PERNAMBUCO GANHA NOVOS PATRIMÔNIOS VIVOS DA CULTURA

O concurso anual de Registro de Patrimônios Vivos de Pernambuco elegeu seis novos nomes em reunião online do Conselho Estadual de Preservação do Patrimônio Cultural (CEPPC), vinculado à Secretaria de Cultura. 

Dentre os mais de 90 candidatos inscritos, foram selecionados: Mestre Luiz Antônio (Barro - Caruaru), Maria Jacinta Sampaio da Silva (Mestra de Reisado - Santa Maria da Boa Vista), Marliete Rodrigues (Barro - Caruaru), Velho Xaveco (Pastoril - Recife), Mãe Beth de Oxum (Coco - Olinda), Caboclinho União 7 Flexas (Goiana). 

Os escolhidos recebem diploma com o título de “Patrimônios Vivos de Pernambuco” e bolsa mensal vitalícia no valor de R$ 1,6 mil (pessoa física) e R$ 3,2 mil (grupo, entidade, agremiação ou associação).

O Registro do Patrimônio Vivo de Pernambuco foi pensado para dar suporte financeiro e preservar processos de criação e divulgação de técnicas, modos de fazer e saberes das culturas tradicional ou popular pernambucanas. Pernambuco soma, até então, pelo menos 75 Patrimônios Vivos fregistrados.

“O registro de mais seis Patrimônios Vivos significa a salvaguarda de mais seis expressões culturais de Pernambuco. Ajudar a garantir a produção e o legado dessas pessoas e entidades é o ponto mais importante dessa ação que é uma das mais especiais do Governo Estadual”, afirmou o secretário de Cultura de Pernambuco, Gilberto Freyre Neto.

Os mais novos Patrimônios Vivos de Pernambuco:

*Velho Xaveco: Antônio Coutinho, 86 anos, considerado o Velho do Pastoril mais antigo de Pernambuco. Nascido em Bezerros, no Agreste, ele interpreta o Velho Xaveco desde 1978. Foi pupilo de outros velhos que marcaram sua época, com destaque para o Faceta, que gravou o famoso “Papai, eu quero me casar”.

*Marliete Rodrigues: A mestre do barro, do Alto do Moura, em Caruaru, tem 57 anos e da brincadeira com a matéria-prima abundante na região passou para a produção de peças postas à venda na Feira de Caruaru. Atualmente tem uma coleção de peças espalhadas pelo mundo.

*Mãe Beth de Oxum: Maria Elizabeth Santiago de Oliveira, 57, é mestra da cultura popular de Pernambuco, nascida e criada na comunidade da Barreira do Rosário, arredores do Sítio Histórico de Olinda. Mãe Beth de Oxum tem forte legado com a brincadeira do coco de roda. Casada com o Mestre Quinho Caetés, tem quatro filhos e todos inseridos no universo da cultura do coco de roda. 

Mestre Luiz Antônio: Nascido em 1935, no Alto do Moura, em Caruaru, Luiz Antônio da Silva é considerado um dos principais nomes na arte popular brasileira. É discípulo contemporâneo do Mestre Vitalino, dando continuidade ao legado do maior nome do barro do Brasil. 

*Mestre Luiz Antônio: Mestra de Reisado Maria Jacinta. Aos 96 anos, Maria Jacinta Sampaio da Silva é uma das mais antigas mestras de cultura popular em Pernambuco. A Mestra de Reisado viu o primeiro reisado em sua casa, ainda criança. Acabou fundando seu próprio grupo, nos anos 1960, com marido e filhos. 

*Maria Jacinta: Caboclinhos União 7 Flexas de Goiana. A agremiação foi fundada em 25 de março de 1991, pelo Mestre Nelson Ferreira, na cidade de Goiana (Zona da Mata). É uma das mais importantes manifestações culturais do Estado e representou a cultura pernambucana na abertura dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016. 

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CANTOR E COMPOSITOR ONILDO ALMEIDA GANHA TÍTULO DE DOUTOR HONORIS CAUSA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

O músico e compositor pernambucano Onildo Almeida recebeu hoje, na de seu aniversário 13 de agosto (93 anos), o título de Doutor Honoris Causa da Universidade Federal de Pernambuco. A honraria é destinada a pessoas que tenham contribuído para o progresso da Universidade, da região ou do país, ou pela sua atuação em favor das ciências, das letras, das artes ou da cultura.

