DEUS ERA TOCADOR DE PIFE E FOI SOPRANDO NUM PIFE FEITO DE TABOCA, QUE DEU VIDA AO HOMEM COM SOPRO FIEL

Deus era um tocador de pife e foi soprando nele, num pife feito de taboca, que deu vida ao Homem com seu sopro fiel". (Aderaldo Luciano).

Uma das manifestações culturais mais emblemáticas da cultura são as bandas de pífano. Entra São João, e sai São João, e sempre se escuta falar nelas, mas tem muita gente que acha que uma banda de pífano são só aquelas bandinhas que tocam nos palcos menores [e esquecidos] do São João de Caruaru, sem saber do real valor e importância dessas bandas para a cultura e história do Nordeste e do país.

Antes de mais nada, é importante saber brevemente o que é uma banda de pífano. Segundo Onildo Almeida, antigamente, até a década de 60 não se chamava pela palavra “banda”, isso veio surgir depois, muito provavelmente por causa de influências do rock da Jovem Guarda [1]. Onildo ainda diz que o que existia era “a Zabumba de José, a zabumba de Mario…” e assim por diante. Mas existia outros nomes pra designar o grupo instrumental, como: Zabumba, Terno de Zabumba, Terno de Pife, Esquenta-mulher, Quebra-resguardo, Cabaçal, e outros [2].

O pífano (ou pife) é um tipo de flauta transversal feita em material cilíndrico (geralmente de Taboca, metal ou PVC) com 7 furos, um pra assoprar e 6 pra dedilhar, geralmente tem 3 tamanhos: “Régua Inteira”, “Três Quartos”, e “Régua Pequena”, onde quanto maior a grossura ou o tamanho do cano mais grave o som, e vice-versa [4].

No inicio de 1967, Gil viajou pa Recife pra fazer um show no Teatro Popular do Nordeste (TPN), que era uma espécie de ponto de encontro de intelectuais e artistas da época. Gil chegou em Recife exatamente no momento em que “nas ruas da capital pernambucana existia uma necessidade de renovação, uma vontade de criar novos sons e firmar uma identidade”. Nesses encontros com os artistas, Gil recebe um convite de Carlos Fernando para ir a Caruaru em um dos intervalos de seus shows conhecer “uma bandinha de pífanos muito boa” [3]. Jomard Muniz de Britto e Geraldo Azevedo estavam lá ministrando uma oficina, e foram todos juntos, incluindo ainda Mário Florêncio e Souza Pepeu, pro Clube Intermunicipal assistir a banda de pífanos. Essa apresentação emocionou muito Gil, que desde de então quis gravar a banda e colocar uma de suas músicas em um disco seu.

Foi nesse momento que Gil remeteu o som da banda de pifano ao album “Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band” dos Beatles, que tinha acabado de ser lançado [5] - em junho do mesmo ano - (em especial a música “Strawberry Fields Forever”, que segundo ele, lembrava muito “Pipoca Moderna”). Gil voltou pro RJ, e foi conversar com Caetano, com idéias de repensar a criação musical, propondo combinações na linguagem musical com uma perspectiva política (lembrando que eles estavam em plena ditadura militar). Gil basicamente propôs fundir essas influências do que vem de fora com o que o Brasil já tem, como Beatles e Banda de Pífano.

Foi basicamente por causa disso que no ano seguinte em 1968 que nasceu o “Panis et Circense”, e a partir daí se deu início a fase que nós chamamos de Tropicalismo.

Panis et Circense (1968)
Em referência a essa história que Geraldo Azevedo e Carlos Fernando escreveram a música “Forrozear”, gravada depois por Gil, e a partir daí, a banda de seu Sebastião, ficou conhecida como os “Os Beatles de Caruaru”.

Desde essa visita de Gil a Caruaru em 1967, ele teve a intenção de gravar a banda de pífanos e colocar uma das músicas em um disco seu. Em 1972 Gil volta do exílio com o intuito de fazer uma pesquisa sobre o folclore brasileiro e visita Caruaru com o intuito de manter contato e gravar alguma coisa da banda. Gil passou 3 dias na cidade, e em um sábado, quando a banda de pífanos estava tocando na frente de uma loja, o filho do prefeito chama o grupo e diz que: “tem um tal de Gilberto Gil aí querendo conhecer vocês”, e a banda não tinha nem ideia de quem era. 

