CINCO ANOS APÓS ASSASSINATO DE BEATRIZ PERITOS AMERICANOS FAZEM RETRATO DIGITAL DO SUSPEITO DE TER COMETIDO CRIME

Cinco anos de um assassinato brutal e o autor do crime ainda não foi identificado. A menina Beatriz Mota, de apenas 7 anos, foi morta na escola onde estudava, em Pernambuco, no Recife. 

Agora a novidade é que peritos americanos fizeram um novo retrato digital com o rosto do suspeito de ter matado a garotinha. E isso trouxe esperança pra família de Beatriz, que reclama da lentidão da justiça.

O CASO BEATRIZ: Quem matou a menina Beatriz Angélica?  no dia 10 de dezembro vai completar seis anos do assassinato brutal da garotinha de 7 anos, que na noite do crime estava com os pais, acompanhando a festa de formatura da irmã mais velha, em um colégio particular de Petrolina, no Sertão de Pernambuco. Desde então, a resposta para a pergunta que inicia esse texto tem sido aguardada pelos familiares, amigos, vizinhos, imprensa… todos que, de alguma maneira, ficaram espantados com a crueldade com que a vida da criança foi interrompida.

Beatriz Angélica Mota Ferreira da Silva foi encontrada morta, dentro do Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, com 42 marcas de facada no corpo. Até o momento, cinco anos depois, ninguém foi preso e a motivação do crime ainda é desconhecida. Os pais da menina, Lúcia Mota e Sandro Romilton Ferreira da Silva, além da dor de ter perdido a filha, convivem com a falta de respostas que ajudem a solucionar o crime.

“É uma dor que não tem nome. Para mim, o dia 10 de dezembro é todos os dias. Uma ferida que é cutucada todos os dias”, afirma a mãe de Beatriz.

“A dor é constante. A gente não ter uma resposta, não saber o que aconteceu, quem são os culpados. A injustiça ela também dói ”, completa o pai da menina.

A busca por justiça se tornou um mote na vida de Lúcia e Sandro. Nesses cinco anos, os pais de Beatriz participaram de várias manifestações em Petrolina, Juazeiro, cidade vizinha que fica na Bahia, e em Recife. Este ano, por causa da pandemia da Covid-19, a mãe da menina tem feito lives na rede social, para continuar chamando a atenção da sociedade para o crime. “Isso tem dado uma grande repercussão. São cinco anos, todos os dias, todos os meses, a gente gritando, lutando por justiça”.

Em 2018 e neste ano, a mãe de Beatriz concorreu aos cargos de deputada estadual e vereadora de Petrolina, pelo PSOL, mas não foi eleita. Na eleição estadual, ela teve 16.326 votos. No pleito municipal, foram 2.656 votos. Segundo Lúcia Mota, a entrada na política foi uma forma de poder ter mais força para cobrar a resolução de casos como o da filha.

“A política ela veio para ajudar, não que diretamente, porque compete à Polícia Civil de Pernambuco investigar e solucionar, mas indiretamente, em influência, de fortalecer o nosso pedido de luta, não só por Beatriz, mas por todas as ‘Beatrizes’ do estado de Pernambuco”.

Desde o início das investigações da morte de Beatriz, três pessoas foram indiciadas e um mandado de prisão foi expedido, em dezembro de 2018, contra Alisson Henrique de Carvalho Cunha. Ele é suspeito de ter apagado as imagens do circuito interno do colégio. No entanto, o pedido de prisão foi revogado pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJ-PE), em setembro de 2019.

Como as investigações feitas pela Polícia Civil, segundo Lúcia e Sandro, ainda não apresentaram o retorno esperado, a família, com ajuda de doações que podem ser feitas através de uma ‘vaquinha online’, instaurou uma investigação paralela do caso, que rendeu uma denúncia na Corregedoria do Estado de Pernambuco contra um perito da Polícia Civil.