A proposta foi do Núcleo de Ciências da Vida do Centro Acadêmico do Agreste (CAA) e tem por base o reconhecimento da extensa produção artística do compositor e da contribuição da sua obra para a divulgação da música pernambucana e da cultura nordestina.

Poeta e compositor caruaruense, Onildo Almeida nasceu em 13 de agosto de 1928. Filho de José Francisco de Almeida e Flora Camila de Almeida, manifestou desde cedo sua paixão pela música, compondo sua primeira canção aos 13 anos. A partir de então, com incentivo dos pais, passa a fazer parte de diferentes conjuntos musicais, até se consolidar como músico, compositor, poeta e radialista. 

Como compositor, contribuiu para disseminação da música e da cultura da Região Nordeste, tornando-se mais conhecido, principalmente, pela composição da sua música “A feira de Caruaru”. Compôs uma grande quantidade de músicas que se tornaram conhecidas e cantadas Brasil afora.

Em 1955, ele submeteu ao festival de música para o Carnaval de Pernambuco sua composição “Linda Espanhola”, que foi escolhida e classificada em primeiro lugar. Em 1957, sua composição de maior sucesso, “A feira de Caruaru”, foi gravada por Luiz Gonzaga chegando a vender, entre os meses de março a maio do mesmo ano, 100 mil cópias do disco, fenômeno que se configura como o primeiro e o maior recorde musical do Nordeste até então ocorrido. Posteriormente, o sucesso local e nacional da “Feira de Caruaru” atravessou o Atlântico, registrando gravação em 34 países, incluindo uma versão em japonês gravada em 2006. Marinês, Jorge de Altinho, Trio Nordestino e Flávio José gravaram suas canções.

A vida do artista e compositor Onildo Almeida, porém, não se esgota na sua dedicação à música. Assumindo diversas funções ao longo da sua vida profissional, ocupou outros cargos e se destacou em muitos deles. 

Como radialista, assumiu em 1951 a função de operador de som na Rádio Difusora de Caruaru, ao mesmo tempo em que desempenhou atividades como repórter e publicitário. Criou programas de auditório de sucesso local como o Expresso da Alegria e o Vesperal das Quintas. Ao longo de sua trajetória, Onildo Almeida passou a atuar também como empresário, e assumiu a partir de 1990 a posse e o comando da Rádio Cultura de Caruaru.

“Em todas as suas ações, ele reafirma sua contribuição para o conhecimento da cultura regional, através da sua atuação como compositor, radialista e da sua extensa produção artística. 

Compôs intensamente, de registro de 53 músicas. Atualmente, é possível encontrar entrevistas do compositor no YouTube, contribuindo para a continuidade da disseminação do seu trabalho e a sua adaptação às novas tecnologias. Portanto, pelo incansável trabalho de compositor, comunicador e divulgador da Cultura Nordestina, sobretudo através da sua música, somos favoráveis à concessão do título de Doutor Honoris Causa ao compositor Onildo Almeida”, afirma o parecer apresentado ao Consuni.

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SEDE DE MEMORIAL QUE CONTA HISTÓRIA DAS LIGAS CAMPONESAS NO NORDESTE É RESTAURADA

O Memorial das Ligas e Lutas Camponesas preserva a história das associações de trabalhadores rurais pela vida digna no campo e pela reforma agrária, que surgiram na década de 1950 no estado de Pernambuco, e depois ganharam frentes na Paraíba e em outros estados.

O Memorial é a única instituição do Nordeste que integra a Coalizão Internacional de Sítios de Consciência, uma rede de museus de Direitos Humanos de todo o mundo.

A sede do memorial fica em uma casa no município de Sapé, na Paraíba, lugar onde viveu uma das famílias da liderança do movimento, a de Elizabeth e João Pedro Teixeira, assassinado em 1962, por encomenda de latifundiários.

No início deste mês o memorial conseguiu a garantia de requalificação com aporte financeiro, através da aprovação, na Câmara dos Deputados, via emenda no Projeto de Lei Orçamentária 2021, de autoria do deputado Frei Anastácio (PT-Paraíba).

“A gente está lidando com um dos patrimônios mais importantes da nossa história enquanto classe camponesa. Para além da casa onde morou a família, ela reúne todo o processo histórico das ligas, e traz como memória - tanto escrita, quanto oral, visual - o comprometimento de continuar a luta. Então, é preciso a gente manter de pé e, para isso, a gente precisa dialogar e cobrar das pessoas e dos órgãos que de fato são responsáveis pela estrutura, porque é a nossa história”, analisa Alane Lima, presidenta do Memorial das Ligas e Lutas Camponesas.

