A JUAZEIRENSE MILENA, JOÃO DO VALE, SONORIDADE DE PALAVRA BODOCÓ E CORONÉ ANTÔNIO BENTO

"Carcará pega, mata e come/ Carcará, não vai morrer de fome/ Carcará, mais coragem do que homem..." A metáfora social de Carcará, imortalizada por Maria Bethânia no lendário show "Opinião", nos anos 60, é de autoria de um poeta, compositor negro e semi analfabeto chamado João Batista do Vale,  autor de dezenas de músicas inesquecíveis que marcam a canção brasileira.

O compositor maranhense, idolatrado por Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Luiz Gonzaga, Nara Leão e outros grandes nomes da música brasileira tem um capítulo que o liga a Juazeiro Bahia e aos sertões.

Em 1977, ao ser convidado para fazer show no Projeto Pixinguinha, pela então recém-criada Funarte, o cantor e compositor maranhense João do Vale (nascido em 11 de outubro de 1934 e falecido em 6 de dezembro de 1996) pediu que a companheira de palco fosse Milena.

Tratava-se da cantora Milena, nascida em Juazeiro, Bahia,  terra de João Gilberto, dona de uma das mais belas vozes do cancioneiro brasileiro.

Milena percorreu o Brasil e soltou a voz mostrando os sucessos como Carcará (João do Vale e José Cândido, 1965), Estrela Miúda, Peba na pimenta (João do Vale, José Batista e Adelino Rivera, 1957) e Pisa na fulô (João do Vale, Silveira Junior e Ernesto Pires, 1957).

A juazeirense faleceu no ano de 2020, marcando, infelizmente a falta de valorização da cultura brasileira e seus artistas. A amizade gerou shows e programas de TV feitos por Milena com João do Vale na década de 1980. Milena ainda em vida chegou a lançar o álbum João do Vale – Muita gente desconhece.

João do Vale é ainda autor da música Na asa do vento (João do Vale e Luiz Vieira, 1956), O canto da ema (João do Vale, Ayres Viana e Alventino Cavalcanti, 1956), De Teresina a São Luiz e Coroné Antonio Bento (João do Vale e Luiz Wanderley, 1970), nesta composição é citada o nome BODOCÓ.

Uma linha de pesquisa busca evidências que João do Vale esteve visitando Juazeiro e também Bodocó e Exu, terra de Luiz Gonzaga. Detalhe: Zé Gonzaga, irmão de Luiz Gonzaga, na época deu várias oportunidades para que João do Vale, na Rádio Tupi, mostrasse as suas músicas.

O cantor e compositor Chico Buarque afirma que "João do Vale está na mesma linha de Luiz Gonzaga e a sua obra tem tanto peso e valor quanto a do rei do baião".

No ano de 2019, visitei o norte do Paraná,  caminhando pelos sertões do Paraná, lembrei de Milena e João do Vale. Lembrei de Luiz Gonzaga e Gonzaguinha interpretando o baião Fogo do Paraná. 

A história conta que o Incêndio florestal no Paraná foi um grande incêndio que ocorreu na década de 1960, no século XX, no estado do Paraná, Brasil. O incêndio atingiu principalmente a região do norte pioneiro e campos gerais do Paraná além de alguns municípios da região central e norte do estado. É ainda considerado um dos maiores incêndios ocorridos no Brasil e no mundo.

Este incêndio é tema do livro “1963-O Paraná em chamas” que traz a história de um incêndio florestal que ocorreu há cinquenta anos sete anos no Paraná.   Foram 3 anos de trabalho que incluiu pesquisas em mais de 1000 documentos, entre periódicos, estudos acadêmicos, arquivos eletrônicos, relatórios governamentais além de entrevistas com jornalistas, profissionais agrônomos da época e integrantes da Defesa Civil do Paraná.

Naquela época agosto e setembro foram meses de fortes estiagem no Paraná e o estado vinha passando por um período bem seco. Como era de costume, os lavradores faziam pequenas queimadas para limpar o terreno. Com os fortes ventos, não demorou muito para o fogo avançar sem controle. Essa combinação de fatores foi o estopim para o fogo se alastrar pelo interior do Paraná.

Jornais da época mostram que imóveis, entre casas, galpões e silos, viraram cinzas. Cerca de 10 mil famílias, a grande maioria formada por trabalhadores rurais, ficaram desabrigadas. Tratores, equipamentos agrícolas e incontáveis veículos foram atingidas.

O fogo causou a morte de cerca de 300 pessoas. Entretanto, não chegaram a um consenso sobre o número de mortos, que teria sido maior, segundo os jornais da época.

Naquela época João do Vale compôs, o baião Fogo do Paraná e Luiz Gonzaga cantou:

"José Paraíba  seu Zé das Crianças foi pro Paraná cheio de esperanças.

Levou a mulher e seis barrigudinhos:  Pedro, Juca e Mané, Severino, Zefa e Toínho. No norte do Paraná todo serviço enfrentou batendo enxadas no chão mostrou que tinha valor...Dois anos de bom trabalho até cavalo comprou.

