LUCAS CAMPELO E O PROCESSO DE APRENDIZAGEM MUSICAL DE DOMINGUINHOS

Natural de Aracaju (Sergipe), Lucas Campelo é graduado no curso de Licenciatura em Música e mestre em Educação musical pela Universidade Federal da Bahia com o projeto intitulado de “O Processo de Aprendizagem Musical de Dominguinhos na Prática da Sanfona.”

Jovem, o músico trilha uma trajetória profissional de músico e sanfoneiro, Lucas participou de alguns grupos musicais como a Banda Forrodibuteco (2015), Xote Baião (SE) 2015 e Orquestra Sanfônica de Aracaju (SE) 2015/2016. Participou da gravação do DVD da Casaca de couro (2016), Bob Lelis e o Forró gozado (SE) 2016, Joseane de Josa (SE) 2016, Thiago Ruas (SE) 2016,  Crav&Roza (2016).

Foram dois anos de pesquisa sobre o processo de aprendizagem de Dominguinhos. Nesse período, Lucas revela ter percorrido a trajetória de autodidatismo deste, que é um dos grandes ícones da cultura nordestina, herdeiro e continuador do legado de Luiz Gonzaga. “Para entender melhor todos os processos que envolveram esse percurso marcante, entrevistei Anastácia, o filho de Dominguinhos, além de sanfoneiros e músicos que conviveram com ele, inspirado pelo documentário ‘O Milagre de Santa Luzia’”, revela.
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PROFESSOR URBANO ESCREVE: JOSÉ CONDÉ, UM CENTENÁRIO DE LITERATURA

Neste mês de outubro, Caruaru está celebrando o centenário de José Ferreira Condé, um dos seus mais populares escritores.  Filho natural desta cidade, Condé fez parte de uma família tradicional, e estendeu a sua veia literária para membros da família, a exemplo dos próprios irmãos, Elysio e João, fundadores do Jornal das Letras.  

Ao longo de sua carreira de escritor, imprimiu nas letras nacionais a marca caruaruense como nenhum outro fez. Em destaque, Terra de Caruaru, primoroso trabalho que faz narrativas sobre personagens e que tem como pano de fundo a nossa querida Princesa do Agreste.  Recentemente, o historiador Walmiré Dimeron reeditou o clássico livro, ofertando um trabalho primoroso para a área educacional, social e jornalística da região.  

Dois outros trabalhos são destaques nacionais, e migraram dos livros para a Tv e o cinema: “Um Ramo para Luísa” foi roteiro de um filme e também “Pensão Riso da Noite”, publicado em 1966, tornou se minissérie na rede Globo em 20 capítulos, no ano de 1984, com o ator Ney Latorraca e grande elenco.  Na ocasião, recebeu o título de “Rabo de Saia”.  Tempos depois, o mesmo livro teve o enredo filmado por outro canal, desta feita a Tv Cultura, que denominou “As Aventuras Amorosas de Seu Quequé”, agora interpretado pelo ator Osmar Prado. 

Ambos trabalhos audiovisuais contam a história do personagem Ezequias Lins, exímio caixeiro viajante que tem 3 esposas em 3 cidades diferentes, e uma prole de 7 filhos.A beleza dos cenários nordestinos, o cuidado com o sotaque, o figurino da época são detalhes que engradecem a referida obra literária.  Outro aspecto importante foi a homenagem feita pelo Prefeito à espoca, senhor Anastácio Rodrigues, que construiu e nominou Casa de Cultura José Condé, a primeira no interior do Estado a ser projetada para abrigar a cultura e identidade regional, com todo o capricho que ambas merecem. 

A inauguração foi no ano de 1973, como homenagem póstuma ao referido escritor que nos deixou precocemente, aos 53 anos de idade.  Naquele espaço funcionam Biblioteca, Auditório, Sala de Exposições e local para estudos.  No século XX, Anastácio é reconhecido como o gestor municipal que mais investiu para o fortalecimento e propagação da educação e cultura em Caruaru. Um exemplo a ser seguido.  

O referido gestor me disse pessoalmente que conseguiu junto ao governador da época, a doação da área hoje denominada Parque 18 de Maio, para ser transformada em um parque ambiental multicultural, a exemplo do Ibirapuera, na cidade de São Paulo.  Planos de gestores que o sucederam desviaram dessa finalidade, adaptando a área para abrigar a tradicional e secular Feira de Caruaru.     