A casa foi tombada em 2012 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraíba (IPHAEP), quando houve uma restauração. Contudo, a construção antiga, da década de 1940, corre risco de desabamento.

Com o objetivo de garantir a reforma agrária e uma vida digna para os trabalhadores do campo, as ligas foram associações que reuniam a classe de forma pioneira.

“Se nós não recuperarmos a memória da luta pela reforma agrária no Brasil, nós estaremos deixando para trás dezenas ou centenas de anos da luta pela terra no nosso país. E é fundamental! Todo estudante, todo professor, todo pesquisador reconhece essa importância, mas isso não chega ao grande público e às gerações futuras, para que se reconheça a importância da luta pioneira das Ligas Camponesas”, avalia o antropólogo Anacleto Julião, que é filho de Francisco Julião, advogado e liderança das ligas em Pernambuco e Paraíba.

Anacleto sonha que essa experiência de preservação da memória em Sapé se multiplique. O comitê Memória, Verdade e Justiça Para a Democracia de Pernambuco junto às instituições, movimentos e partidos políticos, debatem a criação de um memorial em Pernambuco, no Engenho Galiléia, que foi onde as ligas foram fundadas no estado de Pernambuco.

“Agora nós temos como tarefa revolucionária, tarefa histórica de deixar este memorial realmente construído, colaborando assim com uma parte importantíssima da história do Brasil, da história de luta do nosso povo”, diz Anacleto.

O memorial é tanto um espaço de preservação da história dos movimentos camponeses, quanto um legado de resistência.

 “A gente precisa levar boas notícias, dizer que a gente resiste, que a gente existe, que a gente está aqui para continuar a história, para continuar contando e fazendo memória daqueles e daquelas que morreram, que foram ceifados, que desapareceram, que foram torturados por conta que estavam defendendo um projeto de vida melhor para nós brasileiros e brasileiras”, conclui Alane. (Fonte: Brasil de Fato)

 

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AMMA E PROMOTORIA DO MEIO AMBIENTE DESATIVAM ESGOTO QUE JOGAVA MAIS DE 300 MIL LITROS DE ESGOTO DENTRO DO RIO SÃO FRANCISCO

Mais um caso de crime ambiental contra o Rio São Francisco foi identificado pela equipe da Agência Municipal do Meio Ambiente (AMMA) em Petrolina. A ação ocorreu em parceria com a 3ª Promotoria de Justiça de Defesa da Cidadania e do Meio Ambiente, dirigida pela promotora Rosane Moreira Cavalcanti.

 Dessa vez, duas vazões de esgotos que eram lançados indevidamente por condomínios sem qualquer tratamento foram retiradas do rio. Em média, por dia, eram lançados aproximadamente 300 mil litros de efluentes.

De acordo com o diretor-presidente da AMMA, Geraldo Miranda, há oito anos os condomínios vinham jogando esgotos diretamente em duas lagoas naturais que deságuam no São Francisco, graças às diversas fiscalizações, e a essa ação conjunta com o MPPE, o problema foi resolvido. 

"A solução que encontramos foi que os condomínios construíssem sua própria Estação Elevatória de Esgoto para ser bombeada para a Estação de Tratamento", explicou.

A AMMA continuará fiscalizando e monitorando o Rio São Francisco. "O Velho Chico é a nossa maior riqueza ambiental, e a Prefeitura de Petrolina está focada em preservar e defender esse patrimônio natural", finalizou.

Qualquer denúncia referente ao meio ambiente pode ser realizada através do telefone (87) 3866-2779 ou presencialmente na Rua Antônio Padilha, 55, centro, próximo à Casa do Navio.

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DISCURSO ONALDO QUEIROGA NA POSSE ACADEMIA DE LETRAS JURÍDICAS DA PARAÍBA

Onaldo Rocha de Queiroga é natural de Pombal, Paraíba formou-se em Direito em 1987, ocupando diversos cargos na área, em várias cidades paraibanas. Atualmente é juiz na capital da Paraíba.
Ingressou na literatura com o livro Esquinas da Vida e prosseguiu com Baião em Crônicas, Reflexões, Por Amor ao Forró, Crônicas de um Viajante, Meditações, Monólogos do meu Tempo; Efeitos, Homíneos e Naturais, entre outros.

Confira discurso posse na Academia de Letras Jurídicas da Paraíba:

Ilustríssimo Senhor Presidente da ACADEMIA DE LETRAS JURÍDICAS DA PARAÍBA, DR. Alberto Jorge, meu amigo e irmão. 