A meninada crescia, robusta e muito feliz, estudava animada. A mulher sempre dizia: Ninguém tá com pança inchada tudo igualzinho a sulista, muita saúde de bochechinhas rosadas.

Se nordestino é pesado é do ofício, o cavaco é como diz o ditado, a corda só quebra no fraco. Deus quando dá a farinha o diabo vem, rasga o saco.

Aquele fogo, maldito que o Paraná quase engole e José lutava contra ele acompanhado da prole. 

Vosmicê fique sabendo que José nunca foi mole. 

Depois de tudo perdido chegando no seu ranchinho foi conferir os meninos e estava faltando Toínho...Voltou em cima do rastro gritando pelo caminho:

Cadê Toínho...Toínho num veio. Cadê Toínho, Responde pelo amor de Deus Toinho...

 

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POETA ZÉ MARCOLINO, CANTOR E COMPOSITOR, 35 ANOS DE SAUDADES


"Quem, morrendo, deixa escrito um verso belo deixou mais ricos os céus e a terra e mais emotivamente misteriosa a razão de haver estrelas e gente". A frase de Fernando Pessoa traduz o sentimento que o poeta, compositor  Zé Marcolino vive na memória do povo brasileiro. Basta citar a música Numa Sala de Reboco que logo o talento do poeta é lembrado.

Pela sua importância na história da música brasileira, o Poeta Zé Marcolino, merecia mais de atenção das entidades culturais. Zé Marcolino morou nos anos 70 em Juazeiro, onde foi comerciante. Juazeiro e Petrolina tem uma dívida com a memória de José Marcolino.

No dia 20 de setembro de 1987 partiu para o Sertão da Eternidade. Portanto são 35 anos de saudades do Poeta, José Marcolino Alves  silenciava por ocasião da morte causada de acidente de carro próximo a São José do Egito, Pernambuco. Em Sumé, na Paraíba, Zé Marcolino nasceu no dia 28 de junho de 1930. Venceu os obstáculos da vida simples e quando teve oportunidade deixou o Rei do Baião...digamos "bestim com tamanha genialidade". 

No ano de 1962, metade do repertório do LP Ô Véio Macho, tem Luiz Gonzaga interpretando as composições que José Marcolino lhe mostrou em Sumé, Paraíba: Sertão de aço, Serrote agudo, Pássaro carão, Matuto aperriado, A Dança do Nicodemos e No Piancó. Estes seriam os  forrós de Zé Marcolino gravados  pelo Rei do Baião. Ele interpretaria várias outras, entre as quais as antológicas Numa Sala de reboco Cacimba Nova e Quero chá.

Zé Marcolino participou da turnê de divulgação do LP Veio Macho, viajando de Sul a Norte do País com Luiz Gonzaga, no entanto, a saudade da família e suas raízes sertanejas foram mais fortes. Depois de um show no Crato, Ceará,  ele tomou um ônibus até Campina Grande e de lá foi para Sumé, de onde fretou um táxi para a Prata, onde morava.

Com o sucesso de suas canções cantadas por vários artistas (Quinteto Violado, Assisão, Genival Lacerda, Ivan Ferraz, Dominguinhos, Fagner, Jorge de Altinho, Elba Ramalho, Mastruz com Leite e tantos outros nomes da música brasileira), é atualmente Zé Marcolino um dos mais talentosos compositores da música brasileira de todos os tempos.

Somente em 1983, produzido pelos integrantes do Quinteto Violado, Zé Marcolino lançou seu primeiro e único, hoje fora de catálogo, LP Sala de Reboco (pela Chantecler). Um disco que está merecendo uma reedição em CD, assim como também seu único livro, necessita uma reedição. No citado disco Véio Macho, com seis músicas de Marcolino, ele toca gongue. No LP A Triste Partida, Luiz Gonzaga gravou Cacimba Nova, Maribondo, Numa Sala de Reboco e Cantiga de Vem-vem.

Zé Marcolino morou em Juazeiro da Bahia e ficou até 1976, quando foi para Serra Talhada, Pernambuco. Inteligente, bem-humorado, observador,  Zé Marcolino tinha os versos nas veias como a caatinga do Sertão. 

Zé Marcolino casou com Maria do Carmo Alves no dia 30 de janeiro de 1951 com quem teve os filhos Maria de Fátima, José Anastácio, Maria Lúcia, José Ubirajara, José Walter, José Paulo e José Itagiba. Zé Paulo e Fátima residem atualmente em Petrolina.

Recentemente Walter Marcolino, lançou o CD ao vivo  "Pai, Filho e Neto". No trabalho consta participação da Banda Corrupio, Walter Junior, Ruy Grudi e Dany Feitosa. No CD Walter Marcolino "Pai, Filho e Neto", tem a interpretação Socorro Moreninha, Amor Divino, Rolinha Branca, Recordando o Ceará e Lata de Lixo.

