SONHO E SAUDADE: DIJESUS SANFONEIRO FAZ LIVE EM FAMÍLIA NO DOMINGO 13 DE JUNHO

O caminho que liga Exu, Terra de Luiz Gonzaga ao Crato, lugar onde nasceu Padre Cícero é a via das escolhas, das encruzilhadas, da fé, misticismo, trabalho e dons. As paisagens agem e ardem em eco. 

Quais mãos trabalharam na confecção desse origami? Nesta planície sem fim de cores e sons nasceu, exatamente na divisa do Exu/Crato, na Serra do Araripe,  no dia 5 de junho de de 1942, Dijesus Evaristo de Oliveira.

A história conta que para conseguir o primeiro instrumento, uma sanfona teve que trabalhar muito no roçado. A idade entre 8 e 16 anos. A inspiração veio da tradição familiar (Mauro Sanfoneiro, toca zabumba, contrabaixo, bateria, guitarra), José Evaristo-cantor, percussionista e toca violão e está aprendendo tocar sanfona; Antonio, Everaldo e as irmãs,  todos apaixonados por sanfona, roda de coco e quase vidência mística dos benzedores que vivem escutando em cada galho de flor uma música se bulindo/movimentando.

O mundo musical e o respeito pelo ritmo sertanejo que não pode negar a raiz de Luiz Gonzaga e a rebeldia revolucionária de Barbara de Alencar,  o chamam Dijesus Sanfoneiro. Filho de Evaristo Antônio de Oliveira e Maria Clara de Jesus. São 79 anos de muito trabalho e respeito pelo som, ritmo, harmonia e melodia. Compositor, cantor e poeta Dijesus Sanfoneiro já gravou 6 CdS.

A grandeza humana de Dijesus para os amigos é recíproca a sua humildade. Simplicidade que garante a admiração de amigos e pesquisadores da música brasileira. Dijesus é um dos poucos que desfrutou dos bons dias, boa tarde e boas noites do rei do baião, Luiz Gonzaga.

Apertar a mão do Rei Luiz Lua Gonzaga foi um presente para Dijesus que começou tocando forró nos terreiros de chão de barro batido e também nas poeiras sertanejas, qual diz a canção, no sol e chuva, vida de viajante sanfoneiro tocador de forró e baião.

No próximo domingo,  dia 13 de junho,  Dijesus Sanfoneiro fará uma live em família, com participações especiais, às 16hs. A transmissão será no Canal Benilton Gravações.

Dijesus todos os anos é presença certa nos festejos de nascimento de Luiz Gonzaga, no Parque Aza Branca, dia 13 dezembro e na festa da saudade, realizada no mês de agosto, data 2 de agosto dia da morte do Rei do Baião.

Dijesus está entre aqueles que traduzem o sentimento maior da sanfona, a capacidade de fazer amigos. Afinal, a sanfona Fascina pela sua sonoridade, pela diversidade de modelos e gêneros, mas seu encanto transcende o poder da música, porque desperta um afeto misterioso. Talvez pelo fato de ficar junto ao coração do sanfoneiro, ou, quem sabe, por ser um instrumento que é abraçado ao se tocar. Ou ainda, por ser um instrumento que respira. O fato é que a sanfona une as pessoas e é amada por todos os povos.

Na referência de Dijesus, imagina um sanfoneiro que possui no registo, o nome da mãe: Maria Clara de Jesus. O caminho do cidadão Dijesus  é iluminado qual o Sete Estrelo numa noite de lua cheia. O Sete-estrelo é um conjunto de sete estrelas que viajam no espaço numa mesma direção e numa mesma velocidade. Na bíblia consta: "procurai o que faz o Sete-estrelo e o Órion...é poderoso para fazer brotar das trevas o raiar do dia, e transformar o dia claro em noite escura; que chama as águas do mar e as espalha como deseja sobre a face da terra...Senhor é o seu nome".

Várias de suas músicas, sucessos foram gravados na voz de Flávio José, Joãozinho de Exu, Zezinho Barros, Jaiminho de Exu e Joquinha Gonzaga, neto de Januário e Sobrinho de Luiz Gonzaga.