Senhores Acadêmicos, Senhoras Acadêmicas. Autoridades, familiares e amigos presentes nesta solenidade. 

Recebam todos o meu carinhoso Boa noite...!

“Jamais nos é dado ter um desejo sem que nos seja dado também o poder de torná-lo realidade. Contudo, é possível que tenhamos que lutar para alcançá-lo.” 

Desse pensamento do inovidável Richard Bach, aflora a certeza de que quando lutamos com fé sempre é possível transformar o sonho em realidade.

Hoje é uma noite especial. Embevecido e enternecido, vislumbro a imensa responsabilidade que, agora, assumo. 

PARA TANTO, Inicialmente, passo a promover alguns agradecimentos. Primeiro a Deus. Segundo a minha família, minha amada esposa Márcia Queiroga, meus filhos, minhas noras, genro e minhas netas Isabela e Laura. Aos meus pais Antônio Elias de Queiroga e Onélia Setúbal Rocha de Queiroga.

Agradeço a todos os confrades e confreiras desta Academia, que através de eleição escolheram-me para ocupar a Cadeira, cujo Patrono é o Ministro Djaci Alves Falcão, paraibana da cidade Monteiro, nascido em 4 de agosto de 1919, filho de Francisco Cândido de Melo Falcão e de Inês Alves Falcão, o qual bacharelou-se em Direito na tradicional Faculdade de Direito de Recife-PE no ano de 1943. 

Registre-se que esse notável paraibano no ano de 1943 ingressou na carreira da magistratura como Juiz de Direito do Estado de Pernambuco, tendo sido promovido ao Cargo de Desembargador do Egrégio Tribunal de Justiça de Pernambuco no ano de 1957, integrando, ainda, naquele estado o Colendo Tribunal Regional Eleitoral de 1965 a 1967. 

Saliente-se, ainda, que o Ministro Djaci Falcão, assumiu a cátedra de Direito Civil, quando foi fundado o Curso de Direito da Universidade Católica de Pernambuco em 1959. 

No ano de 1967 foi indicado para o Cargo de Ministro do Colendo Supremo Tribunal Federal, tendo presidido o aludido Pretório de 1975 a 1977. O Eminente Djaci Falcão passou 22 anos como Ministro do STF, tendo se aposentado em 1989.  

Casado com a senhora Maria do Carmo Araújo Falcão, com quem teve 3 filhos,  o atual Ministro Francisco Falcão do STJ, a senhora Conceição e senhor Luciano, além de 9 netos e um bisneto. No ano de 2012, o Ministro Djaci Falcão rompe os umbrais da eternidade, deixando um legado vultuoso não só na seara jurídica, mas também no campo acadêmico, pois dentre as inúmeras de suas publicações, destaca-se:

Da responsabilidade civil, extensão da responsabilidade do proposto ao proponente; Do mandado de segurança contra decisão judicial; Da igualdade perante a lei; Alguns aspectos do poder do juiz na direção do processo; O Poder Judiciário e a conjuntura nacional; Reforma do Poder Judiciário 

É importante também destacar láureas de um paraibano tão homenageado e, aqui, cito algumas condecorações recebidas pelo Ministro Djaci Falcão:

•Medalha do Mérito de Pernambuco; Medalha do Mérito da Cidade do Recife; Medalha do Mérito Judiciário - Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo; Medalha da Ordem do Mérito Eleitoral Frei Caneca - Tribunal Regional Eleitoral do Estado de Pernambuco; Título de Cidadão do Estado de Pernambuco; Título de Cidadão do Estado de Goiás; Grã-Cruz da Ordem do Mérito do Rio Branco; Ordem do Mérito da República de Portugal; Ordem do Mérito da República da Romênia; Em 1995, o edifício-sede do Tribunal Regional Federal da 5ª Região passou a ser nominado em sua homenagem, como reconhecimento aos relevantes serviços por ele prestados durante quase quarenta e cinco anos dedicados à magistratura brasileira.

Meus confrades e confreiras.

Diante de um grandioso curriculum do Patrono da Cadeira que ora assumo, não tenho dúvida da responsabilidade que pesa sobre os meus ombros a partir deste instante. Mas, a vida é feita de sonhos e de desafios, por isso, sem temor e com Deus no coração, ao tomar posse, dou o primeiro passo pela nova estrada que a existência me reservou. 

