ARARINHAS AZUIS VOAM NA LIBERDADE DOS CÉUS DOS SERTÕES DE CURAÇÁ, BAHIA

Oito ararinhas-azuis (Cyanopsitta spixii) ganharam vida livre neste sábado (11), em Curaçá, no sertão baiano. A cidade que fica no norte do estado é o habitat natural da espécie, que foi considerada extinta da natureza há 22 anos.

A soltura é uma das etapas do Plano de ação Ararinha-Azul, coordenado pelo Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio), e parceria com a ONG ACTP e instituições privadas que apoiaram o projeto.

A ação de soltura foi restrita a pesquisadores envolvidos no projeto e representantes do Ministério do Meio Ambiente, Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio) e da Prefeitura de Curaçá.

As ararinhas soltas neste sábado são cinco fêmeas e três machos que nasceram e foram criadas em um viveiro mantido pela ONG alemã Association for the Conservation of Threatend Parrots (ACTP), especializada em cuidar de papagaios ameaçados.

Com elas, foram soltas oito araras maracanãs, que também ocorrem caatinga baiana, e que tiveram a missão de “treinar” as ararinhas-azuis dentro do viveiro para ensiná-las como sobreviver em vida livre. A interação entre as aves das duas espécies animou os pesquisadores.

“As maracanãs ensinaram às ararinhas como faz a apreensão dos alimentos e essa interação do ambiente que elas estão ao redor. Por exemplo, as maracanãs de fora começaram a habitar o recinto onde as ararinhas estavam em grupo e isso ajudou bastante na readaptação delas. Inclusive, a se adaptar com os itens alimentares que elas vão encontrar aqui na caatinga”, explicou Camile Lugarine, analista ambiental e coordenadora executiva do Plano de Ação Nacional Para a Conservação da Ararinha-Azul.

Os pesquisadores vão acompanhar a adaptação das ararinhas em vida livre por meio de um rádio colar que foi instalado em todas que foram soltas. Além disso, vai ser feito o monitoramento constante área em que elas devem circular, que tem muitas árvores caraibeiras, as preferidas das ararinhas-azuis para dormir.

Uma outra soltura está programada para dezembro desse ano, quando outras 12 ararinhas-azuis que vivem na Unidade de Conservação em Curaçá devem ganhar vida livre. Até lá, os pesquisadores esperam já ter bons resultados da soltura experimental, feita neste sábado.

O projeto prevê que ararinhas sejam soltas na natureza em Curaçá nos próximos 20 anos. Para isso, elas vão continuar a reprodução em viveiros na Alemanha e no Brasil, e espera-se que logo estejam se reproduzindo no habitat natural.

Endêmica de Curaçá, a última ararinha-azul foi vista na zona rural da cidade há mais de 20 anos, na companhia de uma fêmea de outra espécie, a arara Maracanã, e depois sumiu.

Até hoje não se sabe ao certo o que aconteceu com a última ararinha-azul vista em Curaçá, no sertão baiano, único lugar de ocorrência da espécie em vida livre.

Os pesquisadores atribuem a extinção da espécie principalmente ao tráfico de animais e à destruição de parte do bioma da Caatinga.

Ambientalistas e pesquisadores trabalham juntos desde 2009 no projeto de reintrodução das ararinhas na natureza. Em 2012, foi criado o Plano de Ação para Conservação da Ararinha-Azul (PAN), que inclui a reintrodução dessa rara ave brasileira no território de origem.

“É um ato simbólico que representa muita coisa. Representa um progresso muito grande de conservação, que a gente acredita que a gente pode recuperar as espécies em extinção e a ararinha-azul ela representa isso. Esse projeto representa o que a gente biólogo e os amantes da natureza fazem em prol da conservação, que a gente faz isso com paixão, isso é o mais gratificante”, disse Eduardo Araújo Barbosa, coordenador do PAN Ararinha-Azul (ICMBio).