Durante toda a semana de celebração do Centenário Condé, houve uma série de acontecimentos de iniciativa de Walmiré Dimeron, como presidente do Instituto Histórico, e o professor e doutor Edson Tavares, autor do livro “O Nome do Autor”, fruto de profunda pesquisa da vida e obra do citado personagem caruaruense.  A senhora Vera Condé, filha e herdeira do mestre literário, veio para Caruaru para tomar parte em todas as merecidas homenagens ao ilustre genitor.  Parabéns aos Condés e o nosso agradecimento pelo fortalecimento da nossa literatura, mostrando coisas de nossa gente e o valor dos nossos literários.  Viva José Condé!

Fonte: Professor José Urbano

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MARCUS ACCIOLY UM MARCO DA POESIA CONTEMPORÂNEA

Quando foi lançado, em 1971, “Nordestinados” angariou fãs renomados para o poeta pernambucano Marcus Accioly. “Poeta do povo nordestino, poeta da minha predileção”, escreveu o baiano Jorge Amado. “Grande poeta (...) Poeta - repita-se -, dentre os maiores produzidos pelo Brasil”, elogiou Gilberto Freyre. Em 2016 foi lançada a quarta edição do livro, comemorativa aos 45 anos de publicação da obra, com sessão de autógrafos e cantoria. O CD “Nordestinados - a poesia de Marcus Accioly com música de César Barreto” acompanha cada exemplar.

Na oportunidade Marcus declarou que esse foi o segundo livro lançado, o primeiro premiado pelo Recife das Humanidades e também o primeiro a ser lançado fora do Recife (no Rio, pela editora Tempo Brasileiro.

As histórias ocorrem na Mata-Seca e na Mata Úmida, nos engenhos Laureano e Jaguabara. “Se vê na Mata-Úmida/ Casas-canavieiras:/ De barro-massapê/ E folhas de palmeiras”, canta o poeta na obra que traz Agreste e Sertão. Os versos fazem parte de um mundo que els quis, contraditoriamente, preservar e destruir: preservar através do menino-particular e destruir diante do homem-plural que, à semelhança da cana-de-açúcar, vem sendo espremido de todo sangue, até seu bagaço humano, pela tradição”.

O CD, também relançado pela Bagaço, traz 12 faixas, todas compostas por Accioly e César Barreto: “Cego Aderaldo”, “Pedra sobre pedra”, “Meninos-caranguejos”, “O Sertão”, “Gemedeira”, entre outras.

“Pertencendo ao grupo de escritores e artistas nordestinos que, dos anos 1960 para cá, têm mergulhado nas raízes populares, de origem íbero-lusitana, latentes nos Romanceiros e Cancioneiros, na Literatura de Cordel e nas Cantorias, na Música, nas Gravuras e Esculturas primitivas, Marcus Accioly é dos poetas que hoje tentam recuperar a poesia em sua natureza primitiva: a palavra que nasceu do canto e se perpetua na voz popular”, escreve Nelly Novaes Coelho, ensaísta, crítica literária e professora, no prefácio de “Nordestinados”. Este livro se destaca, mais de 40 após seu lançamento, como uma das mais importantes diretrizes da poesia regional contemporânea, e não oferece só paisagem, mas o homem e sua realidade.

E neste outubro o Brasil e o mundo perdeu o Poeta...Marcus Morais Accioly, mais conhecido como Marcus Accioly, morreu neste sábado (21), aos 74 anos. Bacharel em Direito, Accioly se tornou membro da Academia Pernambucana de Letras (APL) no ano 2000, chegando a ocupar a cadeira 19, deixada por João Cabral de Melo Neto.


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TROPICÁLIA 50 ANOS: A HISTÓRIA DO MOVIMENTO QUE MARCOU A CULTURA BRASILEIRA

O movimento artístico que ficou conhecido como Tropicália completa 50 anos este mês. A apresentação das músicas Alegria, Alegria e Domingo no Parque, em 21 de outubro de 1967, durante a final do III Festival Record, marcaram o início de uma série de experimentações que levaram a uma nova forma de compreender a música brasileira. Essas inovações estéticas continuaram nos discos seguintes dos músicos Gilberto Gil e Caetano Veloso e na obra coletiva Tropicália ou Panis Et Circencis, o disco manifesto lançado no ano seguinte às apresentações no Festival da Record.