Quando o grupo chegou a casa do prefeito, começaram a tocar várias músicas e depois Gil disse: “Muito bom, vocês tocam muito bem. Uma dessas músicas que eu gravei vai entrar no meu disco”. Logo depois disso, Gil tocou algumas músicas dele, e os integrantes do grupo acharam a música de Gil estranha, “não entenderam nada” [1]. Logo depois disso, o prefeito chamou o grupo pra almoçar e pagou um cachê pela gravação. O contato foi pouco, só uns 15 minutos mais ou menos, e a bandinha não “botou fé” nessa gravação de GIil, porque muitos já tinham prometido gravar e divulgar a banda, e até então nada.

Primeiro Disco:
A partir de umas influências de Gil, noticias da banda de pífano chegam aos ouvidos das gravadoras do RJ, e a CBS foi a primeira a procurá-los pra gravar um disco. Nessa época a gravadora tinha um departamento de música regional comandada por Abdias dos 8 baixos, que era por sua vez, amigo íntimo de Onildo Almeida. O combinado foi que a gravadora era responsável pela gravação e distribuição do disco, além de arcar com as despesas de hospedagem da banda no RJ se a prefeitura de Caruaru comprasse 500 cópias, e custeasse o transporte e a alimentação da banda. Tudo certo, o prefeito Anastácio topou e Onildo Almeida fez essa negociação entre a CBS e a prefeitura.

Onildo supervisionou a escolha das músicas, e consequentemente teve algumas influências, como algumas músicas suas no disco. O prefeito também deu uns pitacos e exigiu que entrasse no disco umas músicas que falasse de Caruaru, como “Caruaru Caruara” do radialista Lídio Cavalcante e “É tudo Caruaru” do médico Janduhy Finizola.

As fotos da capa, foram realizadas em um estúdio fotográfico do RJ e inspirada nas coreografias que a banda fazia nos shows além de umas orientações de Abdias [1].

Bandinha de Pífano Zabumba Caruaru (1972)
A partir da década de 70, a banda consolida a carreira, e grava o segundo disco chamado “Bandinha de Pífano Zabumba Caruaru - Volume dois”, em 1973.

Bandinha de Pífano Zabumba Caruaru (1973)
Pipoca Moderna:
Ainda em 1972, Gil pega uma das músicas gravadas naquele dia na casa do prefeito, em Caruaru e cumpre sua promessa, colocando ela como 1º faixa do seu mais novo disco “Expresso 2222”, lançado em 1972, a música “Pipoca Moderna”, de composição de Sebastião Biano da década de 60 - Além de conter no mesmo disco, logo na sequência, a música “Sai do Sereno” de composição de Onildo Almeida.

Gilberto Gil - Expresso 2222 (1972)
Gil colocou no disco, a música da gravação original, ou seja, a música toda instrumental. Apenas em 1975 que Caetano Veloso, coloca letra na música lançando no seu disco “Jóia” terminando de fundir a “Pipoca Moderna” na linguagem da música popular brasileira [3]. A partir daí, Caetano ganha co-autoria da música, e a banda de pífanos regrava ela, agora com letra, e em um andamento mais lento que a versão original instrumental, no seu 3º disco, em 1976, pela gravadora Continental em SP, chamado “Banda de pífano de Caruaru” [1] [3].

Caetano Veloso — Jóia (1975)
Banda de Pífano de Caruaru (1976)
Sobre a história da música “Pipoca Moderna”, o próprio Sebastião Biano fala que foi inspirado nas máquinas de fazer pipoca, em Caruaru, quando ele viu essas máquinas pela primeira vez. Ele só conhecia a pipoca feita na panela, na qual ele já tinha feito uma música chamada de “Pipoquinha”, inspirada no barulho do milho estourando. Quando ele viu pela primeira vez a pipoca da máquina ele espantado disse:

“Então, aquela pipoca bonita assim, eu botei um nome nela: pipoca moderna. Porque a outra pipoca é pequena, a que a gente faz em casa, mais miudinha. Eu inspirei outra música nela, “Pipoquinha”. E essa é uma pipoca muito bonita, bem alva, da cor de um pedaço de côco. Como é que pode ficar desse tamanho, uma pipoca desse tamanho? Aí inspirei a música. “Pipoca Moderna”. E ficou uma música bonita, viu. Ficou bonita.”

