FLAVIO LEANDRO E O SENTIMENTO DA DESPEDIDA DE SEU TETÉ-JOSE FURTADO LEITE NETO

O pai do cantor e compositor Flávio Leandro, faleceu nesta quarta-feira (28). José Furtado Leito Neto, "Seu Teté", como é conhecido estava internado no Crato, Ceará. A família informou que o velório acontecerá em Bodocó, onde será Realizada uma Missa às 9hs na Igreja Matriz São José  e logo após o sepultamento na quinta-feira (01) de março.

Flávio Leandro, um dos mais talentosos compositores da música brasileira, autor de canções como De Mala e Cuia, Chuva de Honestidade, também imortalizou, "Seu Tetê), na música com o título de Meu Pai.
Confiram letra de Meu Pai:

"Quando tu chegava em casa
Com os pés pisando em brasa
E umas quatro na cabeça, Pai
Mãe saía pro terreiro,
Deus do céu que desespero!
Quanto tempo aquilo faz
E eu, um moleque sambudo
Pequenino, vendo tudo
Mãe, cadê pai?

Meu pai, o tempo agora é ouro
Eu tenho um grande orgulho de ser o seu filho
E adoro ver meus filhos de chamar de avo
Meu pai, dos cinco bons irmãos que vocês me deram
Um foi morar com Deus, os anjos lhe quiseram
E os quatro que ficaram são parte da minha vida
Eu sei, que do pai do seu pai, herdei um grão de milho
O gene que vai chegar ao filho do meu filho

Atrás desse bigode tem um homem bom
Debaixo do chapéu tem um cabra decente
Lá dentro dessa roupa de tom sobre tom
Mora o homem que me deu a vida de presente
No passo do sapato todo brilhoso
Vai andando o esposo de uma grande mulher
Seu anjo protetor e minha rainha
No coração de Izinha mora Teté
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ZÉ DANTAS SE VIVO FOSSE COMPLETARIA 97 ANOS

Se vivo fosse José de Souza Dantas Filho, O compositor Zé Dantas, completaria 97 anos de existência física. Nascido no dia 27 de fevereiro de 1921, a cidade de Carnaíba de Flores, Pernambuco, Zé Dantas, foi um dos mais importantes parceiros de Luiz Gonzaga. O Rei do Baião gravou 52 músicas do médico Zé Dantas.

Zé Dantas, faleceu há 56 anos, estava com apenas 41 anos. É o compositor que mais clássicos escreveu para  à música brasileira. Uma de suas músicas mais conhecidas, O xote das meninas tem mais de uma centena de gravações diferentes, sem contar com regravações pelo mesmo intérprete. Depois de Luiz Gonzaga e Ivon Cury, os primeiros que a gravaram, O xote das Meninas foi gravadas pelos mais diversos artistas, com versões inusitadas como a de Os Patinhos, Gerson King Combo, ou o Coro de Câmara Villa-Lobos.

Outros clássicos cantados Brasil e mundo afora da autoria de Zé Dantas são: A volta da asa branca, Vem morena, Forró de Mané Vito, Paulo Afonso, Algodão, Noites brasileiras, A dança da moda, A letra I,  Acauã, Cintura fina, Riacho do navio, Farinnhada, Samarica Parteira.

Luiz Gonzaga conheceu Zé Dantas em 1947, no antigo Grande Hotel, no Cais de Santa Rita. Zé Dantas era médico obstetra, chegou a diretor do Hospital dos Servidores do Rio de Janeiro, paradoxalmente faleceu em consequência do rompimento do tendão de aquiles, na fazenda de Luiz Gonzaga, em Miguel Pereira, região serrana fluminense.

"Para aliviar as dores, ele sofria também da coluna, Zé tomava cortisona, que mandava buscar nos Estados Unidos. Continuou tomando durante muito tempo, até três comprimidos por dia, aquilo comprometeu os rins. Ele sofreu o acidente num carnaval, e morreu no carnaval seguinte”. contava dona Yolanda Dantas, que criou os três filhos que teve com o compositor, ao mesmo tempo em que cuidava de preservar sua memória.