Sonho e Saudade é uma das mais tocadas nos festejos juninos. Confira letra:

Sonhei com Gonzaga tocando

 sanfona sentado no trono do céu

Quando seu Januário e Santana chegavam

 Gonzaga parava e tirava o chapéu

 e  dizia meu Deus que beleza

 meu pai que surpresa, não vou suportar

Disse o velho:meu filho,você me ajudava

Mas hoje aqui é que eu vou lhe ajudar

Januário aquele véi macho

Pegou os 8 baixos mandou o forró

E são joão e são pedro,e são gabriel

Disseram: o céu tá ficando melhor

Severino que nunca foi mole

Arrastou o fole banhado de ouro

Foi aí que Santana e seu Januário

Os dois se abraçaram e caíram no choro

Gonzaguinha chegava animado

Num carro importado, bonito que só

Querendo levar a família pra casa

Pensando que estava no fim do forró

Foi o sonho melhor que já tive

Na vida sofrida que sempre levei

Mas quando pensei que era pura verdade

Meu deus que saudade, eu acordei.

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JOÃO GILBERTO : 90 ANOS DE UM GÊNIO QUE JÁ NASCEU ETERNO

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João Gilberto: 90 anos de um gênio que já nasceu eterno. Texto jornalista Luiz Hélio Alves*

Escrever sobre João Gilberto é sempre desafiador e, por isso mesmo, instigante. De tudo foi dito sobre a sua imensurável obra e até – distorcidamente – sobre a sua intimidade. Já esmiuçaram a vida do artista e do homem. E será que conseguiram mesmo decifrá-lo? Há realmente como encontrar resposta ou definir o que é cósmico, o que transcende o tempo e o espaço através das estrelas para além das galáxias na forma de uma arte esplendorosa, um verdadeiro estrondo do fascínio e de beleza?

A dica para quem busca definir ou (tentar) entender João é que apenas dedique-se a contemplar as suas canções. De corpo, de alma e de coração abertos para o sublime. E então deleite-se. 

João estreou na vida no dia 10 de junho de 1931 em Juazeiro da Bahia, para honra e glória desta abençoada terra que a partir de 2011 começou a dar ainda mais ênfase ao privilégio de ser o berço natal de um dos mais aclamados músicos do mundo. Seja pelo marketing do ousado slogan de “Capital Mundial da Bossa Nova”, seja com outras ações concretas do poder púbico municipal nas gestões dos ex-prefeitos Isaac Carvalho e Paulo Bomfim. No ano de 2011 a prefeitura realizou evento de comemoração dos 80 anos do seu mais renomado filho, com direito a show de João Bosco e palestra do maestro Aderbal Duarte. 

Em 2015 foi inaugurada, ao lado do Vaporzinho na Orla 2, uma bela escultura em tamanho real que virou mais um ponto turístico da cidade. Outro precioso presente foi o show da cantora carioca Miúcha, segunda esposa do icônico cantor. Já em 2019, na casa onde nasceu “Joãozinho de Dona Patú”, foi entregue o Memorial Casa da Bossa Nova.

Além dessas iniciativas oficiais, outros eventos marcaram e continuam a marcar a data de 10 de junho como um dos mais importantes momentos do calendário cultural do município por iniciativa de artistas locais e admiradores de tão brilhante legado. Neste  aniversário dos 90 anos, não será diferente. O compositor Maurício Dias, um dos mais abnegados defensores da obra de João Gilberto em Juazeiro e, quiçá, em toda a Bahia, em parceria com a prefeitura realizará uma Live-Show para brindar e celebrar a vida e obra do nosso mais famoso conterrâneo. 

Porém, é preciso dizer que infelizmente também há por aí alguns desalmados detratores que vez ou outra inventam de vociferar baboseiras por pura incapacidade de compreensão e de alcance em alma do que foi o ser humano, o artista e o imortal João Gilberto. Mas quem liga? O mundo inteiro o ovaciona e aplaude.

