LIDERANÇAS LUTAM PELA REPARAÇÃO DOS OBJETOS SAGRADOS PARA O CANDOMBLÉ

A luta pela reparação histórica de objetos de religiões de matriz africana deve entrar em uma nova fase. Os itens que integravam o chamado Museu da Magia Negra foram apreendidos pela polícia fluminense, entre 1890 e 1946. Na semana passada, uma determinação do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) mudou o nome da coleção para Acervo Nosso Sagrado.

Um dia antes, na segunda-feira (20), o ministro dos Direitos Humanos e Cidadania Sílvio Almeida assinou um convênio de pesquisa sobre objetos sagrados, no Museu da República, na zona sul do Rio.

Em entrevista à Agência Brasil, o professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro babalaô Ivanir dos Santos disse que é preciso avançar ainda mais. Para ele, as pesquisas precisam identificar os personagens envolvidos durante as apreensões desses objetos. Para ele, é necessário saber quem são as pessoas que sofreram com a violência de terem seus objetos danificados, desrespeitados e apreendidos pela polícia da época, em situações que caracterizaram racismo e preconceito.

“Foi dado um passo importante na medida em que foi feito um acordo [convênio] sobre os processos sofridos pelos sacerdotes. Esse é um dado novo. As pessoas conhecem as peças apreendidas usadas como provas, que estavam no Museu da Magia e agora tem uma nova configuração. Outra coisa, quem eram essas pessoas que sofreram estes processos? Onde foram presos, porque foram presos? São perguntas que precisam [ser respondidas]. Que destino tiveram? Foram condenados? Agora acho que vão surgir quem são estes personagens. Quem eram esses sacerdotes e sacerdotisas que foram presos?”, questiona.

Para a Mãe Meninazinha de Oxum, do terreiro Ilê Omolu Oxum, a identificação desses objetos será difícil porque a apreensão deles – classificada por ela como roubo –, ocorreu em vários terreiros na mesma época.

“Então é difícil hoje a gente identificar de qual Ilê era determinado assentamento [objeto]. Acho que nem precisa isso. Basta identificar que era de candomblé ou da umbanda. Não precisa dizer se foi da minha casa ou da sua. Qualquer casa que foi invadida pela polícia para pegar o Sagrado era minha, porque eu sou de candomblé. A dor é nossa é minha também”, disse Mãe Meninazinha em entrevista à Agência Brasil.

A yalorixá disse que o caminho ainda é longo apesar das conquistas, como o convênio de pesquisa, a mudança do nome do acervo, além da localização da coleção que saiu das dependências da Polícia Civil e hoje está no Museu da República. 

“Temos muita estrada para caminhar em prol desse Sagrado, em prol da nossa religião. Nós vamos conquistar o lugar que o Sagrado merece estar, como Sagrado e não uma simples coisa que está no Museu da República, onde já deveria estar há muito tempo.”

Para a mãe de santo, a permanência do acervo por tanto tempo no Museu da Polícia Civil representa falta de respeito, já que os objetos sagrados estavam sob a guarda justamente de quem teria perpetrado crimes contra as religiões de matrizes africanas – seja do candomblé ou da umbanda.

“Nossos ancestrais, sim, minha avó, e outras da época dela, sofreram por conta desse Sagrado estar nas mãos da Polícia”, lamentou Mãe Meninazinha de Oxum.

O diretor do Museu da República, Mário Chagas, contou à Agência Brasil sobre a legislação vigente à época da apreensão dos objetos sagrados.

“As batidas policiais aconteciam com base no Código Penal de 1890, que criminalizava os praticantes das religiões de matriz afro-brasileira, ainda que a Constituição de 1891, a primeira da República, garantisse o estado laico. Ou seja: era uma contradição. O código penal criminalizava e a Constituição garantia o estado laico. Então a prática da perseguição era inconstitucional e ainda assim foi feita. As coisas eram tão loucas que as batidas policiais aconteciam durante as cerimônias religiosas”.

O acervo, que ficou sob a responsabilidade da Polícia Civil do Rio de Janeiro sem os devidos cuidados de conservação, foi tombado em 1938, pelo então Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Segundo o Iphan, dos 523 objetos da coleção, o instituto tombou 126 e todos estão, desde 2020, sob a guarda do Museu da República, em uma gestão compartilhada com lideranças religiosas.