Fátima é compositora. Em 1996, numa conversa com o seu irmão, cantor e compositor Bira Marcolino, escreveram a música Siá Filiça.

"Cadê a lenha da fogueira

Siá Filiça

Cadê o milho pra assar

Cadê aquele teu vestidinho de chita

Que tu vestia pra dançar

Cadê aquele sanfoneiro

Que eu pedia pra tocar

A canção da minha terra

Um forró de pé-de-serra

Que eu ajudava a cantar

Quando me lembro disso tudo

Siá Filiça

Me dá vontade de chorar"

A música marcou o período junino porque faz qualquer nordestino lembrar dos simbolismos que marcam essa época: o vestido de chita, o milho, a fogueira, balão e o sanfoneiro. Bira e Fátima jamais imaginariam que ela realmente fosse representar dor em algum momento.

Mas quem é Siá Filiça? Siá vem do termo "sinhá", uma espécie de abreviação. E Filiça vem de Felícia, uma senhora que morava na cidade da Prata, na Paraíba, e que todos gostavam muito de brincar com ela quando eram pequenos. Segundo Bira, ela sempre andava com uma lenha. Certo dia, ele estava com a irmã em Caruaru e pensou em "Siá Filiça", que era como chamavam Felícia, e a irmã disse que dava uma boa música.

Então começaram a escrever. Fátima Marcolino foi a autora da frase: "minha esperança ainda dorme, e eu com pena de acordar", que retrata um pouco a espera e o desejo de que a pandemia do coronavírus passe, e o São João volte a ser como era.

Quando foi escrita, muitos artistas queriam gravar a música. O primeiro foi Ezequias Rodrigues, que gravou com voz e violão. Depois veio Santanna e Adelmário Coelho, da Bahia. Mas foi com O Cantador que a música fez sucesso.

Hoje, Bira tem 62 anos. Para um compositor de forró, deixar o São João morrer seria até um crime. "O São João está na veia da gente, o forró está na veia da gente. Sem São João a gente se sente fora d'água, mas não deixa de ouvir não. Eu fiz meu São João sozinho, no mato", conta.

A música foi a grande emoção da live de Santanna na véspera de São João de 2020. Quem assistiu, certamente se emocionou. Antes de cantar, disse algumas palavras: "vou me despedir de vocês com uma música... eu não vou pedir desculpa por me emocionar, porque é a emoção que move o mundo. A emoção é impressionante. Me despeço de vocês com essa canção, que é a música que melhor representa o São João este ano".

Ao fim, tirou o chapéu. Ali, estava representada a tristeza, mas também a esperança de todos se reencontrarem novamente entre público e palco, forró, xaxado e baião.

"A música foi que me escolheu, me escolheu como intérprete principal dela. Ela faz parte da minha vida. Ela foi eleita a música do São Joã  e o sentimento é muito grande. A gente que é sertanejo, a gente sabe o que significa uma festa junina para nós. Eu fico impressionado como a música Siá Filiça entra na vida das pessoas", relata.

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PRÉ LANÇAMENTO DO LIVRO ONDE ESTIVER, ESTAREI-O FLAMENGO NO BRASIL E NO MUNDO ACONTECERÁ NO SÁBADO (24)

Saiu do prelo o livro que conta a história do projeto Embaixadas e Consulados da Nação Rubro-Negra do Flamengo. A obra apresenta relatos dos inúmeros personagens e toda a cronologia das ações que fizeram dessa a maior e mais extraordinária iniciativa socioesportiva no Brasil mediante parceria entre um clube de futebol e sua torcida.

Onde Estiver, Estarei - O Flamengo no Brasil e no Mundo rememora os primeiros movimentos de aproximação do Flamengo com os denominados "torcedores off-Rio", lá nos idos de 2007, até a total consolidação nos dias atuais no qual o projeto conta com cerca de 500 grupos e 55 mil integrantes representando o Mais Querido em suas cidades e países com muita paixão e responsabilidade social. O livro terá pré-lançamento neste sábado (24), às 13h, na loja Nação Rubro-Negra Petrolina, situada ao lado da academia Smart Fit, bairro Vila Eduardo.

Idealizada e escrita pelo jornalista e escritor Luiz Hélio Alves, o Poeta, que também é embaixador do Flamengo desde 2008, a obra será oficialmente lançada no dia 13 de Novembro deste ano durante o tradicional Encontro Internacional de Embaixadas e Consulados da Nação Rubro-Negra na sede social da Gávea, no Rio de Janeiro. O livro, que conta com o apoio do Flamengo através do vice-presidente da pasta Maurício Gomes de Mattos, tem depoimentos do eterno ídolo Zico, do ex-presidente Márcio Braga, além de prefácio do atual presidente do clube, Rodolfo Landim.

Um dos mais importantes capítulos da história recente do Clube de Regatas do Flamengo devidamente registrado com o objetivo de preservar a memória e o trabalho de seus valorosos colaboradores. Dos visionários e abnegados dirigentes que abraçaram a ideia com afinco, aos apaixonados torcedores espalhados pelo Brasil e pelo mundo que se dedicam ardorosa e espontaneamente por um único objetivo: tornar o Mais Querido ainda mais forte e vitorioso.