Ciente de que foram longas as esquinas e veredas que tive que percorrer até chegar este momento, mas sempre movido pela fé em Deus e a coragem que Ele nos revela a cada nascer do sol, aqui estou imbuído do espírito de congregar e somar esforços para o engradecimento da Academia de Letras Jurídicas da Paraíba. 

O menino de Antônio e Onélia, em seu âmago sempre trouxe o interesse pela leitura e pela escrita. Essa inspiração corre na veia, é da genética, seja da parte do meu pai, como também da minha mãe. 

Os horizontes educacionais nos direcionaram para beber na fonte do saber, inicialmente, da professora Maria Betânia Salvino, em Catolé do Rocha. Depois bebi da inesgotável fonte do saber, precisamente, do Professor Luiz Mendes, sim, recebi a base educacional, curso primário e ginasial, no Instituto Rio Branco na Cidade de João Pessoa. Dali segui para o Colégio 2001 – CEPRUNI, do Professor Roberson e da saudosa professora Bergalice, de onde em 1984 após lograr êxito no vestibular do Curso de Direito do UNIPÊ, passei ali dois anos e meio, todavia, em seguida, fui para a UFPB, haja vista que por meio de novo vestibular passei a cursar o Curso Direito daquela instituição federal.

Colei Grau no Curso de Direito no final do ano de 1987. Advoguei de 1988 ao início do ano de 1991, oportunidade em que após lograr êxito no Concurso de Promotor de Justiça do Estado da Paraíba, fui nomeado para a Comarca de Belém de Caiçara. Logo depois fui promovido para a Comarca de Conceição, ocasião em que também substituí a Comarca de Itaporanga. 

No início do ano de 1992, tendo sido aprovado no Concurso de Juiz de Direito da Paraíba, fui nomeado para a Comarca de Pirpirituba. Posteriormente fui promovido para a Comarca de Sousa, passando depois pela Comarca de Campina Grande e por fim, aportei na Comarca de João Pessoa, onde tenho exercício funcional desde 1998 na 5ª Vara Cível. Ocupei, ainda, por 4 anos a Direção do Fórum Cível da Capital, o Cargo de Corregedor Auxiliar de 2007 a 2009 e  o Cargo de Auxiliar da Presidência de 2013 a 2015.

Durante esse longo período exerci algumas vezes a função de Juiz Eleitoral, seja em Zonas Eleitorais, bem como membro do TRE-PB, no período específico de 2001 a 2003. Já perfaço mais 29 anos de magistratura. 

Durante todo esse tempo também me dediquei a escrita compilando livros na seara de crônicas literárias, de biografias, de poesia e do campo jurídico. Em 2012 lancei o Livro intitulado Desjudicialização dos Litígios, pela Editora Renovar, do Rio de Janeiro. Desde 1996 sou membro da Academia de Letras de Pombal, minha terra. 

Meus senhores e minhas senhoras. A vida acadêmica proporciona estudos e aprimoramentos que, sem dúvida, amadurece a visão do homem sobre a longa, mas, ao mesmo tempo, efêmera caminhada da vida. Na seara específica do direito, a academia possibilita se estudar e também ensinar com mais detalhamento e percuciência não só sobre a letra fria da lei, mas também interpretá-la numa construção de pensamentos, muitas vezes com o alcance de conjunturas e aspectos que emergem de um olhar mais humano. 

A vida acadêmica jamais deve ser alheia aos assuntos que se entrelacem com os dilemas e com os proveitos do povo, pois é inegável a importância do fator histórico-social que uma Academia exerce no fortalecimento de uma sociedade. Seu papel é, inquestionável, no sentido de que com sua densidade cultural proporciona impacto e tem influência, decisiva, no seio da comunidade, precipuamente, em termos de disseminação de princípios jurídicos, como também de valores morais, éticos, existenciais, educacional etc…

Não podemos permitir que o significado originário da palavra “Academia” se perca no tempo, pois como sabemos ela surgiu historicamente do herói grego Academo. E contam os livros que o seu túmulo emprestava o nome ao um lindo bosque, onde posteriormente fora dedicado à deusa Atenas e, que depois veio a receber a construção da Academia de Platão, discípulo de Sócrates, conhecida como Academia Platônica, ou mesmo, Academia de Atenas, considerada como a primeira escola de filosofia do mundo. E foi nela que o grande Aristóteles, com apenas 16 anos de idade, ingressou e entregou ao mundo, grandes contributos, que até hoje servem de lição para a humanidade.