O presidente do IPHAN, Leandro Grass, conta que o material foi registrado pelo SPHAN no chamado livro do Tombo, como Coleção Magia Negra: “por óbvio uma terminologia bem preconceituosa e desprovida de sentido, porque é um termo pejorativo para designar e para fazer referências às matrizes africanas religiosas. Ao longo de todos esses anos esse material ficou no Museu da Polícia Civil.”

Grass considera que a mudança no nome da coleção, formalizada por retificação no Livro de Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico representa uma reparação histórica.

“Vem, primeiro, em uma lógica de ruptura de terminologia pejorativa a respeito dos símbolos de matriz africana. Em segundo, vem no sentido de contemplar o desejo da sociedade civil e, em terceiro, trazer para este acervo e esse material um olhar de respeito, de consideração, porque este material foi apreendido em ações que tinham, como base, uma legislação fundada em tornar crime, os rituais ditos profanos que, na verdade, eram de matriz africana. Simbolicamente é muito importante.”

O longo processo de reparação contou com a participação de lideranças do candomblé e da umbanda do Rio de Janeiro que fizeram esta construção até a criação do Movimento Liberte o Nosso Sagrado, tendo à frente a Mãe Meninazinha de Oxum.

Mãe Meninazinha de Oxum iniciou o movimento Liberte o Nosso Sagrado, para recuperar objetos religiosos apreendidos ilegalmente pela Polícia Civil do Rio ao longo de meio século - Tânia Rêgo/Agência Brasil

“Eu não gosto de dizer que fui eu, mas o primeiro passo foi dado por Mãe Meninazinha, mas graças a Deus tivemos nossos irmãos do candomblé e da umbanda e juntos chegamos onde estamos”.

O diretor do Museu da República conta que quando o acervo chegou ao espaço cultural precisou passar por uma quarentena para avaliar se estavam com algum tipo de fungo. Depois houve um trabalho de conservação e de documentação, que ainda está sendo feito.

“Alguns, nós estamos conseguindo identificar [a quem pertencia] por conta de material de imprensa, o nome do pai de santo, a casa de onde era. Estamos chegando a estes detalhes, graças a uma pesquisa junto aos inquéritos policiais e ao material de imprensa, mas nem tudo a gente sabe de onde veio”, disse Mario Chagas.

O material deve ficar acessível ao público em setembro, quando deverá ser realizada uma exposição. Para a Mãe Meninazinha de Oxum, quando o público tiver acesso, mais uma etapa da reparação histórica estará cumprida.

“A população vai conhecer esse lado negativo da história do Brasil. Para eles [policiais] na época não tinha valor, mas graças a Deus ainda temos liberdade para cultuar nossos orixás”, disse, acrescentando que travou uma luta intensa sem medo. “É porque eu sou leonina”, disse sorrindo, ao se referir a seu signo no zodíaco. (Fonte: Agencia Brasil)

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A SANFONA DE DOMINGUINHOS E LUIZ GONZAGA

A sanfona é mesmo meu pulmão, meu coração, meu estômago, minhas vísceras. Quando ela se abre, é minha respiração que vai junto. Quando se fecha, é meu suspiro.

A sanfona sabe de todas as minhas saudades, revira todas as minhas lembranças, desce ao poço profundo do meu passado e traz-me milhões de presentes. É, a sanfona é a rainha do meu salão de miudezas.

A sanfona é a lâmpada a clarear meu terreiro, é o sol a festejar os meus dias. Quando chove, a sanfona é meu abrigo. À noite escura, é ela a lua escondida por trás da escuridão. Meus ouvidos são a passarela por onde ela desfila soberana. Minha pele sofre quando a escuta bem baixinho nos agudos suaves.