O evento contará com presenças de representantes das embaixadas Fla-Juazeiro e Fla-Petrolina, do consulado Flaternidade, das torcidas Fla-Pilar e Fla-Bonfim.Evento: Pré Lançamento livro Onde Estiver, Estarei – O Flamengo no Brasil e no Mundo

Autor: Luiz Hélio Poeta

Data: 24/09

Hora: 13h

Local: Loja Nação Rubro-Negra Petrolina (Vila Eduardo)

Preço do livro: R$ 59,90

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CANDIDATOS A DEPUTADO FEDERAL DE VÁRIOS PARTIDOS LANÇARAM A BANCADA DA CANNABIS (MACONHA)

Candidatos a deputado federal de vários partidos lançaram hoje uma iniciativa inédita: a Bancada da Cannabis. O objetivo é ampliar a discussão sobre a erva dentro do Congresso Nacional.

Encabeçado por Maisa Diniz, da Rede em São Paulo, o projeto ganhou adesão de outros candidatos, como Paulo Teixeira, do PT paulista, que concorre à reeleição, e André Barros, do PSOL fluminense, advogado da Marcha da Maconha. Além do apoio de candidatos de partidos progressistas, o grupo diz já estar dialogando com legendas conservadoras, como PSDB e NOVO.

A legalização da cannabis nunca foi tão urgente. Diante de um mercado criminalizado e o potencial de cura de uma planta que ajudaria milhões de pessoas no Brasil, um dos países que mais sofre de depressão e ansiedade no mundo, é imprescindível levarmos a Cannabis para o Congresso Nacional de forma definitiva”, traz uma carta publicada no site da bancada. O texto fala na regulamentação não apenas do uso medicinal, mas também dos problemas gerados pela proibição – o encarceramento em massa de jovens negros e pobres – e do potencial de negócio.

Duas semanas atrás, o assunto foi destaque em uma coluna de Carla Jimenez no Intercept – ela falou justamente sobre a falta de coragem de políticos para falarem de cannabis. “Os moralistas querem continuar com um discurso arcaico sobre a maconha, quando ela já faz parte de um debate sobre saúde, segurança e… negócios bilionários”, Jimenez escreveu.

Confira a carta assinada pelos candidatos:

O ano é 2022 e a legalização da cannabis nunca foi tão urgente. Diante de um mercado criminalizado e o potencial de cura de uma planta que ajudaria milhões de pessoas no país que mais toma Rivotril no mundo, é imprescindível levarmos a Cannabis para o Congresso Nacional de forma definitiva.

O preconceito e a desinformação são barreiras sólidas diante da desconexão entre a ciência, a tecnologia e as políticas públicas que têm sido adotadas no Brasil. A partir da experiência de países que estão na nossa frente no processo de regulamentação, como Israel, Estados Unidos e Portugal, precisamos encontrar uma solução efetiva diante da guerra às drogas.

Nós, candidatos e candidatas abaixo-assinados neste manifesto, pretendemos acabar com a hipocrisia que envolve a questão da Cannabis no Brasil, colocando as eleições de 2022 como um marco deste processo.

Não podemos mais permitir que dogmas ou a desinformação vençam o debate sobre o assunto. Há milhões de brasileiros que têm sido prejudicados todos os dias devido a esse tabu: mães de crianças autistas, cuidadores de doentes de Alzheimer e uma legião de pessoas que sofrem com sintomas de ansiedade e depressão. 

A regulamentação da cannabis, porém, precisa ir além dos fins medicinais. O Brasil convive com um ciclo trágico que gera o aprisionamento de milhões de jovens pobres, quase sempre negros, decorrentes do flagrante policial de drogas em pequenas quantidades. 

A solução canábica também vai muito além da questão de segurança pública. Os exemplos pelo mundo deixam evidente que o Brasil diariamente perde tempo neste mercado, que criará milhões de empregos e bilhões de reais em impostos para o Estado. 

Em suma, há uma série de motivos para avançar na regulamentação da cannabis. O que precisamos agora é discutir essa pauta de forma madura, racional e democrática. O trabalho feito no Parlamento até aqui tem muito mérito, mas precisamos dar maior atenção e protagonismo ao debate. A hora é agora. 

Assinado: Carta da Cannabis

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POVOS ANCESTRAIS DO VELHO CHICO ENSINAM A VIVER E PRODUZIR EM HARMONIA COM A NATUREZA

Povos ancestrais do Velho Chico ensinam a viver e produzir em harmonia com a natureza. Reportagem da Caravana Nordeste (Maristela Crispim), fotos Alice Sales, relata experiências de três diferentes etnias indígenas que habitam territórios do Velho Chico que buscam aliar saberes ancestrais a novas práticas para continuar vivendo e produzindo em harmonia com a natureza. A Caravana teve como objetivo divulgar o Plano Nordeste Potência, resultado de uma coalizão de quatro organizações civis brasileiras: Centro Brasil no Clima (CBC), Fundo Casa Socioambiental, Grupo Ambientalista da Bahia (Gambá) e Instituto ClimaInfo, com apoio do Instituto Clima e Sociedade (iCS).

