Areia, na Paraíba, é a quarta cidade com mais estabelecimentos produtores de cachaça no Brasil

O município de Areia, no Brejo paraibano, é a quarta cidade brasileira em número de estabelecimentos produtores de cachaça registradas no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). O dado faz parte do Anuário da Cachaça, com dados pioneiros da bebida que é produzida no país. 

Segundo o estudo, Areia possui sete estabelecimentos registrados no Mapa, perdendo apenas para os mineiros Belo Horizonte (19) e Salinas (9) e São Roque do Canaã, em Sergipe, que tem 10 estabelecimentos.

O Anuário da Cachaça, divulgado na última terça-feira (28), revelou, ainda, que a Paraíba é o sexto estado em número de estabelecimentos, empatado com o vizinho Pernambuco, ficando entre os dez estados com mais estabelecimentos produtores de cachaça registrados no Brasil.

Conforme levantamento realizado até o final de dezembro de 2018, os produtores de cachaça totalizam 951 estabelecimentos registrados no Mapa. Deste montante, a liderança fica com o estado de Minas Gerais, bem acima dos demais, com 421 estabelecimentos, sendo que na sequência aparecem os estados de São Paulo (126), Espírito Santo (74) e Rio de Janeiro (50), evidenciando a concentração da produção de cachaça na região Sudeste com 671 estabelecimentos, representando mais de 70% da produção nacional.

Em seguida aparece a região Nordeste com 138, correspondendo a 14,5%, a região Sul com 99, portanto 10,4%, a região Centro-Oeste com 33, cerca de 3,5% e, por fim, a região Norte, com apenas 10 produtores, com a fatia de 1,05%.
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A campanha de Bolsonaro contra a cultura brasileira não deu certo

Duas chapoletadas em Bolsonaro: na terça-feira foi o Prêmio Camões, o mais importante da literatura portuguesa, e depois o Prêmio do Júri em Cannes para o filme Bacurau. A campanha de Bolsonaro contra nossa cultura não deu certo.

Todos sabem que o presidente Bolsonaro tem cortado o apoio à cultura no Brasil. Ele provavelmente deve achar que cultura não é importante, pois nunca lhe fez falta.

Assim, o Brasil estará condenado, caso esse presidente exerça seu cargo durante quatro anos, a perder sua projeção internacional nas diversas manifestações artísticas em que tem se sobressaído. Vai ser uma enorme marcha à ré que nos condenará à mediocridade.

Mas por enquanto não é. E talvez toda a pressão contra nossa cultura acabe provocando resultado inverso. Na terça-feira, foi Chico Buarque quem ganhou o mais importante prêmio da literatura de língua portuguesa, o Camões, concedido por Portugal e o conjunto dos países de língua portuguesa, por ele ser, além de compositor, escritor e dramaturgo. Uma enorme honra para todos nós, brasileiros.

E não é só: a conquista pelo cinema brasileiro do Prêmio do Júri, com o filme Bacurau, de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, no Festival Internacional de Cinema de Cannes, o mais importante festival de cinema do mundo, é uma outra bela resposta, para não dizer chapoletada, no presidente Bolsonaro, empenhado em cortar verbas e subvenções culturais a fim de provocar uma paralisação da nossa criação artística no teatro, cinema, dança e literatura.

Hoje governado pelo que existe de mais atrasado, desatualizado e reacionário, chegando a ser motivo de chacota aqui na Europa, o Brasil culto, inteligente, atualizado, livre, laico e não racista resiste a essa onda reacionária e retrógrada.

Permito-me transcrever aqui as palavras dos vencedores ao jornal parisiense Le Monde quando perguntados pelo repórter sobre a situação cultural no Brasil:

“Ah, se você soubesse! Nunca eu teria pensado viver essa situação aos 50 anos. Estamos andando num terreno totalmente desconhecido. O Rio de Janeiro, cidade que adoro, tornou-se totalmente deprimente. A maioria das pessoas fala em seu desejo de sair do Brasil. Existe uma grande tristeza. As pessoas andam de cabeça baixa, como nos anos 80”, diz Juliano Dornelles.

E Kleber continua, falando da pressão do governo sobre a cultura: “Tudo o que se relaciona com o mundo das ideias é ridicularizado, diminuído, destruído: as universidades, os festivais, os programas de ajuda social. Todo o dinheiro destinado à cultura foi cortado e os artistas são criminalizados. O presidente se refere aos artistas como drogados”.

Talvez poucos saibam, mas quando Cannes selecionou o filme Bacurau, de Kleber e Juliano, as autoridades brasileiras demoraram a oficializar a escolha, pois era algo que os incomodava.

