DE OLHO NA SAÚDE, BRASILEIRO PROCURA MAIS POR PRODUTOS ORGÂNICOS

"O grande legado que a pandemia deixou é que o orgânico cresce na mente das pessoas", explica Cobi Cruz, diretor executivo da Organis — Associação de Promoção dos Orgânicos. O consumo de produtos do tipo passou de 19% para 31%, entre os anos de 2019 e 2021, de acordo com a pesquisa "Panorama do consumo de orgânicos no Brasil 2021", realizada pela entidade, em parceria com a consultoria Brain e com a iniciativa UnirOrgânicos.

O estudo mostra que os itens orgânicos mais consumidos são os hortifrútis (75%), seguidos por grãos (12%), cereais (10%), açúcar (8%) e biscoitos (6%). Além disso, a saúde é citada por 47% dos entrevistados como o principal motivo para a compra de produtos do gênero, enquanto outros 13% dizem que o mais importante é serem livres de agrotóxicos. Para 24%, esses produtos têm melhor qualidade.

Os dados foram levantados entre produtores, varejistas e canais on-line, que renderam 987 entrevistas em todo o país, entre setembro e outubro de 2021. "O orgânico começou a aparecer, não isoladamente nas pesquisas de interesse do consumidor, muitas vezes associados a produtos frescos, por exemplo. Uma hora ele vai aparecer sozinho porque os consumidores querem ver orgânicos na prateleira", avalia Orbi.

Entretanto, a comercialização enfrenta duas barreiras, que Orbi elenca como principais. "A primeira delas é a falta de entendimento sobre o que é um produto orgânico. Por efeito, outro problema é a falta de valorização desse produto pelo não entendimento e a disposição de pagar seu preço", explica.

Assim, o consumo no Brasil está longe de alcançar um limite. "O mercado orgânico tem muito a crescer sem precisar aumentar a área de produção. O Brasil está muito longe de saturar esse mercado. O orgânico é mais do que um benefício individual, é um bem coletivo e ambiental", diz.

Outra informação levantada pela pesquisa foi quanto ao local mais acessível para a compra de orgânicos. Supermercados são os principais canais de vendas para 48% dos entrevistados, seguidos pelas feiras (47%). De acordo com Orbi, atualmente, esse é um comportamento também em fase de modernização. "Na época eram produtores que vinham do interior para vender nas feiras. Hoje, as prateleiras são também virtuais", diz.

Proprietário do mercado on-line de produtos orgânicos Pomar Brasília, que entrega por meio de delivery, o advogado Fábio Bittencourt diz que o cenário continua estimulante, mas que o fim da pandemia esfriou a demanda por "cestas básicas de orgânicos", que são entregues duas vezes por semana. Os kits custam entre R$ 120 e R$ 180, a depender dos itens escolhidos pelo cliente.

"Na pandemia entregamos entre 80 e 90 cestas semanais, mas agora chegamos a, no máximo, 45, com 12 itens, no mínimo. São até 18 produtos nela. Por essa razão, também diminuí o número de funcionários, de quatro para duas pessoas", explica Fábio, que trabalha duas vezes por semana no Pomar, sem abandonar a advocacia.

A consultora de relacionamento, Laís Martins dos Santos, é uma das que resistiu e se mantém consumindo alimentos orgânicos, comprando uma cesta básica com valores entre R$ 140 e R$ 180 por semana. "Já há algum tempo tenho preferido comprar produtos orgânicos por conta da saúde e saber que são livres de agrotóxicos", confirma.

Na cesta são quatro tipos de frutas, quatro tipos de verduras, quatro tipos de legumes e um tipo de tempero. "Leio várias coisas a respeito e também tenho a sensação que o sabor fica mais acentuado e melhor. Com a entrega em casa, consigo comer salada em todas as refeições", explica. (Fonte Correio Braziliense)

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EMPRESÁRIO JOSÉ RAMOS TRANSFORMA PROPRIEDADE RURAL EM CENTRO DE TRIAGEM DE ANIMAIS SILVESTRES

Garantir a preservação da caatinga é um dever de todos, mas a iniciativa de José Ramos vai além de um  gesto. O empresário, morador de Lagoa Grande, no Sertão de Pernambuco, transformou a propriedade que comprou em um verdadeiro paraíso para o cuidado e proteção de diversos tipos de animais.

