Bahia: Proibição de Guerra de Espadas é mantida por recomendação do MP; suspensão chega ao 3º ano em Senhor do Bonfim

Pelo terceiro ano seguido a Guerra de Espadas, uma "brincadeira" com uso dos fogos de artifício conhecidos como espadas - - está proibida em Senhor do Bonfim, cidade do norte da Bahia.

A "Guerra" acontece tradicionalmente durante as festas juninas, com um artefato que é uma variação mais potente dos tradicionais buscapés, feitos de bambu, pólvora e limalha de ferro.

A cultura do São João é tão forte que a cidade já foi até conhecida como a capital baiana do forró. Além da festa, a tradição marcante do lugar é a guerra de espadas, que mais uma vez está no centro da polêmica sobre a guerra de espadas, já que Ministério Público da Bahia (MP-BA) aponta que a ação é ilegal. No entanto, alguns moradores do município são contra a suspensão da atividade.

Neste mês de junho, inclusive, o MP-BA lançou uma campanha para alertar os baianos sobre a ilegalidade da guerra de espadas. De acordo com o MP-BA, fabricar, possuir e soltar espadas é crime cuja pena pode chegar até seis anos de prisão.

"A espada, hoje, ela é lesiva, é um artefato explosivo e ela fere, mata. Mas há possibilidade da espada ser confeccionada, produzida, transportada e utilizada dentro dos padrões legais", explicou a promotora Joseane Nunes.

A Associação Cultural de Espadeiros de Senhor do Bonfim estima que cerca de sete mil pessoas participem da guerra de espadas todos os anos na cidade. Trezentas pessoas fazem parte da instituição que luta para manter viva a tradição que começou ainda na década de 30.

"O que a gente mais quer é brincar com paz e alegria na manifestação que aprendemos com nossos pais. A gente recebe, com muita tristeza, essa taxação de criminoso, por parte do poder público, representado pelo Ministério Público", disse Rodrigo Vanderley, um dos integrantes da associação.

Em 2003 foi instituído o Estatuto do Desarmamento e a proibição da guerra de espadas se baseou no Artigo 16, que trata da posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito. Desde então, o Ministério Público acompanha a situação da guerra de espadas.

A partir de 2015, o órgão estadual expediu recomendações com restrições sobre as espadas. A proibição da tradicional "guerra de espadas" já havia sido determinada pelo Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) em 2017, após ser considerado um pedido feito pelo MP-BA.

Já em 2018, o Ministério Público Estadual recomendou ao município de Senhor do Bonfim, que não promova ou coopere com a soltura da guerra de espadas, prática onde fogos de artifício, semelhantes a pequenos foguetes, são utilizados como espadas.

As cidades que recebem mais atenção são Cruz das Almas, Senhor do Bonfim, Santo Antônio de Jesus, Sapeaçu, Muritiba, Cachoeira, Nazaré das Farinhas, Muniz Ferreira, São Felipe, São Félix, Castro Alves e Campo Formoso. Nestes lugares, a cultura da guerra de espadas é muito forte.

Fonte: TV São Francisco

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ISTOÉ RETRATA MINISTRO DA EDUCAÇÃO COMO PALHAÇO E DIZ: “VIROU UMA PIADA NACIONAL”

A revista IstoÉ divulgou a capa  deste deste fim de semana. A publicação traz uma foto do Abraham Weintraub, ministro da Educação do governo Bolsonaro, com nariz de palhaço.

Com a manchete "Um Ministro Pirotécnico", a revista destaca que o gestor é "dono de performances circenses" e marca sua gestão "pelo obscurantismo e pela incapacidade administrativa".

"Criticado por pais, alunos, professores, militares e parlamentares, ele virou uma piada nacional", diz a revista. A capa causou polêmica nas redes sociais, com comentários a favor e contra o ministro.
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LUIZ HELIO: A VOZ, A LUZ DE LUIZ GONZAGA, A LUZ DOS SERTÕES

A voz do Rei Luiz me remete à tenra infância quando encarnando um serelepe guri eu escapulia da barra da saia de mamãe e disparava em direção àquele cercadão com cheiro de grama e de gado que era o pátio da Exposição Agropecuária do Crato. 