Vejo a nossa Academia com uma atuação bem dinâmica, com múltiplas iniciativas que levam atividades diversas, no campo que lhe compete, para um público muito amplo, inclusive, alcançando estudantes de direito e também aberto para os inúmeros profissionais da seara do direito. Isso me apaixona. Esse dinamismo me contagia. E por isso, repito, vim para me aglutinar, somar, unir e, como diz o matuto lá da minha terra, vim me ajuntar a todos os amigos confrades e amigas confreiras para reforçar, fortalecer, intensificar os trabalhos dessa Academia em prol da nossa sociedade. 

Destarte, num outro contexto, vejo que o crescimento exagerado dos Cursos de Direito levando ano a ano um número, para muitos excessivos de Bacharéis em Direito, jamais terão o condão de desvalorizar a carreira jurídica, pois como já afirmara, certa vez, o Desembargador Antônio Elias de Queiroga: “A circunstância de haver no Brasil o que se  chama de " inflação de Bacharéis ", não desvaloriza a nobre carreira do jurista. Os valores espirituais não são como os materiais, que crescem ou decrescem, na razão inversa da sua quantidade. Maior quantidade de Bacharéis significa, pelo contrário, valorização da classe, se cada um representar uma unidade de cultura”. É o Bacharel em direito com sua alma inquietada pelas dores sociais que luta com sua eloquência e escrita na defesa de uma sociedade mais justa. 

Prometi ser breve. E serei. Peço licença neste momento, para tecer algumas palavras em relação ao amigo e confrade Rodrigo Toscano, dileto jovem que o conheço de longas datas. Dr. Rodrigo Azevedo Toscano de Brito, graduado em Direito pela UFPB, em 1996, possui mestrado de Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2000) e doutorado em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2004). Atualmente é professor de Direito Civil da UFPB, nos cursos de graduação e pós-graduação; professor direito civil da especialização da UFPE. Tem experiência na área de Direito, com ênfase em Direito Civil, atuando principalmente nos temas: contratos, direito do consumidor, direito imobiliário, direito de família, responsabilidade civil e direito hereditário. Uma pessoa humana que contagia todos por onde passa, com sua alegria, sempre de bom humor, bom filho, esposo e pai, mas acima de tudo um amigo. Agradeço, imensamente, as palavras que me foram dirigidas, sei que frutos da bondade do seu coração. Muito obrigado amigo Rodrigo. 

Senhores confrades e Senhoras confreiras, peço licença para uma reflexão sobre o tempo que vivemos, o tempo em que assumo e passo a integrar esta Academia. Vivemos um tempo estranho, pois, de repente 2020 nos trouxe a pandemia da COVID-19. Acostumados com a frenética movimentação diária de carros e pessoas se misturando pelas ruas, nos vimos de pronto, guiando veículos por ruas desertas, sentindo o silêncio e o vazio da incerteza. Ao olhar o horizonte despovoado, com asfalto, calçadas e nenhum transeunte visível, a espada do medo tocou o homem. Realmente um tempo estranho, que ainda hoje nos deixa, confusos e vulneráveis. Os dias para muitos são iguais, muita vezes pensamos que sempre estamos no domingo. A rotina do isolamento mexeu com o labirinto da consciência.

De repente fomos forçados a nos transformar numa espécie de afinador do silêncio, diante do isolamento e, solitários, entregues ao infinito tempo. De repente fomos transformados em ilhas e a sensação era de que talvez o mundo tinha se ultimado, mesmo antes do aniquilamento deste próprio mundo. Aprisionados, nos lares, todos nós tínhamos que encontrar paciência, equilíbrio, compreensão e fé em Deus para não mergulharmos no rio do pavor. Se esse tempo era e é difícil para quem tinha e tem condições financeiras, imaginem para os carentes, onde de tudo falta.

A Pandemia nos fez viver uma rotina de guerra. Sim, apesar de não existirem soldados armados, aviões, tanques, navios e submarinos com suas munições destruindo seus alvos, vivíamos e, ainda, vivemos sob a mira invisível de um vírus mortal. Uma espécie de terceira guerra mundial? Não sei! É a tirania biológica que atacando e fazendo vítimas, sem pedir licença invadiu e, continua a invadir nossa existência e quando não mata, deixa traumas incalculáveis.

