PALAVRA EM CANTORIA ABRE FESTIVAL JUÁ LITERÁRIA COM XANGAI, MACIEL MELO E JESSIER QUIRINO

O Festival Juá Literária 2025 começa em grande estilo no dia 22 de outubro, com o projeto Palavra em Cantoria, um encontro entre três mestres da cultura nordestina: Xangai, Maciel Melo e Jessier Quirino.

No palco, poesia, música e memória se entrelaçam em um espetáculo que celebra a identidade e a força da tradição nordestina. A voz marcante de Xangai, a viola poética de Maciel Melo e a verve bem-humorada e sensível de Jessier Quirino se unem para emocionar e transportar o público às raízes sertanejas. Mais do que um show, "Palavra em Cantoria" é uma celebração da palavra falada e cantada, um tributo ao povo e à cultura que moldam o Nordeste.

A Juá Literária chega como culminância do programa municipal que integra educação, cultura e arte, celebrando a leitura e os diversos modos de narrar o mundo. Durante quatro dias, de 22 a 25 de outubro, o festival vai reunir cerca de 80 atrações em shows, mesas literárias, lançamentos de livros, oficinas, apresentações teatrais e outras atividades espalhadas pela Orla II, distritos, Praça do Poeta, Centro de Cultura João Gilberto e até o Rio São Francisco.

O Festival Juá Literária é uma realização da Prefeitura Municipal de Juazeiro, através da Secretaria de Educação, dentro do Programa Juá Literária, com apoio da Editora IMEPH, Ande Livros, Governo do Estado da Bahia, Fundação Pedro Calmon e curadoria do poeta e cantador Maviael Melo, com produção da Carranca Produções e Entre Versos e Canções Produções Artísticas. Dentro da programação, um dos espaços de destaque será a FLIJUÁ – Feira de Literatura de Juazeiro, realizada na Tenda das Palavras, em conformidade com a Lei Municipal nº 3.238/2024.  (Ascom/PMJ)

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ORAÇÃO DO RIO SÃO FRANCISCO EM TEMPOS DE POUCOS RIOS

O Rio São Francisco não nasce na Serra da Canastra. Digo isso porque a correria estressante das ruas do Rio de Janeiro me oprime. Os olhos dessas crianças nuas me espetam e essa população de rua dormindo pelas calçadas me joga contra o muro. 

Só uma coisa me alenta hoje: a saudade do meu santo rio. O Rio São Francisco, o Velho Chico, Chiquinho. Escuto o murmurar de suas verdes águas: — Deixai vir a mim as criaturas... E assim foi feito. Falar de desrespeito e depredação tornou-se obsoleto. Denunciar matanças e desmatamentos resultou nulo. Orar e orar. Pedir ao santo do seu nome a sua oração.

Lá do Cristo Redentor da cidade de Pão de Açúcar, nas Alagoas, um moleque triste escutou a confissão das águas. Segundo ele, o Velho Chico dizia:

“Ó, Senhor, criador das águas, benfeitor dos peixes, escultor de barrancas e protetor de homens fazei de mim bem mais que um instrumento de tua paz. Se paz não mais tenho faz-me levar um pouquinho aos que em mim confiam. Paz para as lavadeiras que, em Própria, choram a sua fome de pão. Que, em Brejo Grande, soltam lágrimas pelos filhos mortos no sul do país. Que, em Penedo, já perderam a fé de serem tratadas como gente sã.

Onde houver o ódio dos poderosos que eu leve o amor dos pequeninos. O amor dos que cavam a terra a plantam o aipim. Dos que cavam a terra e usam-na como cama e lençol para sempre. Dos que querem terra para suas mãos, para os seus grãos, para a sua sede. O amor que não é submisso, mas escravizado. O amor que tem coragem de um dia dizer não. Coragem diante das balas e das emboscadas, das más companhias e da solidão.

Onde houver a ofensa dos governos que eu leve o perdão dos aposentados e servidores públicos. O perdão, nunca a omissão. A luta, porque perdoar não requer calar. Perdoar não quer dizer parar. Como minhas águas, tantas e tantas vezes represadas, mas nunca paradas e que, quando em minha fúria, carregam muralhas, absorvem barreiras e escandalizam Três Marias, Xingó e Paulo Afonso.