O último ato terreno, o suspiro findo da matéria do criador da bossa nova, daquele que “reinventou o jeito de tocar e de cantar o samba”, aconteceu em 06 de julho de 2019 na cidade do Rio de Janeiro, onde ele apresentou-se para o mundo e onde viveu a maior parte do seu precioso e produtivo tempo. A despedida do corpo não poderia ter sido de outra forma senão ao som de uma celestial orquestra de passarinhos. Doce e sofisticada melodia que sempre o encantou desde a infância em Juazeiro e que certamente deve tê-lo inspirado na mágica criação de um trabalho musical que alcançou o posto de perfeito. 

O também inesquecível Ariano Suassuna certa vez disse em uma de suas deliciosas aulas-espetáculo que era preciso tomar muito cuidado ao se usar a palavra “gênio”, sob o risco de desgastá-la inutilmente. É muito comum vermos incautos críticos e apaixonados fãs banalizarem o nobre adjetivo aplicando-o a qualquer artista meramente talentoso. “Mas se chamarmos todo artista (ou outro artífice de uma diferente área) de GE-NI-AL, o que vai restar para definirmos Beethoven, Salvador Dali, Einstein e João Gilberto?”, indagou com elegante e sutil ironia o saudoso mestre. 

A verdade incontestável – em Juazeiro ou Salvador, no Rio ou em São Paulo, em Nova Iorque ou Tóquio, no Brasil e em todo o planeta – é que João já nasceu ensaiadíssimo para brilhar na eternidade porque era um iluminado, mas também um esmerado artesão das melodias, um exigente criador de uma obra inigualável e revolucionaria que marcou toda uma Era e se tornou para sempre. 

Salve João Gilberto e viva os 90 anos do gênio juazeirense. Evoé! 

*Luiz Hélio Alves é poeta, escritor, jornalista e apaixonado pela obra de João Gilberto.

(Este texto é dedicado aos amigos Angelo Roncalli e Ruy Castro).

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PLANO DO MST PRETENDE PLANTAR 100 MILHÕES DE ÁRVORES EM TODO O BRASIL

O Militante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), técnico em Agroecologia e Coordenador Estadual do Plano Nacional do MST-Plantar árvores, produzir alimentos saudáveis e membro da Coordenação Regional da Frente de Produção Cooperação, Comercialização e Meio Ambiente, Cicero Francisco de Oliveira, participou nesta quarta-feira, de uma roda de conversa e fez uma explanação sobre a proposta 100 milhões de árvores serem plantadas em todos os estados do país.

O evento SEMINÁRIO TEMÁTICO SOBRE O MEIO AMBIENTE promovido pelo CETEP-Centro Territorial de Educação Profissional do Sertão do São Francisco, através da disciplina História e Atualidades da Agricultura familiar, ministrada pela professora e engenheira agrônoma, Janine Souza da Cruz em comemoração a Semando do Meio Ambiente.

O evento teve a organização do professor André Maia e Janine Cru e participação dos alunos da Escola Estadual Chico Mendes-Assentamento Vale da Conquista e da Escola Estadual Paulo Kageyama, Assentamento São Francisco e CETEP São Francisco.

"Mesmo com a pandemia já plantamos cerca de 76 mil árvores no solo baiano e a expectativa é que até o final do ano possamos atingir um milhão de arvores", disse Cicero.

O Plano tem como objetivo realizar a recuperação de áreas degradadas por meio da implementação de agroflorestas e quintais produtivos.

"Além disso, o projeto também é denunciar as ações de destruição ambiental do agronegócio, da mineração e construir no MST e na sociedade o entendimento que Reforma Agrária é sinônimo de alimentação saudável e de cuidado com os bens comuns da natureza. O nosso projeto também é uma forma de denunciar a crise estrutural do capital na sua dimensão ambiental, que é acelerada pelo governo Bolsonaro", explicou Cícero.

No site a Voz da Comunidade consta que o Plano Nacional “Plantar Árvores, Produzir Alimentos Saudáveis” buscará ser mais do que uma campanha de reflorestamento. “Como resultado dos acúmulos no tema da agroecologia, estamos falando em sistemas produtivos com árvores” explica Bárbara Loureiro. “O Plano articulará produção de alimentos saudáveis, soberania alimentar, com cuidado dos bens comuns e geração de renda para as famílias”, ressalta.