Veio uma esperança, uma luz no fim do túnel, a vacina, que de forma crescente vem contendo a força do maldito vírus. É preciso continuar com fé em Deus. E com Ele caminhar com o coração repleto de confiança no sentido de que o homem, de tanto sofrer, pode mudar um dia. Crente no Deus Misericordioso, sempre de joelhos orando, mas de pé, com coragem e fé para enfrentar os percalços da vida, continuamos nossa caminhada esperando que a vacina afaste-nos definitivamente da COVID-19, salvando assim, a humanidade dessa peste tão cruel. 

Chego, agora, ao raciocínio final. Tudo tem sua hora. A hora de Deus. Não nos compete atropelar o tempo. 

É por isso, que acredito que Deus colocou a simplicidade como uma das faces da natureza para demonstrar ao homem o caminho da felicidade. Encontramos nela as coisas simples da vida e, mesmo assim, são detentoras de belezas incomensuráveis. Se olharmos para uma cachoeira, logo perceberemos que as águas, apesar de caminharem para o precipício, assim mesmo, avançam com a cadência da simplicidade. E, quando se perfilam perante o paredão do precipício, com altivez se jogam em voo livre na direção de um solo, às vezes distante e pedregoso, porém, sempre pronto para abraçá-las e lançá-las no continuar do percurso. E as águas seguem rompendo desfiladeiros, trajetos outros até vislumbrarem o sonho a ser alcançado, justamente a imensidão do mar e, por isso, felizes se incorporam as de um rio ao oceano.  

Da simplicidade contida no mecanismo natural das águas que passam pelas cachoeiras emergem alguns ensinamentos. Pode-se dizer que a natureza demonstra que a vida não é feita só de flores, pois é preciso vencer obstáculos, os quais, se enfrentados com humildade e simplicidade, serão transpostos e logo o sonho será realidade. Deus deu tudo ao homem. A vida. A natureza, suas belas árvores. Os pássaros e os seus cantos matinais. A lua para iluminar e inspirar os poetas e os enamorados. O sol, a chuva, o mar e os rios.  Vamos viver. Deixemos de devastar, de interferir e de criar o artificial, pois temos tudo na natureza.

Mas mesmo assim, o homem se isola e desconfia de tudo e de todos, esquecendo de procurar o amor, o contato com o seu semelhante e com Deus. Frederick Langbridge ensina: “Duas pessoas olham da mesma janela: uma vê a lama; a outra, as estrelas.” Apesar de todas as catástrofes que rotineiramente abalam esse planeta, devemos sempre olhar pela janela das estrelas. Por isso, é que temos que nos conscientizar de que possuímos a capacidade interior de suplantar qualquer dificuldade e até de começar um novo mundo.  

Eu sou daqueles que acredita que o ser humano deve compreender que está no seu íntimo o caminho da felicidade, comungando com o ensinamento de Mahatma Gandhi de que: “Você deve ser a própria mudança que deseja ver no mundo”. Por isso, finalizo dizendo que é com imenso regozijo e entusiasmo que passo a integrar a Academia de Letras Jurídicas da Paraíba. Que Deus esteja sempre conosco. OBRIGADO!

  

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SEM ATOS PÚBLICOS, EX-PRESIDENTE LULA VISITA SEIS ESTADOS DO NORDESTE

De malas prontas para visitar os estados brasileiros, o ex-presidente Lula (PT) terá o Nordeste como sua próxima parada. Reduto eleitoral fortemente identificado com o líder petista, a Região é uma das prioridades do Partido dos Trabalhadores nas eleições de 2022. Para ampliar sua influencia,o presidenciável passará por seis estados e terá como primeira parada Pernambuco, no próximo domingo (15). Na agenda do líder também constam Piauí, Maranhão, Ceará, Rio Grande do Norte e Bahia.

Estão previstos encontros com governadores, movimentos sociais e sindicais e lideranças regionais. Por causa das restrições da pandemia, não haverá ato público de massa em nenhum dos estados. Em Pernambuco, Lula deverá ter um encontro com o governador de Pernambuco, Paulo Camara (PSB), e com a ex-primeira dama do Estado Renata Campos. A expectativa é de que a conversa sirva para aproximar as siglas em um projeto nacional no próximo pleito. Na segunda, ele se encontra com movimentos sociais do estado.

O ex-presidente viaja no domingo para Pernambuco, quando irá se encontrar com o governador de Pernambuco, Paulo Câmara. 

