NÃO É SÓ OS CAMINHONEIROS QUE ESTÃO SENDO PREJUDICADOS PELA ALTA DOS COMBUSTÍVEIS. ISTO ESTÁ PREJUDICANDO TODO MUNDO, DIZ PRESIDENTE ASSOCIAÇÃO

O presidente da Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), José da Fonseca Lopes, disse hoje (24) que a mobilização dos caminhoneiros nas rodovias do país só será encerrada quando o presidente Michel Temer sancionar e publicar, no Diário Oficial da União, a decisão de zerar a alíquota do PIS-Cofins incidente sobre o diesel.

Para poder ser sancionada pelo presidente, a medida precisa, antes, ser aprovada pelo Senado. Fonseca disse que os bloqueios nas estradas estão ganhando força inclusive de grupos não ligados aos caminhoneiros.

“Não são só os caminhoneiros que estão sendo prejudicados pela alta dos combustíveis. Isso está prejudicando todo mundo, inclusive temos recebido mensagens via redes sociais para continuarmos mantendo o movimento. Há insatisfação da sociedade com o governo”, disse.

Segundo Fonseca, os caminhoneiros não estão proibindo a passagem de veículos que transportam itens essenciais como remédios nem cargas vivas, produtos perecíveis ou oxigênio para hospital. Ônibus com passageiros e ambulâncias também estão podendo passar pelos bloqueios.

O representante dos caminhoneiros voltou a criticar a política de preço da Petrobras. “A equiparação com o preço internacional [do petróleo] foi a pior medida que podia ser feita.”
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MESTRE ESPEDITO SELEIRO E ARTE DE TRABALHAR O COURO

"O cabra chegou para meu pai e disse que queria uma sandália diferente, de solado quadrado, sem marca da curva da sola do pé. Mostrou um modelo desenhado. Meu pai disse que fazia. Dias depois o cabra veio buscar a encomenda e perguntou a meu pai se ele sabia para quem era a sandália. 'Não é para você?', meu pai perguntou. 'Não, é para o Capitão Virgulino'. 'Pois leve a sandália e nem precisa pagar'".

É assim que Espedito Velozo de Carvalho, o Mestre Espedito Seleiro, de 80 anos, resume como surgiu a sandália mais famosa de tantas de seu ateliê em Nova Olinda, cidade do interior do Ceará, a 500 km de Fortaleza.

A sandália de solado quadrado era mesmo para o Capitão Virgulino Ferreira, o Lampião, chefe do bando de cangaceiros que impunha medo, respeito e fascínio no interior do Nordeste nos anos 1930.

O solado quadrado, sem indicar qual era a frente da sandália, tinha um propósito: despistar as volantes, como eram chamadas as equipes policiais que caçavam os cangaceiros pelo sertão. "O solado quadrado deixava uma pegada quadrada, de modo que a volante não conseguia saber para que lado Lampião tinha ido, se estava indo ou voltando", explica Espedito Seleiro.

O filho do criador da sandália de Lampião se transformou, nos últimos anos, em uma assinatura valorizada no mundo da moda, do cinema e do design. Espedito (assim mesmo, com S) Seleiro fez peças para marcas como Farm, Cavallera e Cantão.

Em 2006, participou da São Paulo Fashion Week. Sua obra foi tema da exposição "Da Sela à Passarela", que passou por São Paulo e Rio de Janeiro. É criação de Espedito Seleiro o gibão colorido de couro usado pelo personagem do ator Marcos Palmeira no filme O Homem que Desafiou o Diabo (2007).

Seleiro apareceu no programa da global Regina Casé, cliente de suas sandálias. Recebeu em 2011 a Ordem do Mérito, concedida pelo Ministério da Cultura a personalidades do setor. Seu trabalho cheio de referências do sertão, com couro colorido e enfeitado, atraiu os designers Humberto e Fernando Campana, que fizeram em 2015 uma parceria com Seleiro para uma linha de móveis intitulada Coleção Cangaço, juntando madeira, palhinha e couro, e os móveis são a novidade em seu trabalho.

"É bom variar, fazer coisas novas", filosofa o artesão.

Ainda menino, Espedito aprendeu com o pai, Raimundo Seleiro, que aprendeu com o pai dele, Gonçalves Seleiro, filho de Antônio Seleiro, a arte de tratar e transformar o couro de boi e de cabra em peças usadas pelos vaqueiros, como selas, cintos e chicotes.