O evento teve início no dia 5 com uma visita ao canteiro do CETEP e plantio de árvores nas áreas de assentamentos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). o Evento foi concluído nesta quarta ( 9) de junho, de forma virtual, devido à pandemia. 

A abertura das palestras aconteceu na terça (8) com o tema sobre Mudanças Climáticas e importância do Rio São Francisco, proferida pelo professor Lucas Cleber. A Caatinga, Comunidades Tradicionais e Recaatingamento foi o tema da colaboradora do Irpaa-Instituto  Regional da Pequena Agropecuária Apropriada, Aline Nunes Lopes.

Palestrantes: Cicero Francisco de Oliveira. Militante do MST; Técnico em Agroecologia, Coordenador Estadual do Plano Nacional do MST:  Plantar árvores, produzir alimentos saudáveis!; Coordenação Regional da Frente de Produção Cooperação, Comercialização e Meio Ambiente.

Aline Thaiane Nunes Lopes-Colaboradora do Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada, Graduada em Eng. Agronômica e Gestão Ambiental e Mestre em Extensão Rural.

Lucas Cleber: Licenciatura com Láurea em Geografia (UPE); Especializações em Educação Ambiental, Ensino da História e Geografia, Educação Superior, Geografia Humana e Econômica; MBA Gestão Empresarial. Cadeiras em Mestrado como Aluno Especial: Educação e Cultura no Semiárido (UNEB), Pesquisa em Educação (UPE) e Epistemologia da Prática (UPE). O professor tem Vinte anos atuando na educação básica em Juazeiro e Petrolina.

Moacir José da Silva: Técnico em Agroecologia. Caprinovinocultur. Agricultura Familiar 


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PROJETO DE LEI AFONSO CONSELHEIRO É APROVADO EM JUAZEIRO BAHIA

O projeto de Lei n° 3.680/2021, da Prefeitura de Juazeiro, que institui o "Auxílio Emergencial Cultural Afonso Conselheiro" foi aprovado pela Câmara de Vereadores, nesta terça-feira (08), por unanimidade.

O documento prevê o apoio financeiro aos trabalhadores do setor cultural, com o objetivo de atenuar os efeitos da crise econômica causada pela pandemia do coronavírus. O auxílio terá um valor total de até R$ 900, dividido em três parcelas fixas e mensais de R$ 300, pagos com recursos próprios do município.

"Ressalto aqui a nossa preocupação com os nossos artistas, que passam por uma fase difícil. Queremos ajudar muito mais o setor cultural e esse auxílio vem em boa hora. Agradeço aos vereadores pela aprovação do projeto de lei", destacou a prefeita Suzana Ramos. 

O secretário de Cultura, Turismo e Esportes, Sérgio Fernandes, destacou o empenho da gestão municipal. "Desde janeiro começamos a trabalhar no projeto do auxílio com a prefeita Suzana Ramos, que nos pediu atenção especial à causa. Hoje, é uma felicidade ter o projeto aprovado na Câmara por unanimidade. Sabemos que não é uma solução definitiva para a classe, mas é um apoio que vai levar um pouco mais de tranquilidade para essas mães e pais de família, que foram os primeiros a interromper suas atividades e com certeza serão os últimos a retomá-las", frisou. 

O gestor ressaltou ainda que a aprovação do projeto de lei é uma conquista de todos os trabalhadores da cultura. "O projeto foi elaborado pelo executivo municipal, mas a conquista é de todos, especialmente do Conselho Municipal de Cultura e dos artistas que ajudaram a definir os critérios para a concessão do auxílio", disse Sérgio Fernandes. Após a aprovação na Câmara, o projeto segue para sanção da prefeita Suzana Ramos. 

A partir da próxima segunda-feira (14), artistas e trabalhadores da cultura já poderão procurar a Secretaria de Cultura, Turismo e Esportes para realizar o seu cadastro. O órgão funciona na Praça Imaculada Conceição, 20 – Centro, de segunda a sexta-feira, das 8h às 14h. Mais informações através do telefone (74) 3613-0654. 