Em meio ao colorido das varetas de algodão doce, das girafas, onças pintadas e macaquinhos de borracha que encantavam outros “zoiudos cabrinhas” iguais a mim, lá no alto do palco estavam os sanfoneiros das terras cariris puxando o fole e esquentando o povão antes de entrar em cena o véio “Lua”.

Não entendia direito o significado das canções entoadas pelo vozeirão imponente daquele simpático e bonachão senhor encourado tal qual um vaqueiro. Mas havia algo de mágico ali que encantava e enternecia de tal forma a simplesmente deixar-me paralisado durante todo o show, o qual acompanhava pelas pontas dos pezinhos e agarrado à grade. Nada temia naquele momento, nem a multidão e nem a terrível claustrofobia que normalmente me atormentava quando estava em locais com grandes aglomerações.

Aqueles versos e melodias bailavam ao vento e chegavam aos meus ouvidos falando de coisas alegres e também tristes de uma forma tão cativante e encantadora que estranhamente trazia saudades de coisas as quais eu sequer ainda havia vivido. Confesso que não lembro de fato, mas segundo minha mãe “seu Gonzagão” chegou a passar a mão na minha cabeça e brincar comigo quando passamos por sua mesa num restaurante localizado no centro do Crato e meus pais pararam para cumprimentá-lo.  

A verdade é que essas cenas gonzaguianas nunca saíram da minha memória e até hoje mexem profundamente comigo. E... não, isso não me fez virar um especialista em Luiz Gonzaga ou ser um pesquisador desse mestre da cultura nordestina. Não sei nem quantos discos ao todo ele lançou desde o começo da carreira até a sua “triste partida”. Quantas canções ele compôs, quantos livros já escreveram sobre a vida desse fantástico viajante brasileiro? Sinceramente não sei dizer.

Mas uma coisa é certa: eu fui tocado pela mensagem desse iluminado gênio, por sua ungida alma de digno sertanejo e hoje entendo perfeitamente a verdade e grandiosidade da sua obra, sempre pautada pela bravura, pela honestidade, pelo amor à sua terra e ao seu povo.

Em novembro do ano passado parei em Exu quando voltava de Juazeiro do Norte e visitei o Museu do Gonzagão, que estava vazio e no mais absoluto silêncio naquele início de causticante tarde. Era o momento ideal para ter novamente a oportunidade de estar pertinho e receber a energia de seu Luiz. Até então minhas aproximações com Gonzaga aconteciam (e acontecem) apenas no período junino quando sempre assisto ao DVD do único show registrado em vídeo até hoje, o especial da TV Globo com a despedida do Rei do Baião. E também pelos CDs que toco no carro durante a mais nordestina época do ano.

Após as primeiras fotos na área externa resolvemos (eu, minha mãe e minha esposa) entrar para apreciar a exposição: a farda do exército da época de recruta; as sanfonas; os inúmeros discos de ouro e troféus; as reportagens do mundo inteiro, as roupas etc. E quando ainda havia muito a ser visto, um retrato num quadro levou-me às lágrimas e a uma inexplicável tremedeira: o registro da dor e da tristeza de Gonzaguinha (o filho), com o braço em cima do caixão do pai, contemplando o vazio.

Acabava ali a minha visita. O guia, preocupado, acompanhou-me até o lado de fora e ofereceu-me água. Ainda sentei num banquinho em frente à casinha de reboco até me restabelecer emocionalmente e seguir viagem, ainda perturbado por aquela imagem, como se naquele momento eu tivesse sentido as reais presenças dos dois Gonzagas. Pai e filho que após tantos desencontros estavam ali juntos para sempre, numa única alma transformada em luz do sertão.

Por isso mesmo não fiz esforço algum para ir às merecidas comemorações do centenário de Luiz Gonzaga. Duvido que em meio a tanta festança, multidão e barulho eu conseguiria sentir mais uma vez a presença desse “Rei enluarado chamado Luiz”. Um dia voltarei e serei mais uma vez recompensado.