Há 12 anos, José Ramos se tornou uma espécie de guardião da fauna e da flora da caatinga. O Centro de Triagem de Animais Silvestres criado por ele fica localizado no Sítio Garça. O local também funciona como área de soltura de animais, com o objetivo de devolver a liberdade a espécies ameaçadas de extinção.

"Aos poucos a gente foi investindo e preservando, com essa parceria com o Sistema Fauna e o Ibama, entendendo que a gente tem esse espírito conservacionista passamos a trazer animais e fazer a soltura. Então os animais vão se reproduzindo e se multiplicando e hoje está essa maravilha".

O espaço é autorizado a receber animais resgatados em ações de combate ao tráfico, entregues de forma voluntária e recolhidos em situação de risco. No estado de Pernambuco existem 22 Centros de Triagem como o de José, sendo sete deles no Sertão. Todos são autorizados pela Agência Estadual de Meio Ambiente de Pernambuco (CPRH).

O Local abriga diversos animais como papagaios, jabutis, jacu, mocó e até os de maior porte, como as emas e outras espécies da fauna. O espaço amplo da reserva oferece aos animais a liberdade da natureza, como os papagaios que conseguem voar ate 30 quilômetros por dia.

Antes de chegarem ao centro, muitos animais não conheciam o gosto da liberdade, por isso precisam de tempo e monitoramento para serem devolvidos ao habitat natural. A vegetação da reserva é rica em espécies nativas da caatinga e de outros biomas e possui braúna, graviola, angico, juazeiro, aroeira, eucalipto, e mais espécies sendo replantadas.

José Ramos explica que manter toda estrutura preservada não é fácil e nem barato. Só com a alimentação dos animais são cerca de R$ 6 mil por mês, mas contribuir com a natureza é muito mais gratificante. Atualmente, segundo o empresário, é impossível saber quantos animais vivem na reserva. Só da família dos papagaios, quase 200 já foram devolvidos ao meio ambiente.

"O que a gente faz aqui eu entendo como uma conexão mais próxima dos princípios do criador. Essa é a minha maneira de me comunicar e estar mais próximas dos princípios da natureza".

" Então , quando a gente tem ações mais próximas do que o criador deixou, de alguma maneira a gente é retribuído. Então, é uma satisfação muito grande, apesar que tem custos, mas isso se faz por amor. Não se pensa e dinheiro", destaca.

A mudança no cenário da propriedade impressiona Sebastião Torres. Ele é trabalhador rural e responsável por cuidar e alimentar os animais, antes de seguir para o trabalho na roça.

"Eu coloco ração duas vezes para os animais. Quando chego aqui tem que lavar os cochos de água e colocar água limpa para os animais. Aí quando termino eu vou para a roça".

Rodeado pelos bichos na maior parte do dia, seu Sebastião conhece diversas espécies pelo nome, com a proximidade de quem cuida e convive com muito respeito e carinho.

"Aqui tem várias espécies. Todo animal tem por aqui. Tem Papagaio, Cotia, Tatu Peba, Veado, Cabeça Vermelha, Juriti, Sofrer, Passo Preto... eu passo todos os dias rodeado. A minha função é cuidar deles".


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FESTA NA MATA BRANCA: CAATINGA GANHA UMA NOVA RESERVA PARTICULAR

Há muito o que se fazer, mas iniciativas como a de Jorge Dantas, criador do Refúgio Jamacaii, apontam um dos rumos que devemos seguir.

Filho de pai e mãe do interior, Jorge Dantas é um oficial de justiça que em 2016, aos 49 anos, entrou no curso de Ciências Biológicas da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) buscando entender melhor os passarinhos, animais que sempre o encantaram. Já no curso, durante as aulas de ornitologia, o estudo das aves, ele se encontrou e fortaleceu ainda mais o encantamento por esse grupo de seres vivos, mas agora com algumas centenas de nomes científicos, cantos e padrões de coloração para decorar. 

O resultado disso é que Jorge está prestes a defender o seu trabalho de conclusão de curso, que envolve as aves da fragmentada e ameaçada Mata Atlântica do Centro de Endemismo Pernambuco, porção do bioma ao norte do rio São Francisco, incluindo o território potiguar, onde ele concentra seus esforços.

Mas foi mirando na biodiversa e semiárida Caatinga (mata branca, em tradução do tupi-guarani) que Jorge acabou de realizar seu maior sonho, a criação da Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Refúgio Jamacaii. A reserva com nome de um dos pássaros mais bonitos da Caatinga, o concriz ou corrupião (Icterus jamacaii, no nome científico), está localizada justamente na região onde seu pai nasceu e cresceu, na zona rural da pequena Equador, no coração do Seridó potiguar.

