POETA CANTADOR PETROLINENSE ALDY CARVALHO É INDICADO PARA O PRÊMIO RECONHECIMENTO ARTÍSTICO NA CÂMARA VEREADORES DE SÃO PAULO

O poeta e cantador petrolinense, Aldy Carvalho, é  indicado pela segunda vez  a receber prêmio  de reconhecimento artístico na Câmara Municipal de São  Paulo em cerimônia  no dia 24 de setembro de 2025.

Aldy Carvalho é um artista do sertão de Pernambuco, cuja obra reflete o rico universo nordestino. Como poeta, cantador, escritor, compositor e violonista, sua arte é um verdadeiro mosaico de sons e histórias.

O Prêmio Mceys Qualidade Brasil é um projeto social sem fins lucrativos, idealizado pelo Mceys Instituto de Produção Cultural (MIPC) e Mceys PRO Produções e Eventos, criado no ano de 2015, na cidade de São Paulo, com o objetivo de promover um momento de reconhecimento aos trabalhos sociais dos(as) intérpretes, autores, músicos(as) e produtores que participavam exercendo suas respectivas funções no dia a dia de trabalho com a Mceys PRO Produções e Eventos, se restringindo somente a este ciclo artístico até o segundo semestre de 2016, quando a mesa coordenadora do prêmio, em reuniões, aprovou uma nova ideia adotando mais oportunidades na configuração do processo de indicados(as).

O evento foi expandido, não apenas homenageando e certificando o meio artístico pelos trabalhos sociais que realizam, mas também todas as pessoas e profissionais que os envolvem e contribuem de alguma forma para com suas atividades bem sucedidas, classificando-as em categorias a serem indicados(as), honrando os serviços prestados a nossa sociedade, principalmente com sentimento gratuito e o espírito de doação. Sendo assim, o perfil do indicado(a) ao PRÊMIO MCEYS QUALIDADE BRASIL será conveniente ao seu currículo de vida social, sem escolha de gêneros, etnias, religiões e classes sociais.

Para a definição do objeto de honra atribuído aos(às) indicados(as) a serem laureados(as), a mesa coordenadora elege anualmente um tema, visando a disseminação da cultura, preservação ambiental e o compromisso social.

 Os homenageados, apoiadores e voluntários são convidados a doar alimentos não perecíveis no dia do evento. Os mantimentos arrecadados são destinados aos 9 núcleos assistenciais do Mceys Instituto de Produção Cultural (MIPC), atendidos e apoiados em São Paulo e Grande São Paulo. 

O projeto tem como objetivo despertar a doação, o sentimento de voluntariado e valorização pela cultura. Além  disso, tem como missão incentivar e estimular positivamente o ser humano.

Dentre os homenageados desta edição de 2025  destaca-se o poeta e cantador Aldy Carvalho 

O evento, aberto ao público em geral, será  realizado na Câmara  Municipal de São Paulo em 24 de setembro de 2025

Nenhum comentário

GERALDO AZEVEDO É TEMA DE PROJETO ARTÍSTICO CULTURAL EM PETROLINA

A Escola Municipal de Educação em Tempo Integral Professor Anézio Leão realizou a culminância do projeto "Anézio canta Geraldo", iniciado em março deste ano, que integra a proposta anual da Rede Municipal de Educação "Eu, você, o mundo pro que der e vier". A iniciativa homenageou os 80 anos do cantor, compositor e poeta petrolinense Geraldo Azevedo, levando para a sala de aula música, arte e identidade cultural.

Durante todo o processo, os estudantes participaram de oficinas criativas inspiradas em cinco grandes sucessos do artista: Barcarola, Dia Branco, Bicho de Sete Cabeças, Dona de Minha Cabeça e Táxi Lunar. O resultado foi apresentado em grande estilo com exposição dos trabalhos produzidos no pátio interno da escola. Na quadra, as crianças emocionaram o público com apresentações de dança coreografadas ao som das canções.