Obrigado, seu Gonzaga! Minha singela homenagem eu faço através da poesia de Virgílio Siqueira e da voz de Zélia Grajaú com a canção “Um Rei de Couro”, que em minha humilde opinião, é a mais bela tradução desse “sanfoneiro, vaqueiro feliz” que era “feito de fibras de lua e de sol”, disponível no youtube:   http://www.youtube.com/watch?v=rsWhiidKI0s

*Luiz Hélio - poeta, escritor, jornalista e membro da Academia Juazeirense de Letras
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Concurso de Quadrilhas Juninas será realizado neste sábado (08) em Petrolina

A 48º edição do Concurso de Quadrilhas Juninas será disputada neste sábado (08) em Petrolina. O evento começa às 17h na quadra do Ginásio do Sesc. Estão inscritos na competição 11 grupos da região. A entrada é gratuita.

Segundo o secretário-executivo de Cultura, Cassio Lucena, as quadrilhas juninas serão avaliadas de acordo com os seguintes critérios: casamento; marcador; coreografia; figurino; música e tema.

Serão premiadas as três primeiras quadrilhas. Elas receberão, respectivamente, R$7 mil, R$R$ 6mil e R$4mil, além de troféu. Os melhores noivo, noiva, marcador, rei, rainha, figurino, torcida e trilha sonora também serão contemplados com troféu.

Confira a ordem de apresentação:
FOLGUEIRARTE: 17h30
EXPLODE CORAÇÃO: 18h10
BUSCAPÉ: 18h50h
IMPÉRIO CAIPIRA: 19h30
ENCANTO NORDESTINO: 20h10
NAÇÃO NORDESTINA: 20h50
DANADO DE BOM: 21h30
BALÃO DOURADO: 22h10
FORRÓ XAXADO: 22h50
OCE TÁ BOA: 23h30
RENASCER DO SERTÃO 00h10

Fonte: TV Grande Rio

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Recife: Sarah Lopes, Bia Marinho, Flávio Leandro e Coral de Aboios participam do Projeto Tengo Lengo Tengo

A Missa do Vaqueiro, um romaria de renovação de fé que ocorre há 49 anos em Serrita, no Sertão pernambucano, será realizada pela primeira vez na capital do estado, Recife.

A atividade faz parte do projeto Tengo Lengo Tengo que tem o intuito de homenagear os 30 anos de morte de Luiz Gonzaga e padre João Câncio.

Além da tradicional celebração religiosa, marcada para o dia 16 de junho, às 16h, no vão livre do Cais do Sertão, será realizada uma programação cultural extensa iniciada no dia 13 de junho até 27 de agosto. A iniciativa é da Empresa de Turismo de Pernambuco (Empetur) em parceria com a Companhia Editora de Pernambuco (Cepe) e o Cais do Sertão.

A Sala São Francisco, no Cais do Sertão, receberá uma mostra dividida em três seções: a seca, a Missa do Vaqueiro e a influência do Rei do Baião no País. 

Visando a preservação da cultura e tradição dos vaqueiros a partir de recursos que relembram o cenário do Sertão, serão realizadas também oficinas, rodas de conversas, agenda musical e o lançamento da biografia de João Câncio, escrita por Vandeck Santiago, editor-executivo do Diario.
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Flavio Baião no ritmo de Luiz Gonzaga promove Ensaios de São João na Avenida Flaviano Guimarães nesta sexta (7)

O cantor, compositor e sanfoneiro Flávio Baião, promove toda sexta-feira, o Projeto Ensaios de São João.

O evento reúne nesta sexta 7, a partir das 20hs,  os amigos e os convidados Jorginho Fernandes e João Sereno.

Além de Jorginho Fernandes e João Sereno haverá apresentação da Quadrilha Junina Licutixo. 

Os Ensaios de São João com FLÁVIO BAIAO acontece na Avenida Flaviano Guimarães. 