Discografia:
No total, a banda de pífano de Caruaru conta com 6 LPs e 1 CD, que além dos 3 primeiros já citados, tem mais esses:
Banda de Pífano de Caruaru (1979)
Disco produzido por Macus Vinicius, que era um grande incentivador de música folclórica. Nesse disco foram incluídas versões de clássicos já gravados anteriormente como “Briga do Cachorro com a onça”, “Pipoquinha” e “Pipoca Moderna - essa por sua vez, aparece em versão instrumental, parecida com que Gil gravou em 1972.

A Bandinha vai tocar (1980)
Segundo disco gravado por Marcus Vinicius, e nesse disco já tem uma mudança de repertório com a escolha de alguns clássicos do forró de autorias de outras pessoas, como Feira de Mangaio (Sivuca/Glória Gadelha), Forró em Limoeiro (de Edgar Ferreira, mas ficou conhecida com Jackson do Pandeiro) e São João do Carneirinho (Guio de Morais/Luiz Gonzaga)

Raízes do Pífano (1982)
Disco gravado em SP, quando a banda já estava morando lá. Detalhe que nesse disco, tem uma instrumentação nova que é a presença de um contrabaixo, cavaquinho e sanfona.

Tudo isso é São João (1999)
Depois de 17 anos sem gravar nada, a banda lança seu primeiro disco em CD, pela gravadora Trama, e a maioria das músicas são de autoria de outras pessoas [1].

Como se não bastasse, em pleno movimento Manguebeat a música “Pipoca Moderna” da banda de pífano também teve uma versão no 1º disco da banda Mestre Ambrósio em 1996.

Mestre Ambrósio — Mestre Ambrósio (1996)
Conclusão:
A partir dessa história, percebemos o valor simbólico e cultural da banda de Pífano de Caruaru, e com isso podemos enxergar as bandas de pífanos em geral com um olhar maior de importância, não só no São João, mas em todas as épocas do ano. Além da banda de seu Sebastião Biano, existe uma infinidade de outras bandas como a Banda de Pífano Zé do Estado e a Banda de Pífano Dois Irmão (banda de João do Pife), além das bandas mais atuais como a Banda de Pífano Vitoriano Jovem (banda de Andinho do Pife) e por aí vai.

Enfim, a história é grande, aqui foi apenas uma delas, e pra saber e conhecer mais sobre a história e a importância das bandas de pífano em Caruaru, sugiro visitar a Casa do Pife, localizada na Estação Ferroviária que tem mais um monte de material, além de perceber a importância de lugares de resistência e preservação da memória cultural de uma cidade como a Casa do Pife.

Franlim Junior *Texto originalmente escrito em 26/02/2015
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NOVO FILME SOBRE LUIZ GONZAGA SELECIONA PESSOAS INTERESSADAS EM ATUAR

A história de Luiz Gonzaga, dessa vez focando em sua infância, vai inspirar a produção de um novo filme: ‘Legua Tirana’. As filmagens vão acontecer em cidades do Sertão do Araripe. Para isso, os diretores estão selecionando pessoas interessadas em atuar na obra cinematográfica. As vagas são limitadas.

As inscrições podem ser realizadas até o dia 12 de agosto, exclusivamente, através do e-mail: leguatirana@cinemanointerior.com.br. Para participar, é preciso apresentar uma apresentação pessoal com até 30 segundos de duração.

O elenco do filme está em busca de candidatos para viver os personagens de Luiz Gonzaga jovem (moreno, 17 anos), Januário jovem (moreno, 20 e 22 anos), Santana jovem (morena, 18 a 22 anos), Raimundo e Jacó (morenos, criança e jovem, 10 e 17 anos) e outros papéis (crianças e jovens entre 9 e 17 anos).

Os candidatos selecionados participarão de oficinas de interpretação ministradas pelo preparador de elenco Christian Duuvoort.

Légua Tirana: Um mergulho no universo de cores, ritmos e sonoridades de onde Luiz Gonzaga surgiu para revolucionar a música brasileira. seguindo o fluxo de consciência do artista em seu momento final, o filme acompanha o menino Luiz Gonzaga em seu aprendizado de vida. Nesta jornada em busca do seu dom e do seu destino, ele aprende a ouvir o mundo escutando músicos, rezadeiras, romeiros, cegos de feira, comboieiros, retirantes e finalmente com a própria natureza. de cada um desses mestres, recolhe o essencial para construir a matriz sonora da sua revolução musical.
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CIENTISTAS ALERTAM PARA O RETROCESSO AMBIENTAL NO BRASIL

Artigo publicado na revista Nature Climate Change alerta que disputas político-partidárias no Brasil podem interferir nas metas para o Acordo de Paris. O documento foi aprovado em 2015 na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP21) com o objetivo de manter o aumento da temperatura média global abaixo de 2ºC.