Para vaqueiro, mesmo, ele nunca teve talento: no primeiro dia em que montou no cavalo para laçar um boi levou uma queda tão feia que desistiu da profissão.

Quando ele ainda era criança, sua família fugiu da seca e trocou o sertão dos Inhamuns, área mais árida do Ceará, pelo quase sempre verde Cariri, na região sul do Estado, divisa com Pernambuco. Aos 16 anos, em busca de uma vida melhor, Espedito foi embora para o Paraná. Ficou três anos, sempre trabalhando com couro, e voltou para o Cariri.

Um dia, cansado de tantas peças parecidas – sandálias de couro são uma tradição no interior do Ceará, vendidas em cada esquina e cada mercado popular –, viu que precisava inovar. Usando produtos naturais, como a tintura da casca do angico, árvore comum na região, tingiu o couro.

Fez sandálias vermelhas, azuis, amarelas e roxas, cheias de desenhos. Levou para um conhecido no mercado vender. No outro dia vieram pedir mais, e as sandálias coloridas abriram caminho para que ele se diferenciasse dos demais artesãos.

O criador das sandálias coloridas ganhou a admiração da então secretária de Cultura do Ceará Violeta Arraes – de uma família tradicional do Cariri e irmã de Miguel Arraes, cearense que fez carreira política em Pernambuco, Estado que governou três vezes.

O diretor de TV e cinema Guel Arraes, filho de Miguel Arraes, também se tornou cliente das sandálias de couro de Seleiro, e a fama do artesão foi se espalhando.

Um dia, o educador Alemberg Quindins, criador da Fundação Casa Grande, premiada organização de Nova Olinda que capacita crianças e jovens para as artes, pediu a Seleiro que fizesse uma sandália igual à de Lampião para uma exposição sobre o Cariri.

Seleiro tinha guardado os desenhos do pai e reproduziu a sandália "cobertão", de solado quadrado. "Mudei o nome para sandália Lampião. E quando me pediram um modelo para mulher, fiz a sandália Maria Bonita", explica o artesão.

O trabalho atraiu também a atenção da pesquisadora Heloisa Bueno Rodrigues, que fez de Seleiro personagem principal de sua dissertação de mestrado defendida em outubro de 2015 no Programa de Cultura e Territorialidades da UFF (Universidade Federal Fluminense) e intitulada Espedito Seleiro: filho dos Inhamuns, mestre do Cariri e artista do Brasil.

Num estudo sobre economia criativa e cultura, apresentado num seminário na Fundação Casa de Rui Barbosa, no Rio de Janeiro, a pesquisadora analisa como Seleiro se diferenciou dos demais artesãos ao inovar dentro da tradição popular, mantendo sua identidade. Ao mesmo tempo, explica que o trabalho de Seleiro não é só produto de sua sensibilidade individual de artista, mas resultado de um conjunto de conhecimentos, histórias e tradições.

"O Ceará é muito marcado pelo que historiadores como Capistrano de Abreu chamam de civilização do couro, um ciclo econômico baseado na criação de gado. A obra de Espedito Seleiro traduz essas tradições dos vaqueiros, dos cangaceiros, dos ciganos, desses homens que se espalharam pelo interior do Nordeste. E ele conseguiu manter sua originalidade dentro dessa tradição, conseguiu se diferenciar", afirma a pesquisadora.

Assim como aprendeu o ofício em família, Seleiro ensina o que sabe aos filhos, netos e sobrinhos, e juntos eles mantêm a cooperativa Associação Familiar Espedito Seleiro, que reúne 22 profissionais.

Mestre Seleiro é um professor exigente, que acorda de madrugada, cobra qualidade em cada passo do trabalho e manda recomeçar tudo se achar algo errado. "Eu ensino, eles fazem, eu vejo se ficou bom. Se estiver boa, assino a sandália. Se estiver ruim, desmancho e mando fazer de novo".

Em sua oficina, entre aprendizes e cortes de couro, Seleiro recebe quem chega e tem sempre tempo para um dedo de prosa. Ao lado da oficina criou o Museu do Couro, que conta a história de sua obra e também a saga dos vaqueiros no sertão.

Seleiro sabe que é imitado por muitos, mas não liga. Às vezes pensa em registrar sua marca, às vezes não. De olho nas novidades, investe em capas para celulares e tablets e selas de moto.