A Secretaria de Defesa Social de Pernambuco informou, através de nota, que "a denúncia relativa ao perito criminal está sendo apurada pela Corregedoria Geral da SDS. Neste momento, uma outra equipe de perícia criminal está trabalhando no caso, realizando análise e buscas em equipamentos de imagens e de informática. As forças de segurança em Pernambuco estão confiantes na elucidação desse bárbaro crime".

Lúcia Mota afirmou ainda que um grupo de investigadores profissionais dos Estados Unidos se ofereceu para ajudar no caso de Beatriz, mas aguarda liberação por parte do governo de Pernambuco.

“Inicialmente, eles querem fazer um trabalho em parceria com o Estado de Pernambuco, com a Polícia Civil. Então, o consulado americano entrou em contato com a Secretaria de Segurança. Isso já tem mais de três meses e, até o momento, o Estado de Pernambuco, a Secretaria de Segurança, não deu nenhuma resposta”, diz.

Em nota, a Polícia Civil de Pernambuco disse que "desconhece essa proposta de cooperação com empresa de investigações norte-americana".

As investigações sobre a morte de Beatriz estão sendo feitas em segredo de justiça. Desde o assassinato da menina, quatro delegados já estiveram no comando do caso. No ano passado, foi criada uma força-tarefa, composta por quatro delegados: Polyanne Farias, Diretora da Diresp; João Leonardo Cavalcanti, Diretor Dinter 2; Vitor Freitas, chefe da Divisão de Homicídios; e Isabella Pessoa, Desec de Petrolina. Os pais da menina dizem que estão tendo dificuldades para ter acesso ao inquérito.

“Para nossa família ter acesso ao inquérito, nós precisamos entrar até com pedido judicial. A gente sabe que essa mudança de delegado é um artifício do governo para dizer que estão fazendo alguma coisa”, diz Sandro.

Além do inquérito, o pai de Beatriz também reclama da falta de acesso aos delegados que fazem parte da força-tarefa. “Designaram uma força-tarefa, logo após a saída da doutora Polyanna Neri [delegada], composta por quatro delegados e nós não tivemos contato com eles ainda”.

"A PCPE informa que segue comprometida com as investigações do homicídio de que foi vítima a criança Beatriz Angélica Mota, havendo total empenho na elucidação do crime, inclusive com composição de uma Força Tarefa integrada por quatro delegados designados para o caso, por determinação da Chefia de Polícia. A mãe da criança foi recebida todas as vezes que buscou a Polícia Civil. A PCPE informa que não houve divisão do Inquérito Policial", afirmou a nota da Polícia Civil.

Os pais de Beatriz entraram com um pedido de federalização do caso. “O Estado de Pernambucano, a Polícia Civil de Pernambuco, não têm mais condições de solucionar o caso Beatriz. Primeiro, por falta de profissionais. Segundo, por falta de aparatos técnicos, serviços de inteligência que não existem no Estado de Pernambuco e, principalmente, por influências políticas e atos de corrupção por parte dos funcionários públicos”, afirma Lúcia Mota.

Mesmo com a demora na solução do crime, os pais de Beatriz acreditam que um dia o (s) responsável (veis) pela morte da menina serão punidos. “O tempo vai passando e a gente vai se apegando a aquele fio de esperança. Temos muita fé em Deus, somos cristãos. Tenho certeza que, no momento certo, no momento adequado, Deus vai nos conceder essa vitória”, confia Sandro.

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DORAMAR OU A ODISSEIA MARCA O RETORNO À ESCRITA DE ITAMAR VIEIRA JUNIOR

O ano de 2020 foi particularmente especial para o escritor baiano Itamar Vieira Junior. Como todos, ele enfrentou com sofreguidão a pandemia da covid praticando o isolamento social. Mas, em compensação, foi também uma temporada de sucesso, com Itamar colecionando importantes distinções pelo seu romance Torto Arado em eventos literários como a Flip. Afinal, a obra vendeu também mais de 165 mil cópias.