Onde houver a discórdia dos que mandam que eu leve a união dos comandados. A suprema união dos que sonham com as mudanças, dos que querem quebrar hegemonias e oligarquias. A discórdia dos reis contra a união dos plebeus. Um povo unido é força de Deus, dizia o velho bendito e sejais bendito, Senhor. A união das águas, a união das lágrimas, a união do sangue e a união dos mesmos ideais.

Onde houver a dúvida dos que fraquejam, que eu leve a fé dos que constroem seu tempo. Na adversidade, meio ao deserto e ao clima árido, a fé dos que colhem uvas e mangas em minhas margens. Dos que colhem arroz em minhas várzeas, dos que criam peixes com minhas águas em açudes feitos. A fé dos xocós lá em Poço Redondo. A fé que cria cabras nos Escuriais. Dos que colhem cajus e criam gado em Barreiras e outros cafundós.

Onde houver o erro dos governantes que eu leve a verdade de Canudos. O bom senso dos conselheiros de encontro à insanidade dos totalitários. Os canhões abrindo fendas na cidade sitiada e a verdade expondo cada vez mais a ferida da loucura na caricatura da História. O confisco da poupança e o rombo na previdência. O fim da inflação e o pão escasso, o emprego rarefeito, a dignidade estuprada em cada lar de nordestinos.

Onde houver o desespero das crianças da Candelária que eu leve a esperança das mães de Acari. E aqui, Senhor, te peço com mais fé. A dor dos deserdados, dos que perderam seus pais, filhos ou irmãos, seja de fome, doença ou assassínio, inundai-os com as águas esmeraldas da justiça. A justiça da terra e dos céus. Pintai de verde o horizonte das famílias daqueles que foram jogados mortos em minhas águas. Eles não foram poucos.

Onde houver a tristeza dos solitários que eu leve a alegria das festas de São João. Solitário eu banho muitas terras e em todas, das Gerais, do Pernambuco, das Alagoas e do Sergipe, não há tristeza ao pé da fogueira, nas núpcias entre a concertina e o repente, entre a catira e o baião.. Das festas do Divino ao Maior São João do Mundo, deixai-me levar, Senhor, o sabor de minhas águas juninas e seus fogos de artifícios.

Onde houver as trevas da ignorância que eu leve a luz do conhecimento e da sabedoria. A escuridão dos homens dementes que teimam em querer ferir-me de morte seja massacrada pela luz de um futuro negro, sem água potável, sem terra e sem ar.. Dai-me esse poder, de entrar nas mentes e nos corações, de espraiar-me pelos mil recantos dos que querem mal à nossa casinha, nossa pequena Terra. O homem sábio seja sempre sábio e contamine os povos com ensinamentos de preservação.

Ó, Senhor, dai-me vocação para consolar os que se lamentam de má sorte. Fazei-me compreender porque tanto mal há nos corações. Sobretudo, Senhor, não autorizeis que eu deixe de ser o Rio São Francisco, que há tantos anos não foge do seu leito, espalha e espelha vida em abundância. Que, embora tenha dado, quase nada recebo, que perdoando sempre, continuo sendo morto enquanto todos pensam que serei eterno.”

Foi assim que escutei e assim reproduzo.

ADERALDO LUCIANO é paraibano, nascido em Areia, poeta, professor de Teoria da Literatura e cozinheiro amador.

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PROJETO CELEBRA DIA DO RIO SÃO FRANCISCO COM COLETA E ANÁLISE DA ÁGUA

Para celebrar os 524 anos de descobrimento do Rio São Francisco, comemorados neste sábado (4), o “Projeto Observando os Rios” promove mais uma atividade de monitoramento da qualidade da água do Velho Chico. A ação acontece no Porto da Balsa, em Penedo, Alagoas.

O Observando os Rios é um projeto de extensão da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), patrocinado pela Fundação S.O.S. Mata Atlântica e executada pelos Laboratórios de Ictiologia e Conservação (LIC) e de Ecologia Bentônica (LEB), ambos da Unidade Penedo, juntamente com o Projeto Meros do Brasil – Alagoas.

A ação deste sábado integra o evento promovido pelo “Movimento Ecológico Filhos do Velho Chico”, que tem como símbolo o Pirá, peixe exclusivo do Rio São Francisco.