Professor do Programa de Pós-Graduação em Ciência Ambiental do Instituto de Energia e Ambiente (IEE) e da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP, Pedro Luiz Côrtes concorda e afirma que “esse risco é evidente”.

“O que se percebe é um abrandamento, por parte do governo, da política de redução do desmatamento, da fiscalização em torno disso”, diz Côrtes.

“É um retrocesso”, reforça. “Esse descuido —falta de fiscalização e de empenho do governo— faz com que o desmatamento volte a crescer. E aí reduz nossa possibilidade de contribuição global para redução dos gases de efeito estufa.”
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FLÁVIO LEANDRO, OS CHEIROS, CAFÉ, SONS, CORES E TONS DA MÚSICA UNIVERSAL

O professor paraibano, radicado no Rio de Janeiro, doutor em ciência da literatura Aderaldo Luciano, sempre lembra que Luiz Gonzaga foi pedra angular, referência -mor do forró, mas o Rei do Baião, não trilhava sozinho. Havia por trás de si, uma constelação de compositores, músicos, além de profícuos conhecedores do seu trabalho, amigos talhados de sol, nascidos do barro vermelho, com almas tatuadas por xique-xiques e mandacarus.

Em meio ao sertão neste final de semana o cantor e compositor Flávio Leandro, na imensa humildade, grandeza de conhecimento da alma humana e suor do trabalho, energia que preenche vazios em cada silêncio mostrou o quanto Luiz Gonzaga revolucionou a música e o sentimento da cultura e universo.

Na companhia da amizade de Italo Lino e o sanfoneiro Flávio Baião visitamos Exu, Pernambuco, terra do Rei do Baião Luiz Gonzaga e logo após a Missa da Saudade 29 anos ausência de Luiz Gonzaga e da gravação DVD na Casa do Rei, fomos a Bodocó, no Reino Encantado da Poesia Palavra, lá o nosso café/almoço  Alimento mais sublime, a educação, foi compartilhado no lar Febo com Flávio Leandro.

No sábado, preciso contar os elos estradas do bom pensamento: estivemos na Fazenda Ipueira, caminho que leva até a Fazenda Araripe. Ali mora "Seu Zé". Aprendi que origem da Palavra Humaytá é indígena significa pedra preta. Humaitá é o nome de uma batalha fluvial ocorrida em 1868, no rio Paraguai entre forças brasileiras e paraguaias. Esta batalha visava destruir a fortaleza de Humaitá que impedia a passagem da esquadra brasileira para chegar à Assunção atual capital do Paraguai. A vitória foi da esquadra brasileira.

"Fio da Peste Flávio Baião seja bem-vindo". A voz e abraço do compositor e empresário Luiz do Humaitá. Luiz é um gaúcho. Apaixonado e sensível ás coisas boas do nordeste. Pegou um violão e debulhou um rosário de boas músicas. Nestas bandas ele já colheu vários frutos, em deles o CD Luiz do Humaytá Avulso. Trabalho magnifico e destaque para a música  Chuva no Sertão (Luiz do Humaytá, Maurissio Santti e Elisangela Saraiva) e Chuva de Honestidade (Flávio Leandro). No cd a sanfona de Cicinho de Assis e Targino Gondim.

Todo este sentimento retrata o diálogo reflexão do átomo que "o Nordeste continuaria existindo caso Luiz Gonzaga não tivesse aterrissado por aqui há cento e seis anos. Teria a mesma paisagem, os mesmos problemas. Seria o mesmo complexo de gentes e regiões. Comportaria os mesmos cenários de pedras e areias, plantas e rios, mares e florestas, caatingas e sertões.

Mas faltaria muito para adornar-lhe a alma. Sem Gonzaga quase seríamos sonâmbulos. Ele, mais que ninguém, brindou-nos com uma moldura indelével, uma corrente sonora diferente, recheada de suspiros, ritmos coronários, estalidos metálicos. 