“Em meio a tanta turbulência, foram momentos felizes que eu não esperava”, conta ele ao Estadão, por telefone. “A julgar pela reação dos leitores, acredito que o livro atraiu por apresentar um Brasil rural, que parece algo anacrônico nos dias de hoje, mas provoca uma memória afetiva, mesmo para quem não viveu no campo.” É possível acrescentar ainda sentimentos de sofrimento e desejo de libertação.

Itamar é geógrafo e doutor em estudos étnicos e africanos pela Universidade Federal da Bahia. Com tal formação intelectual, ele constrói narrativas ao mesmo tempo sólidas e delicadas, alicerçadas por uma linguagem apurada. É o que se pode notar em Doramar ou a Odisseia (Todavia), livro com 12 contos que será lançado na semana que vem. Alguns já foram publicados esparsamente, mas cinco são inéditos.

E, novamente aqui, o escritor se apoia em personagens que impressionam pela força e legitimidade: mulheres determinadas a enfrentar todo tipo de adversidade, escravos dispostos a resgatar a dignidade à força, indígenas buscando apoio na ancestralidade e ainda a exaltação à figura do artista Arthur Bispo do Rosário, cujo manto é ponto de partida para uma narrativa sobre a marginalidade e a loucura.

A precisão que encontra para a escrita vem de uma certeza pessoal – Itamar acredita que toda boa história é precedida de uma rica experiência anterior do autor com suas personagens. “Sou um etnógrafo da imaginação – para que eu possa escrever, preciso conhecê-las bem, sua rotina, suas características. Só depois de ter adquirido um pouco desse conhecimento é que começo a escrever”, explica.

E tal vivência não necessita ser apenas espiritual – fruto de uma família em que predominam mulheres, Itamar logo descobriu os meandros do poder feminino que, embora oficialmente secundário por força da hierarquia masculina, era quem de fato tomava as decisões mais acertadas. “Elas nos transmitem uma força inabalável – perto delas, os homens são como pálidas sombras”, observa.

Itamar lembra que Salvador, onde vive, é uma cidade com população predominantemente negra, o que torna ainda mais forte a tradição afro que concede grandes poderes à mulher. “São as grandes sacerdotisas, cujo poder passa de geração a geração”, conta ele que, no exercício de sua profissão (é funcionário público), mantém contato com diversas pessoas que lhe fornecem tais impressões.

O conto Alma, por exemplo, um dos mais poderosos de Doramar ou a Odisseia, o leitor acompanha a fuga de uma escrava que tem por nome o título da história. À medida que anda, ela oferece fiapos da sua trajetória e do motivo que provocou sua fuga. Ao mesmo tempo, seu vestuário vai se deteriorando e as marcas da travessia ficam cravadas em seu corpo. A prosa, além de hipnotizante, oferece um final um tanto surpreendente e que permite ao leitor entender toda a triste situação.

Itamar consegue provocar o leitor também em A Oração do Carrasco, narrativa em que o estranho cuidado com sua profissão de executor de vidas logo revela um homem preso a uma tradição familiar e que, aos poucos, o autor estende para o cotidiano de qualquer pessoa. “Eu me perguntava como seria a vida de um homem carrasco e, aos poucos, percebi que estamos cercados por eles – afinal, basta observar o que aconteceu na operação da polícia civil na comunidade do Jacarezinho, no Rio de Janeiro”, comenta o escritor, referindo-se à ação que resultou em 28 mortos.

Dessa loucura insana, é possível conhecer outra, mais produtiva, criativa e imortal em seu valor, que inspira o conto manto da apresentação, título escrito assim mesmo, com minúsculas. Como em um discurso sem fôlego (não há ponto final separando as frases), o texto apresenta a profissão de fé de Arthur Bispo do Rosário (1911-1989), homem que criou sua arte a partir de objetos cotidianos que encontrava nas instituições onde viveu internado, criando uma obra que variava entre justaposições de objetos e bordados, o que lhe rendeu reconhecimento internacional.