Meus olhos se fecham, enquanto meu peito vibra nas prolongadas notas graves. Me desculpe, Luz Deus, mas meus santos todos tocam sanfona, sem piedade. Tem dois santos no altar-mor de minha catedral: São Luiz Gonzaga do Nascimento e São Dominguinhos. Essa da foto pertence ao segundo, já que o primeiro é primeiro mesmo. (Texto Professor doutor Aderaldo Luciano)

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O SENHOR DE ESCRAVOS EM NÓS: O VINHO AMARGO DA HISTÓRIA PÁTRIA

Há um senhor de escravos habitando a subjetividade de muitos brasileiros. Há um desejo de escravização do outro, do considerado inferior, transmitido pela educação de gerações, no país que foi o último a abolir o vergonhoso comércio de carne humana, cujas elites intelectuais produziram uma visão idealizada e adocicada do martírio cotidiano de milhões de homens e mulheres pretos. 

Habita nosso inconsciente coletivo a fantasia senhorial do poder desabrido e sem peias sobre o corpo do outro, a vontade de servidão e de serviço sem limites daqueles considerados diferentes, fracos, subumanos. 

Uma boa parcela dos brasileiros que se consideram brancos e, por isso, superiores, acalentam sonhos, muitas vezes não explicitados, de ter a sua disposição um outro em quem possa descarregar suas frustrações, seus ressentimentos, suas raivas, seus ódios. Alguém de pele escura, de pele parda a sua disposição para descarregar as suas pulsões de morte, a sua agressividade, os seus desejos destrutivos.

Quando Gilberto Freyre, um dos intelectuais que edulcoraram a escravidão e que tinha por ela uma indisfarçável nostalgia, utiliza o par de categorias psicanalíticas sadismo e masoquismo para pensar as relações entre senhores e escravizados, ele acerta, por um lado, ao descrever o desejo sádico dos senhores e senhoras, que gozavam infligindo humilhação, dor e sofrimento públicos a seus escravizados e erra ao atribuir a eles o desejo masoquista, como se eles se submetessem a sevícia dos senhores e senhoras de forma voluntaria e disso retirassem prazer. 

DURVAL MUNIZ DE ALBUQUERQUE JR Professor da UFPE e UFRN. Autor do livro “A Invenção do Nordeste”. Análises históricas e questões regionais. Escreve às terças no Diário do Nordeste

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HORA DO PLANETA: NO BRASIL, MONUMENTOS E PRÉDIOS PÚBLICOS DEVEM APAGAR AS LUZES NESTE SÁBADO

Na noite de 25 de março, às 20h30, luzes serão apagadas em diversos pontos do país, para chamar a atenção da sociedade sobre a crise climática. O apagão faz parte da Hora do Planeta, evento promovido anualmente pela organização ambientalista não-governamental WWF.

A proposta é que indivíduos, grupos e empresas apaguem as luzes por 60 minutos, para pensar em como cuidar do planeta. Limpar a praia, plantar uma árvore, se engajar em movimentos comunitários ou simplesmente reunir os amigos no momento de desligar a energia elétrica são maneiras de aderir ao movimento.

Segundo a WWF, qualquer pessoa, em qualquer lugar, pode participar da mobilização. Apoiadores em mais de 190 países e territórios participam do evento, que acontece no Brasil desde 2009.

De acordo com Giselli Cavalcanti, analista de engajamento do WWF-Brasil, a Hora do Planeta tem mais de 400 eventos programados pelo país, tanto virtuais quanto presenciais. Este ano, a WWF-Brasil ofereceu um mapa de visibilidade dessas ações, que podem ser consultadas no site da instituição. “O objetivo é que, em um esforço global, a gente consiga fazer a nossa parte, mas também cobrar medidas urgentes dos governos e das lideranças para barrar a crise climática e reverter a queda da biodiversidade”, afirma Cavalcanti.

Tradicionais parceiros da WWF, os escoteiros têm diversas atividades programadas para a Hora do Planeta, tais como vigílias, debates e observação de estrelas. Bruno Souza, diretor do Grupo Escoteiro José de Anchieta (GEJA), em Brasília, explica que os escoteiros já trabalham sobre um conjunto de ações associadas aos objetivos de desenvolvimento sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU) e que as atividades programadas para o dia 25 fazem parte dessas ações.

“O GEJA participa da Hora do Planeta desde que ela começou no Brasil, então todo ano a gente faz ações desse tipo e, principalmente, orienta os nossos jovens sobre a responsabilidade de cada um na questão da preservação do meio ambiente”, diz.

