve mais 71 bolsas de mestrado e 32 de doutorado eliminadas, e a Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), deve ter que suspender 18 bolsas, chegando a 236 bolsas cortadas no estado.

A Universidade Federal da Bahia (Ufba) informou, nesta quinta-feira (6), que mais 54 bolsas de pesquisa de mestrado, doutorado e pós-doutorado foram bloqueadas pelo Ministério da Educação (MEC) em processo de contingenciamento que já havia suspendido, no início de maio, outras 82 bolsas. A instituição também divulgou que houve bloqueio de R$ 2,5 milhões em verbas para mobilidade internacional de estudantes.

O pró-reitor de Pesquisa e Pós-graduação da instituição, Olival Freire, diz que a universidade foi comunicada da decisão do MEC na quarta (5).

A Universidade Federal do Vale do São Francisco está presente em três estados: Pernambuco, Bahia e Piauí. Os primeiros campi foram implantados em Petrolina, sertão pernambucano; Juazeiro (BA) e São Raimundo Nonato (PI). Em seguida, a universidade se estabeleceu em Senhor do Bonfim (BA), depois foi implantado o campus Paulo Afonso (BA) e, mais recentemente, o campus Salgueiro, no Sertão de Pernambuco, foi criado. 

A universidade oferece 35 cursos de graduação, dos quais 30 são presenciais e cinco na modalidade de Educação a Distância (EAD). A Univasf também possui 17 cursos de mestrado, quatro doutorados e 10 especializações.
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Bolsonaro veta projeto que criava concursos de Literatura promovidos pelo governo

O presidente Jair Bolsonaro vetou integralmente projeto de lei que atribuía ao Poder Executivo a criação de concursos regionais de literatura, para descobrir e incentivar novos autores no País. 

O projeto pretendia alterar a Lei da Política Nacional do Livro para incluir os concursos regionais no rol de ações de difusão do livro de responsabilidade do governo. 

O Planalto justifica o veto alegando que a medida "acaba por aumentar despesa pública, sem o cancelamento equivalente de outra despesa obrigatória e sem que esteja acompanhada de estimativa do seu impacto orçamentário e financeiro". 

Além disso, segundo o governo, o veto não impede a realização de eventual concurso, com respaldo orçamentário, uma vez que a mesma Lei do Livro já prevê ações para o estímulo à produção dos escritores e autores brasileiros. 

Diz a razão do veto publicada no Diário Oficial: 
"A propositura legislativa ao determinar a obrigatoriedade de instituição de concursos regionais em todo território nacional visando a descobrir e a incentivar novos autores, acaba por aumentar despesa pública, sem o cancelamento equivalente de outra despesa obrigatória e sem que esteja acompanhada de estimativa do seu impacto orçamentário e financeiro, o que viola o art. 113 do ADCT, o art. 14 da Lei de Responsabilidade Fiscal, bem como o art. 114 da LDO para 2019. Não obstante, o presente veto não impede a realização de eventual concurso, com respaldo orçamentário, tendo-se como permissivo legal o inciso IV do art. 1º, e o caput do art. 13 da Lei nº 10.753, de 2003, que já prevê, como diretriz da Política Nacional do Livro, o estímulo à produção dos escritores e autores brasileiros."

O projeto vetado tem origem na Câmara dos Deputados e foi aprovado na Casa em julho de 2017, quando seguiu para o Senado, que confirmou a proposta no mês passado.
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Missa Vaqueiro: Projeto Tengo Lengo Tengo lança livro da biografia do Padre João Cancio e exposição

Em homenagem aos 30 anos de morte de Luiz Gonzaga e do padre João Câncio, a Missa do Vaqueiro de Serrita também será celebrada no Recife. A cerimônia religiosa está marcada para o dia 16 de junho, às 16h, no vão livre do Cais, e integra uma série de ações do Governo do Estado de Pernambuco. 