O trabalho do plano de ação começou com o rastreamento das últimas ararinhas-azuis que existiam no mundo, todas em cativeiros. A maior parte dela, segundo os pesquisadores, foi encontrada no Catar.

Mais de 100 foram resgatadas e levadas para o viveiro da ONG alemã ACTP, no país europeu. Na instituição, as ararinhas passaram por um processo de reprodução natural e também reprodução artificial, para então alguns exemplares serem trazidos para o Brasil. Hoje, existem pouco mais de 200 ararinhas-azuis no mundo, a maior parte delas na Alemanha.

“Foi desafiadora a questão genética. Pelo baixo número de indivíduos, normalmente, eles são parentes, e a população precisa de variabilidade genética, e os casais, às vezes, não têm afinidade. Então, a gente precisou lançar muito de um recurso que é a inseminação artificial, que permitiu para a gente parear animais, do ponto de vista artificialmente falando, para reprodução. E foi o que permitiu prosperar essa população em cativeiro”, explicou Eduardo Araújo.

Depois de um acordo de Cooperação Técnica entre ICMBio, do Ministério do Meio Ambiente (MMA), e a ONG alemã ACTP, mais de 50 ararinhas-azuis foram repatriadas e trazidas para o Brasil em 2020.

Elas foram levadas direto para um centro de reprodução foi construído em uma área isolada na zona rural de Curaçá para receber as ararinhas. No recinto, nasceram filhotes da espécie em março do ano passado.

O acesso ao local é restrito a pesquisadores da ONG alemã ACTP e do ICMBio. No entorno, foi criada a uma Área de Proteção Ambiental (APA) de 90 mil hectares e um Refúgio de Vida Silvestre da ararinha-azul, com 30 mil hectares.

Antes da soltura, uma força-tarefa na região preparou o perímetro que deve ser ocupado pelas ararinhas. Árvores com possíveis riscos de predadores receberam marcações, outras foram escolhidas para receber alimentadores que vão ser abastecidos pelos pesquisadores para garantir a nutrição das ararinhas fora do viveiro.

A soltura deste sábado foi feita no esquema soft release ou soltura branda. As portas do recinto aonde as ararinhas estavam foram abertas e elas podem voltar e sair novamente quando quiserem.

Os pesquisadores e ambientalistas também instalaram alimentadores na área em que as ararinhas devem ficar inicialmente, que vão ser abastecidos diariamente nessa primeira etapa de soltura.

“Os alimentadores ficam bem perto da onde elas vão ser soltas porque a nossa intenção é que elas ocupem aquele sítio porque é mais fácil de monitorá-las, e, além disso, a independência delas do ser humano ela vai ser gradual. Quanto mais longe elas for, mais fácil de ser predada ou pega por alguém. Então, quanto mais perto do recinto de soltura ela ficar, melhor”, detalhou Camile Lugarine.

Como sempre viveram em cativeiro, a adaptação delas ao habitat natural deve durar de 6 meses a um ano, elas vão se tornar independentes da ajuda humana aos poucos.

Por isso que a gente está usando a maracanã, que é uma espécie que já conhecem o ambiente e a gente vai suplementar com o alimento ao longo dos anos, pra que elas aos poucos se acostumem com aquele ambiente e possam sair daqui propriamente, que elas não saiam de vez e não consigam se adaptar. É uma adaptação longa mesmo”, explicou Cromwell Purchase, diretor da ONG alemã ACTP.

A torcida é para que ararinhas se reproduzam naturalmente ao longo dos anos. “Que as gerações futuras elas possam vir já mais independentes dos ser humano, mas essa geração, essa eu a gente tá soltando a gente quer que fique perto, porque é mais fácil da gente monitorar, é mais seguro pra elas e mais seguro contra predadores também”, afirmou Camille.

As ararinhas-azuis são símbolo da caatinga baiana e trazem e, além de fazerem parte do rico bioma, também geram renda para a população através do turismo, pesquisa e artesanato. Por isso, o trabalho de conscientização da população para a importância da reintrodução da espécie e preservação delas também foi reforçado.