Para Giselli Cavalcanti, a participação dos escoteiros na Hora do Planeta tem um impacto significativo. “Essas crianças e esses jovens estão se engajando com a pauta ambiental, estão levando essa discussão para outros espaços também, seja nas escolas, nas comunidades, nas famílias”, explica. Cavalcanti destaca ainda o envolvimento crescente das empresas, que têm participado da mobilização com palestras, workshops e apoio a projetos de cuidado ambiental, além de reverem suas formas de atuação.

No Brasil, monumentos e prédios públicos em diversas cidades devem apagar suas luzes às 20h30 deste sábado, como forma de adesão ao movimento. Enquanto isso, na Mongólia, acontecerá um desfile de moda sustentável com estilistas locais, apresentando roupas recicladas e redesenhadas. Já o WWF-Letônia sediará seu tradicional concerto da Hora do Planeta para parceiros e apoiadores. Essas e outras ações fazem parte dos esforços da instituição "para que a década termine com mais natureza e biodiversidade do que quando começou", a fim de evitar danos irreversíveis ao planeta.

A bióloga Nurit Bensusan, especialista em biodiversidade e pesquisadora do Programa de Política e Direito do Instituto Socioambiental (ISA), questiona a efetividade dessas ações. Para ela, a Hora do Planeta seria mais um apaziguamento de consciência que uma proposta de transformação.

“Cada pessoa individualmente poderia fazer muito mais, se posicionando contra uma economia que despeja seus impactos socioambientais nos outros agentes da sociedade. Cada um de nós poderia contribuir para tornar essa economia inaceitável, mas a gente não faz isso”, destaca.

Bensusan citou o relatório lançado pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) na última segunda-feira (20). O documento alerta que a temperatura média mundial subiu 1,1 grau Celsius acima dos níveis pré-industriais – uma consequência direta de mais de um século de queima de combustíveis fósseis, bem como do uso desordenado e insustentável de energia e do solo.


O relatório também aponta que os desastres naturais relacionados ao clima atingem sobretudo as pessoas econômica e socialmente mais vulneráveis. “É muito difícil a gente analisar a crise climática separada do colonialismo, do racismo, da discriminação, do preconceito e das desigualdades”, complementa.


De acordo com a bióloga, para transformar o cenário atual, apenas mudanças na rotina não são suficientes. Para ela, uma espécie de “fé’ na tecnologia nos faz crer que os danos socioambientais causados pelo clima são contornáveis, o que levaria a um adiamento de soluções efetivas. “O que funcionaria seria uma conscientização radical das pessoas”, defende. Já para Giselli Cavalcanti, a Hora do Planeta aumenta a conscientização e a mobilização dos diferentes setores da sociedade na causa ambiental, o que pode ser considerado um dos efeitos positivos da campanha.

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QUIOSQUE DA UMBUZADA SERÁ INAUGURADO NESTE SÁBADO (25)

As famílias agricultoras do distrito de Massaroca, em Juazeiro, vão contar com um espaço de comercialização dos produtos de 24 famílias que integram a Cooperativa Agropecuária Familiar de Massaroca e Região (Coofama).

O “Quiosque da Umbuzada” será inauguradono próximo sábado (25) e possibilitará à população local, visitantes e às pessoas que trafegam pela BR 407, uma diversidade de itens agroecológicos. “Os ovos, as galinhas caipiras, os doces e as geleias são alguns produtos que a gente vai colocar no quiosque. Vai ajudar na comercialização dos produtos, agregando valor”, destaca a secretária da Coofama, Ana Lúcia Silva.

“Pra mim que sou um produtor de ave de postura, vai ser mais um ponto de apoio. Nosso gargalo era o escoamento de nossos produtos e com esse quiosque vai ser muito bom, vou ter onde vender. Só tenho a agradecer, é mais uma conquista”, também celebra o cooperado Rogério Serafim.

A construção desse quiosque é resultado das ações de assessoria técnica desenvolvidas com as famílias agricultoras, o que evidencia a importância das políticas públicas de Ater para a melhoria da qualidade de vida no campo, principalmente no fomento de espaços que possibilitam e potencializam o escoamento do excedente da produção. “Era um sonho da Cooperativa ter um lugar para comercializar os nossos produtos dentro do distrito. E aí, quando chega a assessoria técnica do Irpaa, junto com o projeto Pró-Semiárido, através da CAR e o Fida, a gente vê esse sonho se realizando”, ressalta Ana Lúcia.