Os estudantes Mikaele Silva Souza (5º ano A), Heitor Gonçalves de Souza Silva (4º ano C) e Miguel Matos Lima (2º ano B) tiveram papel especial  e protagonizaram ao abrir o evento com a biografia de Geraldo Azevedo e a contextualização histórica das músicas trabalhadas. As professoras de Arte Andréa Shirley Sousa dos Santos (1º ao 3º ano) e Richelly Cavalcanti de Sousa (4º e 5º ano) foram responsáveis pela condução das atividades ao longo do projeto que ficará marcado como uma homenagem de Petrolina a um de seus maiores ícones culturais.

Um dos momentos mais marcantes do evento, foi a presença da senhora Gracilda Azevedo, irmã de Geraldo Azevedo, que expressou sua emoção diante da homenagem. 

"Não existem palavras para descrever o que foi feito aqui. É muita felicidade ver esse carinho na nossa terra. Geraldo foi uma criança como esses alunos, começou a se interessar pela música com nossa mãe, e mesmo tendo ido para o Recife para estudar engenharia, a música falou mais alto. Ele enfrentou muitas dificuldades, mas venceu e hoje orgulha toda a cidade. As apresentações foram lindas, e eu levo comigo tudo que vi aqui para mostrar a ele. Tenho certeza de que Geraldo ficará muito emocionado em saber o quanto é amado", destacou. (Fonte Texto: Fabiana Diniz - Assessora de Comunicação da Secretaria de Educação e Esporte)

Nenhum comentário

DESERTIFICAÇÃO É UM DOS PROCESSOS AMBIENTAIS MAIS GRAVES DA ATUALIDADE

A desertificação é um dos processos ambientais mais graves da atualidade. Ela ocorre quando solos férteis, sob a pressão combinada de fatores climáticos e da ação humana, perdem progressivamente sua capacidade produtiva.

O desmatamento, o uso intensivo da terra, o sobrepastoreio, as queimadas e a má gestão da água aceleram esse processo. Já as mudanças climáticas contribuem para intensificar secas prolongadas e ondas de calor que fragilizam os ecossistemas.

De acordo com relatório “The Global Threat of Drying Lands”, da Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação (UNCCD), mais de três quartos de todas as terras do Planeta ficaram mais secas nas últimas três décadas até 2020 — em comparação com o período de anterior.

A organização também estima que 40% da superfície terrestre já se enquadra em regiões áridas ou semiáridas. Nessas áreas vive um terço da população mundial, em sua maioria em situação de vulnerabilidade socioeconômica.

Segundo Aldrin Martin Pérez Marín, pesquisador do Instituto Nacional do Semiárido (Insa), coordenador do Observatório da Caatinga e Desertificação e correspondente científico do Brasil junto à UNCCD, o problema não pode ser reduzido a uma questão ambiental.

“Esse processo […] toca a vida de milhões de pessoas, fragiliza a agricultura familiar, ameaça a segurança alimentar e coloca em risco o futuro da nossa Caatinga – bioma único, 100% brasileiro, que é, ao mesmo tempo, floresta, cultura e esperança”, afirma.

O Brasil também convive com esse problema. O Semiárido brasileiro é considerado uma das regiões mais vulneráveis do Planeta. Segundo o Insa, quase 30 milhões de habitantes, estão concentrados áreas onde a desertificação já é uma realidade.

Ainda conforme o Instituto, cerca de 85% do Semiárido apresentam algum grau moderado de desertificação, enquanto 9% estão desertificados. Para o pesquisador, compreender a gravidade da desertificação exige olhar para além dos números,e observar também seus efeitos sobre a vida das pessoas.

“Hoje, o País enfrenta desafios climáticos e ambientais que exigem não apenas ações urgentes, mas também uma mudança paradigmática na forma como lidamos com a convivência com a semiaridez. […] Nesse contexto, a desertificação tornou-se um dos maiores problemas ambientais enfrentados pelo Brasil, especialmente no Semiárido”, comenta Aldrin.