“A volta da ararinha-azul ao céu do sertão baiano é um sinal de esperança e recomeço para os pesquisadores e toda a comunidade da região, pois a conservação da espécie ajuda a proteger a fauna e flora da caatinga, além de todos os outros serviços ambientais associados”, afirmou Ugo Vercilo, biólogo que participou das etapas do projeto de reintrodução e, hoje, diretor-técnico da BlueSky Caatinga, empresa parceria da ação.

Os moradores da região estão animados para ver a beleza das ararinhas no céu do sertão. Uma delas é a brigadista Damilys Oliveira. "Toda essa história da ararinha eu cresci vendo meu avô contar, ele acompanhou tudo: desde quando tinha bastante ararinha até quando ficou um exemplar e a espécie sumiu. Ele sempre foi um defensor da natureza e ensinou aos filhos e netos a preservarem a natureza”, contou.

Antes do avô morrer doou parte do terreno da família da fazenda para um projeto voltado para trabalhos de preservação das aves da região. O sonho de Damilys, agora, é ver as ararinhas livres.

“Brevemente eu vou tá em casa e vou ver o céu mais azul do que já é, com as ararinhas-azuis novamente livres na natureza”, disse, emocionada.

Emoção também para Marcos Freitas, zoólogo e fiscal do ICMBio que fez o lendário registro do último macho da ararinha-azul voando livre no sertão de Curaçá.

“Hoje é um dia histórico para conservação mundial das espécies ameaçadas de extinção e das extintas. Quando a espécie é extinta da natureza, ela deixa de fazer parte do ecossistema, deixa de contribuir com o equilíbrio ecológico. Hoje eu volto aqui, 23 anos depois, ao Riacho da melancia, onde eu trabalhei num estágio de férias com o último macho da ararinha-azul que era pareado com uma maracanã. Era um desespero, uma espécie que estava beirando a extinção, como chegou a ocorrer”, disse Marcos, em vídeo enviado ao g1.

Ele atua no país inteiro, mas, neste sábado conferiu a soltura de aves da espécie, na Bahia, em uma área próxima ao recinto.

“Vinte e três anos depois, mesmo não podendo ver o momento da soltura, eu posso me emocionar um pouco. Eu consegui ver alguns indivíduos que estão marcados com rádio telemetria, que são alguns indivíduos da maracanã que estavam colocados juntos com a ararinha”.

CURIOSIDADES: A Ararinha-Azul é a menor das araras (em comparação com a Arara-Azul grande e a Arara-Azul-de-Lear), tem apenas 55 cm e pesa, em média, 350g;

O nome científico Spixi dá uma pista da cor das penas dessa ave, que tem um azul mais claro, quase acinzentado; As ararinhas-azuis podem viver por 30 anos. Elas entram em fase de reprodução aos 4 e só param aos 24; As ararinhas são bastante barulhentas, principalmente quando ficam assustadas. As que foram soltas em Curaçá, como estavam em um cativeiro, não são muito "amigas" do homem;

Elas gostam de viver em grupo, principalmente fora do período de reprodução.

As ararinhas costumam se alimentar no início da manhã e no final da tarde;

Elas têm 14 itens alimentares, gostam muito de sementes, principalmente do pinhão e fruto de favela;

Os predadores das ararinhas são os saruês, morcegos, abelhas europeias, africanizadas, serpentes e aves de rapina, como o gavião;

As ararinhas acasalam no período reprodutivo, produzem os ovos. Em seguida, tem a incubação, que ocorre em média durante 26 dias. Os filhotes levam aproximadamente 90 dias para sair do ninho;

O período reprodutivo das ararinhas-azuis acontece normalmente entre novembro e maio, quando Curaçá registra chuva;

As ararinhas-azuis tem um comportamento afetuoso e de proteção com os filhotes, enquanto eles estão nos ovos. A fêmea incuba os ovos durante a maior parte do tempo e o macho fica próximo ao ninho, de olho na família;