Nascido em Juazeiro no ano de 1968, Flávio Marcelo Mendes da Silva, o Flávio Baião é a síntese de um seguidor do forró feito por Luiz Gonzaga, Trio Nordestino e Dominguinhos. Ele é fiel ao valorizar o nome artístico que ganhou: Flávio Baião. 

Inspirado no tradicional chapéu de couro e sua simplicidade de ribeirinho nascido nas margens do Rio São Francisco Flávio é baião já gravou cinco Cds e 1 DVD. 

No chiado da sanfona, na batida da zabumba e no zunido do triângulo, esse músico segue difundido os autênticos ritmos nordestinos. Coco, baião, xote xaxado e arrasta- pé são as palavras de ordem desse grande cantor. Da sua voz ecoa melodias que revelam o jeito de ser e de viver do seu povo, suas músicas são marcadas pelo calor festivo presente no sertanejo; sendo o sol o maior dos holofotes a iluminar esse artista que, de tão apaixonado pela sanfona, adotou por sobrenome Baião.

Flávio conta que desde criança foi embalado pelas canções de Luiz Gonzaga, no vai e vem das quadrilhas juninas. "Minha mãe, dona Belinha é a responsável por tudo que faço em nome da cultura". 

Em 2015, o sanfoneiro, cantor e compositor Flávio Baião recebeu da Câmara de Vereadores de Juazeiro, a Comenda Doutor Pedro Borges Viana. 

A Comenda é uma forma de agradecer e homenagear pessoas que prestam relevantes serviços a comunidade. Flávio Baião atualmente além de inúmeros shows beneficentes é responsável por uma Escola de Música, que atende crianças e adolescentes no aprendizado da sanfona e outros instrumentos. Flávio Baião no ano de 2013 gravou o seu primeiro DVD-Feiras do Nordeste. 
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A 35° edição do Festival de Violeiros acontece na quarta 12, em Petrolina

Repentistas e cantadores de viola consagrados nacionalmente, a exemplo de Ivanildo Vila Nova, Valdir Téles e Zé Viola, vão se reunir nesta quarta-feira (12) no Sertão de Pernambuco.  O 35º Festival de Violeiros de Petrolina começa às 19h na Concha Acústica, gratuitamente, e promete movimentar o público com o talento do improviso, a literatura de cordel e o dedilhar da viola.

Tradicional evento que já faz parte do calendário junino do município, o festival traz também nesta edição nomes como Moacir Laurentino, Raulino Silva, Rogério Menezes, Fracinaldo Oliveira, Máximo Bezerra, Antonio José, Bê Caboclo, Dimas Fernandes, Rinaldo Aleixo, Paulo Maia, Damião Enésio e Cícero de Souza. Realizada pela Associação dos Cantadores e Poetas do Vale do São Francisco em parceria com a Prefeitura de Petrolina, Bonusclube, Rádio Grande Rio AM e comércio local, a competição vai premiar as melhores duplas com troféus e valores em dinheiro.

Segundo o coordenador do evento e poeta, Natanael Cordeiro, uma comissão julgadora formada pelos poetas Romeu Honório, Pereira e Antonio Severo se encarregará de avaliar a métrica, rima e oração da arte repentista dos cantadores. A programação, apresentada por Isnaldo Nogueira e Teones Batista, será transmitida pela Rádio Sertão Online.

O Festival de Violeiros de Petrolina nasceu em 1981 como parte das comemorações do aniversário da Rádio Emissora Rural a Voz do São Francisco. Na época, o jornalista Juarez Farias elaborou a programação juntamente com o poeta Zé Moura, o radialista Vinícius de Santana, o padre Gonçalo e o empresário Joaquim Florêncio. 

Em 1990, com a morte de Juarez Farias, o festival deixou de ser realizado por 4 anos. Foi retomado em 1995 pelos radialistas Zé Cachoeira (já falecido) e Teones Batista. Com a criação da Associação dos Cantadores e Poetas do Vale do São Francisco, em 2006, o festival passou então a ser coordenado por Natanael Cordeiro.
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