O projeto, batizado de Tengo Lengo Tengo, será realizado através da Empresa de Turismo de Pernambuco (Empetur), da Companhia Editora de Pernambuco (Cepe) e do Centro Cultural Cais do Sertão. Além da tradicional missa, a programação engloba o lançamento da biografia de Câncio e uma exposição.

A mostra “Tengo Lengo Tengo” poderá ser visitada na Sala São Francisco, no Cais do Sertão, de 13 de junho a 27 de agosto. Com fotografias, projeções de vídeos e outras peças, a proposta é contar a história da Missa do Vaqueiro e reproduzir o cenário de força e magia que envolve o evento. 

Durante o período em que a exposição estiver em cartaz, serão promovidas diferentes atividades. Na abertura, também será lançado o livro do jornalista Vandeck Santiago, que conta a trajetória do padre João Câncio dos Santos. Apresentações culturais, leituras dramáticas e mesas-redondas completam a programação. 
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Fórum Nacional de Música acontecerá em Aracaju com o tema "100 anos de Jackson do Pandeiro"

O intérprete, compositor e instrumentista paraibano Jackson do Pandeiro, que completaria 100 anos este ano, será o homenageado da edição 2019 do Arraiá do Povo, a principal festa junina do Governo do Estado de Sergipe. 

Realizado como parte integrante do Encontro Nordestino de Cultura, sob a coordenação da Fundação de Cultura e Arte Aperipê de Sergipe, o evento sediado na Orla da praia de Atalaia, vai acontecer de 20 a 30 junho em Aracaju.

Com o tema “100 anos de Jackson do Pandeiro”, o Encontro Nordestino de Cultura 2019 congrega também o Fórum Nacional de Música Nordestina, nos dias 10 e 11 de junho, abrindo o evento, e ainda o Arrasta Pé do bairro 18 do Forte, nos dias 14 e 15 de junho, e os concursos de quadrilhas juninas do Centro Cultural Gonzagão (Arraiá do Gonzagão) e do Centro de Criatividade (Arranca Unha), no período de 17 a 29 de junho.

Entre as atrações do Encontro Nordestino de Cultura está o Arraiá do Povo. O Arraiá será realizado na Praça de evento da Orla de Atalaia, de 20 a 30 junho. Nas atrações nacionais estão Targino Godim (PE), Chambinho(SP), Cezzinha (PE), Genival Lacerda(PB), Trio Nordestino(BA), Quinteto Violado (PE), Banda Saíra(SP), Silvério Pessoa (PE) , Jorge de Altinho(PE).

A homenagem vem marcar o centenário de um dos artistas mais relevantes na cultura regional e brasileira, que ficou conhecido como o “Rei do Ritmo” e figura, ao lado do “Rei do Baião”, Luiz Gonzaga, como um dos grandes representantes da musicalidade brasileira. Na tradução artística da alma de um povo, Gonzaga cantou o meio mais rural, enquanto Jackson o urbano.

Com seu pandeiro Jackson cantou coco, embolada, forró e também samba, fazendo grande sucesso em todo o país pela qualidade de seu trabalho tanto como como cantor, como compositor e instrumentista. 

O Mestre do Ritmo nasceu em Alagoa Grande, Paraíba em 31 de agosto de 1919, e registrado como José Gomes Filho. Sua mãe, Flora Mourão, era uma cantora de coco pernambucana e ainda criança ele começou a tocar zabumba e acompanhá-la nas festas de sua cidade natal.

Ainda garoto mudou-se para a cidade de Campina Grande, na época áurea do algodão, quando na região circulava muito dinheiro e gente importante. 

Cresceu num contexto de efervescência e diversidade cultural, conhecendo diferentes gêneros musicais. Em um documentário raro disponível na internet, durante entrevista concedida para Grande Otelo ele conta que tocou bateria, tamborim, reco-reco e pandeiro e durante muito tempo e passou ser chamado de Jack do Pandeiro.