Fonte*Rui Martins é jornalista, escritor, ex-CBN e ex-Estadão, exilado durante a ditadura. 
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"Seu João de Ana", resiste ao tempo moderno e mantém bodega de pimenta e cachaça

Nas décadas de 50/60/70 a cena mais comum nas ruas de Juazeiro era a figura da bodega.

Contam-se décadas do tempo em que elas, as bodegas tinham de tudo para prover um lar. Da lenha ao pão fresco, que podia ser devidamente acomodado no saco de pano trazido de casa. 

Em Juazeiro, Bahia, em pleno século XXI, o tradicional entra e sai de gente para pedir ou pagar o copo de cachaça já consumido direto para o "seo João de Ana", resiste ao tempo e não se rende a modernidade com muita conversa boa ao pé do balcão e simpatia.

João Barros Medrado há mais de 50 anos é comerciante. No próximo dia 23, véspera de São João, ele vai completar 77 anos. Nascido em Queimadas, Bahia, diz com orgulho que é juazeirense desde os 8 anos quando a família veio morar nas margens do Rio São Francisco.

Atualmente ele trabalha, no bairro do Cajueiro, avenida Flaviano Guimarães, antiga rua de Baixo e mesmo que que tenha sido obrigado a deixar as verdadeiras características da bodega, como a venda de produtos a granel, por exemplo, guarda o mais importante: “a bodega e referência para a comunidade a sua volta e cumpre papel fundamental dentro do setor do comércio local".

Na "Bodega de João de Ana" que homenageia o nome da mãe, vende pimenta e a pinga. Pimenta cumari, Pimenta-do-reino preta, Pimenta dedo-de-moça e a mexicana são algumas das variedades.

"A pimenta mexicana é muito forte, conhecida no mundo por ser uma  das mais ardidas. Já as cachaças além da pura tenho as de raízes; canela, quebra faca, todas, dizem, medicinais", brinca Seu João.

A jornalista e escritora Cristina Laura diz que "Seu João é teimoso, resiste e por isto teve que ser reinventado para sobreviver em tempos modernos com criatividade”.

A jornalista explica:" as bodegas que antigamente eram consideradas como uma pequena venda de produtos secos e molhados, vem do latim  apothéca, lugar onde guardam comestíveis, e do grego apothêke, deposito, armazém, adega, taberna".

"As bodegas são de origem milenar e tinham quase tudo que a população precisava. Na Bodega de Seu João de Ana a especialidade é cachaça e  pimenta. Os assuntos continuam frutificando com as rodas de conversas e assim todo dia tem encontro de amigos e acrescente a isto um tira gosto bem caseiro com os temperos mais saborosos", revela Cristina ressaltando que a procura da clientela é mais por bebida mesmo.

O lugar tem um tamanho razoável, mas fica pequeno com tanta coisa. As paredes são forradas de cachaças e pimentas, o balcão deixa visível em cima e nas prateleiras a variedade até desconexa de produtos.

Seu João fez a vida e a dos filhos do trabalho diário de comerciante. "Já tive açougue, trabalhei viajando por vários estados, mas é aqui nesta cidade, Juazeiro que sou  feliz com os amigos", conta.

"As bodegas fazem parte de nossa história e falar nelas é mergulhar no tempo nostálgico, é reviver fatos de nossos  antepassados. Uma bodega que não sai da minha memória é a do saudoso Pai de  Wilson Duarte, Seu Caca", finalizou "Seu João de Ana".

A Bodega que "Seu João" comentou virou até música: A Bodega da Saudade.

A poesia de Wilson é cantada pelo irmão Gervilson. A música dá nome ao trabalho, cd gravado e retrata uma tradicional Bodega, na Flaviano Guimarães, onde viveram a infância e juventude. A canção tem uma participação especial do cantor Flávio Leandro.

A Bodega de “seu Cacá” marcou uma época no comércio local, principalmente no atendimento de famílias que moravam próximo da “rua de baixo”, Coréia, Flaviano Guimarães, Cajueiro e moradores da área rural, de Lagoa do Boi a Pinhões, Itamotinga, Abóbora, Poções, dentre quase uma centena de povoados no interior de Juazeiro, que ali se abasteciam. A grande maioria, lembra os filhos, deixava na “Caderneta de fiado” um débito para pagar “no mês que vem ” e consequentemente levar outra feira.

Dessa Bodega, situada no início da Flaviano Guimarães, “seu” Cacá criou e educou os 6 filhos, Gervilson, Engenheiro/Sanfoneiro; Miriam/Psicóloga; Edson Duarte, Ex-deputado e ex-ministro do Meio Ambiente; Edilson, Empresário; Célia, Advogada e Wilson Duarte ou Zé Brocoió, Radialista e humorista.