“O evento é muito mais que uma simples comemoração pelo Dia do São Francisco, pois busca chamar atenção da sociedade para o Velho Chico, como é carinhosamente chamado. O Projeto Observando os Rios monitoria mensalmente a qualidade da água há quase uma década, sempre envolvendo alunos não apenas de Alagoas, mas também de Sergipe e até mesmo de outros estados”, conta o professor de Engenharia de Pesca da Ufal / Penedo, Cláudio Sampaio.

“Os participantes são geralmente da rede pública, incluindo UFAL, IFAL, além de populares, envolvidos na análise da qualidade da água, discutindo os resultados observados. O local escolhido será o Porto da Balsa, no Centro Histórico de Penedo, onde realizamos a coleta e análise”, acrescentou.

VELHO CHICO-O Dia do Rio São Francisco é comemorado em 4 de outubro, quando foi descoberto pelo navegador e explorador Américo Vespúcio, em 1501, que o batizou em homenagem a São Francisco de Assis, celebrado no mesmo dia.

O Rio, carinhosamente chamado de “Velho Chico”, é um patrimônio nacional, vital para a integração nacional, a segurança hídrica e a economia do semiárido.

Já antes da descoberta por Américo Vespúcio, o Rio era chamado de “Opará” (rio-mar) pelos indígenas que habitavam suas margens.

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SERTÃO DA FÉ NAS CANÇÕES DE LUIZ GONZAGA REÚNE GRAVURAS DO ARTISTA BI MORAIS

No dia 08 de outubro (quarta-feira) é celebrado nacionalmente o Dia do Nordestino e, em Salvador, uma exposição vai homenagear alguns elementos culturais que fazem parte da cultura sertaneja. "Sertão de Fé — a Fé Sertaneja nas Canções de Luiz Gonzaga" reúne gravuras produzidas pelo artista plástico Bi Morais, unindo ilustrações acompanhadas por textos em cordel, em cartaz entre 04 de outubro e 04 de novembro, no Espaço Uno (Rua da Ordem Terceira, 1, Pelourinho). 

Nela, o artista baiano convida o público a olhar para as gravuras que são ilustradas poeticamente pelos cordéis, retratando de forma visual e literária o diálogo entre fé e cultura nordestina sertaneja, notadamente existente nas canções de Luiz Gonzaga. As gravuras foram inspiradas no traço das xilogravuras e nas letras de canções de Gonzagão, onde a religiosidade do catolicismo popular é um tema comum. O cordelista e músico Rodrigo Chianca foi convidado para compor esse projeto, que parte de uma pesquisa de Bi Morais, que é também músico forrozeiro, sobre a cultura sertaneja, as canções do Rei do Baião e a religiosidade popular. 

A abertura oficial acontece em uma vernissage gratuita neste sábado (04), às 19h00, dia de São Francisco de Assis, santo que dá nome ao rio mais famoso da região. Este projeto foi contemplado nos Editais da Paulo Gustavo Bahia e tem apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura via Lei Paulo Gustavo, direcionada pelo Ministério da Cultura, Governo Federal. Paulo Gustavo Bahia (PGBA) foi criada para a efetivação das ações emergenciais de apoio ao setor cultural, visando cumprir a Lei Complementar no 195, de 8 de julho de 2022.

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A HISTÓRIA DA CASA DE DOCE JOÃO MARTINS

 Texto por Victória Ellen-No Cariri Tem

Na Rua Santa Luzia, nº 545, no centro de Juazeiro do Norte, o aroma de açúcar no fogo continua atraindo consumidores e turistas para a região do Cariri Ceareanse. Inaugurada em 1965, a Casa do Doce João Martins celebrou seis décadas em junho deste ano. O local, além de preservar a tradição da confeitaria artesanal, também é reconhecido como Museu Orgânico, fazendo parte da rota cultural do município. É o primeiro espaço desse tipo em Juazeiro do Norte voltado à gastronomia regional, onde as receitas se firmam como manifestação cultural.
Sebastião Manoel, 61, genro do fundador e atual responsável pela produção, lembra dos primeiros passos da história. “A Casa do Doce começou em 1965. No início, o mestre João não tinha experiência, perdia muito doce. Mas foi na persistência que surgiu o primeiro doce de batata, que deu certo. Depois veio o de banana, o de gergelim e, mais tarde, o nosso carro-chefe, o doce de leite, que combina com todos os outros onze que produzimos aqui.”