Nos dias 17 e 18 Lula estará em Teresina (Piauí). Ainda no dia 18, Lula chega a São Luis (Maranhão), onde fica até sexta-feira, quando vai para Fortaleza (Ceará). Na terça (24), Lula tem agenda em Natal com a governadora Fátima Bezerra. E quarta e quinta-feira Lula estará em Salvador (BA) Foto: Ricardo Stuckert


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MINISTÉRIO PÚBLICO E SECRETARIA DO MEIO AMBIENTE RECEBEM DENÚNCIAS DE DESCARACTERIZAÇÕES NO PRÉDIO DA ANTIGA FRANAVE

O Conselho Municipal de Cultura enviou ofício denúncias à Secretaria de Meio Ambiente e Ordenamento Urbano (SEMAURB), Juazeiro, Bahia, com cópia para o Ministério Público da Bahia, o que segundo eles, são "danos gravíssimos ao prédio das Antigas OFicinas da Franave, localizado na Orla.

Confira:

Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Ordenamento Urbano (SEMAURB)

Exmo. Sr. Rubens Torres-Secretário Municipal

C/c Ao-Ministério Público do Estado da Bahia

Exmo. Sr. Alexandre Lamas da Costa-Promotor de Justiça Titular

Assunto: Danos gravíssimos ao prédio das Antigas Oficinas da FRANAVE (Centro Gastronômico) Sr. Secretário.

Tendo por objetivo promover a participação autônoma e organizada de todos os segmentos da sociedade integrante da ação cultural do Município, o CMC vem, por intermédio da sua Comissão Permanente de Patrimônio e Memória, informar sobre a intervenção que, neste momento, está ocorrendo no prédio do Galpão da Antiga FRANAVE, bem imóvel identificado como patrimônio municipal pela Lei nº. 1.667, de 3 de junho de 2002, e que traz gravíssimas consequências para o monumento, que mais uma vez sofre com recorrentes descaracterizações.

Conselho Municipal de Cultura – CMC | Juazeiro – Ba

Comissão Permanente de Patrimônio e Memória

Conforme pode ser verificado nas imagens a seguir (feitas hoje, pela manhã), está sendo construída, sobre a coberta original da edificação, estrutura metálica para a instalação de células fotovoltaicas para geração de energia, segundo foi informado a esta Comissão.

Como pode-se verificar, a intervenção agride fortemente o monumento, em termos visuais e de ambiência, tanto em termos da edificação em si, quanto em termos da paisagem na qual está inserido. Além disto, pode estar causando também danos estruturais à edificação, assim como em seu manto de cobertura e ornamentos. Portanto, tal intervenção desconsidera todos os aspectos que justificam o reconhecimento do edifício como bem patrimonial, desvalorizando-o de maneira desrespeitosa e injustificável.

Mais uma vez, o responsável pelo empreendimento desconsidera não apenas os valores da edificação isolada e ao conjunto arquitetônico e paisagem da qual faz parte, mas também a própria comunidade local que é a verdadeira detentora dos bens e, ainda, os poderes públicos constituídos, no seu papel incontornável de zelar pelo patrimônio do povo.

É preciso registrar que muitas foram as situações de desrespeito ao valor patrimonial do conjunto, à legislação municipal de patrimônio e até a determinações do contrato de cessão do espaço, sempre com a explícita manifestação formal desta Comissão (através de ofícios e relatórios técnicos que estão disponíveis na Casa dos Conselhos), e raramente resultando em respeito às questões técnicas da conservação e do restauro, o que ocasionou várias perdas na materialidade do bem e na ambiência do conjunto e paisagem. É mister ainda registrar as perdas geradas ao espaço público naquela zona, através da privatização de vias públicas, das calçadas e ciclovias, que explicitamente se reproduzem cotidianamente.

Sendo assim, diante de iminência de mais uma perda irreparável ao patrimônio cultural de Juazeiro, vimos solicitar a esta Secretaria:

a) Embargo imediato da referida obra;

b) Verificação dos atos de autorização e projetos técnicos da obra em questão, na Secretaria, que demonstrem a regularidade da obra;

c) Apresentação dos referidos documentos ao Conselho Municipal de Cultura, na sua condição legal de órgão colegiado de caráter consultivo e fiscalizador quanto às questões culturais do Município.

Em tempo, reafirmamos a responsabilidade desta Comissão na preservação deste bem patrimonial, e esperamos que a Municipalidade, através da SEMAURB, atue urgente e exemplarmente a favor de políticas públicas para a proteção do nosso patrimônio cultural.

Informamos ainda que este documento segue em cópia para o Ministério Público do Estado da Bahia em Juazeiro, para ciência e colaboração nesta importante questão.

Assinado Conselho Municipal de Cultura-Comissão Permanente de Patrimônio e Memória.


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