Entre bolsas, mochilas, carteiras e sandálias, as peças trazem tons e desenhos inusitados. Lembram vestidos coloridos numa quadrilha, disputas de vaquejadas, cangaceiros em luta, leques ciganos, flores brotando – e todas as cores do sertão em dias de chuva depois dos meses de seca.

Fonte: Fernanda Escossia-BBC
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CASO BEATRIZ: LÚCIA MOTA LANÇA PRÉ-CANDIDATURA PELO PSOL E DIZ QUE NÃO VAI SE CALAR

A morte da menina Beatriz Mota, assassinada em Petrolina, no ano de 2015, durante festa no Colégio Auxiliadora, com mais de 42 facadas ganha a partir deste domingo (20), a luta partidária que terá como lema o pedido de justiça.

No ato político e cultural, Lúcia Mota, mãe de Beatriz, assassinada com 7 anos de idade, lançou pelo Psol-Partido do Socialismo e Liberdade, a pré-candidatura a deputada Estadual pelo estado de Pernambuco.

Diversas lideranças e movimentos sociais participaram do evento que foi marcado pela emoção e denúncias contra a falta de estrutura da segurança pública que assola Pernambuco. A direção do Psol de Juazeiro esteve presente no ato do lançamento das pré-candidaturas.

"A partir de agora sou uma opção de voz para pedir justiça por Beatriz e todos aqueles assinados e que são estatísticas no Estado de Pernambuco. Vamos lutar por Justiça", disse Lúcia Mota.

Lúcia também informou o próximo ato solicitando Justiça pela morte de Beatriz vai acontecer em Brasilia. O protesto vai acontecer na Procuradoria Geral da República.

Lúcia revelou que escolheu o Psol para concorrer as eleições 2018, devido a ficha limpa dos seus membros e legitimidade de 'ser cidadã que não se sente representada desde que o crime aconteceu e até agora assiste a inoperância dos políticos em defesa da segurança e justiça que até o momento se mostra omissa".

"Não vou me calar. Serei um incomôdo e pedirei justiça sempre em nome da causa que é de todos", justificou Lúcia.

No ato foi lançado a pré-candidatura das quatro mulheres, intituladas feministas que disputarão o Governo de Pernambuco e o senado nas eleições de outubro deste ano. A chapa do Psol é formada pela coligação com o PCB. A candidata ao Governo caberá a historiadora e advogada Danielle Portela.
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AREIA PARAIBA 172 ANOS

Areia viveu em mim, nos primeiros anos, como o mundo possível, o mundo visível. Era geografia e cosmografia, a terra e o céu. Até onde minha vista alcançava, eu pude, ainda criança, percorrer. Relevo acidentado, vidas acidentadas. Céu nublado, vidas nubladas. O verde, segundo aprendêramos, era a esperança.

Os poucos e pequenos rios, os muitos açudes, as cachoeiras formavam nosso mar, o mar brejeiro. A cidade plantada sobre um manancial, um aquífero, fazendo brotar em cada vale um veio d'água, uma mínima lâmina corredeira. Não havia água encanada nas casas das pontas de rua, como se dizia.

Nós, os homens da Rua do Bode, descíamos para tomar banho, à noitinha, no sítio de Seu Zé de Zuza, no riacho caminhante lento para o Rio do Canto. Passávamos por um pé de jaca, numa encruzilhada malassombrada. Nas noites de lua, o sobrenatural fazia seu teatro, homens, fantasmas e lobisomens.

Hoje, o município completa 172 anos. A esperança ainda habita em mim, mas as assombrações foram extintas com o desaparecimento da encruzilhada e o encantamento da jaqueira. Os vídeos institucionais da prefeitura me pegaram num momento de estranha sensibilidade. Neles, vejo meus companheiros: Eliane, Luís, Dona Severina e João.

O peito apertou com a beleza, com a mão certeira na câmera dos que promoveram as tomadas, os movimentos, os depoimentos, as minudências. Talvez eu tenha sido um covarde ao partir. Vocês que ficaram seguraram a onda, suportaram as dores gerais, encontraram um caminho. Não acredito no futuro, acredito no presente. O futuro virá quando vier!

Areia é minha terra de amores!

Fonte: Aderaldo Luciano-professor doutor em Ciencia da Literatura
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ESTUDANTES TÊM ATÉ HOJE PARA SE INSCREVER NO ENEM

Termina hoje (18) às 23h59 (horário de Brasília) o prazo para os estudantes se inscreverem no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2018. As inscrições são feitas pela internet, na página do participante.