“Encontro mulheres em posição de poder, que assumem seu protagonismo, o que é paradoxal, pois me pergunto: como pode, em uma sociedade tão patriarcal, existir uma força tão poderosa?”, questiona-se o escritor que, obviamente, transmite essa sensação para suas histórias.

“Foi um artista fenomenal e, a partir dele, refleti sobre o que é loucura”, conta Itamar. “Aos nossos olhos de hoje, seria mesmo um homem louco? O entendimento de sua obra nos mostra as dificuldades que ainda temos para entender a diferença entre as pessoas.” Para Itamar, Bispo do Rosário deixou um trabalho de poderoso sentido épico e religioso.

“Seria um chamado de Deus para a criação de um mundo bíblico que se revela no manto, que representa o mundo onde ele mesmo é o deus.”

De fato, com seus trabalhos, Bispo do Rosário criou uma espécie de inventário do mundo para o dia do Juízo Final, quando ele se apresentaria a Deus vestindo esse manto, que representaria os homens e as demais coisas existentes. O objeto, aliás, traz bordado o nome de pessoas conhecidas, para não se esquecer de interceder junto a Deus por elas. “A história dele é uma verdadeira epifania.”

Com os contos de Doramar ou a Odisseia, Itamar reafirma sua posição de grande escritor contemporâneo, posição que obviamente o deixa lisonjeado, mas que ainda não afasta o temor vivido por aqueles que alcançam o sucesso logo na primeira obra: como repetir o êxito no trabalho seguinte?

“Essa ansiedade existe e me serve como um desafio, pois sei que ainda tenho o que dizer”, conta ele, que já rascunha um novo romance, escrito nos intervalos de sua agenda ainda apertada, fruto da bem-sucedida estreia. “Escrevo tranquilo, livre de pressão, pois estou convicto em não permitir que Torto Arado se torne uma sombra em meu projeto literário.” (Fonte: Isto É)


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UNIVASF PARTICIPA PROJETO DE PESQUISA COM USO DE PLANTAS DA CAATINGA PARA TRATAMENTO DA COVID-19

Diversas espécies de plantas da Caatinga são alvo de um estudo realizado pelo Núcleo de Estudos e Pesquisas de Plantas Medicinais (Neplame) da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) com o objetivo de identificar moléculas a serem testadas para o desenvolvimento de novos medicamentos para o tratamento da Covid-19. A pesquisa acontece em parceria com a Universidade de Bergen, na Noruega, por meio de um acordo de cooperação técnica.

O coordenador do Neplame e professor do Colegiado de Farmácia, Jackson Guedes, explica que o estudo integra um projeto internacional, coordenado pelo professor Torgils Fossen, da Universidade de Bergen, e envolve pesquisadores da Tanzania e da Palestina. A iniciativa visa testar produtos naturais da biodiversidade brasileira contra o SARS CoV-2, vírus causador da Covid-19. “Nós vamos selecionar moléculas de plantas do bioma Caatinga com potencial para ser utilizadas em testes de combate ao coronavírus na Universidade de Bergen”, relata Guedes.

A equipe do Neplame, formada por pesquisadores em diversos níveis (professores, técnicos, estudantes de iniciação científica, mestrado, doutorado e pós-doutorado), já está trabalhando no isolamento de moléculas de algumas espécies, entre elas Passiflora elegans (maracujá de estalo), Passiflora cincinnata (maracujá da Caatinga) e Annona coriacea (bruteira). Os pesquisadores se detêm sobre as folhas e as cascas das plantas de onde extraem moléculas como alcaloides, flavonoides e terpenoides para os testes.

“O objetivo é descobrir moléculas de origem natural que se mostrem eficazes no combate ao vírus e possam no futuro ser destinadas à produção de novos medicamentos para o tratamento da doença”, afirma o professor.