Luiz Gonzaga plantou a sanfona entre nós, estampou a zabumba em nossos corpos, trancafiou-nos dentro de um triângulo e imortalizou-nos no registro de sua voz. Dentro do seu matulão convivemos, bichos e coisas, aves e paisagens. Pela manhã, do seu chapéu, saltaram galos anunciando o dia, sabiás acalentando as horas, acauãs premeditando as tristezas, assuns-pretos assobiando as dores, vens-vens prenunciando amores.

O seu peito abrigava o canto dolente e retorno dos vaqueiros mortos e a pabulagem dos boiadeiros vivos. As ladainhas e os benditos aninhavam-se por ali e aqui buscando eternidade". 

A música eleva a Alma.

E assim é nosso Nordeste, Bodocó Exu, Rio Grande do Sul, Sul Sudeste, Bahia Europa e Pernambuco...de mala e cuia de uma Amizade conversa sincera na Paz do Sertão.
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EXU, PERNAMBUCO, CELEBRA OS 29 ANOS DE MORTE DO REI DO BAIÃO LUIZ GONZAGA

O Projeto Sertão Mais Criativo aconteceu na cidade de Exu-Pernambuco, entre os dias 02 e 05 de agosto. O evento, realizado pela Unidade do Sebrae no Sertão Central, Moxotó, Pajeú e Itaparica e AD Diper, com apoio da Prefeitura Municipal de Exu-PE, teve como objetivo fomentar a economia criativa da região.

A abertura oficial aconteceu na quinta à noite com várias apresentações artísticas, além da presença do Som na Rural, que atraiu a atenção do público de várias idades, além das  apresentações da companhias de teatro Traquejo e Ochi. Durante a solenidade de abertura, Pedro Lira, Gerente da Unidade do Sebrae no Sertão Central, Moxotó, Pajeú e Itaparica, falou sobre a importância do evento para o desenvolvimento da região. "Diante de uma crise, onde os números de desemprego só aumentam, a economia criativa vem como protagonista para mudar esse cenário", afirmou.

Já na sexta-feira (03), aconteceu um ciclo de palestras e rodadas de negócios no auditório do Sebrae, sobre Direitos Autorais e Economia Criativa, Economia Criativa e Fontes de Financiamento. Márcia Xavier, representante da União Brasileira de Compositores – UBC, proferiu palestra sobre Direitos Autorais e Economia Criativa, destacando a importância de registrar suas produções e fazer parte da UBC.

"Quando o artista tem a preocupação de fazer o registro de sua produção e ter o apoio da UBC, sempre que o material dele for utilizado em qualquer produto, nós temos esse controle e fazemos as cobranças necessárias. O processo de criação é prazeroso, mas é preciso fazer dele um negócio. Entender seus valores e cobrar por eles", explica Márcia.

Ainda durante toda a sexta-feira, os participantes tiveram a oportunidade de obter informações valiosas, como: Economia criativa, com André Lira e Lima Filho; Fontes de financiamento, Leonardo Salazar e uma rodada de negócios com Márcia Xavier, Paulo de Castro, Roger de Renor, Paulo André e Taciana Portela.

No sábado, durante a tradicional feira livre, que acontece na praça de eventos, aconteceram várias intervenções artísticas e culturais, bem como a palestra Viagem em torno do palco – O artista empreendedor, com Jessiê Quirino. O seminário terminou com a missa da saudade no Parque Aza Branca em homenagem ao aniversário de morte de Luiz Gonzaga.

Ana Paula Santos, analista do Sebrae e gestora do projeto, se surpreendeu com a aceitação do público e com o número de artistas participantes. "Nós nos surpreendemos com o público que conquistamos para este evento. Famílias inteiras prestigiaram nossa abertura, e dezenas de pessoas se interessaram em participar das nossas palestras, consumindo cultura. É muito gratificante chegar ao final de cinco dias de programação e perceber que tínhamos público todos os dias, e um público agradecido por estarmos aqui, fazendo a diferença", conta.

Ainda segundo Ana, a preparação agora será voltada para o seminário em Serra Talhada. "Agora em Setembro teremos o Sertão Mais Criativo de Serra Talhada, que vamos focar no audiovisual e fotografia. As expectativas são as melhores possíveis e promete ser um grande evento", finaliza.