Critérios: Terão direito ao auxílio emergencial os trabalhadores da cultura residentes em Juazeiro, inscritos no Cadastro Municipal da Secretaria de Cultura, Turismo e Esportes. Serão consideradas prioridade para a concessão do auxílio às trabalhadoras da cultura, principalmente as mães solteiras e desempregadas. Em seguida, nos critérios de concessão, estão os trabalhadores e trabalhadoras da música, e, por fim, os trabalhadores e trabalhadoras da cultura em geral, compreendendo todos os setores culturais, desde o artista principal até o pessoal da técnica e assistência. 

O benefício será negado aos titulares de benefícios previdenciários e aos servidores públicos de qualquer instância governamental. 

Afonso Conselheiro : O Auxílio Emergencial Cultural foi nomeado em homenagem ao artista radicado em Juazeiro, Afonso Cunha, falecido em abril. Conhecido como Afonso Conselheiro, por sua participação na Romaria de Canudos, o ator e artesão prestou importante contribuição para a cultura do município.

Texto: Eneida Trindade – Assessora de Imprensa da Seculte

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CETEP: SEMANA DO MEIO AMBIENTE TERMINA NESTA QUARTA (9) COM RODA DE CONVERSA SOBRE PLANO NACIONAL DO MST DE PLANTAR ÁRVORES E PRODUÇÃO ORGÂNICA E AGRICULTURA FAMILIAR

Nesta quarta-feira (9),  às 19 horas, acontece o segundp dia de Encontro sobre a SEMANA DO MEIO AMBIENTE. Uma roda de conversa especial para compartilhar experiências práticas, com as temáticas: Plano Nacional do MST - "Plantar árvores, Produzir Alimentos Saudáveis" e Produção Orgânica e Agricultura Familiar.

Você interessado deve acessar o link do Meet: (meet.google.com/spv-gsrb-ofy) ou o canal do youTube Conexão CETEP.

O CETEP-Centro Territorial de Educação Profissional do Sertão do São Francisco, através da disciplina História e Atualidades da Agricultura familiar, ministrada pela professora e engenheira agrônoma, Janine Souza da Cruz comemora o Dia Mundial do Meio Ambiente. 

A organização e mediação do evento é do professor André Maia e Janine Cruz. Alunos da Escola Estadual Chico Mendes-Assentamento Vale da Conquista e da Escola Estadual Paulo Kageyama, Assentamento São Francisco e CETEP São Francisco participam da programação.

O evento teve início no dia 5 com uma visita ao canteiro do CETEP e plantio de árvores nas áreas de assentamentos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). o Evento será concluído nesta quarta ( 9) de junho, de forma virtual, devido à pandemia. 

A proposta é conscientizar a população sobre a importância da preservação ambiental, com foco em áreas relevantes, como mudanças climáticas, importância do Rio São Francisco,  arborização, educação ambiental e sustentabilidade.  

Palestras, plantio de árvores, momento cultural, com declamação de poesia e exposição de fotos estão entre as atividades pedagógicas desenvolvidas  no CETEP (Centro Territorial de Educação Profissional do São Francisco, Juazeiro e que também envolve a Escola Estadual Chico Mendes, localizada no Assentamento Vale da Conquista e Escola Estadual Paulo Kageyama, Assentamento São Francisco, localizada em Sobradinho, região norte da Bahia.

"O objetivo é alertar sobre a importância do cuidado com a natureza, fazendo o uso sustentável dos recursos naturais de modo a  assegurá-los para as atuais e futuras gerações", afirma a professora Janine Cruz.

A abertura das palestras aconteceu ontem (8) com o tema sobre Mudanças Climáticas e importância do Rio São Francisco, proferida pelo professor Lucas Cleber. A Caatinga, Comunidades Tradicionais e Recaatingamento foi o tema da colaboradora do Irpaa-Instituto  Regional da Pequena Agropecuária Apropriada, Aline Nunes Lopes.

Palestrantes: Cicero Francisco de Oliveira. Militante do MST; Técnico em Agroecologia, Coordenador Estadual do Plano Nacional do MST:  Plantar árvores, produzir alimentos saudáveis!; Coordenação Regional da Frente de Produção Cooperação, Comercialização e Meio Ambiente.