Além da degradação ambiental, há impactos diretos sobre a população. Famílias agricultoras ainda enfrentam quedas na produtividade, pecuaristas veem seus rebanhos morrerem pela falta de pastagem, e jovens acabam migrando para centros urbanos em busca de sustento.

“Se a terra adoece, adoece também o povo que dela depende. Agricultores familiares, povos indígenas, comunidades quilombolas e assentados da reforma agrária são os que mais sentem a degradação avançar”, explica o pesquisador.

O fenômeno da desertificação está ligado às mudanças climáticas. A elevação das temperaturas médias, combinada à irregularidade das chuvas, gera um ciclo de degradação que se retroalimenta.

O pesquisador Aldrin Martin Pérez Marín explica que, com o uso excessivo e sem cuidados adequados, o solo começa a perder sua fertilidade, fica exposto ao vento e à água da chuva, que levam embora o material fértil | Foto: Arquivo pessoal

Segundo Aldrin, o processo de desertificação é uma espécie de ciclo vicioso. Inicia com a ocupação de uma área específica, seguida pela derrubada da vegetação nativa, e uso do solo para a pecuária ou agricultura.

Ele ainda completa: “com o uso excessivo e sem cuidados adequados, o solo começa a perder sua fertilidade, fica exposto ao vento e à água da chuva, que levam embora o material fértil, e empobrecem ainda mais a área”.

Esse ciclo é sentido de forma ainda mais intensa no Semiárido brasileiro. A agricultura de sequeiro, predominante na região, depende diretamente da regularidade das chuvas. Quando elas falham, a produção acompanha.

A configuração atual fragiliza a economia regional, gera insegurança alimentar e pressiona os serviços públicos urbanos diante da migração forçada. Portanto, o combate à desertificação é também uma estratégia de adaptação às mudanças climáticas.

Nenhum comentário

UNEB CELEBRA 15 ANOS DO PPGEcoh COM ENCONTRO QUE UNE CIÊNCIA E NATUREZA NO SEMIÁRIDO

O Departamento de Tecnologia e Ciências Sociais (DTCS) da UNEB, Campus III, se prepara para sediar o 1º Encontro de Docentes do Programa de Pós-Graduação em Ecologia Humana e Gestão Socioambiental (PPGEcoH). Celebrando 15 anos de existência, o evento acontecerá nos dias 29 e 30 de agosto com uma programação que une a solidez da pesquisa acadêmica à rica cultura local.

O PPGEcoH nasceu a partir de uma formação Lato Sensu criada em 2004 no Campus VIII, em Paulo Afonso, e amadureceu com importantes parcerias junto a instituições como USP, UnB e Unicamp. Seu grande diferencial foi o deslocamento estratégico do debate científico para o interior do Nordeste, preenchendo uma lacuna de pesquisas na região e focando na Caatinga, bioma exclusivo do semiárido brasileiro com características ecológicas singulares. O programa estuda as complexas relações — míticas, simbólicas, utilitárias e religiosas — que os seres humanos estabelecem com o meio ambiente.

Para o professor Dr. Carlos Alberto, coordenador do PPGEcoH, o encontro é um marco fundamental. "são muitas vitorias ao longo de 15 anos", destaca. "Mais de 180 mestres e mais de 30 doutores formados. A assembleia dos docentes do programa vai avaliar nossa trajetória e propor metas para o quadriênio capes que iniciamos em 2025 e irá até 2028. Nossa meta principal é continuar prestando um serviço de excelência na formação de profissionais em Ecologia Humana para atuar nos mais diversos setores da sociedade. Além de termos um momento com nossos discentes, que são a razão existência do Programa."

A programação do encontro é um reflexo da proposta do programa. Além das palestras e debates no Campus III, o evento contará com um momento cultural e um passeio de barco pelas águas do Rio São Francisco, proporcionando aos participantes um intercâmbio científico e uma experiência imersiva na realidade da região.

Mais informações sobre o evento e a programação podem ser acessadas nos perfis do Instagram @unebdtcs3 e @ppgecoh.