 Criada pela Portaria Nº 459, de 2 de junho de 2022, do Instituto Chico Mendes da Biodiversidade (ICMBio), a mais nova RPPN da mata branca brasileira tem pouco mais de 135 hectares de vegetação de caatinga preservada ou em estágios diferentes de regeneração. “É a realização de um sonho. Espero que mais RPPNs sejam criadas para que nossa Natureza seja preservada, nossos biomas sejam preservados, a nossa existência neste Planeta seja prolongada”, comemorou Jorge ao se deparar com a publicação da portaria do ICMBio.

Quem acha que os esforços de conservação do Jorge e sua família começam só agora, com a criação da reserva, está muito enganado. Desde que comprou a área, há cinco anos, têm sido realizadas na área atividades como o controle de plantas invasoras, o plantio de árvores nativas e, especialmente, o manejo de bebedouros artificiais para dessedentação da fauna nos períodos de estiagem associado ao monitoramento por meio de câmeras automáticas. Através destes aparelhos já foram registradas mais de 12 espécies só de mamíferos terrestres nos bebedouros, incluindo tatus, raposas, tamanduás e até dois pequenos felinos ameaçados de extinção.

O gato-do-mato-pintado (Leopardus tigrinus) e o gato-mourisco (Herpailurus yagouaorundi) são a maior sensação da reserva, já que sempre aparecem mães com seus filhotes brincalhões nos registros. Mas não é só isso, o Refúgio Jamacaii já participou de ações de conservação previstas no Plano de Ação Nacional para Conservação dos Pequenos Felinos do ICMBio, através de uma campanha de vacinação de cães domésticos visando diminuir a disseminação de doenças para felinos silvestres, atividade apoiada pelo Projeto Gatos do Mato Brasil e o Tiger Cat Conservation Initiative.

Se antes o Refúgio Jamacaii já contribuía muito para a conservação da fauna e da flora da Caatinga, como RPPN sua relevância ganha outro patamar. Após criada, uma área averbada como RPPN tem como objetivo principal conservar a diversidade biológica local, permitindo apenas a pesquisa científica e a visitação com objetivos turísticos, recreativos e educacionais nos seus limites.

 Segundo Lívia Cavalcanti, ecóloga e mestranda do Programa de Pós-graduação em Ecologia da UFRN, RPPNs são hoje uma das principais ferramentas para se alcançar os objetivos de conservação, dada a alta porcentagem de terras sob propriedade privada no Brasil (e no mundo). Esse tipo de iniciativa deve ser complementar aos esforços do poder público em conservar a biodiversidade e garantir a sadia qualidade de vida da população, obrigação prevista desde a Constituição Federal de 1988. No entanto, a iniciativa particular ganha cada vez mais destaque. 

“Frente a um quadro em que se torna cada vez mais cara, complexa e demorada a criação de áreas de proteção pública, a destinação voluntária de terras particulares para implementação de áreas protegidas se tornou uma alternativa complementar necessária”, complementa Lívia, que pretende com sua pesquisa identificar fatores no cenário nacional que incentivam e ajudam na manutenção das RPPNs, e para isso está coletando repostas de proprietários de reservas particulares de todo Brasil (link do formulário). 

Essa nova unidade de conservação vem em boa hora. A Caatinga figura entre os biomas brasileiros menos protegidos por unidades de conservação criadas pelo poder público, isso é ainda mais uma realidade em estados como o Rio Grande do Norte. Por isso, pesquisadores defendem, por exemplo, que aumentar o número de áreas protegidas públicas e particulares deve ser uma ação estratégica dentro dos crescentes processos de licenciamento ambiental de empreendimentos eólicos e solares em áreas prioritárias para a conservação da Caatinga. Em se tratando de reservas particulares, a RPPN Refúgio Jamacaii é a oitava UC desta categoria no território potiguar, sendo a quinta na Caatinga. 