A programação festiva de inauguração começará às 7h com a realização da feira mensal de produtos agroecológicos no distrito e, ao longo da manhã, vai contar com a abertura do Quiosque e a degustação de alimentos, com destaque para a umbuzada. Também acontecerão apresentações culturais do músico Ildemar Voz e Violão e das bandas Xerim de Xiqueiro e Novo Swing.

Essas ações de assessoria técnica junto às famílias agricultoras, à Coofama e de fomento para a construção do espaço, são viabilizadas através do projeto Pró-Semiárido, que é executado pelo Irpaa. O projeto é uma realização do Governo do Estado da Bahia, através da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), órgão da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), com recursos via acordo de empréstimo com o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Fida).

O Quiosque da Umbuzada recebe também o apoio de diversas entidades, como a Central de Cooperativas da Caatinga (Central da Caatinga).

(FONTE: Foto e cards: Divulgação/Coofama)

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NA TERRA DE LUIZ GONZAGA, A TERAPIA HOLÍSTICA DÁ O RITMO NA BUSCA DO CORPO E MENTE SAUDÁVEL

O caminho que liga Exu, Pernambuco ao Crato-Ceará é a via das escolhas, das encruzilhadas, da fé,  do trabalho, dons e saberes. As paisagens agem e ardem em eco.  Quais mãos trabalharam na confecção desse origami?

Nesta terça-feira, dia 21 de março, teve início um novo ciclo de todo planeta, o Sol em sua trajetória pelo zodíaco cruza a Linha do Equador Terrestre, e assinala o equinócio de outono no hemisfério sul, e o equinócio da primavera no hemisfério norte e marca a sua saída do signo de Peixes, o último do Zodíaco, para a entrada no de Áries, o primeiro. 

Os raios do Sol incidem nos hemisférios Norte e Sul de forma igual e o dia e a noite se equilibram, tendo 12 horas cada, daí o nome “equinócio”.

Este momento de harmonia da Natureza marca o início do Ano Novo Zodiacal, e é como se fosse um réveillon astrológico, ideal para começar uma nova fase.

Em Exu, não é só o ritmo e a harmonia de  Luiz Gonzaga que ecoam provocando saberes. Um dos exemplos de dedicação é o trabalho de Alvenir Peixoto. Ela é mãe e avó, filha de  Pedro Tenório de Alencar e Amélia Peixoto de Alencar.

Nasceu de batismo Alvenir Peixoto Tenório. Atualmente tem 62 anos, há 4 anos fechou um ciclo de  40 anos como educadora.  

"Nesse tempo, há  23 anos,  transmutei para Terapeuta Holística Integrativa, e  há 10 anos me fiz Artesã.  Arrisco-me  na poesia e  na contração de histórias", revela Alvenir, ressaltando que nasceu em um lar sertanejo, cujos valores foram transmitidos no cotidiano de maneira prática nas rodas de conversas motivadas por seu pai o seu avô materno.

"Honro a minha ancestralidade, honro meus pais pois sou parte do que recebi deles", diz Alvenir.

Esse ano Alvenir completa 30 anos de Práticas Integrativas Complementares e há 23 anos exerce, com honra, a missão  de auxiliar na saúde,  bem estar e felicidades  das pessoas como terapeuta.

Com Formação em Holística de Base, pela UNIPAZ-Recife , Alvernir é Reikiana,  shiatsuterapeuta, Psicopedagoga Clínica,  trabalha com Radiestesia, Cromoterapia,  Pêndulo,  Terapia Angelical,  Fitoterapia e audição terapêutica. 

Alvenir destaca os saberes. "Inserido na minha prática,  o conhecimento ancestral das meisinhas, (fitoterapia), dos escaldas pés, dos banhos de ervas,  de argilas fortalecem os saberes da nossa caatinga, da energia do sertanejo tão  elucidado na vasta obra de Luiz Gonzaga, nosso eterno  Rei do Baião".