Mesmo os candidatos que pediram a isenção da taxa do Enem devem fazer a inscrição para a prova. Para se inscrever, o participante deverá apresentar o número do CPF (Cadastro de Pessoa Física) e do documento de identidade e criar uma senha. O candidato precisa também informar um endereço de e-mail válido e um número de telefone fixo ou celular, que será usado para enviar informações sobre o exame.

O pagamento da taxa de inscrição para quem não conseguiu a isenção, no valor de R$ 82, deve ser feito até 23 de maio nas agências bancárias, casas lotéricas e agências dos Correios.

Com o fim do prazo de inscrição, também fica encerrada a possibilidade de alterar dados cadastrais, o município onde o estudante quer fazer a prova e a opção de língua estrangeira. Os candidatos que precisarem de atendimento especializado têm que fazer o pedido no ato da inscrição.

Para o uso do nome social na prova do Enem, o pedido poderá ser feito entre os dias 28 de maio e 3 de junho.

As provas do Enem serão aplicadas em dois domingos, nos dias 4 e 11 de novembro. Os resultados serão divulgados em janeiro.
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DIA NACIONAL EM DEFESA DO RIO SÃO SÃO FRANCISCO TERÁ A 5º EDIÇÃO EU VIRO CARRANCA

Pelo quinto ano consecutivo, o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), comemora no dia 03 de junho, o Dia Nacional em Defesa do Rio São Francisco. Para divulgar essa data o CBHSF lançou, em 2014, a campanha “Eu viro carranca pra defender o Velho Chico”. O objetivo é conscientizar a população sobre a preservação do rio e mobilizar todos pelo uso responsável dos seus recursos hídricos.

Tendo a carranca como ícone, a ideia é chamar a atenção de todos para os graves problemas enfrentados pelo Rio e sua Bacia, e para a necessária e urgente revitalização, a fim de que o Velho Chico continue alimentando a vida e a esperança dos 18 milhões de brasileiros que dependem direta ou indiretamente de suas águas.

Para isso, serão realizadas uma série de atividades culturais e de educação ambiental, como distribuição de mudas, mobilização de crianças e adolescentes acerca do tema Rio São Francisco, através de totens interativos, shows musicais, barqueata, danças folclóricas regionais e muito mais.

Este ano, a campanha será realizada em duas cidades: Aracaju (SE) e Januária (MG).
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SINDICATO PEDE LIMINAR PARA BLOQUEAR VENDA DA CHESF

O Sindicato dos Urbanitários de Pernambuco (Sindurb-PE) ajuizou ação anulatória de assembleia geral da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf), que alterou estatutos da estatal, e para declarar o voto da Eletrobrás "abusivo, ilegal e lesivo", bem como para retirar a Chesf do programa de privatização. A Companhia é subsidiária da Eletrobrás.

A ação ordinária tramita na 32ª Vara Cível da Comarca do Recife e foi distribuída no dia 15 de fevereiro deste ano. A juíza acatou a ação e mandou ouvir a outra parte para depois analisar o pedido de liminar. De acordo com o advogado Antônio Campos, que cuida da ação, a Eletrobrás contestou e a Chesf não apresentou contestação.

Foi, então, apresentada réplica e renovado o pedido de imediata apreciação da tutela de urgência, para que, liminarmente, seja concedida a tutela de evidência ou a antecipação dos efeitos da tutela definitiva para que, até o julgamento final, sejam suspensas as deliberações tomadas na Reunião do Conselho de Administração da Chesf, realizada no dia 19 de janeiro. Além disso, para que seja também cancelada ou para que seja suspensa a execução das deliberações, uma vez que os acionistas foram chamados a apreciar encaminhamento decorrente da reunião nula.

Também pede que sejam suspensos os efeitos do voto do acionsita controlador Eletrobrás "por abusivo, lesivo e ilegal"; e que seja determinado ou coibido à Eletrobrás de deliberar sobre a privatização da Chesf, por via própria ou oblíqua, com também proibida a venda de qualquer ativo relevante, a exemplo de Sobradinho ou Xingó, ou de outro que a Chesf tenha participação, até o final da presente demanda.

“Essa ação ordinária abriu uma nova discussão da privatização da Eletrobrás, mais especificamente em relação a Chesf, demonstrando que ela deve ser retirada da privatização da Eletrobrás. Um possível comprador, se efetivada a privatização, pode ter a compra anulada inclusive no futuro”, argumentou Antônio Campos, que é o advogado da ação.
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