“Fomos criados todos dentro dessa bodega, ajudando a atender a clientela de amigos e aprendendo desde cedo as operações matemáticas, os primeiros conceitos de economia, mas principalmente uma regra que nosso pai não abria mão: o respeito aos clientes, todos eles colocados na conta de amigos e amigas”, disse Wilson Duarte, que é autor, com o irmão Gervilson Duarte, da canção intitulada Bodega da Saudade, que conta a história dessa Bodega e faz uma homenagem a “seu” Cacá, que faleceu há cinco anos.

Casado com Dona Judite, que ainda mora no mesmo local onde funcionou durante muitas décadas a bodega, “Seu Cacá” deixou uma marca que ainda é muito lembrada: Sua irreverência, seu jeito de receber amigos e contar histórias e mais histórias.

Outras bodegas também tiveram seu apogeu de sucesso naquela área: A de “Seu Maninho”, na avenida Flaviano e as bodegas de “Seu Zé Melancia” e a de “Seu Neném", na Henrique Rocha. 
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Maciel Melo: No tabuleiro pênsil de uma ponte um bardo violeiro mergulhava fundo nas águas turvas de sua imaginação

No tabuleiro pênsil de uma ponte velha sobre um rio seco, um bardo violeiro mergulhava fundo nas águas turvas de sua imaginação. Viajava no tempo e no espaço; pescava ilusões perenes naquele rio que nunca encheu, mas também nunca secou. 

Mirava o horizonte, e planava como se fosse uma pipa sob o céu de sua cidade, um lugarejo envultado no oco da caatinga do Sertão do Nordeste do Brasil. Lá onde os ventos uivam de madrugada e os espíritos se rebelam, amotinados na calçada da igreja, tirando o sono das almas sebosas que vivem maldizendo da vida alheia.

Ah! Mesmo assim, orgulha-se de lá ter nascido. Varou a vida, abriu cancelas, caiu na lapa do mundo, foi fazer rastro onde o chão era mais fofo, onde o amor era afluente, e a vida tinha tudo pra vingar. Viajou léguas além, nadou em águas rasas e barrentas, foi no fundo do poço das desilusões, mas emergiu intacto, ileso, sem remorsos, sem rancores e sem mágoas.

Estava ali, pescando pensamentos pra alimentar seu corpo, sua alma e sua mente. Estava exausto, um pouco descontente com a leviandade da vida, mas categórico em não entregar os pontos. Afinal, a guerra sempre foi seu plano de batalha. Recuar, sim; perder a ternura, nunca! Jamais.

Nasceu para ser o que é, e jamais mudará o conceito de ser o que sempre quis.

Compartilhou sentimentos, semeou palavras, colheu concelhos e guardou as sobras de carinhos que ajuntou durante meio século de vida. A fortuna é pouca, mas infinda; a usura foi uns caquinhos de seduções que escondeu no coração, e, de vez em quando, vai lá e dá uma beliscadinha. Coisas que para uns não valem nada, mas, para ele, valem o preço da uma eternidade. Ah! Também cavou uma botija, enterrou um trancelim, rabiscou um mapa num pergaminho e enviou para o endereço seguinte: Reino do singelo, castelo do prazer, cidade do sossego, estado do paraíso, universo de Deus.

*Cantor e compositor
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Tenente Coronel e fundador da Escola Militar de Petrolina é nomeador vice diretor do Colégio Dom Bosco

Com perplexidade a comunidade católica recebeu nesta sexta-feira (30), a informação que o fundador do Colégio Militar foi nomeado Vice Diretor Administrativo – Financeiro do Dom Bosco em Petrolina.

Através de nota faço o atual diretor administrativo,  Dom Francisco Canindé Palhano dignou – se nomear um Vice Diretor Administrativo – Financeiro para o Colégio Diocesano Dom Bosco. Segundo a nota ele "que estará a nos ajudar na condução da gestão do Colégio Diocesano Dom Bosco".

Ainda na nota a direção diz que o novo vice diretor "trata-se do Tenente Coronel André Rodrigues, que tem um relevante serviço prestado à educação em Petrolina, sendo o Fundador do Colégio Militar e seu primeiro Diretor".

Pelas redes sociais a notícia não agradou um grupo de pais de alunos. Um dos comentários diz que a nomeação pode até tratar de um nome competente, mas "pega mal para uma escola católica ter um diretor militar e certamente na mesma linha e mesma sintonia de pensamento político do atual Governo de Bolsonaro".