Confira: 

O processo colonial que deu origem ao atual município de Porto Real do Colégio (AL) remonta a meados do século XVII. Diferentes povos indígenas, Tupinambá, Caeté, Carapota, Acorane ou Aconã e Kariri habitavam a região antes da chegada de bandeirantes e jesuítas pelo “Grande Rio”, vindos da Bahia. O nome do município se originou do colégio dos jesuítas que tinha o nome de “Real”.

Atualmente, na Aldeia Indígena Kariri-Xocó, 1.300 famílias vivem numa terra de 664 hectares que margeia o Rio São Francisco e está em processo de homologação. Segundo o cacique Cícero Suíra, ainda falta a valoração das fazendas ali existentes para indenização. Da área total, 10 hectares são reservados ao ritual sagrado do Ouricuri, de 15 em 15 dias, do qual só indígenas participam. Ainda assim, a Caravana Nordeste Potência obteve uma autorização especial do pajé Júlio para visitar este território sagrado e conhecer um pouco obre suas práticas ancestrais.

As construções eram inicialmente de palha, conta o cacique. Mas não indígenas tocavam fogo em terras adjacentes e elas acabaram queimando. Daí foram reconstruídas com tijolos. Para o ritual eles precisam de três dias de purificação, sem álcool, sexo e tomando banho com determinadas plantas. Cícero Suruí nos conta que, uma vez por ano, no mês de janeiro, eles passam 15 dias no território, que tem capacidade para abrigar cerca de 4 mil pessoas e, nesta ocasião, recebem visitantes de outros povos indígenas, chegando a 7 mil pessoas. Neste território foi feito um trabalho para a regeneração da vegetação nativa com o reforço de um viveiro para reflorestamento com espécies endêmicas.

“A floresta, as nascentes e o Rio São Francisco são muito importantes para nós indígenas. Nós chamamos o Rio de Opará, que significa Rio-Mar. Mas eu não vejo os governantes fazerem nada por ele. Só desviaram, tiraram, destruíram. Se ele acabar nós acabamos também”, declara.

Um trabalho de destaque entre dos Kariri-Xocó vem sendo realizado por Idiane Crudzá. Aos 35, ela conta que teve cinco filhos e que precisou parar os estudos formais na 6ª série. Mas vem trabalhando na retomada da língua Dzubukuá Kariri Kipea, que ficou adormecida por mais de 100 anos. Utilizado só em segredo, no ritual sagrado, o idioma já está representado em memorial em Brasília.Por seu trabalho, atualmente Idiane é a segunda representante das línguas indígenas no Nordeste. Ela criou, há cinco anos, um espaço, uma escola, denominada Swbatkerá Dzidé Ayby Arãkié Yndiany Nayly KX, em homenagem a um ancestral. Presencial para crianças, com 71 alunos, e on-line para adultos, com 160 alunos de Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão e Paraíba.

“Quando falamos a nossa língua, voltamos às raízes. Nossa fortaleza é nossa língua. Não é só um idioma, é uma identidade ancestral, cultural, espiritual. Por meio dela podemos nos conectar com a natureza, com a espiritualidade de nossos ancestrais. É completa e não podemos falar dela sem falar da medicina, do artesanato, dos cantos e da dança. Tudo que abrange a nossa ancestralidade está dentro da nossa língua. Quanto mais nós fortalecermos a nossa língua, mais conhecimento nós teremos”, declara a indígena.

Um grupo, liderado por Idiane trabalha no fortalecimento das tradições. Parte deles recepcionou a Caravana com o Toré, uma dança ritual realizada por diversos povos indígenas, inclusive os tradicionais da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco. É considerado o símbolo maior de resistência e de união entre esses povos e uma das principais tradições dos indígenas do Nordeste brasileiro e de Minas Gerais.

EM HARMONIA COM A NATUREZA: A 54 km de Porto Real do Colégio fica Feira Grande, também em Alagoas. Na comunidade Olho D´Água do Meio, vivem 170 famílias indígenas e a Associação de Jovens Produtores Indígenas Tingui-Botó, criada há quatro anos que vem promovendo uma

diversificação produtiva que procura manter um cultivo agroecológico aliada à recuperação florestal. Farinha de mandioca, inhame, batata e milho estão entre os alimentos que são direcionados ao próprio consumo da comunidade.

A criação da Associação, que já conta com 30 jovens, visa o fortalecimento da juventude indígena Tingui-Botó, que vem ocupando vários espaços em busca de melhorias que respeitem as regras e saberes da comunidade. Segundo o presidente da Associação, Eré Batista, 25, os jovens já participam de diversos conselhos. “Nossa função é manter o conhecimento tradicional e passar de geração em geração. Aqui não pensamos em retorno econômico. O objetivo é preservar e se manter”, afirma Eré.