Zé Dantas participou do Programa na Rádio Nacional, junto com Humberto Teixeira, Luiz Gonzaga e o apresentador Paulo Roberto, o programa No mundo do baião.

Luiz Gonzaga dizia que Zé Dantas era "tão autêntico que chegava a sentir cheiro de bode nele".
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FAZENDA ARARIPE: IGREJA SÃO JOÃO BATISTA 150 ANOS DE HISTÓRIA

Este ano 2018, A Igreja de São João Batista, na Fazenda Araripe, localizada em Exu, Pernambuco  completa 150 anos. A professora e escritora Thereza Oldam é conhecedora dos episódios e sentimentos que nortearam a criação, o desenvolvimento e a consolidação do território exuense. Desde a época da colonização, quando a região ainda era habitada pelos índios Ançus, do tronco da nação Cariri. Passando pela chegada de seu fundador Leonel de Alencar Rego, até os dias atuais.

A professora escreveu no ano de 1968, uma apresentação para o disco Luiz Gonzaga-São João do Araripe., quando foi comemorado o centenário do Araripe, imortalizado em música até os dias atuais.

Na época escreveu Thereza Oldam: 
"O Povoado do Araripe, tantas vezes cantado pelo Rei do Baião, Luiz Gonzaga, é o desdobramento da Antiga Fazenda do Barão de Exu. Domina-o até os dias atuais, a Casa Grande. de estilo Colonial e a Capela de São João Batista. O Povoado do Araripe, está situado à margem esquerda do Rio Brígida, próximo da Fazenda Caiçara, berço de Barbara de Alencar.

Para os descendentes direto dos primeiros povoadores, o São João do Araripe é único. É o culto das suas melhores tradições. Anualmente, os festejos juninos são um pretexto para a confraternização, pois no calor da fogueira, comendo milho assado, discutem política, exaltam os seus herois, choram seus mortos e pedem aos céus a oportunidade de voltar sempre, sempre ao Araripe.

Ali, no Araripe aprenderam a venerar São João Batista, ouvindo vozez de Sinhazinha e Nora, ecoando o coro da Capela. Quem dos seus desconhece o Barão do Exu, Sinhô Aires, Neném de João Moreira, Santana de Januário, Dona de Seu Sete. Qual dos seus meninos não sentiu o irresistível desejo de puxar a corda do sino da igreja?

O Povoado do Araripe é um santuário de fraternidade do presente com o passado. Seu fundador deu-lhe a fidalguia e tradição e um seu filho deu-lhe a melodia do baião, este filho é Luiz Gonzaga.

Luiz Gonzaga nasceu no Araripe e ai sempre viveu! Ninguém melhor do que ele preservou as suas tradições e podemos afirmar que Luiz Gonzaga é a encarnação do Araripe, no amor que dedica á sua terra, na exaltação de sua gente. 

Ainda menino, Luiz Gonzaga, correu por aqueles patamares, gritando o bode ou tocando forró, crepitava em seu peito a ternura do Araripe, sem saber porque. Era a voz de um pássaro, os costumes do sertão, a beleza das coisas...e fugiu...fugiu porque seu coração não comportaria aquele grito da alma. Era a voz da terra. Era a arte. 

E a arte explodiu: surgiu o artista, o Rei do Baião, o filho de Januário e Santana, o cantor do Araripe. E hoje (1968), ocasião de seu Centenário, o Povoado do Araripe recebe comovido a homenagem de Luiz Gonzaga. É uma mensagem de arte e de amor: da arte que nasceu dele e não cabe nele, do amor que o torna maior fazendo os outros felizes.

O Araripe pede a Deus para seu filho a eternidade da arte que o persegue.

Fonte: Professora e escritora Thereza Oldam, Exu, Pernambuco, 20 de fevereiro de 1968
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RESPEITEM A SANFONA DE 8 BAIXOS DE CHIQUINHA GONZAGA

Esta semana durante conversa com Maira Barros, Ceceu e a sanfoneira Ana Marques, lá das bandas de Ilheus, Bahia lembramos de Chiquinha Gonzaga, irmã do Rei do Baião. lChiquinha Gonzaga em vida costumava dizer: "É preciso manter a tradição de meu pai Januário, o  maior sanfoneiro que o Nordeste já teve". Generoso, disposto a arrumar trabalho para a família inteira, Gonzagão criou o grupo Os Sete Gonzagas, formado por ele, o pai e mais cinco irmãos, incluindo, mesmo sob os protestos de dona Santana.