Aline Thaiane Nunes Lopes-Colaboradora do Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada, Graduada em Eng. Agronômica e Gestão Ambiental e Mestre em Extensão Rural.

Lucas Cleber: Licenciatura com Láurea em Geografia (UPE); Especializações em Educação Ambiental, Ensino da História e Geografia, Educação Superior, Geografia Humana e Econômica; MBA Gestão Empresarial. Cadeiras em Mestrado como Aluno Especial: Educação e Cultura no Semiárido (UNEB), Pesquisa em Educação (UPE) e Epistemologia da Prática (UPE). O professor tem Vinte anos atuando na educação básica em Juazeiro e Petrolina.

Moacir: Técnico em Agroecologia. Caprinovinocultur. Agricultura Familiar 

HISTÓRIA: O Dia Mundial do Meio Ambiente 2021, comemorado no dia 5 de junho tem como o tema deste ano "Restauração de Ecossistemas." A proposta prevê a urgência de todos fazerem as pazes com a natureza.

"O homem destrói a natureza na justificativa de sobreviver; a natureza luta para sobreviver para garantir a sobrevivência do homem." 

"A natureza pode suprir todas as necessidades do homem, menos a sua ganância." (Gandhi)

"Se soubesse que o mundo se acaba amanhã, eu ainda hoje plantaria uma árvore." (Martin Luther King Jr.)

São objetivos da Semana do Meio Ambiente:

Contribuir para a formação da consciência em relação às causas ambientais;

Apoiar a realização de ações que divulguem o conhecimento produzido que permitam o diálogo entre esta e a sociedade;

Incentivar a circulação de informações sobre a preservação dos recursos naturais;

Promover atividades que auxiliem no aprendizado como meio de promoção do desenvolvimento social;

Despertar o interesse da comunidade externa para as ações desenvolvidas no CETEP.

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"NA SEMANA DO MEIO AMBIENTE, NÃO TEMOS O QUE COMEMORAR", AFIRMA MARIA EMÍLIA, INTEGRANTE DA ARTICULAÇÃO NACIONAL DA AGROECOLOGIA

Pesquisadora defende políticas agroecológicas de convivência com o Semiárido e equidade de gênero, como alternativas à prevenção de novas pandemias, crises sanitárias cujo surgimento tem ligação direta com o agronegócio, e para a promoção da segurança e soberania alimentar.

Para a região semiárida, este ano, mais do que nunca, o Dia Mundial do Meio Ambiente lança luz sobre o debate envolvendo o agronegócio, que a partir da destruição de habitats naturais e de ecossistemas, que atuam como barreiras contra os vírus, tem relação direta com o surgimento de pandemias nas últimas décadas; e a agroecologia, que, por outro lado, promove a preservação e a diversificação da agricultura.

Somado a isso, tem início a Década da Restauração dos Ecossistemas, promovida pela Organização das Nações Unidas (ONU), com o objetivo de estimular esforços na direção da restauração ecológica. Considerando ainda um futuro pós-pandemia que, no Semiárido, terá o legado do aumento da fome e o desmonte das políticas de convivência com a região, a integrante da Articulação Nacional da Agroecologia (ANA), Maria Emília Pacheco, afirma: “a agroecologia é a alternativa para hoje e para o futuro”.

No que se refere à fome, ainda segundo Maria Emília, a agroecologia é eficiente porque “incorpora a perspectiva da segurança alimentar e trata o alimento como patrimônio e não como mercadoria”. Sobre a perspectiva da convivência, a agroecologia estrutura práticas de estoque de água, de forragem, de sementes, tendo as mulheres como protagonistas e a organização popular como mola propulsora. A pesquisadora define esta forma de atuação como “Agroecologia do lugar” .

Pandemia da Covid-19 e agronegócio, uma relação íntima - Os impactos do agronegócio voltado, especialmente, para a produção de alimentos industrializados, ganharam ênfase com a pandemia da Covid-19. A agropecuária extensiva, que tem por base a criação, em confinamento, de animais da mesma espécie, a destruição da biodiversidade, que possui animais e outras espécies hospedeiras de vírus, atuando como barreiras de contaminação humana; e a expansão das fronteiras agrícolas com base na ampliação das áreas de plantio e no uso de agrotóxicos, ocasionaram várias epidemias nas últimas décadas.