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PROCISSÃO DAS SANFONAS COMPLETA 10 ANOS E LANÇA EXPOSIÇÃO SOBRE LUIZ GONZAGA

Em sua décima edição, a famosa Procissão das Sanfonas de Teresina-Piauí aconteceu ontem quinta-feira (02). O tradicional evento da cidade, que homenageia Luiz Gonzaga e toda a cultura nordestina, tem como percurso a Igreja de Nossa Senhora das Dores, passando pelo calçadão da Simplício Mendes, até o Museu do Piauí.

Como de costume, a procissão reúne sanfoneiros, artistas, amantes do baião, fãs de Gonzagão e um grande público que sai da Igreja de Teresina. Com apoio da Prefeitura de Teresina através da Fundação Municipal de Cultura Monsenhor Chaves (FMC), este ano ao final da procissão aconteceu a abertura da exposição itinerante Luiz Gonzaga, com acervo do memorialista Reginaldo Silva. 

A Expozaga já passou por diversas cidades no país, conta com cerca de 300 objetos pessoais do Rei do Baião, entre gibão de couro, chapéus, óculos, fotografias, livros, artes plásticas, entre outros objetos do artista que ficarão expostas no Museu do Piauí.

De acordo com o presidente da FMCMC, Luís Carlos Alves, a procissão é um momento de exaltação a alegria e a cultura nordestina. “A música nordestina é querida em todos os cantos do país. Nossa cultura respira alegria e cores, e por isso a procissão é tão querida entre os teresinenses, pois passa para novas gerações a importância de Luiz Gonzaga”, afirma.

O professor Wilson Seraine, presidente da Colônia Gonzaguiana, idealizador do evento e um estudioso da obra e vida de Luiz Gonzaga, conta que a celebração já faz parte do calendário cultural da cidade e marca o aniversário de morte de Luiz Gonzaga.

“São 29 anos da partida deste grande nome da música nordestina, a cada edição o evento fica maior e reúne ainda mais admiradores do Gonzagão. É um momento que os sanfoneiros confraternizam”, disse.

 “É magnífico o trabalho, porque é mais que uma homenagem, é uma forma de estar resgatando a memória e o trabalho do grande Rei do Baião. Reunimos crianças e idosos de até 90 anos, apaixonados pela música e pela obra de Gonzaga. É uma festa muito bonita e que cresce a cada ano”, afirmou.

A procissão conta ainda com bonecos gigantes de Luiz Gonzaga, Padre Cícero e Lampião e, nesta edição, ganha mais um boneco, o de Maria Bonita.
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BLOCO GONZAGAO E CASA DOS ARTISTAS CELEBRAM 29 ANOS DE MORTE DO REI DO BAIAO

O bloco O Gonzagão foi idealizado em 1996, portanto são 22 anos valorizando e preservando a memória do sanfoneiro Luiz Gonzaga. Neste dia 02 de agosto de 2018, o Grupo mais uma vez presta homenagens ao Rei do Baião. Sanfoneiros e pesquisadores formaram uma roda de sanfona para celebrar a ausência física do sanfoneiro do Riacho da Brígida.

O presidente do Bloco O Gonzagão, João Luiz, diz que é tradição todo ano, 
dia 02 de agosto, a festa da saudade e no dia do nascimento especial 13 de dezembro, o grupo se unir e ir participar da Missa de Ação de Graças em Exu.  "Ouvimos música, uns trazem discos vinil antigo, até fita cassete, outros já mostram a tecnologia mais avançada que tem destaque Luiz Gonzaga. E assim mantemos viva a história de Luiz Gonzaga".

No espaço, localizado no bairro João XXIII em Juazeiro, onde funciona o ponto de encontro dos Gonzagueanos, existe uma exposição de quadros da vida e obra de Luiz Gonzaga e toda uma gastronomia nordestina.

O Grupo O Gonzagão foi fundado pelos amigos João Luiz, sanfoneiro cantor e compositor Targino Gondim, Flávio Baião. O Grupo atualmente é grupo uma associação filantrópica, sem fins lucrativos, com ações também voltadas para o social.

Em Petrolina o dia 02 de agosto foi celebrado na Casa dos Artistas. O sanfoneiro Luiz Rosa reuniu os fãs e admiradores de Luiz Gonzaga, logo nas primeiras horas desta quinta-feira 02 de agosto.

"Aqui todo dia é dia de celebrar, festejar. Aqui Luiz Gonzaga vive", finalizou Luiz Rosa.
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