A cantora e compositora Francisca Januária dos Santos, Chiquinha Gonzaga, "partiu para o Sertão da Eternidade, aos 85 anos, no ano de 2011, era a caçula dos 10 irmãos de Luiz Gonzaga. Moradora da cidade de Santa Cruz da Serra, no Rio de Janeiro.

Em vida sua história foi marcada por lutas. Chiquinha enfrentou o machismo da sociedade. Irmã de Luiz Gonzaga, também seria vítima do mesmo tipo de preconceito ao arriscar as primeiras notas na sanfona de  oito baixos do pai, mestre Januário. Proibida de tocar pela mãe, Dona Santana, Chiquinha só aos 74 anos gravou um disco inteiro dedicado a sanfona de 8 Baixos. Méritos de Gilberto Gil, que bancou a idéia, produziu o CD e encorajou sua volta aos palcos.

Chiquinha e o compositor baiano ficaram amigos durante as filmagens, de "Viva São João!", documentário dirigido por Andrucha Waddington. No filme, um entusiasmado relato das festas juninas em 19 cidades do Nordeste, os dois visitam Exu, cidade da família Gonzaga, e relembram histórias do rei do baião e do sertão pernambucano. Na oportunidade Gilberto Gil prometeu que iria ajudar Chiquinha a voltar a gravar.

Devoto do baião, Gil já tinha feito o mesmo agrado ao irmão mais velho de Chiquinha, mergulhado no ostracismo no fim da década de 60, depois do  surgimento da bossa nova e da jovem guarda. O compositor baiano gravou "17 Légua e Meia", antigo sucesso de Gonzagão, no álbum "Gilberto Gil" - que contém "Cérebro Eletrônico"-, em 1969. Outro tropicalista, Caetano Veloso  (exilado em Londres), repetiria a homenagem dois anos mais tarde, numa histórica regravação de "Asa Branca".

O álbum "Pronde Tu Vai, Luiz?", lançado de forma independente, conta com a participação de Gilberto Gil na faixa-título, originalmente gravada por Gonzagão em 1954, num dueto com a irmã. Há outros convidados ilustres, como o tocador de gaita e acordeonista gaúcho Renato Borghetti, mas quem brilha mesmo é Chiquinha.

Chiquinha nas suas conversas contava que esperava os pais partirem para o trabalho na roça para que ela pudesse pegar a sanfona num canto do quarto de Seu  Januário. A farra durava pouco. Quase sempre era pega em flagrante pela mãe. "Larga isso, menina! Isso é coisa pra homem!", censurava Dona Santana.

A emancipação só veio em 1949, quando Luiz Gonzaga, já desfrutando da fama de sanfoneiro no Rio de Janeiro, como autor de "Baião", "Asa Branca" e "Juazeiro", comprou um caminhão e mandou buscar a família em Exu (Gonzagão queria que os parentes viajassem de avião, mas Seu Januário, indignado - ou com medo-, disse que não era urubu para andar pelos céus).

Tanto Seu Januário como Dona Santana, enraizados em Pernambucano, nunca pensaram em deixar o Estado. Achavam, aliás, que o Sul do país não era lugar para o "menino" Luiz se aventurar.

Mudaram de idéia e foram para o Rio de Janeiro. A viagem para o Rio de Janeiro durou  vários dias ("tinha até fogão dentro do caminhão", lembrava Chiquinha), mas 
valeu a pena, principalmente para a jovem cantora.

A popularidade do irmão explodiu na década de 50 e Chiquinha, mesmo sem tocar sanfona, passou a cantar forró em pequenas casas noturnas do Rio. No embalo do irmão gravou cinco LPs e estrelou programas de rádio. 