Figura importante nessa trajetória foi Madeilton, que chegou à família ao casar-se com a irmã de João Martins. Ele passou a ajudar na produção dos doces e também ganhou notoriedade na cidade por sua atuação no rádio e no futebol como cronista esportivo. Essa popularidade fez com que muitos começassem a associar os produtos da casa ao seu nome, dando origem à marca Doce do Madeilton, como ficou conhecida por décadas. Antes disso, o local chegou a se chamar Cantinho Esportista, reforçando a ligação da doceria com a paixão esportiva e a vida cultural da cidade, onde comer um doce era também compartilhar resenhas sobre futebol.
Ao longo das décadas, o espaço cresceu e se tornou ponto de encontro para moradores e romeiros. “Hoje, nós temos uma casa que sustenta 12 famílias trabalhando de segunda a sábado. Passamos de um comércio pequeno para uma empresa que virou até museu”, afirma Sebastião.

Ele também recorda a transformação após o reconhecimento oficial: “Em 2023, ele se tornou o Museu Orgânico. A partir daí, o desenvolvimento só aumentou. Antes, poucas pessoas, até mesmo da cidade, conheciam a nossa Casa do Doce. Depois do título, passamos a ser reconhecidos internacionalmente. Recebi até uma televisão da Inglaterra para fazer matéria aqui. Hoje, fazemos parte da rota turística de Juazeiro. O Museu Casa do Doce João Martins é um ponto de referência e orgulho para todos nós”.

Entre os funcionários, a rotina é marcada pelo aprendizado. Fernando Campos do Nascimento, 24, que atua nos serviços gerais, destaca que “o trabalho que mais gosto de fazer é o doce de gergelim, preparado no pilão, tarefa que parece até um exercício físico. Para mim, é uma honra trabalhar em uma doceria tão famosa, onde tudo é feito com carinho para agradar aos clientes”.

A cozinheira Ana Paula Rodrigues, 32, recém-chegada à equipe, conta que “no início foi difícil me adaptar porque nunca havia trabalhado no ramo, mas aprendi com a Maria, que já tem mais de 11 anos de experiência. Hoje, meu doce preferido é o de leite, o carro-chefe, mas também gosto das receitas de mamão, caju e abacaxi. O mais gratificante é receber o carinho dos clientes que dizem se sentir em casa aqui”.

A memória preservada pelos clientes-São justamente os clientes que mantêm viva a tradição. João Vieira, 33, frequenta a loja desde criança e relembra: “Sempre gostei do leite cortado e do gergelim. Lembro de vir aqui com meu pai e até hoje, quando tenho um tempo, passo para comprar. Já indiquei para colegas de trabalho, e eles também acabam viciando”.

Para muitos, os doces são sinônimo de memória afetiva. As irmãs Helena Gonçalves, 69, e Betiza Maria do Nascimento, 68, acompanham a trajetória da casa há décadas e garantem que “os produtos continuam os mesmos de quando Madeilton estava à frente da produção. O atendimento é maravilhoso e, mesmo morando fora de Juazeiro por anos, sempre voltamos ao local”. Helena ainda completa: “Meu filho mora em São Paulo e só gosta do doce de leite da Casa João Martins. Sempre levo um potinho para ele quando viajo e indico para todos que vierem a Juazeiro”.



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JOQUINHA GONZAGA LANÇA EP 50 ANOS DE FORRÓ E TRADIÇÃO

Joquinha Gonzaga completou no dia (01) de abril, 73 anos, (né mentira não!) de nascimento. Ele é neto do tocador de oito baixos Januário e sobrinho de Luiz Gonzaga, Rei do Baião. João Januário Maciel, o Joquinha Gonzaga é hoje um dos poucos descendentes vivos da família. Dos nove filhos de Santana e Januário, todos eles, ja "partiram para o Sertão da Eternidade".

Nesta sexta-feira, 26 de setembro de 2025, a data se faz mais especial, Joquinha Gonzaga lança nas plataformas digitais o EP (com cinco músicas), 50 anos de Forró e Tradição. 