(Fonte: André Amorim - Jornalista-Núcleo de Assessoria de Comunicação)

Nenhum comentário

BANDA CABAÇAL IRMÃOS ANICETO E A FALTA DE POLÍTICAS PÚBLICAS E VALORIZAÇÃO CULTURAL

"Deus era um tocador de pife e foi soprando nele, num pife feito de taboca, que deu vida ao Homem com seu sopro fiel". (Aderaldo Luciano)

A Banda Cabaçal Irmãos Aniceto completou este ano 210 anos de criação e tradição cultural. Por Decreto de Lei, a Banda é reconhecida como Patrimônio da Cultura Imaterial do Crato. O grupo já chegou a gravar quatro discos. O jornalista e colaborador da REDEGN, diz que falta um empenho maior das autoridades promoverem política públicas para garantir a valorização de um dos maiores patrimônios da cultura que é a Banda Cabaçal Irmãos Aniceto.    

A banda Cabaçal Irmãos Aniceto é histórico e foi fundado no século XIX, na cidade do Crato, Ceará, por José Lourenço da Silva, conhecido como José Aniceto. “Aniceto era descendente dos povos originários Kariri e trouxe elementos da cultura indígena e sertaneja para a música e dança.

A Banda Cabaçal dos Irmãos Aniceto, conforme o memorialista do Crato, Huberto Cabral, é uma das mais divulgadas do Cariri no exterior, já tendo percorrido Portugal, Espanha, França e, no segundo semestre, estará na Turquia, para participar de um festival na região da Capadócia, além de já ter passado por diversos estados brasileiros.

A Banda Cabaçal dos Irmãos Aniceto já se apresentou ao lado de importantes nomes da música brasileira, como o multi-instrumentista Hermeto Paschoal e o conjunto Quinteto Violado. Também participou de diversos filmes e documentários para a TV, durante sua trajetória artística.

O Mestre Adriano Aniceto, durante entrevista a REDEGN, destaca a trajetória que vem de várias gerações. Ele enaltece que a Banda nasceu na roça. “Na roça a gente ouve os pássaros, os bichos e levamos esses sons da natureza para nossa música”, disse Adriano.

Em agosto de 2019, foi inaugurado o Museu Orgânico, Casa do Mestre Raimundo Aniceto, cujas portas estão abertas à visitação do público com o intuito de valorizar a história do grupo e os instrumentos artesanais.

Na passagem pela terra, Raimundo Aniceto foi um Homem forte e dedicado às suas origens, Mestre Raimundo Aniceto, que nos deixou, em viagem ao Sertão da Eternidade, fez da sua morada e da sua história um palco “vivo” da cultura popular em toda a região. Mas seu legado continua, como sempre foi e como deve ser. “É por isso que a gente vem, com a maior alegria, representando nosso Ceará e nossa cultura. Enquanto existir os Irmãos Aniceto, o folclore não se acaba no Brasil”, afirma Adriano Aniceto.

Mestre Adriano, diz que a Banda Cabaçal Irmãos Aniceto segue viva. "Todos que fizeram parte da banda, eles tinham espíritos livres, gostavam muito de cantar, além de tocar e dançar. Cumpriram de verdade suas missões, deixando um legado muito bonito e abençoado que jamais será esquecido".


Nenhum comentário

FLÁVIO LEANDRO RECORDA O PROFESSOR ANSELMO GOMES DURANTE LIVE

 Em live neste domingo (24), o cantor e compositor Flávio Leandro fez uma recordação do advogado, poeta e compositor Anselmo Gomes. Flávio Leandro recordou o "jeito excêntrico, maneira extravagante, fora dos padrões considerados normais" de Anselmo Gomes" e contou que certa fez ele marcou um encontro pois queria o conhecer e conversar.

"Acontece que o professor Anselmo chegou lá em casa em Bodocó, e foi dizendo cada minuto a mais é um minuto a menos e foi embora. Nem foto tirou".