Tornou-se “Jackson” na Rádio Jornal do Commércio, já em Pernambuco, na qual trabalhou e lançou sua primeira música, “Sebastiana”, durante um programa, em pleno carnaval, fazendo sucesso imediato. “Durante esses 35 anos que passei tocando pandeiro, desde menino, na feira, meu negócio era gostar de ritmo, eu gostava de ritmo, não tinha conversa, então depois de 35 anos eu consegui achar o que eu deveria gravar e eu gravei”, relata a respeito no mesmo vídeo.

Assim como muitos nordestinos, foi ao sudeste, em busca de maior notoriedade, tocou no Rio de Janeiro e São Paulo, sendo muitobem-sucedido. Morreu no ano de 1982 e em sua trajetória musical, foi sempre coerente com sua história e raízes nordestinas, além de um crítico da interferência estrangeira na música brasileira, como deixou evidente na seguinte declaração: “mesmo com a perseguição da música estrangeira, eu aguentei a barra durante doze anos. Eu e o Luiz Gonzaga. Nunca parei de fazer gravações, mesmo com a perseguição do iê-iê-iê”, registro.

Sua visão é perceptível na música “Chiclete com banana”: Eu só boto bebop no meu samba/ Quando Tio Sam tocar um tamborim/Quando ele pegar/No pandeiro e no zabumba./Quando ele aprender /Que o samba não é rumba./Aí eu vou misturar Miami com Copacabana./Chiclete eu misturo com banana,/E o meu samba vai ficar assim:Tururururururibop-bebop-bebop

Além de Sebastiana, Chiclete com Banana, também estão entre as dezenas de músicas que fizeram sucesso nacional O canto da ema, Cabo Tenório e Moxotó; 1 a 1; Forró em Caruaru; Como tem Zé na Paraíba, Casaca de couro; Meu enxoval;  17 na corrente, Coco do Norte, O velho gagá, entre muitos outros gravados por ele e regravados por outros importantes artistas brasileiros.

Lenine compôs e gravou a música “Jack Soul Brasileiro” especialmente em homenagem aeste que é um dos maiores ritmistas da história da Música Popular Brasileira. Na letra ele questiona, retoricamente: “Quem foi que fez o samba embolar? Quem foi que fez o coco sambar? Quem foi que fez a ema gemer na boa? Quem foi que fez do coco um cocar? Quem foi que deixou um oco no lugar? Quem foi que fez do sapo cantor de lagoa?”.

Jackson do Pandeiro gravou 137 discos, por meio de grandes selos nacionais, como Copacabana (1953-1958), Columbia (1958-1960), Philips (1960-1965), Continental, Cantagalo, CBS, Chantecler, Polygram. O artista morreu no dia 10 de julho de 1982, na cidade de Brasília, sendo sepultado no cemitério do Caju, no Rio de Janeiro.

Fonte: Ascom Funcap/SE
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Jorge de Altinho traduz os sons da alma. Sua obra é feita para elevar coração e espírito da humanidade

Jorge Assis Assunção, Jorge de Altinho. Nasceu no dia 03 de Junho. Nunca banalizou sua arte e é respeitado pela qualidade do seu trabalho.

Compositor de alma cheia e grandeza humana é de Jorge de Altinho as primeiras composições gravadas pelo Trio Nordestino (Lindu, Cobrinha e Coroné), destaco "Fole de ouro", "Amor demais", "Forró quentão", Caruaru a Capital do Forró,  A separação...

No início de carreira inspirou-se em Raul Seixas, Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro. O seu primeiro disco LP: "Jorge de Altinho - O príncipe do baião", é hoje considerado pelos pesquisadores e colecionadores uma das raridades no mercado dos especialistas e admiradores da vida e obra de Jorge de Altinho.