Ele explica que o território indígena conta com 540 hectares demarcados, dos quais 90% são de vegetação nativa com nascentes que contribuem para o São Francisco. Apenas 10% são cultivados. O trabalho de reflorestamento sempre existiu, mas, com o auxílio do Fundo Casa Socioambiental, construíram um viveiro de plantas nativas e estão para construir uma casa de sementes.

Maquisuel Soares da Silva, 31, que cuida do viveiro de mudas, detalha múltiplos usos das plantas nativas, como o jenipapo e o urucum para produção de tinta e o ouricuri para colírio. “Aqui nós misturamos as espécies para evitar as pragas”, revela.

Eles também estão trabalhando a valorização da cultura por meio do artesanato, principalmente de palha do coqueiro licuri, dente de porco, madeira, pena e sementes, colhidas e trocadas com outros povos. Mas Eré Batista destaca que ainda falta incentivo à produção e um local onde expor.

Eré, que é formado em Licenciatura Intercultural Indígena, recebeu a Caravana Nordeste Potência embaixo de um pé de cajarana, símbolo de grande honra e poder do Povo Tingui-Botó que funciona como uma pequena praça onde eles costumam se reunir. Ele destaca que os povos ancestrais costumam ter uma relação diferente com a Mãe Terra: “Nós só existimos por causa da natureza. A nossa terra é produtiva, mas precisamos de incentivo”. E recita uma frese de inspiração: “A natureza é nosso guia; o cocar é nossa proteção; o arco e flecha é nossa arma; o som do maracá e o Toré, nosso grito de resistência”.

Sobre o projeto de reflorestamento, ele acrescenta: “é de fortalecimento da natureza. Em nosso ritual sagrado, precisamos estar em conexão com a natureza e esse projeto foi um incentivo para que a gente possa reflorestar as áreas degradadas porque toda área foi de fazendeiro e tinha uma degradação muito grande para plantio de pasto. Com o incentivo desse projeto também vamos plantar uma horta toda orgânica. O projeto é uma semente plantada dentro da comunidade que gerará muito fruto”.

ENERGIA DO SOL NA ALDEIA: Distante 236 km de Feira Grande (AL), está Jatobá (PE), onde localiza-se uma das aldeias do Povo Pankararu na região, território demarcado nos anos 1940 que só em 2018 foi desapropriado. O vice-cacique Sarapó Pankararu, que é coordenador executivo da Articulação dos Povos Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo (Apoinme), conta que foi um processo doloroso para todas as partes que, aos poucos, vão reconstruindo suas histórias. O território é de aproximadamente 8.100 hectares, onde vivem cerca de sete mil indígenas.

“O nosso povo teve várias lutas. Essa última, pela conquista do nosso território, iniciou em 1940 com a primeira demarcação das nossas terras. Não conseguimos regularizar totalmente porque tinha posseiros, 1.300 famílias de não indígenas. Só em 2018 conseguimos aqui no município de Jatobá. Mas a nossa terra está entre Jatobá, Petrolândia e Tacaratu. Depois de 78 anos de luta, de várias gerações que fizeram esse enfrentamento, conquistamos parte do nosso território. Hoje estamos aqui tentando fazer o nosso plantio, criar, seguir a nossa vida, preservar a natureza porque pegamos um local de terra frágil, desmatado”, relata.

Ele também enumera outros impactos ao longo do tempo, como a perda de espaços sagrados, de acesso ao rio, redução na variedade de peixes, muitos extintos por não conseguirem seguir o curso natural: “Nós somos um povo da beira do rio, que vivia do rio. Nossas práticas eram na beira do rio. Perdemos o acesso ao rio pela construção da usina hidrelétrica na nossa cachoeira, fomos expulsos de lá e tivemos que vir para as serras. Hoje, para ter acesso ao rio e à pesca, temos que pedir licença. A beira do rio todinha foi loteada e não tem nenhum indígena que tenha um lote de terra lá. Tem uma comunidade aqui que está lutando para ver se se tem um espaço. Estão morando lá agora, mas na briga, na luta. Fora o São Francisco, tem o Moxotó. Vamos pescar lá, mas todo o rio tem dono”.

Alexandre Pankararu, assessor de Comunicação da Apoinme, reafirma que o Povo Pankararu já vem sofrendo grandes impactos com grandes empreendimentos desde os anos 1980 para produção de energia hídrica que também é uma energia renovável por ser produzida pela água, com a construção da Usina de Itaparica, depois renomeada Luiz Gonzaga, localizada em Petrolândia, na divisa com a Bahia: “Ela causou tanto um impacto ambiental como espiritual irreversível porque inundaram a Cachoeira de Itaparica, onde enterrávamos nossos antepassados, onde fazíamos nossos rituais. É uma parte da nossa história que ficou debaixo d’água”.