O clima tropicalista contagiou o Brasil e a efervescência se estendeu até dezembro de 1968, quando Caetano e Gil foram presos e, meses depois, obrigados a sair do país e irem para o exílio. A ditadura militar (1964-1985) acabava de iniciar sua fase mais dura, com Ato Institucional (AI) 5. A repressão não deixou passar o trabalho dos tropicalistas que, naquele momento, tinham sua máxima expressão em um programa semanal exibido na TV Tupi, emissora extinta no ano de 1980.

O pesquisador Frederico Coelho, professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio (PUC-Rio) e especialista em Tropicália, diz que a Tropicália surgiu, o cenário musical do país tinha como principais expressões as canções politizadas e de protesto dos artistas da chamada Música Popular Brasileira (MPB) e o pop da Jovem Guarda, liderada por Roberto Carlos e seu iê-iê-iê, que mimetizava Beatles e Rolling Stones. Era o auge da ditadura militar.

A radicalização política no país também se expressava na música: de um lado os admiradores das canções de protesto, do outro, os fãs do iê-iê-iê. “Os tropicalistas buscavam justamente uma cena que fosse um pouco mais aberta, com menos preconceitos e mais liberdade de criação”, destacou em entrevista à Agência Brasil o escritor Carlos Calado, autor do livro Tropicália: história de uma revolução musical.

A Tropicália representou uma renovação no cenário musical do país ao investir em ritmos como o baião, bolero, marcha, música caipira, incluindo na mistura o pop e o rock. “A Tropicália era muito mais um ponto de vista crítico sobre a cena da música brasileira, sobre o repertório da música brasileira, do que propriamente uma maneira de se fazer música. Não existia uma forma tropicalista, na verdade os tropicalistas buscaram várias formas”, explica Calado.

Passados 50 anos do movimento, o autor considera que o disco Tropicália ou Panis et Circensis representa hoje seu principal legado por permanecer moderno e desafiador.“É um disco que não envelhece. Praticamente se tornou um clássico que você pode ouvir a qualquer momento e ainda se surpreender de alguma maneira”.

Para o poeta e compositor Salgado Maranhão, a Tropicália foi fruto de um momento do país e teve o papel de abrir caminhos e possibilidades no campo artístico. “A Tropicália nos deu uma modernidade e uma ousadia que não tínhamos”.

O também poeta e compositor Antônio Cícero destaca que o mais interessante no tropicalismo foi o fato de ser um movimento de vanguarda para a música popular. “Foi através da Tropicália que eu rompi com essa separação radical entre a cultura erudita e a cultura popular. Foi muito importante para o Brasil,  o Brasil, representou a liberação de todas as possibilidades para a música brasileira”.
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LUIZ GONZAGA, O DOUTOR DA ECOLOGIA

Luiz Gonzaga aprendeu que para concretizar os sonhos era preciso primeiro aprender a caminhar, correr, dançar e voar

"Quem deseja aprender a voar, deve primeiro aprender a caminhar, a correr, a escalar e a dançar. Não se aprende a voar voando". Não sei o porquê mas pensei nesta frase para argumentar o pioneirismo de Luiz Gonzaga e seus parceiros musicais em defesa do meio ambiente, numa época que não se defendia a ecologia.

Agora o Rei do Baião, Luiz Gonzaga ganha o título maior no Ensino Superior. A Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) concedeu ao cantor e compositor Luiz Gonzaga o título de Doutor Honoris Causa (in memoriam), maior honraria das instituições de ensino.

Este título, nestes tempos de inversões dos valores educacionais e culturais, onde prolifera nos meios de comunicação péssima educação, gritaria, letras que incentivam desunião, invejas,  falta de amor; o título traz a oportunidade de valorizar o aprendizado e vontade própria de ser vencedor de um cidadão que não nasceu em berço de ouro e venceu todo tipo de preconceito.

Todo brasileiro sabe da condição de semi analfabeto de Luiz Gonzaga, mas cidadão que sempre sonhou em aprender e propagar o quanto é importante estudar na vida e ter um diploma universitário. O título concedido pela UFRPE é merecido e simboliza a valorização da leitura e do aprendizado. Luiz Gonzaga teve a coragem de sonhar quando tudo era proibido!