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Lucimar Freitas (Lu Vaqueira) recebe Medalha de Honra ao Mérito Dom Malan

Os vereadores Elismar Gonçalves e Maria Elena de Alencar homenagearam Lú Vaqueira com a principal comenda da Casa Plínio Amorim. A Sessão Solene aconteceu nesta quinta (30) para homenagear Lú com a Medalha de Honra ao Mérito Dom Malan.

Familiares, amigos e a vaqueirama lotaram o plenário para prestigiar a homenagem a mulher guerreira que luta para manter a cultura nordestina viva.

Lucimar Lima de Freiras, conhecida popularmente Lú Vaqueira, emocionou à todos os presentes ao entrar na sessão solene entoando um aboio acompanhada pelo som da sanfona, triângulo e zabumba.

Elismar Gonçalves frisou "a Medalha Dom Malan para Lú é sinônimo de reconhecimento de sua história e o legado que Dom Malan deixou para Petrolina e o nosso reconhecimento vem confirmar sua trajetória como professora, policial rodoviária federal, produtora rural, mas sobretudo por sua representação na defesa do homem do campo bem presente em sua entrada ao cantar um dos hinos do mestre Luiz Gonzaga ao nosso vaqueiro".

 "Vou carregar para o resto da minha vida esse momento com a presença de todos os amigos e familiares. Um momento que será gravado em minha memória e meu coração, porque coisa boa se eterniza", agradeceu a homenageada.

Os vereadores ratificaram a importância de Lú para a manutenção da cultura do homem do campo em Petrolina.
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EM PETROLINA, FRENTE PARLAMENTAR DISCUTE RISCOS AO SÃO FRANCISCO APÓS TRAGÉDIA DE BRUMADINHO

Nesta segunda, 3 de junho, a Frente Parlamentar em Defesa do Rio São Francisco promove em Petrolina uma audiência pública para discutir os riscos que o Velho Chico corre após o rompimento da barragem da Vale, ocorrido no município de Brumadinho (MG).

Entre os objetivos, estão a análise da contaminação no rio e os impactos nos usos múltiplos das suas águas. O evento será na Câmara de Vereadores, às 9h, e conduzido pelo deputado estadual Lucas Ramos (PSB), coordenador do colegiado.

A audiência contará com a presença de ambientalistas, pesquisadores, representantes da sociedade civil e de instituições públicas como prefeituras e câmaras de municípios do Vale do São Francisco.

"Estamos somando esforços para construirmos soluções que possam evitar uma contaminação das águas do rio mais importante do Nordeste, o que prejudicaria diretamente a agricultura familiar e irrigada, a pesca artesanal, o abastecimento, o turismo e a geração de energia", explicou Lucas Ramos. "Após realizarmos reuniões no Recife, Cabrobó e Floresta, trouxemos o debate para a maior cidade do Sertão. Petrolina tem ligação forte com o São Francisco e o desenvolvimento da nossa região depende da saúde do rio, portanto é obrigação de todos defendê-lo", afirmou.

De acordo com o pesquisador Neison Freire, da Fundação Joaquim Nabuco, os rejeitos lançados após o rompimento da barragem comprometeram o Rio Paraopeba, um dos afluentes do Velho Chico. "Coletamos 36 amostras em doze pontos e, analisando a velocidade de deslocamento da pluma de minérios, verificamos que no dia 12 de março ela chegou à represa de Três Marias e desde então vem contaminando o São Francisco em uma proporção desconhecida, mas preocupante", alerta.

TRAGÉDIA – No dia 25 de janeiro, a barragem 1 do Complexo Mina Córrego do Feijão rompeu e despejou quase 13 milhões de metros cúbicos de rejeitos minerais. A lama cobriu prédios administrativos da mineradora Vale, incluindo o refeitório onde muitos trabalhadores almoçavam no momento do desastre. Uma usina de beneficiamento foi atingida, além de casas, uma pousada, propriedades rurais, plantações e área de Mata Atlântica em Brumadinho. Até agora foram confirmadas 244 mortes e 26 pessoas continuam desaparecidas.

Logo após a desastre, foi criada por iniciativa do deputado Lucas Ramos a Frente Parlamentar em Defesa do Rio São Francisco, sendo aprovada por unanimidade na Assembleia Legislativa de Pernambuco. Também integram o colegiado os deputados Fabrizio Ferraz (vice-coordenador, PHS), Isaltino Nascimento (relator, PSB), Dulcicleide Amorim (PT), Roberta Arraes (PP) e Pastor Cleiton Collins (PP).

Fote: Alepe





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