Guedes ressalta que há dezenas de fármacos que passaram recentemente por estudos de reposicionamento de medicamentos no mundo inteiro, mas são substâncias sintéticas, já utilizadas em medicamentos para tratar outras enfermidades. “Nosso desafio é grande. A biodiversidade da Caatinga é muito vasta e nos fornece várias moléculas que podem ser alternativas para o desenvolvimento de novos tratamentos contra a Covid-19. Vamos testar várias substâncias naturais”, observa. A expectativa é que as moléculas selecionadas sejam enviadas para a Universidade de Bergen em meados deste ano para a realização dos testes em laboratório com o uso do vírus SARS CoV-2.

O professor Jackson Guedes explica que o desenvolvimento de um novo fármaco envolve várias etapas. A primeira delas é o estudo in silico, com o uso de modelos computacionais. Em seguida, a depender dos resultados dessa primeira fase, a pesquisa passa a ser realizada in vitro e somente depois de mais essa etapa concluída passa-se ao estudo in vivo, com o uso de animais em laboratório. Em média, essas três etapas levam cerca de sete anos para serem concluídas. 

“Somente depois de todas essas etapas, são realizados os estudos com humanos. No entanto, a exemplo do que aconteceu recentemente com as vacinas, esperamos que esse tempo seja reduzido, em virtude das informações que os pesquisadores conseguiram obter nos últimos meses a respeito do vírus”, informa o docente. Ele ressalta que o estudo será registrado junto ao Sistema Nacional de Gestão do Patrimônio Genético e do Conhecimento Tradicional Associado (SisGen).

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TARGINO GONDIM CANTA MÚSICAS RELIGIOSAS NA LIVE ASCENSÃO EM CANTO

Neste momento acontece a live Ascensão em Canto, o cantor, compositor e sanfoneiro Targino Gondim apresenta um repertório exclusivo com canções religiosas católicas. A transmissão é  através do canal da Ascensão do Senhor no Youtube, no dia 29 de maio e teve início às 19 horas. 

O objetivo da live é dar aos projetos sociais e avançar nas ações para construir o prédio do Centro Comunitário Monsenhor José Hamilton.


A live está sendo transmitida direto da igreja matriz da Ascensão, situada no CAB, através do canal da Paróquia no YouTube. “Para manter nossos projetos que atendem jovens carentes, famílias de migrantes, num total de 150 pessoas e também continuar a construção da futura sede do Centro Comunitário, realizamos anualmente diversos eventos que, em função da pandemia, migraram para o âmbito digital. Tivemos que nos reinventar”, explica Padre Manoel Oliveira Filho, pároco da Ascensão do Senhor.

Nessa live, Targino apresenta canções que estão no CD Canções Divinas, que reúne músicas conhecidas nacionalmente, sendo uma delas dedicada ao Papa Francisco, feita em parceria com o compositor juazeirense Wilson Duarte. Composições como, “Hino ao Senhor do Bonfim” de Arthur de Salles/ João Antônio Wanderley, “Nossa Senhora da Conceição” de Dominguinhos/Anastácia, “Ave-Maria Sertaneja” de Júlio Ricardo, “Oração da Família”, de Padre Zezinho”, “Romaria” de Renato Teixeira”, entre outras também estarão no repertório.

Durante a apresentação é possível fazer doações para as obras do Centro Comunitário Monsenhor José Hamilton através de transferência bancária e também através do QR Code que será disponibilizado durante a live. “Contamos com a participação de todos!”, conclama o Pároco.

O Centro Comunitário Monsenhor José Hamilton surgiu do desejo de ampliação da ação pastoral da comunidade, com a implantação de um espaço onde pudesse ser promovida a inserção de crianças, jovens e adultos, bem como com o desenvolvimento de atividades que gerem emprego, renda e maior integração social. “O centro é um lugar para objetivar sonhos de solidariedade e fraternidade, um local que carrega a chama da caridade que moveu e move os cristãos há dois mil anos”, afirma o pároco, padre Manoel de Oliveira Filho.