Chiquinha sempre lembrava de histórias curiosas dessa fase. Como chegou a desfrutar 
de um relativo sucesso, algumas pessoas passaram a confundi-la com a musicista carioca de mesmo nome, morta 20 anos antes, em 1935. "Eu achava que esse tipo de confusão nunca aconteceria. Mas ficava assustava quando pediam para eu cantar 'Ô Abre-Alas' (marcha carnavalesca de estrondoso sucesso, composta em 1899)", recorda-se Chiquinha.

Gonzagão, principal incentivador da irmã e seu padrinho musical, tratou de desfazer a confusão. Passou a apresentá-la aos donos de casas noturnas e empresários como "Chiquinha Gonzaga, a Cantadora de Forró". Ela lembra que, mesmo assim, sempre havia alguém que estranhava a ausência do piano clássico no palco.

"É preciso manter a tradição de meu pai Januário, o maior sanfoneiro que o Nordeste já teve", dizia Chiquinha, cantarolando "Respeita Januário", um dos 
grande sucessos de Gonzagão: 'Luiz, respeita Januário/ Luiz, respeita Januário/ Luiz, tu pode ser famoso mas teu pai é mais tinhoso/ E com ele ninguém vai, Luiz/ Respeita os oito baixo do teu pai/ Respeita os oito baixo do teu pai." 
  
"Chegou a hora de respeitarem os oito baixos da irmã de Gonzagão", brincava a cantora." 

Fonte: Tom Cardoso-Valor Econômico
  
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ANTONIO BARROS POETA BRASILEIRO

"Chora Nordeste neste baião em homenagem a teu irmão/ Chora comigo Nordeste chora comigo Sertão/ Chora o caboclo que veste roupa de couro gibão... Chora meu olho d'água chora meu pé de algodão. As folhas já estão se orvalhando saudade do nosso irmão Zé Dantas. As saudades são tantas  Por que você partiu...Chora também nosso baião chora por essa cruel separação...No meu canto  na minha voz vai o pranto, o  pranto de todos nós. Chora Nordeste...Saudade de Zé Dantas".

Homenagem a Zé Dantas. É um dos mais belos versos musicados da literatura brasileira. Sensibilidade de quem sabe ser grato e falar de amor fraterno. O autor é o paraibano universal Antonio Barros.

Estes dias tive a suprema alegria/emoção de compartilhar por algumas horas da presença de Antonio Barros. Antonio Barros que eu não conhecia pessoalmente, mas que foi responsável e isto falei pra ele, responsável, pelo cidadão, pesquisador, jornalista que sou atualmente. Imaginei o menino lá da Paraiba que ouvia o ídolo no pé do Rádio. Vivi 49 anos e o destino me proporcionou este encontro. Na maioria do tempo o ouvi. O brilho das palavras e lembranças faladas cantadas de um Toinho que conviveu e deu vida a centenas de músicas interpretadas por Luiz Gonzaga, Trio Nordestino, Trio Mossoró, Dominguinhos, Ney Matogrosso e quase toas as estrelas da música brasileira.

As músicas de Antonio Barros embalou meu tempo criança através das ondas do Rádio. Adulto me fez pensar sobre o Nordeste e a importância de sua história. Eu ouvi certa vez um locutor dizendo que a música era  autoria de Antonio Barros. Logo fiquei a imaginar de onde viria tamanha grandeza humana para falar dos mistérios mais escondidos do ser humano, das paixões, desencontros, esperanças de uma chuva que está para chegar.

Hoje compreendi com a trajetória do tempo. Antonio Barros é um sopro de Deus, Poder Superior feito de Luz que deu de presente a este pedaço de terra, um Poeta. Poeta Antonio Barros.

Lembro que meu amigo Aderaldo Luciano numa carta endereçada ao cantador Beto Brito, relatou a certeza e vai colocar isso em um livro, "que Deus era um tocador de pife e foi soprando nele, num pife feito de taboca, que deu vida ao Homem com seu sopro fiel".