Mas segundo Robson Henrique Pinto da Silva, Coordenador de Meio Ambiente e Saneamento da Secretaria do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos do Rio Grande do Norte (SEMARH), esse número deve crescer em breve, já que em fevereiro deste ano foi publicado um decreto que estabelece os critérios e processos para criação de reservas particulares a nível estadual, o que deve simplificar e agilizar esse tipo de processo e beneficiar proprietários particulares interessados em destinar áreas para fins de conservação. “Como parte das ações de divulgação, está sendo organizado junto a UFRN o ‘II Seminário para Criação de Unidades de Conservação Particulares: Conservação Ambiental e perspectivas de Sustentabilidade Financeira’, o qual será realizado nos próximos dias 05 e 06 de julho”, finaliza Robson.

Há muito o que se fazer, mas iniciativas como a de Jorge Dantas apontam um dos rumos que devemos seguir. A proteção e recuperação de áreas naturais é especialmente importante em um cenário de mudanças climáticas e avançado processo de desertificação em regiões da Caatinga, como recentemente destacado na capa de um dos jornais mais famosos do mundo, o The New York Times, que denunciou a transformação da vegetação natural em um quase deserto justamente na região Seridó do Rio Grande do Norte, onde o Refúgio Jamacaii acaba de ser criado.

 É aqui que o gesto de Jorge, iniciado pelo amor às aves e apego às suas origens, torna-se ainda mais relevante para a causa ambiental, garantindo habitat preservado e a manutenção e serviços ecológicos para os habitantes do Refúgio Jamacaii e seu entorno e inspirando outros proprietários a repetirem esse feito em outras áreas naturais da Caatinga, para assim como Jorge, carregarem consigo a consciência de devolver um pouco para a natureza o que tanto retiramos dela! (Fonte: O Eco Jornalismo Ambiental/Paulo Henrique Marinho)

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POÇO REDONDO: LAMPIÃO, MARIA BONITA E A NOITE DE AMOR EM 28 DE JULHO

Aquela noite, 28 de julho, era a noite de seus desejos. Seus corpos se amariam como nunca. Seus olhos confessavam seu amor. Havia uma necessidade de abraçar mais forte, de se beijar mais quente, de sussurrar segredos. 

O suor os unia em complexa solução salgada. Seus fluidos se misturavam cumprindo seu destino. A lua, a noite, o silêncio no campo. A terra calava-se diante de tanta cumplicidade. Nus, abraçados, juraram amor eterno, enquanto seus dedos se entrelaçavam. 

A rusticidade de suas vidas nunca invalidara seus momentos de paixão.  O cactos, a poeira da caatinga, os bichos mais estranhos, a brisa inexistente, tudo reverenciava e abençoava sua união. Naquela noite, toda a alegria do mundo invadia-lhes a aura. Até que veio a manhã e adormeceram para sempre.

Fonte: Aderaldo Luciano-professor. Doutor em Ciência da Literatura

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MESTRE DA SANFONA LUIZINHO CALIXTO DIZ QUE FESTIVAL NACIONAL DO FORRÓ DE ITAÚNAS MOSTRA PARA O BRASIL A VALORIZAÇÃO DA CULTURA

O Festival Nacional Forró de Itaúnas (Fenfit), realizado no Espírito Santo, aconteceu entre os dias 16 a 23 de julho, com mais de 50 shows entre atrações deste ano Mestrinho, Gennaro, o Trio Xamego (SP), Flávio Leandro, Dorgival Dantas, Dió Araújo,  Mariana Aydar, Banda Rastapé e o Trio Dona Zefa, comemorando 20 anos de carreira. 

O sanfoneiro, Mestre da Sanfona de 8 Baixos, Luizinho Calixto, 66 anos, através das redes sociais, disse que "o Festival é uma maravilha e ele estava em extase com o sucesso do evento".  Luizinho Calixto é o responsável pela formação, acompanhamento e orientação de centenas de jovens e adultos. E, desta experiência, nasceu o primeiro Manual de Sanfona de 8 Baixos voltado à Afinação Nordestina, método inovador idealizado por ele para a didática em sala de aula.

"O evento lotado de pessoas. Muita gente. Forró puro aqui. Desde a hora que cheguei assistimos os trios de forró, o tradicional,. Estou maravilhado. Nunca vi uma coisa tão bonita. Seria bom que os organizadores de Caruaru, Campina Grande pudessem conhecer, presenciar o que está acontecendo aqui em Itaúnas, para eles saberem o que é forró de verdade", declarou Luizinho Calixto.

O Fenfit é realizado na Vila de Itaúnas, conhecida como Capital Nacional do Forró é de Serra, atrai milhares de pessoas vindas de várias partes do Brasil e do mundo e também movimenta a economia da região.