Apesar ainda ter uma sede física, a comunidade desenvolve, através do Centro Comunitário diversas atividades de cunho social e educativo como o Programa Economia Social que tem como objetivo principal valorizar a cultura social e colaborativa bem como promover e ajudar a construção do Centro Comunitário Monsenhor José Hamilton, em Sussuarana, tendo em vista que um percentual do que é vendido na Feira se destina ao Centro Comunitário. Por causa da pandemia, essas atividades são todas realizadas pela internet através das redes sociais da paróquia.

Outra ação importante é a parceria com o Colégio Estadual Bolívar Santana, vizinho à igreja, promovendo ações sociais com os jovens e suas famílias através do coral Aponte. Mesmo sem poder ter atividades presenciais no momento, o coral continua atendendo aos jovens e suas famílias com cestas básicas e outras necessidades.

Além disso, a comunidade também promove a Pastoral do Migrante, única pastoral do Estado que acolhe os estrangeiros que vêm para Salvador em busca de uma vida melhor.

São venezuelanos, haitianos, paraguaios, uruguaios e senegaleses. Acolhimento e atenção humanizada são as prioridades desta ação que, também, ofereceu montagem de casas com o mínimo necessário para viver, encaminhamento para o mercado de trabalho, para médicos e hospitais, organização para cooperativas de trabalho, assessoria para tirar documentação e outras ações necessárias para que eles se adaptem e possam constituir vida nova em terras brasileiras e baianas.

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ATO CONTRA BOLSONARO E A FAVOR DA VACINA É REALIZADO EM PETROLINA E JUAZEIRO



Manifestantes realizaram um ato, em Juazeiro e Petrolina, neste sábado (29), contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e a favor de causas como a aceleração do ritmo da vacinação, a defesa do auxílio emergencial e a valorização da educação e da saúde no país.

Em Juazeiro, no centro da cidade, foram postas cruzes para representar o número das pessoas mortas pela Covid-19.

Em Petrolina os participantes do protesto carregavam faixas e cartazes com palavras de ordem como "Fora Bolsonaro" e "Vacina Já". Faixas também lembram os mais de 450 mil mortos no país vítimas da Covid-19.

Entre os participantes estavam representantes de movimentos sociais, estudantes universitários e representantes de sindicatos e partidos.

A maioria dos manifestantes usava máscaras. (CRÉDITO FOTOS: Danilo Souza Santos)

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TV EDUCA BAHIA DESTACA NESTE FIM DE SEMANA A AGRICULTURA FAMILIAR DOS MUNICÍPIOS DE UAUÁ, CANUDOS E CURAÇÁ

A TV Educa Bahia vai apresentar, neste fim de semana, uma programação diversificada, que alia educação, cultura e aprendizagem. Durante todos os dias, a TV Aberta (canais: http://bit.ly/sintonizeEducaBahia) transmite videoaulas dos diferentes componentes curriculares e programas, em parceria com o Canal Futura, da Fundação Roberto Marinho, que prometem levar o telespectador a grandes aventuras no mundo do conhecimento.

Neste sábado (29), o programa “Quadrinhos em sala de aula” mostra as possibilidades do universo das HQs para abordagens de conteúdos didáticos através dos desenhos. No mesmo dia, a série “Alfabetismo Brasil” apresenta um cenário desafiador do letramento no país, com histórias de superação, caminhos e oportunidades para mudanças. Destaque também para o “Maratona Futura”, que exibirá uma série de aulas práticas de como se tornar um DJ, trabalho com serigrafia e a elaboração de bonecas Abayomis, símbolo de resistência negra e poder feminino que integra o vasto leque do artesanato brasileiro. 