Os filhotes são incentivados pelos pais a caçar o próprio alimento. Com a chegada da maturidade, se tornam ainda mais independentes. As ararinhas querem que os filhos aprendam logo a deixar o ninho, porque enquanto estão no local, é o momento que eles mais sofrem riscos de predações;

As ararinhas-azuis podem viver por 30 anos. Elas entram em fase de reprodução aos 4 e só param aos 24;

As ararinhas são bastante barulhentas, principalmente quando ficam assustadas. As que foram soltas em Curaçá, como estavam em um cativeiro, não são muito "amigas" do homem;

Elas gostam de viver em grupo, principalmente fora do período de reprodução.

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CANTOR DEL FELIZ RECEBERÁ COMENDA 2 DE JULHO NESTA SEGUNDA-FEIRA (13)

As homenagens a Santo Antônio abrem as comemorações da maior festa popular do Nordeste, o São João. Após dois anos sem os tradicionais festejos, por conta da Covid 19, artistas, profissionais da cultura, comerciantes, famílias e turistas compartilham o clima de alegria e expectativas. 

Em Salvador, o dia 13 de junho começará com uma homenagem ao cantor, compositor e cordelista Del Feliz, considerado popularmente como embaixador do forró. Às 9h30, o músico receberá a Comenda 2 de Julho, no Plenário da Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA).

A honraria é uma proposição da deputada Neusa Cadore (PT) ao artista que, ao longo de 22 anos de carreira, tem contribuído para a valorização do São João da Bahia, para a afirmação da cultura nordestina e para a internacionalização do mais nordestino dos ritmos, o forró.

“Del é a síntese do povo do Nordeste, que luta, que espalha esperança, que resiste e que celebra suas raízes com muito orgulho. Homenagear a sua trajetória, é reconhecer uma vida dedicada à divulgação, valorização da música e das expressões da cultura popular nordestina. Estamos muito felizes de celebrar esse grandioso artista que toca a nossa alma com canções que exaltam as tradições, os territórios, a diversidade da nossa agricultura e os saberes da nossa gente”, destaca a deputada Neusa Cadore.

TRAJETÓRIA: Nascido no distrito de Barreiros, em Riachão do Jacuípe, Del Feliz possui uma longa história de superação e amor à cultura. Herdou de sua mãe, Dona Nicinha, o gosto pelo reisado, samba e cordel, elementos que caracterizam seu trabalho como artista e que o ajudaram a construir uma carreira sólida e de sucesso no âmbito do forró.

Seu trabalho se caracteriza pelo destaque aos elementos da cultura e identidade nordestina. Del, padrinho nacional da campanha que tornou o forró Patrimônio Cultural e Imaterial do Brasil, segue empenhado na busca do reconhecimento do ritmo como patrimônio da humanidade. É de sua autoria o “Hino do São João da Bahia”, música gravada com a participação de cerca de 40 cantores, principais representantes nos festejos juninos da Bahia, e divulgada em três diferentes idiomas: espanhol, francês e inglês. A canção foi aprovada pela ALBA como Hino Oficial do São João da Bahia.

Além de temáticas tradicionais do forró, o artista produz músicas que abordam temas como cultura, diversidade, ecologia, vacinação e incentivo à leitura. Ao longo da sua trajetória, Del construiu parcerias importantes com artistas como Gilberto Gil, Maria Bethânia, Dominguinhos, Geraldo Azevedo, Elba Ramalho, Adelmário Coelho, Michel Teló, Santanna, Carlinhos Brown, dentre outros.

Possui 22 CDs e 3 DVDs, gravados de forma independente, realizou uma turnê nacional com destaque para o São João e tem passagens por diversos países, como França, Estados Unidos, Inglaterra, Portugal, Japão, sempre divulgando as expressões da cultura nordestina.