A ideia de conceder o título a Luiz Gonzaga veio do professor e pesquisador da UFRPE Severino Mendes Júnior. Ele argumento que Luiz Gonzaga foi um autêntico defensor do meio ambiente. O professor afirmou durante entrevista que pela afinidade das letras de Gonzaga com os estudos da UFRPE ele merecia o título máximo de Doutor Honoris Causa.

A proposta foi formalizada e aprovada, por meio da Resolução nº 158/2012, pelo Conselho Universitário da UFRPE. Na justificativa, a reitora da UFRPE e presidente do Conselho, Maria José de Sena, afirma que o cantor e compositor é um “autêntico representante da cultura nordestina, cujas canções envolvem ecologia e meio ambiente, enaltecendo a fauna da caatinga e referenciando a conservação da natureza”.

O Título de Doutor Honoris Causa é concedido a personalidades que tenham se distinguido pela sabedoria ou pela atuação frente a artes, ciências, filosofia, letras ou das relações com a sociedade. O título de doutor universitário proporciona a Luiz Gonzaga o mote de nós todos cantar e incentivar nossos jovens a estudarem e buscar o diploma que vai garantir liberdade. A educação é a única forma de libertação.

Afinal, o estudo de Luiz Gonzaga foi sua sanfona. E os josés, severinas e João, Antonio que não sabem tocar sanfona para ganhar o pão de cada dia?
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FORRÓ PODE SER CONSIDERADO PATRIMÔNIO IMATERIAL DO BRASIL

A Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR) vai discutir formas para preservar a cultura do forró, que inclui o registro do ritmo musical como patrimônio imaterial do Brasil. Foi aprovada em reunião da comissão requerimento para realização de audiência pública sobre a proposta. O debate deve ocorrer durante o Encontro Nacional dos Forrozeiros, no dia 20 de novembro, em João Pessoa (PB).

A presidente da CDR, senadora Fátima Bezerra (PT-RN), lembrou que a Unesco já concedeu o título de Patrimônio Imaterial da Humanidade ao frevo pernambucano.

"Assim como merecidamente, acertadamente, já foi feito com o frevo, nós queremos que a mesma coisa seja feita com o forró. Seria por demais oportuno que a comissão fosse até lá como forma de a gente prestigiar toda essa mobilização, porque defender o forró é defender uma das expressões mais genuínas de identidade cultural do Nordeste e do Brasil", disse.

O senador Elmano Férrer (PMDB-PI) observou que o forró faz parte de festividades tradicionais, como as festas de São João, e tem importância cultural e social.

"Eu acho que isso faz parte da nossa tradição, da nossa cultura. Eu vejo o mérito da proposta, o alcance social e cultural sobretudo", afirmou.

Para a também piauiense senadora Regina Sousa (PT-PI), o forró é um ritmo genuinamente brasileiro. "É importante a gente estar resgatando e reavivando as nossas expressões culturais. Tem um preconceito ainda muito grande com o nordestino e o forró é nacional, acho que nos une, não nos separa", frisou.

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BIBLIOTERAPIA: O CUIDADO ATRAVÉS DO LIVROS

Apoiada numa visão de Psicologia como “o cultivo da alma”, a psicóloga Tereza Roberta dedica-se a “desatar os nós do ser” por meio da Biblioterapia. A psicóloga e biblioterapeuta, única em Pernambuco com habilitação para este curso, vai apresentar os caminhos que vem percorrendo nessa área de conhecimento. Entre os dias 27 e 29 em Petrolina quando promoverá o Encontro Biblioterapia Cuidado através dos livros.

O objetivo entre outros quesitos é compreender a função terapêutica da leitura, semear e potencializar a dimensão da literatura, além de partilhar com o leitor textos utilizados em sua prática de consultório e em outras atividades de leitura que iluminam sentidos e sentimentos.

Tereza Roberta explica que a biblioterapia é a utilização da literatura como recurso terapêutico no qual a leitura pode contribuir de diversas formas desde nomear angústias, promover um espelhamento interno, ao abrir para o dálago por encontrar afinidades de idéias e sentimentos ao descobrir crenças e linguagens cristalizadas ao expandir perspectivas e possibilidades de ser. 

O mini curso terá 16 horas de duração e é a possibilidade das pessoas que se identifiquem com a riqueza da literatura de todos os lugares e tempos ampliar as buscas para quem arte é necessidade vital, um instrumento de transformação interior, de encontro consigo e com o outro. O investimento custa R$ 120 e estudantes e professores tem desconte. Outras Informações: 87(9)88681902
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