O grupo indígena dedica atenção à transição energética com justiça socioambiental crítica ao modelo de implantação das energias renováveis porque é diretamente atingido por um complexo de energia eólica e solar (primeiro híbrido do Brasil), localizado em Tacaratu, a 50 metros do Território Pankararu.

Alexandre explica: “Há cerca de sete anos nós sofremos outro impacto com a grande obra do primeiro parque híbrido de energia eólica e solar a 50 metros do território entre Serras Pankararu, onde eles desmataram uma grande área. Acabou o caroá, do qual fazíamos nossas vestimentas para os nossos rituais, mais um impacto cultural e espiritual para nós. Então não entendemos que essa forma de captação e de distribuição de energia seja uma energia limpa. É diferente desse processo que nós estamos fazendo no Museu Solar, que está produzindo energia limpa. Porque usamos telhados solares num local que já está construído. Não vamos desmatar. Não vamos degradar o meio ambiente, não vamos queimar nada, inundar nada. Vamos usar espaços que já estão em pé para produzir essa energia limpa e renovável”.

Uma pequena casa antiga da aldeia em Jatobá será o ponto de partida para a construção do segundo Museu Casa Solar dos Pankararu, uma extensão do projeto lançado na Aldeia de Tacaratu, que apresenta o primeiro fornecimento de energia solar autônoma daquela comunidade indígena. O objetivo é que seja também um espaço de convivência e de recepção de turistas. “Nós já temos um museu, escola e a casa de memória lá na Aldeia Brejo dos Padres, em Tacaratu. Aqui vai ter muita visita por conta do histórico de luta”, afirma o vice-cacique Sarapó.

A Casa de Memória Tronco Velho, em Tacaratu, não é abastecida por uma rede elétrica estável e havia perdido diversos aparelhos necessários para sua organização interna. O painel solar autônomo proporciona uma estabilidade energética para o funcionamento integral da casa, que também funciona como sede principal da organização indígena.

Ao falar em energia, o vice-cacique Sarapó reafirma que, para ser verdadeiramente limpa, não pode provocar mais desmatamento e que uma solução é a utilização dos telhados: “Estamos trazendo o Centro de Formação e o museu para essa aldeia. Ele não vai gerar impacto nenhum porque nós já temos o local e a energia que é do Sol. É Deus quem dá energia durante o ano todo. Aqui é reconhecido pelo Estado de Pernambuco como a potência da energia renovável, a energia da água, pela Usina Hidrelétrica Luiz Gonzaga, energia solar, energia eólica. Nós estamos numa região beneficiada por isso, por ter essas energias. Só que não somos beneficiados ainda. Nós temos energia hidrelétrica na nossa comunidade, mas passamos três meses sem ter fornecimento.”

E finaliza: “quando falta energia eles não vêm arrumar porque não pagamos ainda. Eles não regularizaram. Não é um problema nosso. Eles colocaram na justiça e estamos esperando quando é que vai ter um acordo, até porque eles também passam com a rede de transmissão dentro do nosso território. O desmatamento teve todo um impacto e eles nunca resolveram isso”.

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PRIMEIRA EDIÇÃO DO ACORDEUM FESTIVAL ACONTECE NO CRATO TÊNIS CLUBE

A primeira edição do “Acordeum Festival”, realiza no Crato Tênis Clube será encerrado neste sábado (17). O evento, que nasceu com a proposta de fomentar a cultura nordestina e evidenciar a história da sanfona, terá apresentações musicais, concurso nacional de sanfoneiros – com premiação para os 3 primeiros colocados – e ainda workshops.

Dentre grandes artistas que se apresentarão no festival estão Fábio Carneirinho, Pedrinho do Acordeon, Raphael Belo Xote, Nonato Lima e Junu Freire, além da banda Os Muringa. “O Cariri é uma região riquíssima de tradições e diversidades culturais, que dialogam através de suas expressões artísticas. O nosso festival traz esse reconhecimento da música popular nordestina por meio da sanfona, um instrumento que está enraizado na nossa história”, explica a diretora geral do evento e idealizadora do projeto, Nanda Araújo.

Na competição de sanfona, os selecionados receberão premiações em dinheiro no valor de R$ 6.000,00 para o primeiro colocado, R$ 4.000,00 o segundo e R$ 2.000,00 para quem ficar em terceiro lugar. Para se inscrever no concurso, é necessário acessar o link, ler o regulamento, preencher o formulário e enviar o documento junto com um vídeo do artista tocando o instrumento para o e-mail acordeum@gmail.com.br

Os shows e o concurso de sanfona acontecerão nos dias 16 e 17, no Crato Tênis Clube, que fica na Rua Cel. Antônio Luiz, nº 1397-1259, bairro Pimenta. A oficina “A sanfona nordestina e seus sotaques”, que será ministrada pelo músico Nonato Lima, ocorrerá no dia 17, às 15h, na Vila da Música, na Avenida José Horácio Pequeno, 1335-1367, bairro Belmonte.