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FEIRA COM PRODUTOS ORGÂNICOS COMEÇA A SER REALIZADA NA UNIVASF

Com o intuito de proporcionar um espaço para produtores de alimentos sem produtos químicos, a Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) está realizando uma Feira de Orgânicos. A feira iniciou hoje (10) e contou com a participação de três produtores do Assentamento Terra da Liberdade, que trouxeram diversos alimentos entre legumes, hortaliças, verduras e frutas. 

A comercialização dos produtos será realizada toda sexta-feira, a partir das 8h30, na rampa do prédio da Reitoria, no Campus Sede, em Petrolina (PE).

A ação é um projeto de extensão realizado por meio da Diretoria de Arte, Cultura e Ações Comunitárias (Dacc), vinculada à Pró-Reitoria de Extensão (Proex), em parceria com a Associação dos Agricultores Familiares do Assentamento Terra da Liberdade. 

O projeto já era realizado na Univasf, mas precisou ser interrompido, retornando agora em parceria com os agricultores do Assentamento Terra da Liberdade, que produzem os alimentos na horta orgânica coletiva do assentamento. Os consumidores podem encontrar nas bancas mel, banana, alface, chuchu, abóbora, melancia, manga, cenoura, batata e muito mais. A diretora da Dacc, Flora Romanelli Assumpção, conta que a ideia é expandir a feira, em meados de julho e agosto, para acontecer também em Juazeiro (BA). 

“Nós queremos dar apoio para esses dois locais com a produção de orgânicos e ao mesmo tempo facilitar o cotidiano das pessoas, tanto do Campus Juazeiro quanto do Campus Sede, levando produtos de qualidade e sem agrotóxicos”, ressalta a diretora. Ela enfatiza que a feira é um espaço de empoderamento social e visibilidade para o trabalhador rural, ao mesmo tempo em que leva saúde para a população.

Segundo o presidente da Associação dos Agricultores Familiares do Assentamento Terra da Liberdade, Idenildo Damião Genésio de Souza, esse espaço é essencial para divulgar o trabalho dos agricultores do assentamento. “Nós temos uma horta há três anos, então essa oportunidade que estamos recebendo da Univasf é importante para mostrar o trabalho que temos feito”, diz Souza, que destaca o desejo de expandir a feira montando mais bancas com alimentos orgânicos. (Fonte: Portal Univasf)

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DIJESUS SANFONEIRO COMPLETA 80 ANOS NA HARMONIA, RITMO E MELODIA

O caminho que liga Exu, Pernambuco, Terra de Luiz Gonzaga ao Crato, Ceará, lugar onde nasceu Padre Cícero é a via das escolhas, das encruzilhadas, da fé, misticismo, trabalho e dons. As paisagens agem e ardem em eco. 

Quais mãos trabalharam na confecção desse origami? Nesta planície sem fim de cores e sons nasceu, exatamente na divisa do Exu/Crato, na Serra do Araripe,  no dia 5 de junho de de 1942, Dijesus Evaristo de Oliveira, portanto uma trajetória de 80 anos.

A história conta que para conseguir o primeiro instrumento, uma sanfona teve que trabalhar muito no roçado. A idade entre 8 e 16 anos. A inspiração veio da tradição familiar (Mauro Sanfoneiro, toca zabumba, contrabaixo, bateria, guitarra), José Evaristo-cantor, percussionista e toca violão e está aprendendo tocar sanfona; Antonio, Everaldo e as irmãs,  todos apaixonados por sanfona, roda de coco e quase vidência mística dos benzedores que vivem escutando em cada galho de flor uma música se bulindo/movimentando.

O mundo musical e o respeito pelo ritmo sertanejo que não pode negar a raiz de Luiz Gonzaga e a rebeldia revolucionária de Barbara de Alencar,  o chamam Dijesus Sanfoneiro. Filho de Evaristo Antônio de Oliveira e Maria Clara de Jesus. São 79 anos de muito trabalho e respeito pelo som, ritmo, harmonia e melodia. Compositor, cantor e poeta Dijesus Sanfoneiro já gravou 6 CdS.