É por isto que todo dia às 18horas digo em prece: Antonio és um Sopro de Deus...Agradeço por tua existência e a cada letra, ritmo, melodia, harmonia que você alimentou por este Brasil afora. És alegria das Noites de São João, São Pedro e Santo Antonio. És luz. Antonio Barros fogueira luz acesa da grandeza da música que encanta almas e alimentas os seres humanos de Paz.
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ANTONIO BARROS E CECEU ESTRELAS DE OURO DO BAIÃO, XOTE, FORRÓ E XAXADO


Antônio Barros e Cecéu, são duas lendas vivas da música brasileira. Eles visitaram Juazeiro e Petrolina, em companhia de Flávio José, Jorge de Altinho, Alcymar Monteiro e Quinteto Sanfonico, gravaram participação no Programa da TV Caatinga-Univasf/TV Futura.

Quando era menino, em Queimadas, cidade onde nasceu, no interior da Paraíba, Antônio Barros se encantava com as músicas que conhecia por meio do serviço de alto-falante local. Costumava cantá-las no fundo do quintal de casa, com a cabeça dentro de uma lata para ouvir a própria voz. “Só que eu não tinha ideia que se fazia música. Pra mim, ela simplesmente existia, como existe o vento, a luz do sol…”, conta. Por isso, foi grande a surpresa quando, já adolescente, assistiu, encostado na porta do cabaré de Campina Grande, à apresentação de um cantor e, maravilhado, soube depois, pelo intérprete, que o samba cantado era composição do saxofonista do conjunto, “um careca, meio zarolho”.

“Rapaz, quer dizer que se faz música?!”, espantou-se. Ele se lembra até hoje dos versos: “Goiás, coração do meu Brasil/ Tem riquezas minerais dos sertões orientais/Goiás, suas ricas florestas têm madeira de lei, pau-brasil e outras mais…”. O jovem nem fazia ideia de que, tempos depois, seria ele mesmo o autor de alguns dos maiores sucessos da música brasileira.

Raras são as pessoas que nunca ouviram as composições de Antônio Barros, incluindo aquelas feitas em parceria com a esposa, Cecéu. A dupla é referência na hora de animar um arrasta-pé e de incentivar naturalmente a participação do público, que sempre canta junto com o casal. São mais de 700 músicas e 134 regravações de 1971 a 1995, constituindo um rico acervo de clássicos, já consagrados nacional e internacionalmente, na voz de diversos intérpretes.

Como diz Cecéu, o repertório passa pela tradição nordestina. ‘Bate coração’, ‘É proibido cochilar’, ‘Homem com H’. “São clássicos bastante conhecidos. E isso é o que realmente nos satisfaz, quando vemos o público cantando todas as músicas que são de raiz nordestina”, afirmou.

Antônio Barros tem muitas histórias para contar, que se confundem com o próprio caminho traçado pela música popular brasileira. Nos anos 1960, ele morou no Rio de Janeiro. Na época, tocou triângulo no regional de Luiz Gonzaga e também chegou a morar na casa do ‘Rei do Baião’, na Ilha do Governador.

Em 1970, numa das viagens no navio de cruzeiro ‘Ana Neri’ pelo litoral brasileiro, onde Antônio Barros trabalhava como contrabaixista, nasceu o sucesso ‘Procurando tu’. A música foi gravada pelo ‘Trio Nordestino’ e, depois de Antônio Barros deu a parceria de J.Luna – disc-jóquei baiano que ajudou a divulgar a canção no Nordeste – a composição fez sucesso e chegou a ser gravada por Ivon Curi e até Jackson do Pandeiro, entre outros músicos.

Foi também o ‘Trio Nordestino’ que gravou e divulgou outras músicas de Antônio Barros, como ‘Corte o bolo’, ‘Cuidado com as coisas’, ‘É madrugada’ e ‘Faz tempo não lhe vejo’. No ano de 1974, ‘Vou ver Luiza’, que é uma parceria com Lindolfo Barbosa, foi gravada por Bastinho Calixto, pela gravadora EMI.

O grupo ‘Os Três do Nordeste’, por sua vez, gravou composições de Antônio Barros. O trio lançou sucessos como ‘É proibido cochilar’, ‘Forró do poeirão’, ‘Forró de tamanco’ e ‘Homem com H’. Essa última foi composta para a novela ‘O bem amado’. No início da década de 80, Luiz Gonzaga e Gonzaguinha gravaram ‘Estrela de ouro’, enquanto ‘Quebra pote’ foi entregue ao ‘Trio Mossoró’, e saiu pela gravadora Copacabana.