Já a oficina “Transformando vidas com a música”, facilitada pelo Pedrinho do Acordeon, acontece no dia 16, às 11h, na Escola de Educação Profissional Governador Virgílio Távora, que fica na Rua Pergentino Silva, S/N, bairro Seminário. Mais informações pelo instagram @acordeumfest.

Confira a programação

Sexta (16/09) 11h – Oficina “Transformando vidas com a música”, com o músico Pedrinho do Acordeon

18h – Concurso de sanfoneiros

19h30 – Show de Pedrinho do Acordeon

21h30 – Show de Junu Freire

23h – Show de Fábio Carneirinho

Sábado (17/09)

15h – Oficina “A sanfona nordestina e seus sotaques”, com o músico Nonato Lima

18h – Concurso de sanfoneiros (final)

19h30 – Show de Raphael Belo Xote

21h30 – Show da banda Os Muringa

23h – Resultado do concurso de sanfoneiros

23h30 – Show de Nonato Lima e banda

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MUSEU FONOGRÁFICO LUIZ GONZAGA DE CAMPINA GRANDE, PARAÍBA FECHA AS PORTAS. PESQUISADORES LAMENTAM FALTA DE APOIO

"Numa terra em que a verdadeira cultura é tratada como adereço, um pedaço importante da história que se vai pouco vai significar pois com ela já segue aceleradamente o outrora Maior Sao João do Mundo que exclui a essência da festa quando cede aos encantos da linha comercial, atropelando arte, cultura, artistas e história. Meu apreço e reconhecimento ao trabalho de José Nobre que merece todos os méritos por manter acesa a alma e a obra de Luiz Gonzaga" (Fred Ozanan).

"Após mais de 30 anos divulgando a Missão Gonzaguiana - o forró, xote, xaxado e baião - o MUSEU FONOGRÁFICO LUIZ GONZAGA e seu criador e mantenedor ZÉ NOBRE se cansaram da falta de apoio dos órgãos governamentais que deveriam apoiarem a Cultura de Campina Grande, do Nordeste e do Brasil" (Kydelmir Dantas).

Pelas redes sociais dezenas de mensagens lamentam que o Museu Fonográfico Luiz Gonzaga de Campina Grande, Paraíba,  fechou as portas. A informação é que a falta de apoio governamental inviabilizou o projeto do professor e pesquisador Zé Nobre, que manteve até este ano de forma particular o andamento do Museu, referência para os estudiosos da cultura musical brasileira.

A riqueza da vida cultural de uma cidade, muitas vezes medida apenas pela intensidade de seu show business e pelo sucesso dos seus eventos artísticos, deve ou deveria incluir, também, a sua vida literária, onde, mais que o brilho fugaz, se busca construir a memória e a permanência. 

Destaco aqui o valor do professor e pesquisador José Nobre, nascido em Currais Novos, no Rio Grande do Norte. Zé Nobre tem a trajetória vivida em Campina Grande, Paraíba. Ele é o criador, fundador do Museu Fonográfico Luiz Gonzaga de Campina Grande. Um espaço que privilegia a arte mais bela: a musical. 

José Nobre reuniu ao longo dos últimos 35 anos uma produção constante, uma obra musical múltipla, de expressão e riqueza singulares. 

Zé Nobre conta que o Museu reúne mais de 6 mil discos. No Museu consta monografias, artigos, jornais e mais as centenas de livros lançados sobre a vida e obra de Luiz Gonzaga. São teses de mestrados e doutorados. Os visitantes tem a visão na entrada do museu de 3 estátuas em granito pesando em média 700kg.

O Museu Fonográfico Luiz Gonzaga de Campina Grande, Paraíba, representa a oportunidade de quem o visita de ampliar as possibilidades educacionais que o fator do conhecimento proporciona.

Campina Grande, diga-se, já foi considerada a cidade onde se realizava os maiores festejos juninos do país, o Maior São João do Mundo. Infelizmente hoje os festejos estão desqualificados, vendidos a industria cultural, no palco já não inclui a boa música na programação.

Mas toda reação tem reação. O tempo dirá aos gestores públicos de Campina Grande Paraíba qual o caminho da cultura e identidade que melhor trará progresso ao município...

Daí, cresce a importância do Museu Fonográfico Luiz Gonzaga de Campina Grande. Afinal, a história conta que Campina Grande sempre dedicou um carinho especial a Luiz Gonzaga, inclusive, o Rei do Baião recebeu o  Título de Cidadão Campinense em 1972, propositura do então vereador Manoel Joaquim Barbosa.

No Museu, Todos os objetos expostos foram adquiridos por José Nobre com recursos financeiros próprios. O espaço já foi considerado o maior museu fonográfico a abrigar a obra de Luiz Gonzaga– superando, inclusive, o Museu do Baião instalado em Exu, terra natal do do Rei do Baião.

O mais importante é a união e incentivo a todos os Museus, espaços de saudades, memória, presente e futuro; local de preservação e divulgação do talento dos músicos brasileiros.

A Zé Nobre nossa gratidão...

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