Joquinha Gonzaga além de tocar sanfona de 120 baixos,  é tocador de sanfona de 8 baixos, um instrumento quase em extinção no cenário cultural brasileiro. No repertório do cantor e sanfoneiro, ao lado do tio Luiz Gonzaga, o sanfoneiro Joquinha cantou em dueto a música "Dá licença prá mais um". Joquinha Gonzaga reside atualmente em Exu, Pernambuco. 

Não oficialmente, Joquinha Gonzaga é um Patrimônio Vivo da Cultura. Além de sobrinho do Rei do Baião, Luiz Gonzaga, Joquinha é neto de Januário (tocador de 8 Baixos) e ainda tem como tios o Mestre da Sanfona, Zé Gonzaga, Chiquinha Gonzaga (tocadora de sanfona 8 Baixos), Severino Januário e primo do saudoso Gonzaguinha.

Contato para shows de Joquinha Gonzaga: (87) 9 99955829 e (87) 9 96770618-Sara Gonzaga.

TRAJETÓRIA: Em 1986, gravou o seu primeiro disco, “Forró cheiro e chamego”, pela gravadora Top Tape. Na sequência, foi convidado por seu tio, Luiz Gonzaga, a integrar uma turnê à França. 

Em 1988, participou do disco “Aí Tem…”, de Luiz Gonzaga, na faixa “Dá licença pra mais um”. 

Em 1989, gravou um disco com composições de seu tio, pela gravadora Copacabana. 

Em 1990, lançou mais um álbum, “É só remexer”, novamente pela Copacabana. 

No início dos anos 1990, atuou em shows e participou de eventos tradicionais como a Missa do Vaqueiro de Serrita, preservando a memória de Luiz Gonzaga. 

Em 1993, lançou o LP “Sobrinho de Gonzagão e neto de Januário”, pela Somari, obtendo divulgação nacional. 

Em 1996, lançou o álbum “Raiz e tradição”, que trouxe participações de Alcimar Monteiro, Joãozinho do Exu e Maída. 

No ano seguinte, lançou mais um disco, “Cara e coração”, pela Ingazeira Discos, e com produção de Alcymar Monteiro. O CD apresentou músicas de compositores como João Silva e Dijesus, além dele próprio.  

No mesmo ano, realizou participação especial em um álbum de Dominguinhos, cantando a música “Tacacá”. 

Em 1998, ao lado de Oswaldinho do Acordeon e Daniel Gonzaga, participou do evento “Tributo a Luiz Gonzaga”, realizado em Nova York, nos EUA, para um público de 10 mil pessoas.

Em 2000, lançou mais um disco de carreira, dessa vez de forma independente, “Mala e cuia”, que teve participação especial de Daniel Gonzaga na faixa “Espelhos das Águas do Itamaragy”. 

Em 2003, realizou participação especial no disco “Na varanda do Rei”, de Flavio Baião, na faixa “São João Tradição”. 

Em 2004, lançou o CD “Sanfoneiro da serra do Araripe”, também de forma independente. O disco trouxe uma gravação de Luiz Gonzaga de 1988, em que o apresentou como herdeiro musical da família e perpetuador do baião. 

Em 2005, realizou participação especial no disco “Forroboxote 4”, de Xico Bizerra, cantando a faixa “Toró de alegria”. 

Em 2006, lançou o disco “Contos e causos do Gonzagão”, em que apresentou três causos que presenciou nas viagens que realizou ao lado de seu tio. 

No mesmo ano, participou do disco de Chiquinha Gonzaga “Oito e oitenta”, interpretando a faixa “Sabino”. 

Em 2007, realizou participação especial no disco “Forroboxote 7”, de Xico Bizerra, cantando a música “Jorge da Lua”. 

No mesmo ano, realizou participação especial no disco “Achando bom!!!”, de Targino Gondim, cantando a música “Começo de namoro”. 

Em 2012, realizou participação na coleção tripla de CDs “Pernambuco forrozando para o mundo – Viva Dominguinhos!!!”, produzida por Fábio Cabral, cantando, ao lado de Dominguinhos,  a música “Retrato do nordeste”, de sua autoria com Zé Peixoto e Dijesus. 