Ao longo dos oito dias de programação, são revelados os novos talentos do forró. Ao final, os vencedores do concurso recebem uma premiação em dinheiro e participam do CD e DVD do festival.

A premiação é dividida entre 1º, 2º e 3º lugares; melhores intérprete, sanfoneiro, zabumbeiro, triangulista, melhor letra e revelações feminina e masculina.

LUIZINHO CALIXTO: Luiz Gonzaga Tavares Calisto, artisticamente conhecido como Luizinho Calixto, nasceu em Campina Grande, Paraíba, em 21 de junho de 1956. É fruto de uma família de 10 filhos, da união de Maria Tavares Calixto e João de Deus Calixto, o “Seu Dideus” (1913-1989). 

O pai de Luizinho foi um instrumentista paraibano renomado, tocador da sanfona de oito baixos. Já os irmãos mais velhos formam uma linhagem de grandes músicos (Zé Calixto, Bastinho Calixto e João Calixto).

Desde menino, Luizinho conviveu com ícones da historiografia musical brasileira. Muitos eram amigos de sua família, a exemplo de Jackson do Pandeiro, com quem, certa feita, Luizinho dividiu o palco, e Luiz Gonzaga, que lhe presenteou com uma sanfona. O primeiro álbum veio em 1975, intitulado “Vamos dançar forró”, com o qual percorreu o Brasil em turnê.

O artista vive há pelo menos 40 anos da profissão de tocador de oito baixos. Tem 12 discos gravados entre vinis e CDs. Mostrou sua arte a milhares, em países como Portugal, Espanha, França, Itália, Alemanha, Suíça, Argentina e Angola. Luizinho também foi o criador do Encontro de Sanfoneiros e Tocadores de Fole de Oito Baixos da UEPB. Teve participação, como instrumentista, em gravações de artistas aclamados: Sivuca, Dominguinhos, Chico César, Evaldo Gouveia, Fagner. Soma-se, ao seu currículo, parcerias com Elino Julião, Genival Lacerda, Messias Holanda, Alcymar Monteiro e Beto Barbosa; integrou, igualmente, shows de Belchior, Marinês e Nara Leão.

Luizinho Calixto É professor do Centro Artístico da UEPB desde 2013. Recentemente, a Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB) incluiu o nome de Luizinho no registro de Mestre das Artes – Canhoto da Paraíba – Rema/PB. Luizinho Calixto é o responsável pela formação, acompanhamento e orientação de centenas de jovens e adultos. E, desta experiência, nasceu o primeiro Manual de Sanfona de 8 Baixos voltado à Afinação Nordestina, método inovador idealizado por ele para a didática em sala de aula.

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AGRICULTORES DO SERTÃO E MOXOTÓ SÃO BENEFICIADOS COM ECOTECNOLOGIAS

O projeto "Direito à segurança alimentar e nutricional para agricultores familiares idosos do Sertão do Moxotó", surgiu por meio de uma parceria entre o Serviço de Tecnologia Alternativa (Serta) e a Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), iniciado em janeiro de 2022, que ajuda diretamente no direito ao envelhecimento ativo e o protagonismo de agricultores familiares idosos da área do Sertão do Moxotó, especificamente nos municípios de Ibimirim, Inajá, Betânia e Manari, em Pernambuco. 

O projeto conta com 80 participantes agricultores idosos/as, que são beneficiados com ecotecnologias, pensadas especificamente para cada um e suas necessidades. 

De acordo com Aline de Melo Correia, diretora do Serta, desde antes o Serta já desenvolve ações com idosos na microrregião, atendendo, junto com o Programa Uma Terra e Duas águas e o Programa Um Milhão de Cisternas, assessorando com técnicas e implementação de tecnologias sociais de acesso à água para produção de alimentos para o consumo humano, além do projeto Semiárido Sustentável em parceria com a Fundação Banco do Brasil, que busca promover soberania e segurança alimentar, nutricional e hídrica das famílias, além de gerar renda. 

“Esse público já vinha sendo atendido pelos projetos desenvolvidos pelo Serta, porém as ações não estavam especificamente voltados à política da pessoa idosa, e a região apresentava e apresenta a necessidade de termos projetos voltados à atender esses sujeitos. Foi essa necessidade que despertou o desejo do Serta de potencializar o trabalho que já vinha e vem sendo desenvolvido junto a esse público tão importante.”, diz Aline.