Ressalto sempre (balizado em mais de 30 anos de pesquisas e estudos didáticos)  que Luiz Gonzaga foi pedra angular, referência-mor do forró, mas o Rei do Baião, não trilhava sozinho. Havia por trás de si, uma constelação de compositores, músicos, além de profícuos conhecedores do seu trabalho, amigos talhados de sol, nascidos do barro vermelho, com almas tatuadas por xique-xiques e mandacarus.

Jorge de Altinho é uma dessas estrelas! Tem sua luz! Brilha inspirado no convívio dos sertões, conhecedor dos segredos e nuances da noite estrelada. Humilde e grande na sabedoria de seguir os ensinamentos e conselhos de Luiz Gonzaga e Dominguinhos.

Uma das mais belas interpretações de Jorge de Altinho é Tamanho de Paixão, onde ouvimos Luiz Gonzaga e Dominguinhos fazendo a sanfona roncar feito trovão em dia de chuva.

No livro Forró de Cabo a Rabo, o jornalista e crítico musical Ricardo Anísio, aponta Jorge de Altinho, como uma das vozes mais bonitas do reduto forrozeiro. Timbre de voz de rara beleza. Compositor de maior sensibilidade, construtor da palavra poética.

"Jorge de Altinho traduz os sons da alma. Sua obra foi feita para elevar coração, alma e espírito da humanidade'.

Tenho dito: é Jorge de Altinho um Poeta Danado e Cantador quase vidente...

"A lua não é mais a mesma
 la no céu do meu sertão
o sol chorando com seus raios 
fica procurando em vão
la no canto da parede chapéu e gibão ficou 
aquela sanfona branca que tanta gente alegrou
só a saudade doendo Luiz Gonzaga deixou...

E vejo num voar alegre de um lindo beija flor 

nas águas de um açude cheio 
e na voz de um cantador/
nas borboletas nos caminhos no arco-iris multicor/
num Riacho do Navio que de tristeza secou 
só a saudade doendo Luiz Gonzaga deixou...

Juazeiro, Assum Preto, Asa Branca e muito mais 

cantigas que fizeram um rei e um trovador da paz
gênio, mito, tua obra já te imortalizou
nos quatro cantos do Brasil o teu canto ecoou
Fostes a realidade nos olhos de um sonhador...
Pelas estradas da vida sempre semeando o amor 
mas só a saudade doendo Luiz Gonzaga deixou...
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Luiz Gonzaga plantou a sanfona entre nós, estampou a zabumba em nossos corpos e imortalizou-nos no registro de sua voz

O Nordeste continuaria existindo caso Luiz Gonzaga não tivesse aterrissado por lá há mais de cem anos. Teria a mesma paisagem, os mesmos problemas. Seria o mesmo complexo de gentes e regiões. Comportaria os mesmos cenários de pedras e areias, plantas e rios, mares e florestas, caatingas e sertões.

Mas faltaria muito para adornar-lhe a alma. Sem Gonzaga quase seríamos sonâmbulos. Ele, mais que ninguém, brindou-nos com uma moldura indelével, uma corrente sonora diferente, recheada de suspiros, ritmos coronários, estalidos metálicos. A isso resolveu chamar de BAIÃO.

Gonzaga plantou a sanfona entre nós, estampou a zabumba em nossos corpos, trancafiou-nos dentro de um triângulo e imortalizou-nos no registro de sua voz. Dentro do seu matulão convivemos, bichos e coisas, aves e paisagens. Pela manhã, do seu chapéu, saltaram galos anunciando o dia, sabiás acalentando as horas, acauãs premeditando as tristezas, assuns-pretos assobiando as dores, vens-vens prenunciando amores.

O seu peito abrigava o canto dolente e retorno dos vaqueiros mortos e a pabulagem dos boiadeiros vivos. As ladainhas e os benditos aninhavam-se por ali buscando eternidade. Viva Luiz Gonzaga do Nascimento!

Fonte: Aderaldo Luciano - professor doutor em Ciencia da Literatura
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