A riqueza humana de Dijesus para os amigos é recíproca a sua humildade. Simplicidade que garante a admiração de amigos e pesquisadores da música brasileira. Dijesus é um dos poucos que desfrutou dos bons dias, boa tarde e boas noites do rei do baião, Luiz Gonzaga.

Apertar a mão do Rei Luiz Lua Gonzaga foi um presente para Dijesus que começou tocando forró nos terreiros de chão de barro batido e também nas poeiras sertanejas, qual diz a canção, no sol e chuva, vida de viajante sanfoneiro tocador de forró e baião.

No próximo mês,  dia 09 de julho, Dijesus Sanfoneiro vai reunir a família e os amigos a partir das 17hs, em sua residência no Sitio Serra da Arara. O tema do encontro aniversario será Dijesus, desde 1942 são 80 anos de Emoções.

Dijesus todos os anos é presença certa nos festejos de nascimento de Luiz Gonzaga, no Parque Aza Branca, dia 13 dezembro e na Festa da Saudade, realizada no mês de agosto, data 2 de agosto dia da morte do Rei do Baião.

Dijesus está entre aqueles que traduzem o sentimento maior da sanfona, a capacidade de fazer amigos. Afinal, a sanfona Fascina pela sua sonoridade, pela diversidade de modelos e gêneros, mas seu encanto transcende o poder da música, porque desperta um afeto misterioso. Talvez pelo fato de ficar junto ao coração do sanfoneiro, ou, quem sabe, por ser um instrumento que é abraçado ao se tocar. Ou ainda, por ser um instrumento que respira. O fato é que a sanfona une as pessoas e é amada por todos os povos.

Na referência de Dijesus, imagina um sanfoneiro que possui no registo, o nome da mãe: Maria Clara de Jesus. O caminho do cidadão Dijesus  é iluminado qual o Sete Estrelo numa noite de lua cheia. O Sete-estrelo é um conjunto de sete estrelas que viajam no espaço numa mesma direção e numa mesma velocidade. Na bíblia consta: "procurai o que faz o Sete-estrelo e o Órion...é poderoso para fazer brotar das trevas o raiar do dia, e transformar o dia claro em noite escura; que chama as águas do mar e as espalha como deseja sobre a face da terra...Senhor é o seu nome".

Várias de suas músicas, sucessos foram gravados na voz de Flávio José, Joãozinho de Exu, Zezinho Barros, Jaiminho de Exu e Joquinha Gonzaga, neto de Januário e Sobrinho de Luiz Gonzaga.

Sonho e Saudade é uma das mais tocadas nos festejos juninos. Detalhe: O cantor e compositor Gilberto Gil ao ouvir a música ficou encantado. Confira letra:

Sonhei com Gonzaga tocando

 sanfona sentado no trono do céu

Quando seu Januário e Santana chegavam

 Gonzaga parava e tirava o chapéu

e  dizia meu Deus que beleza

meu pai que surpresa, não vou suportar

Disse o velho:meu filho,você me ajudava

Mas hoje aqui é que eu vou lhe ajudar

Januário aquele véi macho

Pegou os 8 baixos mandou o forró

E são joão e são pedro,e São Gabriel

Disseram: o céu tá ficando melhor

Severino que nunca foi mole

Arrastou o fole banhado de ouro

Foi aí que Santana e seu Januário

Os dois se abraçaram e caíram no choro

Gonzaguinha chegava animado

Num carro importado, bonito que só

Querendo levar a família pra casa

Pensando que estava no fim do forró

Foi o sonho melhor que já tive

Na vida sofrida que sempre levei

Mas quando pensei que era pura verdade

Meu deus que saudade, eu acordei.

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PROFESSOR E ENGENHEIRO AGRÔNOMO JOÃO TOSTA RECEBE MEDALHA DO MÉRITO NAVAL EM SALVADOR

O engenheiro agrônomo juazeirense, João Santana Tosta, integrante da Sociedade Amigos da Marinha (Soamar), professor do Centro Territorial de Educação Profissional do Sertão do São Francisco (Cetep) e funcionário da Companhia de Desenvolvimento dos vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), recebeu na manhã da quinta-feira (9), em Salvador (BA), o título de Cavaleiro da Ordem do Mérito Naval, durante solenidade realizada no Forte de Santo Antônio da Barra, no Farol da Barra, promovida pelo Comando do 2° Distrito Naval da Marinha em lembrança ao 157º aniversário da Batalha Naval de Riachuelo.

