No próximo sábado 23, na Rádio
Cidade am 870, às 7h50, no Programa Nas Asas da Asa Branca-Viva Luiz Gonzaga, o
entrevistado é Jurandy da Feira, nascido em
Tucano-Bahia. Ele é músico, cantor e compositor. Trabalho com cheiro de
brasilidade. Foi gravado por Luiz Gonzaga, Vanja Orico e Trio Nordestino.
“Quando Luiz Gonzaga gravou a
primeira música minha, quando fui olhar no selo do disco. Estava lá Jurandy da
Feira. Fui conversar com ele. Disse que aquilo não ia pegar bem na minha
cidade, porque iam pensar que eu queria ser de Feira de Santana, que fica perto
e cidade grande”, revela Jurandy.
“Então Luiz Gonzaga disse que não era de Feira de Santana, mas da
feira, a feira do povo, do cantador. Acabei concordando, mas até hoje eu tenho
que me explicar ao povo de lá”, conta Jurandy.
O compositor tinha 24 anos quando
conheceu o Rei do Baião. Foi levado a ele por José Malta, um jornalista, e
produtor dos shows de Luiz Gonzaga . “Fomos para Exu, para a casa de Luiz Gonzaga.
Passei uma semana lá. Mas era aquela coisa. Ninguém chegava a Gonzaga. Ele é
que chegava às pessoas. Era fechado, meio cismado. Só no dia em que ia embora,
foi que ele se chegou pra mim, e perguntou sobre o violão que eu havia levado
comigo. Se eu tinha um violão, por que não tocava? Quis saber se eu fazia
músicas. Pediu para cantar para ele. Depois me disse que queria uma música que
falasse de Bodocó”.
Luiz Gonzaga gostou de Nos cafundó
de Bodocó. Veio o inevitável convite para ir ao Rio. A música foi aprovada
pelos produtores de Gonzagão na época, coincidentemente dois pernambucanos,
Rildo Hora e Luiz Bandeira.
Nos cafundó de Bodocó entrou num
dos melhores álbuns de Luiz Gonzaga nos anos 70, Capim novo (1976). Lula
gravaria mais outras três composições de Jurandy, que sacramentariam uma
amizade. As músicas são Frutos da Terra, Canto do Povo e Terra, Vida e
Esperança.