A atual crise sanitária, que afeta a população de um modo geral, também cai na conta das populações do Semiárido, inclusive as que desenvolvem experiências agroecológicas. O esvaziamento das políticas de convivência com a região, que vem ocorrendo desde 2016, juntamente com a ausência de ações que dêem suporte às famílias agricultoras agroecológicas afetadas pelos efeitos da pandemia, ocasionaram a perda de renda e levaram no mínimo 3,5 milhões de pessoas na região a passarem fome, segundo o cruzamento de dados da Vigisan com outras pesquisas.

“Na semana do meio ambiente, não temos o que comemorar! É tempo de protestar e de propor a reconstrução do que tem sido destruído. Políticas para o Semiárido como o Programa de Sementes Crioulas, Um Milhão de Cisternas, Uma Terra e Duas Águas, assim como o Programa de Aquisição de Alimentos e Programa Nacional de Alimentação Escolar precisam ser reativados com proposta diferenciada para as mulheres”, conclama Maria.

Agroecologia, desenvolvimento e sustentabilidade - A Comunidade Quilombola do Feijão e Posse, localizada em Mirandiba, no Semiárido de Pernambuco, alcançou o desenvolvimento coletivo por meio de um sistema agroecológico. Desde 1995, quando criaram a associação de moradores, as cerca de 60 famílias acessaram tecnologias de energia solar, hídricas, quintais produtivos, hortas comunitárias e unidades de beneficiamento, fogões agroecológicos e iniciaram a coleta e tratamento do lixo.

Essas tecnologias garantiram soberania e segurança alimentar. Segundo a professora e uma das lideranças locais, Mazé Souza, não era comum nas refeições terem verdura, cenoura, batata, couve e repolho. Após o acesso às tecnologias de armazenamento de água, a comunidade “passou a se alimentar melhor”. Algum tempo depois, passaram a comercializar a produção em feiras agroecológicas, por meio do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), chegando a atender 22 municípios, e do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae).

Grande parte desses resultados é fruto de práticas ambientais que construíram uma relação harmônica entre a comunidade e a Caatinga. “Frutíferas da Caatinga, como o Umbuzeiro, a gente já preserva mais, porque antes a gente tirava a cafofa, que é a raiz que armazena água, e a gente retirava ela para fazer cocada. Hoje, a gente não utiliza mais, porque, na época de seca, ela vai sobreviver daqueles reservatórios de água. A quantidade de pássaro que você não via, hoje, você vê, porque tem mais água perto, ” elenca Mazé.

Com o fogão agroecológico, a comunidade também deixou de caminhar léguas para retirar madeira para cozinhar, pois a tecnologia funciona com gravetos de plantas mortas e até bagaço de coco. Após adquirir um trator, os/as jovens da comunidade adotaram a coleta, a reciclagem, que é mais uma fonte de renda, e o tratamento do lixo. No ano de 2012, as mulheres da comunidade produziram e plantaram cerca de 5 mil mudas nativas, a exemplo do Pereiro, Angico, Umbu, entre outras, com foco na reconstrução do bioma.

Já no fim da nossa conversa, Mazé fez questão de enfatizar que o sistema agroecológico, junto com os cuidados de higiene, favoreceram a proteção da comunidade durante a pandemia. Dentre os/as 300 moradores/as, até o momento, não foi registrado nenhum caso de Covid-19. A quilombola acredita que a alimentação saudável e diversificada, livre de agrotóxicos, fortalece a imunidade das famílias locais.

A agroecologia e a Década da Restauração dos Ecossistemas - A Organização das Nações Unidas (ONU) declarou o período entre 2021 e 2030 como a “Década da Restauração dos Ecossistemas”. A Agenda tem por objetivo mobilizar esforços na direção da restauração ecológica dos ecossistemas dos biomas. Neste universo, cabe um olhar atento para a Caatinga, bioma que predomina no Semiárido. Dados do Centro de Pesquisas Ambientais do Nordeste (Cepan) e da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) apontam que 39,97% do bioma está ocupado por atividades agrícolas e de pastagens.