Na mesma década, Ney Matogrosso gravava ‘Homem com H’, que se tornou um dos grandes sucessos da época. Também é nesse período que Zé Piata interpretou, pela gravadora Copacabana, o forró ‘Procurando tu’.

Em 1981, o xote ‘Bate coração’, parceria entre Antônio Barros e Cecéu, foi gravado por Elba Ramalho, durante o Festival de Montreux, na Suíça. No ano seguinte, a música estourou como sucesso nacional. No decorrer da década, outras composições se tornaram conhecidas na voz de diversos intérpretes, a exemplo de ‘É madrugada’.

Antonio Barros diz que "Acredita muito na parte espiritual, Outro dia fiz uma música que diz assim, tipo um samba meio baião:
Quando eu chegar lá do outro lado
Quando eu chegar lá
Eu vou saber porque foi que eu nasci
Por que vivi aqui do lado de cá

Quando eu chegar lá do outro lado
Quando eu chegar lá
Eu vou saber porque foi que eu nasci
Por que vivi aqui do lado de cá

Por enquanto meu viver é um penar
É uma total desilusão
Eu faço tudo pra viver em harmonia
Eu só queria muita paz no coração

Mas eu nasci como todo mundo teve esse direito
Muita gente tem um coração no peito
Como o meu batendo até chegar o fim
Se é assim eu só vou saber quando chegar a hora
A hora da partida, quando eu for embora
Alguém do outro lado vai dizer pra mim

Quer dizer, tem vida do outro lado? É verdade? Eu quero saber como é".

"Eu sempre tive cuidado, os poemas que eu faço nas melodias. Esta eu fiz para Cecéu:

Tu és minha flor silvestre
Meu capuchinho de algodão
A escultura do mestre
Do mestre que fez Adão
Tu tens o dom da beleza
Da terra tu és o sal
Será que a natureza faz coisa igual?
Eu não duvido mas penso
Que igual a tu ninguém mais
Tu és um universo imenso
O berço da minha paz." 

Fonte: Syusk Santos-Campina Grande-Paraíba
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FESTIVAL VIVA DOMINGUINHOS ESTÁ COM SELEÇÃO DE CONVOCATÓRIA ABERTAS

O Viva Dominguinhos chega à 5ª edição este ano e a Secretaria de Turismo e Cultura de Garanhuns lançou a convocatória para a seleção de propostas que poderão compor a programação do evento. O documento foi publicado no Diário Oficial dos Municípios/AMUPE desta sexta-feira (16), as inscrições devem ser realizadas até o dia 02 de março presencialmente ou via Correios. O Viva Dominguinhos será realizado no período de 19 a 21 de abril de 2018.

O Viva Dominguinhos foi criado para homenagear José Domingos de Moraes, músico natural de Garanhuns. A convocatória define alguns detalhes para quem deseja submeter a inscrição e se apresentar no palco do evento. Podem se inscrever pessoas físicas ou jurídicas que devem comprovar com fotos, CDs, filmagens, releases, matérias em jornais, declarações de órgãos públicos, associações comunitárias ou culturais entre outras documentações a atuação como artista, há pelo menos seis meses. 

Para a inscrição presencial, o proponente deve se dirigir, de segunda à sexta-feira, no horário das 8h30 às 14h, até à sede da Secretaria de Turismo e Cultura de Garanhuns, situada no Centro Cultural Alfredo Leite Cavalcanti, na Praça Dom Moura, bairro São José. Para envio via Correios, basta encaminhar a documentação para este mesmo endereço, com postagem até às 17h do dia 02 de março. Não serão aceitas inscrições via fax, internet ou qualquer outra forma de encaminhamento. 

Após o período de inscrições, as propostas serão submetidas à avaliação por parte da Secretaria de Turismo e Cultura, com resultados divulgados no site institucional. O edital completo está disponível nos sites www.garanhuns.pe.gov.br e www.diariomunicipal.com.br/amupe.
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