As ecotecnologias que estão sendo implantadas são o Sistema de Tratamento e Reuso de Água Domiciliar, Sistema de Cisterna com Microaspersão, Sistema de Cisterna com Sistema de Irrigação por Gotejo, Sistema Agroflorestal, Galinheiro e Horta Vertical, Fogão Ecológico E Horta Vertical e Aquaponia. Elas servem para gerar renda, autonomia e segurança para os idosos participantes do projeto. 

Para o agricultor participar do projeto, foi preciso uma parceria com a Secretária de Ação Social, o Conselho do Idoso dos municípios participantes, representantes e líderes locais. Nas reuniões de mobilização e seleção dos idosos, a equipe passa a visitar as famílias, identificar o perfil dos participantes e realizar o cadastro e diagnóstico. Em suma, os participantes devem ter idade igual ou superior a 60 anos, residentes da zona rural. Além disso, o projeto é voltado tanto para mulheres quanto para homens, tendo como princípio na seleção do público a paridade de gênero (50% mulheres idosas, 50% homens idosos). 

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CARTA ABERTA EM DEFESA DA CULTURA GONZAGUEANA E ENGENHO DA ARTE

Missa do Vaqueiro descaracterizada. Missa Saudade Luiz Gonzaga ainda sem data para o padre e palco para os artistas cantarem a saudade junto como os apreciadores do forró e baião. Quais os caminhos para a valorização da cultura brasileira.

Identidade Cultural no mundo globalizado é fator de atração turística e desenvolvimento econômico e social. Nesta definição, viemos através de Carta Aberta, alertar,  aqui ao atual Governo do Estado de Pernambuco e todos pré-candidatos ao Governo do Estado, Senado, Deputados que não esqueçam Exu, Pernambuco na data Dia Nacional do Forró.

Nesse sentido é inacreditável, mas já era para haver uma consolidação no Calendário do Governo do Estado como a data 13 de dezembro, dia nascimento de Luiz Gonzaga, o Mestre da Sanfona, primordial para a cultura e o movimento da economia da região e o convívio com a seca.

É preciso dizer, refletir  que estamos bem próximos da semana 13 de dezembro, data do aniversário de Luiz Gonzaga, o Rei do Baião e ainda não se tem um diálogo sobre a programação da Semana Gonzagueana de Cultura, em Exu, berço do sanfoneiro e local onde  Dominguinhos tocou pela última vez.

Parodiando a linguagem Patativa do Assaré, poeta voz também dos gonzagueanos espalhados por todo este Brasil, especial Pernambuco e demais Estados que compõe o Nordeste, “Já passamos setembro, estamos em outubro e cadê as falas em favor da cultura e da indústria da sanfona, triângulo e zabumba, discursos em defesa do compromisso com a cultura e arte”.

Em 2022, dia 13 de dezembro, o Brasil comemora 110 anos de nascimento de Luiz Gonzaga. Nos últimos dois anos, literalmente,  devido a pandemia e as regras de isolamento social Covid-19, a sanfona silenciou.

Mas a pergunta é: e o futuro da cultura gonzagueana? E o Festival Viva Dominguinhos que era realizado em Garanhuns? E os Festivais de Violeiros? e a Missa do Poeta Zé Marcolino, e a Missa do Vaqueiro Serrita? Neste sábado, 23 de julho, são nove anos de morte de Dominguinhos e quais as celebrações Pernambuco e o Nordeste promove?

A falta de uma política cultural no Brasil faz questionar pelo Memorial Pedro Bandeira, Juazeiro do Norte? e Memorial Sivuca? Quais são as novas tecnologias em defesa do patrimônio cultural ? Qual é a política cultural em andamento?

Percebam como temos perguntas! Qual o motivo da cultura continuar a ser tratada como algo secundário? A necessidade de distribuição mais democrática dos recursos para a cultura continua desafiando os modelos que deveriam buscar menos desigualdade social.

Em nome de Dominguinhos e Luiz Gonzaga “tá” na hora de consolidar no calendário o mês de dezembro em Exu e em cada município que a cultura garanta emprego e renda.

Exemplo, Exu tem que ser visto pelo Governo Federal e Estado como lugar histórico cultural. É urgentíssimo  mais valorização para o setor cultural gonzagueano.

Ney Vital – Jornalista-Apresentador do Programa Rádio-Nas Asas da Asa Branca-Viva Luiz Gonzaga e seus Amigos (Juazeiro/Petrolina)

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