O levantamento ainda aponta que mais de 43,5% das Áreas de Preservação Permanente (APPs) estão ocupadas, de forma ilegal, com atividades agrícolas e de pastagem. Por determinação legal, estas áreas, que normalmente estão localizadas em encostas e margens de cursos hídricos, devem ter cobertura vegetal. Ainda segundo a pesquisa, que abrangeu cerca de 60 milhões de hectares nos estados do Nordeste e do Norte de Minas Gerais, ou seja, toda a faixa semiárida brasileira, 20% de todo bioma está em processo ou é vulnerável à desertificação.

Na relação agroecologia, recuperação da Caatinga e Década da Restauração dos Ecossistemas, a integrante da ANA, Maria Emília, defende um olhar crítico para algumas alternativas apresentadas como solução ambiental, a exemplo da “Economia dos Ecossistemas e da Biodiversidade”, de 2010, que consiste em “soluções de mercado para enfrentar os problemas ambientais, atendendo aos interesses do agronegócio, assim como de empresas de outros negócios”.

Esta diretriz propõe a disseminação, por exemplo, das estratégias de Pagamentos por Serviços Ambientais, fundos e commodities, que, como complementa Maria Emília, “atendem aos interesses dos tomadores de decisão na proposição de instrumentos de mercado”. O desafio de pensar a restauração dos ecossistemas, conclui a pesquisadora, passa pelo respeito aos modos de vida e pela justiça socioambiental.

“Precisamos reafirmar nossa convicção de que a proteção ao meio ambiente está intimamente relacionada à proteção dos direitos difusos e coletivos e que envolve a proteção dos modos de vida e dos comuns e a busca da justiça socioambiental”, enfatiza Maria.

Texto: Adriana Amâncio - Asacom/ Foto: Ana Lira e Acervo Jornal Brasil de Fato

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RECAATINGAMAMENTO VIVER NO SERTÃO É CONVIVER COM O CLIMA


O IRPAA – Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada é uma organização não governamental sediada em Juazeiro, na Bahia. A convivência com o Semiárido é a sua maior e mais importante meta. Soluções eficazes, que respeitam as características do povo e das terras desta região, são as alternativas que o instituto oferece a todos, através de seus diversos projetos.

Único bioma exclusivamente brasileiro, a caatinga está precisando de cuidados. Rica em recursos naturais, a “Mata Branca” – do tupi-guarani caa(mata) e tinga(branca) -, é um dos ecossistemas mais ameaçados do planeta. Atualmente, mais da metade de seu território apresenta diferentes graus de degradação e apenas 2% de sua área estão protegidas em unidades de conservação.

Diante das ameaças ao futuro do nosso bioma, o Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada – IRPAA, que há 20 anos desenvolve trabalhos na perspectiva da Convivência com o Semiárido, vem implantando o RECAATINGAMENTO em comunidades agropastoris e extrativistas. Um projeto de vanguarda, que tem a população das próprias comunidades como os agentes responsáveis pelas transformações sócio-ambientais.

O RECAATINGAMENTO tem como objetivo contribuir para inverter a desertificação do bioma caatinga através do uso sustentável de seus recursos naturais. O projeto, patrocinado pela Petrobras  tem atuação direta em comunidades de sete municípios do Semiárido brasileiro.

Foram 31 comunidades do Território Sertão do São Francisco aceitaram o desafio de ajudar na preservação do planeta e construir um mundo melhor para todos: Angico, no município de Canudos, Melancia, em Casa Nova, São Mateus, em Curaçá, Fartura, em Sento Sé, Poço do Juá, em Sobradinho, Serra dos Campos Novos, em Uauá e Curral Novo, em Juazeiro, além de Pilão Arcado e outros territórios.

Mais de 140 famílias estão envolvidas diretamente nas atividades do Recaatingamento. São moradores e moradoras das comunidades tradicionais de Fundo de Pasto, organizados em Associações Agropastoris.

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