No domingo (30), o programa “Natureza forte” mostra o episódio “Força e coragem” com a história de Denise Cardoso, primeira presidenta e uma das fundadoras da COOPERCUC -  Cooperativa Agropecuária Familiar de Canudos, Uauá e Curaçá, que emprega cerca de 450 familias em 18 comunidades rurais. A cooperativa produz diversos produtos, como poupas de frutas, sucos, doces e cervejas artesanais. Também será apresentada a série “Som e prosa”,  com a história de instrumentos musicais, como tamborim, trombone, trompa, trompete e viola.  

O final de semana também traz aulas do Ensino Médio, que acontecem de 8h às 10h30 (1° ano); das 10h30 às 13h (2° ano); e das 14h50 às 17h30 (3° ano). Para os estudantes do Ensino Fundamental são transmitidas aulas da faixa "Vamos aprender". O 4 ° e 5° ano têm programação das 13h às 13h30; o 6° e 7° ano, das 13h30 às 14h10; e o 8° e 9° ano, das 14h10 às 14h50.

Disponível na TV Aberta (canais: http://bit.ly/sintonizeEducaBahia) em todos os 27 Territórios de Identidade, a TV também pode ser assistida através do portal http://educabahia.ba.gov.br. No mesmo site é possível ver qual é a programação diária da emissora, com os horários e conteúdos exibidos. A iniciativa faz parte do conjunto de ações implementadas pelo Governo do Estado para o ano letivo 2020/2021, que estão sendo realizadas de forma 100% remota, nesta primeira fase.


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DAS LEMBRANÇAS AO REENCONTRO, AS VOZES DE UM SÃO FRANCISCO QUE NÃO PARA DE MUDAR

De história em quadrinho premiada, à produção alemã que atravessou continentes para chegar ao Brasil, é surpreendente o caminho de quem é despertado a revelar histórias reais sobre o Velho Chico. A seguir, duas trajetórias bem distintas que mostram diferentes faces de um mesmo rio. Em comum, o fato de terem sido agraciadas com reconhecimentos internacionais importantes, o alerta sobre a necessidade de recuperar e conservar o rio, para mantê-lo vivo, e a lembrança de outros tempos.

Saindo de Belém do São Francisco, cidade pernambucana banhada pelo Velho Chico, cruzando todo o estado de Pernambuco e chegando a Monteiro, na Paraíba. Durante 15 dias, a jornalista e quadrinista Gabriela Güllich e o fotojornalista João Velozo percorreram mais de dois mil quilômetros para a produção da reportagem que deu vida ao livro São Francisco, narrativa visual que venceu em 2020 o festival Troféu HQMIX, o mais importante prêmio de quadrinhos da América Latina. A obra foi publicada por meio de financiamento coletivo no final de 2019.

Passando por todas as cidades do Eixo Leste da Transposição do São Francisco, a dupla reuniu informações para a construção de um projeto inovador que une quadrinhos e fotografia em uma narrativa jornalística que aborda água, seca e obra. Para isso, trazem à tona relatos de cidades banhadas pelo Rio São Francisco, fatos como a construção da Barragem de Itaparica, o exemplo de seca no Rio Pajeú e detalhes da construção do Eixo Leste da Transposição.

Natural do Agreste Pernambucano, o fotojornalista João Velozo, premiado pelo Yunghi Grant 2018 por seu trabalho cobrindo o Semiárido e as populações que lutam contra a falta de acesso à água no nordeste brasileiro, conta que a primeira vez que viu o São Francisco foi em uma excursão da escola quando tinha cerca de 14 anos.

Até hoje se lembra de como ficou abismado com o tamanho do rio que, segundo ele, parecia não ter fim.

As crianças e os adolescentes também podem se conscientizar sobre a realidade do rio e sua relevância para nossa sociedade a partir de produções lúdicas, mas carregadas de significado. Esse é o caso do livro infanto-juvenil Tio Flores, produzido originalmente em alemão com o nome Onkel Flores e agraciado com o Klima-Buchtipp, prêmio dado pela Academia Alemã de Literatura Infantojuvenil aos livros de conteúdo ambientalista.