A solenidade foi presidida pelo vice-almirante Humberto Caldas da Silveira Júnior, comandante do 2º Distrito Naval.

A Ordem do Mérito Naval é uma ordem honorífica do Brasil, criada para agraciar militares da Marinha que tenham se distinguido no exercício de sua profissão, bem como corporações militares e instituições civis, nacionais e estrangeiras, suas bandeiras ou estandartes, assim como personalidades civis e militares, brasileiras ou estrangeiras, que houverem prestado relevantes serviços à Marinha.

A Comenda foi instituída pelo decreto nº 24659, de 11 de julho de 1934, e é composta por cinco graus: Grã-Cruz, Grande-Oficial, Comendador, Oficial e Cavaleiro, este último recebido por João Tosta das mãos do Comandante do 2º Distrito Naval, vice-almirante Humberto Caldas.


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ESPAÇO PLURAL UNIVASF: AÇÕES E CUIDADOS COM O MEIO AMBIENTE NO VALDO DO SÃO FRANCISCO É TEMA DE LIVE

Ações e Cuidados com o Meio Ambiente no Vale do São Francisco. Este é o tema da Semana do Meio Ambiente realizada pelo Espaço Plural da Universidade Federal do Vale do São Francisco.

A live está sendo transmitida pelo canal YouTube do Espaço Arte, Ciência e Cultura (EACC Univasf), que é uma unidade dedicada à difusão e popularização da ciência.  Faz parte da estrutura da Pró- Reitoria de Extensão, PROEX, e oferece serviços para escolas e público em geral.

Programação: 9hs Abertura MEDIADORAs: mestranda Rayssa Oliveira e mestranda em Extensão RuralMaria Auxiliadora-Dora Paixão

9h30 Palestra Projeto Univasf Sustentável e Importância da Educação Ambiental com professor doutor  Bruno Cesar.

10hs Palestra Projeto Sisteminha com professor doutor Renê Cordeiro

10h30 Palestra Educando para a Sustentabilidade com a professora Doutora Alvany Santiago

11h Palestra Ações do Conselho Municipal do Meio Ambiente Fernanda Leal.

UNIVASF SUSTENTÁVEL: “Univasf Sustentável” tem o objetivo de diagnosticar o estado atual das atividades realizadas pela Univasf, em termos de adequação socioambiental, e conduzir, a partir desse diagnóstico, projetos intersetoriais de melhoria na utilização dos recursos naturais na instituição.


Este programa está baseado nas diretrizes da Agenda Ambiental da Administração Publica (A3P) e no Plano de Logística Sustentável (PLS). Com o slogan “Com suas atitudes, você faz a diferença” a comunidade acadêmica aponta para a responsabilidade de todos na condução do Programa Univasf Sustentável.

SISTEMINHA: uma área com 1,3 mil metros quadrados no Espaço Plural da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), em Juazeiro (BA), o projeto de extensão Sisteminha Embrapa – Sistema Integrado para Produção de Alimentos desenvolve uma série de atividades produtivas de maneira integrada e sustentável, envolvendo agricultura e pecuária. 

No Espaço Plural, piscicultura, criação de galinhas de postura, frangos de corte, codornas, porquinhos da índia e minhocultura dividem espaço com canteiros de milho, tomate cereja, abóbora e macaxeira, entre outras culturas, e mostram os benefícios do cultivo integrado para o melhor aproveitamento dos recursos naturais pelo produtor rural. 

O Sisteminha propõe ao agricultor aproveitar pequenas áreas para cultivar e colher o alimento para a família, possibilitando também um incremento na geração da renda familiar.