Na live Flávio conta que restou escrever a música Cor do tempo: Cada minuto a mais é um minuto a menos que a gente deixa de viver/Cada pegada na estrada dessa vida mostra a cor embranquecida da face do envelhecer/Cada fiapo de cabelo que se pinta mostra que o tempo tem tinta Pra pintar qualquer cristão

Pode ser forte, ser valente, ter dinheiro/Pode ser do estrangeiro ou de qualquer religião/Pode fugir que o tempo pega e lhe consome/Se ficar o tempo come, pro tempo tem jeito não...Valha me Deus, Vixe Maria ase eu pudesse contra o tempo eu lutaria Armava a rede na garupa do destino E no balanço matutino eu misturava noite e dia.

Anselmo Gomes já "partiu para o sertão da eternidade". Numa terça-feira (04) de dezembro do ano 2018, o professor Anselmo Gomes Rodrigues, morreu. 

Professor Anselmo era um pesquisador da obra de Luiz Gonzaga e um defensor da cultural brasileira.  Anselmo lecionou na UPE, Campus Petrolina e na Escola Paul Harris. Exerceu a Advocacia em Petrolina e região do Vale do São Francisco. Foi um dos professores pioneiros em levar os alunos para o Cemitério Local, para ter aula de filosofia e mostrar a fragilidade do corpo humano. Também, fantasiado de mendigo deu aulas práticas em um shopping com objetivo de fazer os jovens alunos refletirem sobre o preconceito.

Anselmo também compôs uma dezena de músicas. Na voz do juiz sanfoneiro, Ednaldo Fonseca, teve gravada Saudades de Luiz Gonzaga. Já o cantor e sanfoneiro Targino Gondim, gravou a música Na Sombra do Juazeiro, forró que recebeu elogios do mestre Dominguinhos, durante as festividades de nascimento de Luiz Gonzaga, numa das festas em Exu, Pernambuco.

A música embala, encanta, vibra o sentimento. É um mistério que emudece. Targino Gondim e Anselmo Gomes foram contagiados no ritmo, melodia e harmonia e fizeram uma música mais brasileira, tipo exportação, materializando o real sentido da palavra cultura.

Na Sombra do Juazeiro é o desenho cósmico da natureza-homem-mulher, expressão no choro solitário de dor na união dos destinos. É o juazeiro simbolo de resistência.

Confiram letra música: "No meu pé de serra na sombra do juazeiro eu passo o dia inteiro pra ver ela passar mas ela não vem e eu fico esperando sozinho, lamentando aguardando por meu bem/.

E toda quinta-feira lá tem arrasta pé, Vixe, como tem mulher e tanta brincadeira vai amanhecendo o dia e eu fico esperando sozinho, matutando mas não vem quem eu queria/.

Oh com tanta malvadeza faça isso comigo não se tens tanta certeza que é teu meu coração na próxima quinta-feira passe logo bem cedinho estou louco por teus carinhos e pra dançar um forrozão"...

Nenhum comentário

PROJETO DA EMBRAPA APOIA CULTURA ALIMENTAR EM COMUNIDADES DO NORDESTE

“É um divisor de águas”. “É transformador”. Essas são as avaliações de duas mulheres de comunidades que participam do projeto de pesquisa agro alimentar Paisagens Alimentares, coordenado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Alimentos e Territórios Alagoas e financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que está transformando comunidades rurais no semiárido nordestino.

Sem a presença do pai, Anatália Costa Neto, a Nat, a caçula dos dez filhos, começou a trabalhar com 11 anos em casa de família. Ainda criança, ia para o mangue ajudar a mãe a pescar aratu e ostras. 

Hoje, aos 41 anos, é uma das 14 integrantes da Associação das Mulheres Empoderadas de Terra Caída de Indiaroba, em Sergipe. Nat chegou na comunidade aos 18 anos para se casar e não saiu mais. Além do artesanato que já faziam no local, com peças em crochê, macramê, madeira e conchas, agora após a pesquisa da Embrapa Alimentos e Territórios Alagoas, desenvolvem o projeto de turismo de base comunitária, que se tornou mais uma fonte de renda para a comunidade.