Escrito por Eymard Toledo (site em alemão), uma mineira de Belo Horizonte que passou sua infância num contato estreito com o São Francisco e que hoje mora em Main, na Alemanha, a obra mostra o cotidiano das pessoas que vivem na região do Rio São Francisco, compara os ofícios antigos com as atividades econômicas atuais e aborda a poluição dos rios.

A ideia surgiu em 2013 quando veio ao Brasil com os filhos e visitaram um local que Eymard frequentava muito com o pai quando pequena: um clube de pesca às margens do São Francisco, próximo a cidade de Três Marias, em Minas Gerais.

Foi um choque ver que as águas do rio, que na temporada de julho costumavam ser cristalinas, estavam turvas. As margens que eram cobertas de uma mata verde e densa se transformaram, estavam devastadas e, para nossa tristeza, quase não havia peixes”

O reencontro com Seu Beijo, um grande amigo de pesca do pai que passou a vida toda naquela região, a despertou para uma realidade preocupante. “Ele contou que uma fábrica de zinco na margem oposta contribuía para essa mudança. Quando chove muito, a bacia de dejetos da empresa transborda e o rio fica vermelho, numa extensão de no mínimo 20 km, e milhares de peixes vêm à tona e morrem. Dourados, matrinchãs, mandis, surubins e outros foram facilmente pegos pelos moradores que comiam os peixes contaminados. Uma catástrofe, fiquei muito impressionada”, lamenta Eymard.

Em 2018, Tio Flores foi publicado nos Estados Unidos com o nome The Best Taylor of Pinbauê, pela Editora Seven Stories Press, e na França, pela Editora Anacaona, com o título Tonton Couture.

RIO ETERNO: E você, quando pensa na dobradinha Literatura e Rio São Francisco, o que vem à mente? A professora de Literatura do Serviço Social do Comércio (Sesc) e do Estado de Pernambuco, mestra em Educação, Cultura e Territórios Semiáridos, Ariane Samila Rosa é categórica ao responder: “antes de tudo poesia, depois, criação”.

Dentro da sua atuação no Sesc, ela destaca o trabalho do Núcleo de Estudo e Pesquisa em Literatura (Nepel), um espaço de estudo teórico-prático sobre a obra dos escritores do Vale do São Francisco que tem como objetivo fomentar a linguagem literária do Sesc Petrolina, incentivando o estudo da literatura, assim como a produção escrita e a formação de pesquisadores na área.

O Rio São Francisco faz parte do processo criativo de vários autores do Vale do São Francisco. Alguns aproveitam dos seus elementos e de seus mitos para o enredo das narrativas, como fez a autora Socorro Lacerda ao escrever O Mistério do Sumiço do Velho Chico, um livro para crianças grandes e pequenas que reconta uma das lendas mais conhecidas da região, a da serpente na Ilha do Fogo.”

A seguir, Ariane destaca outras obras escritas sobre o rio:

Um quadro à margem do Rio São Francisco, que está no livro Vaga – Lumear do poeta Virgílio Siqueira, é dos poemas mais profundos que conhece.

No gênero Conto, recomenda o livro Olho morto amarelo, de Bruno Liberal, que ganhou em 2012 o Prêmio Pernambucano de Literatura na categoria Sertão.

Também estão na lista os escritos de Maria Izabel Muniz Figueiredo. Era uma vez… Lendas de Juazeiro e cidades ribeirinhas do Vale do São Francisco é, segundo Ariane, uma das maiores referências sobre esse universo.

Essas e outras obras cumprem, segundo ela, a importante missão de contribuir para o tecimento da memória de um rio em constante transformação.

Afinal, enquanto houver rio, mesmo que na lembrança, haverá história. (Texto: Andréia Vitório)

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