A implantação do projeto na Univasf tem a a coordenação do professor do Colegiado de Medicina Veterinária René Cordeiro e com o apoio da pró-reitora de Extensão, professora Lucia Marisy, uma entusiasta da proposta do Sisteminha. O projeto conta com um estagiário, o estudante de Zootecnia Márcio Fabrício Santos. 

Professor René ressalta que o Sisteminha se caracteriza pelo cultivo sustentável, preservando o meio ambiente e os recursos naturais, promovendo a qualidade de vida e gerando renda.


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CETEP-SERTÃO DO SÃO FRANCISCO: ALUNOS DO CURSO TÉCNICO EM AGROECOLOGIA REALIZAM COMPOSTAGEM DURANTE AULA PRÁTICA

Compostagem é um processo biológico de transformação para valorização da matéria orgânica. Trata-se de um processo natural em que os microrganismos residentes, como fungos e bactérias, são responsáveis pela degradação de matéria orgânica, transformando-a em humus, que é um material extremamente fértil por ser muito rico em nutrientes

Alunos do Curso Técnico em Agroecologia, do CETEP-SSF (Centro Territorial de Educação Profissional do Sertão do São Francisco), Juazeiro Bahia, antiga Escola Agrotécnica, estão vivenciando aulas práticas e apredendo o modelo de compostagem orgânica.

A supervisão é do professor Luan Vitor, Engenheiro Agrônomo, mestrando em Engenharia Agrícola pela Universidade Federal do Vale do São Francisco. De acordo com o professor os alunos com a atividade tem a possibilidade de ampliar as práticas de ensino e aprendizagem e contribuir para o despertar na comunidade escolar o cuidado o meio ambiente, consumo sustentável, ecologia e resíduos.

A experimentação possibilita o melhor acompanhamento da evolução da ciência e das transformações que ocorrem na natureza. A  compostagem é um processo biológico no qual os micro-organismos transformam a matéria orgânica como, estrume, restos de comida, em húmus, um material rico em sais minerais e que pode ser utilizado como adubo em hortas, jardins e vasos, contribuindo muito para desenvolvimento das plantas.

Com o avanço da compostagem percebe-se que a transformação dos resíduos contribui de maneira significativa para o equilíbrio ecológico entre o homem e o meio ambiente, pois o composto é uma fonte rica em nutrientes que são fundamentais para obtenção de um solo fértil, gerando assim a diminuição de problemas ambientais, protegendo e preservando dessa forma a natureza para as presentes e futuras gerações.

A diretora do CETEP, Leila Cristina Pacheco, visitou o local da compostagem. Ela avalia que a disciplina do professor Luan Vitor que tem como funções claras criar este ambiente de trabalho e ação com os alunos e a aula propõe um método de ensino que irá aliar prática e teoria, proporcionando maior dinâmica ao processo de ensino – aprendizagem e enfatizando a importância dos conteúdos, a compostagem, reciclagem e lixo.

Os alunos Anne Louise e Josielson Araújo, avaliam que este processo de trabalhar a Compostagem Orgânica, proporciona viver os aspectos abordados. "Aula prática. essa maneira observamos o uso dos recursos da natureza com responsabilidade, garantindo o uso de conceitos como: preservação ambiental, sustentabilidade e exercício da cidadania. Mudamos nossos conceitos a respeito do lixo, a consciência sobre preservação da natureza, a ideia de sustentabilidade".

Detalhe: o esterco natural usado nesta compostagem é de coelho, produzido no próprio CETEP-SSF, Juazeiro Bahia.

MINHOCÁRIO: Em breve no CETEP-SSF, segundo os professores José Arnaldo é Edmilson Luiz  é aproveitar o húmus da Minhoca para ser usado nos canteiros de produção desenvolvido pelos professores e alunos dentro da escola, além de ser mais uma prática ligada a agroecologia. É bom lembrar que os dejetos produzidos pelos coelhos irão ser aproveitados tanto no minhocário quanto nas hortas.

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