De acordo com a terapeuta, os Saberes da Caatinga une benzedeiras(os), parteiras(os) e  raizeiras ( os) em prol da vida, da saúde  e do bem estar de todos que compartilham essa região, assim como a Chapada Nacional do Araripe  um cinturão de energia  que abraça a todos com sua generosa  riqueza energética e espiritual.

"Exu  tem como essência na sua formação a união dos povos tradicionais,  os índios Ançus,  os afro descendentes e o povo que veio de  Freixerio de Sotelo. Os Saberes espirituais estão presentes na formação de um povo. Acredito que não seja diferente de nossa Exu".

Ligia Peixoto Lino Araújo é filha de Alvenir. Apaixonada pela natureza e os elementos essenciais de quem busca qualidade de vida.  Todos os dias ela vai trabalhar na Budega, espaço e nome apropriado para uma das empresas pioneiras em vendas de itens para quem busca saúde para a mente e corpo.

No Brasil, em consonância com as recomendações da Organização Mundial da Saúde M, foi aprovada, desde 2006, a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no SUS (PNPIC), contemplando, entre outras, diretrizes e responsabilidades institucionais para implantação/adequação de ações e serviços de medicina tradicional chinesa/acupuntura, homeopatia, plantas medicinais e fitoterapia, além de instituir observatórios em saúde para o termalismo social/crenoterapia e para a medicina antroposófica no Sistema Único de Saúde (SUS).

A utilização da natureza para fins terapêuticos é tão antiga quanto a civilização humana e, por muito tempo, produtos minerais, de plantas e animais foram fundamentais para a área da saúde. Historicamente, as plantas medicinais são importantes como fitoterápicos e na descoberta de novos fármacos, estando no reino vegetal a maior contribuição de medicamentos.

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ESPIRITUALIDADE, ECOLOGIA, SUSTENTABILIDADE E O CUIDADO COM A MÃE TERRA SÃO TEMAS EM DISCUSSÃO NO VI SIMPÓSIO INTERNACIONAL PADRE CÍCERO

O VI Simpósio Internacional Padre Cícero e I Simpósio Internacional de Religiões e Espiritualidades prossegue até o dia 23 de março.

Aberto oficialmente na noite deste domingo, 19, no auditório Beata Maria de Araújo, na Universidade Federal do Cariri (UFCA), o VI Simpósio Internacional Padre Cícero e I Simpósio Internacional de Religiões e Espiritualidades: Pluralismo Religioso e Cosmovisões no Nordeste. Juazeiro do Norte e o Cariri se tornam o epicentro dos debates sobre religiosidades e o Padre Cícero, com a presença de dezenas de estudiosos do Padre Cícero e das religiões de vários países. Os eventos de abertura contaram com apresentações culturais, a exemplo do Coco do Frei Damião, com a Mestra Marinês.

O simpósio está sendo realizado por meio de diversas parcerias, entre elas a UFCA e a Unileão. São homenageados grandes nomes que contribuíram ao longo dos anos para a pesquisa, o fortalecimento da historicidade em torno da religiosidade e do Padre Cícero, a exemplo da irmã Annette Dumoulin, religiosa da Congregação de Nossa Senhora (Cônegas de Santo Agostinho), que faleceu em 21 de maio de 2021, além dos pesquisadores Daniel Walker, Raimundo Araújo e Geraldo Barbosa, também falecidos.

O coordenador geral do evento, Océlio Teixeira de Souza, destacou os nomes que estão sendo homenageados e que contribuíram com a realização dos simpósios, ao longo das suas edições. Ele fez um breve retrospecto de todas as edições realizadas e as temáticas trabalhadas. A URCA chega a 6ª edição, com a ampliação dos debates e discussões.

Na programação do Simpósio, estão sendo tratados sete eixos temáticos, incluindo: EIXO 1 – Padre Cícero, Romarias e Catolicismos no Nordeste;

EIXO 2 – Protestantes e Evangélicos; EIXO 3 – Religiões Afro-Diaspóricas e Afro-Brasileiras; EIXO 4 – Cosmovisões Indígenas e a Luta pela Terra; EIXO 5 – Doutrinas Científico-Religiosas e Novas Espiritualidades; EIXO 6 – Espaço Público, Religião e Política e EIXO 7 – Espiritualidade, Ecologia e o Cuidado com a Mãe Terra.

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