A coletânea trouxe forrós diversos, interpretados por 48 artistas, e que fazem referência aos 50 anos de carreira do seu inspirador, Dominguinhos. Interpretando músicas de compositores em sua grande maioria pernambucanos, fizeram parte do projeto também artistas como Acioly Neto, Adelzon Viana, Dudu do Acordeon, Elba Ramalho, Jorge de Altinho, Irah Caldeira, Liv Moraes, Petrúcio Amorim, Geraldo Maia, Sandro Haick, Spok, Jefferson Gonçalves, Chambinho, Hebert Lucena, Maciel Melo, Luizinho Calixto, Silvério Pessoa, Walmir Silva, entre outros, além do próprio Dominguinhos.

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PESQUISA MOSTRA AVANÇO EM SALAS DE AULA COM PROIBIÇÃO DE CELULARES

Uma pesquisa realizada pela Frente Parlamentar Mista da Educação, em parceria com o Equidade.info, iniciativa do Lemann Center da Stanford Graduate School of Education, revelou que 83% dos estudantes brasileiros têm prestado mais atenção nas aulas depois da restrição ao uso de celulares em salas de aula.

A percepção de impacto positivo é maior nos anos iniciais do Ensino Fundamental I, com 88% afirmando prestar mais atenção nas aulas. No Ensino Médio, 70% disseram perceber mudanças para melhor sem os celulares.

O estudo mostra, também, que 77% dos gestores e 65% dos professores relataram diminuição do bullying virtual dentro das escolas. Entre os alunos, entretanto, apenas 41% afirmaram sentir essa mudança, o que sugere que parte dos conflitos pode não estar sendo reportado pelos estudantes ou percebido por professores e gestores escolares.

Segundo os dados do levantamento, 44% dos alunos disseram sentir mais tédio durante os intervalos e os recreios. Esses números são mais elevados entre estudantes do Ensino Fundamental I (47%) e do período matutino (46%). Além disso, 49% dos professores relataram aumento de ansiedade entre os alunos com a ausência do uso do celular.

Em relação ao comportamento dos estudantes, o Nordeste aparece como destaque positivo, representando 87% dos avanços. O Centro-Oeste e o Sudeste são as regiões com o menor índice de melhora no ambiente escolar, com 82% indicando que a eficácia das medidas tende a variar segundo fatores regionais.

“Proteger nossos estudantes do uso do celular em sala de aula é garantir um ambiente mais saudável e focado no aprendizado. O resultado que vemos hoje é a confirmação de que a educação precisa ser prioridade, com políticas que cuidem do presente e preparem o futuro dos nossos jovens”, disse o presidente da Frente Parlamentar Mista da Educação, deputado Rafael Brito.

A presidente do Equidade.info, Claudia Costin, ressaltou que a pesquisa mostra avanços positivos no foco e na atenção dos alunos, mas as questões como tédio, ansiedade e bullying, ainda muito presentes entre os estudantes, indicam que ainda há desafios a serem enfrentados.

“Houve uma queda significativa no bullying virtual na visão dos gestores, mas é crucial ouvirmos os estudantes que ainda sentem o problema. Ou seja, a conclusão é que a restrição foi positiva, mas sozinha não basta: as escolas precisam criar alternativas de interação e estratégias específicas para cada idade", avalia.

Estratégias-Segundo o coordenador do Equidade.info e docente da Stanford Graduate School of Education, responsável pela pesquisa, Guilherme Lichand, os dados reforçam a necessidade de estratégias diferenciadas por faixa etária e rede de ensino, além do desenvolvimento de práticas pedagógicas que mantenham os estudantes engajados e promovam seu bem-estar mesmo sem o celular em sala de aula.

“Os resultados confirmam que a regulação do uso de celulares trouxe ganhos importantes para o aprendizado. Mais do que limitar o uso do telefone celular, a lei abre espaço para repensarmos como a escola se conecta com os alunos. O próximo passo é garantir que a aplicação da lei seja efetiva em todas as etapas, respeitando as particularidades de cada contexto escolar. Assim, conseguiremos transformar a medida em uma política duradoura, que una foco acadêmico e bem-estar dos estudantes”, enfatiza.

A lei que proíbe o uso de celular dentro das escolas pelos alunos foi sancionada em janeiro de 2025 após aprovação no Congresso Nacional.

O estudo ouviu 2.840 alunos, 348 professores e 201 gestores em escolas públicas municipais, estaduais e privadas de todas as regiões do país, entre maio e julho de 2025.

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