Nat ganhou, neste mês, o prêmio Mulher de Negócio, na categoria Microempreendedora Individual com o conjunto de ações que realiza na comunidade como a criação do hambúrguer de carne de aratu, um caranguejo típico do local, no qual concorreu com 150 mulheres do estado de Sergipe. Segundo ela, o produto que já era produzido anteriormente, ganhou atratividade após o trabalho da Embrapa.

“O projeto me fez vender mais, saber como calcular o preço, que eu não tinha noção. Foi através deles que eu agreguei valor ao meu produto. Vendo na lanchonete e outras de fora pegam comigo. O turista vem e leva para o consumo próprio com uma caixinha de isopor. Muita gente leva para fazer em casa”, contou à Agência Brasil.

O projeto Paisagens Alimentares tem como objetivo promover a valorização da cultura alimentar e do turismo sustentável de base comunitária na região. Os locais escolhidos receberam as visitas dos técnicos da Embrapa que começaram a trabalhar com os moradores em oficinas, intercâmbio e imersões, envolvendo diretamente mais de 500 participantes e provocando um impacto estimado em mais de cinco mil pessoas da região. 

No caso da Nat, a orientação para agregar valor beneficiou também outros produtos como os biscoitos de capim santo e de batata-doce, os produzidos a partir da fruta mangaba com geleias, cocadas, compotas, bolos e pudins, e os mariscos, que também têm sido um sucesso. 

“Assim a gente vai criando produtos para poder trazer mais fontes de renda para a nossa vida. São muitas coisas é só a gente ter a ideia que vai fluindo na mente. Foi através da Embrapa que a gente foi conhecendo mais”, comentou.

Ana Paula Ferreira, 38 anos, é do assentamento Olho D’Água do Casado de Palmeira dos Índios, no alto sertão de Alagoas, onde junto com outras sete mulheres é coordenadora. Segundo ela, o projeto da Embrapa promoveu mudanças no assentamento.

“É um projeto transformador, que está trazendo economia e liberdade, pertencimento principalmente, no território com essa questão de fortalecer o que é nosso e desse conceito que é viver da agricultura familiar com a contemplação para mostrar o que há de mais belo para nossos visitantes sobre o cotidiano dos agricultores que colocam a mão na terra para produzir o alimento saudável”, relatou a coordenadora, em entrevista à Agência Brasil. 

O território está inserido em uma área de reforma agrária tendo ao redor o Pôr do Sol dos Cânions Dourados e Cânions do São Francisco, permitindo ainda a exploração turística do local.

Para Ana Paula, a busca pela visibilidade do trabalho feito na agricultura familiar e em assentamentos é um fato importante para esses produtores. 

“No conceito de mostrar para o mundo o que estamos fazendo e as pessoas tirem essa venda dos olhos. Quando um visitante vem para a nossa comunidade e tem esse contato com o agricultor, os animais e o povo da roça é exaltado e dando importância a quem produz o alimento”, indicou.

Ela destaca que um dos avanços do projeto na comunidade foi trabalhar com o envolvimento de jovens do território que começavam a se afastar do trabalho feito no local. “Hoje com as universidades ao redor, os institutos e as oportunidades eles não precisam sair e nem sonhar ir tão longe” disse.

Além disso, houve uma expansão das atividades que podem ser desenvolvidas no Olho D’Água do Casado e resultar em geração de renda na agricultura que não eram vistas antes pela comunidade. “Depois da Embrapa e do Iphan [Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional] na comunidade, a gente contemplou tudo dentro do assentamento, com esse conceito de preservação”, afirmou, completando com mais um avanço que é o projeto de artesanato desenvolvido com as mulheres locais aproveitando a biodiversidade da caatinga.

“Muitas pessoas têm o conceito de que a caatinga está morta no período de seca do verão, mas com os conhecimentos da Embrapa a gente viu que pode aproveitar a caatinga o ano todo e a preservação aumentou, ainda mais, pelas pessoas estarem cultivando as suas árvores nativas”, explicou. (Fonte Agencia Brasil)


Nenhum comentário

← Postagens mais recentes Postagens mais antigas → Página inicial