COM TRANSPOSIÇÃO DO RIO SÃO FRANCISCO, ESPÉCIE DE PEIXE INVASORA PROLIFERA EM BACIA DO RIO PARAÍBA

Pesquisadores da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) em parceria com as universidades federais do Rio Grande do Norte (UFRN) e da Paraíba (UFPB) relatam a proliferação de uma nova espécie de peixe na bacia do Rio Paraíba, vinda do canal do Rio São Francisco. 

Identificada pela primeira vez na região pelos pesquisadores após a transposição do rio, a espécie de peixe Moenkhausia costae, popularmente conhecida como tetra fortuna, pode provocar um desequilíbrio no ecossistema da região ao competir com outras espécies de peixes nativas. O estudo está publicado na edição de maio da revista Biota Neotropica.

Para chegar a esses resultados, os pesquisadores compararam a composição e frequência relativa de espécies de peixes do açude Poções usando dados coletados antes e depois da transposição do Rio São Francisco. Localizado no município de Monteiro, na Paraíba, esse açude foi o primeiro da bacia do Rio Paraíba a receber águas da transposição do Rio São Francisco, em março de 2017. Foram feitas coletas de peixes em julho e novembro de 2016, antes da transposição, e em julho de 2018 e janeiro de 2020, depois da transposição do rio.

Conduzido pelo Governo Federal, o projeto de transposição do Rio São Francisco envolveu a construção de mais de 700 quilômetros de canais de concreto em dois grandes eixos ao longo do território de quatro estados do Nordeste brasileiro – Pernambuco, Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte – para o desvio das águas do Rio São Francisco. As obras iniciaram em 2007, e por atrasos, têm o término previsto para 2022.

De acordo com o pesquisador Telton Ramos, autor do estudo, os peixes da bacia do Rio Paraíba já vinham sendo monitorados há alguns anos pelos autores do trabalho, mesmo antes das obras de transposição do rio. “O açude Poções é monitorado há muitos anos pela equipe do Laboratório de Ecologia Aquática da Universidade Estadual da Paraíba que nunca havia registrado a piaba, Moenkhausia costae“, explica Ramos.

Os pesquisadores localizaram a espécie, pela primeira vez, em 2018 em coleta de cinco peixes durante o período chuvoso. Em uma segunda coleta pós-transposição, em janeiro de 2020, foram coletados 36 peixes da espécie em período de seca. “Nessa amostragem, a Moenkhausia costae foi a terceira espécie mais abundante, o que nos levou a inferir que a espécie está se proliferando no açude”, destacou o pesquisador.

A transposição de rios em regiões secas ao redor do mundo tem ocorrido bastante, principalmente, devido à alta demanda por água doce. Porém, estes grandes empreendimentos representam, também, uma ameaça à biodiversidade aquática das regiões ao provocarem um desequilíbrio na fauna nativa. “A introdução de espécies exóticas é considerada uma das maiores causas de perda de biodiversidade nativa em todo o mundo, levando muitas populações à extinção”, enfatiza Ramos. A proliferação da piaba no novo ambiente pode levar à competição da espécie com as espécies de peixes nativas.

Para Ramos, o estudo serve de alerta para futuras transposições de rios. “É necessário muito cuidado em projetos transposição, para que situações como essa não ocorram com frequência. O projeto da transposição do Rio São Francisco previa diversas barreiras que em tese impediriam a passagem de peixes pelos canais, mas pelo jeito, não foram suficientes”, explica.

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MOVIMENTOS SOCIAIS ORGANIZAM DEBATE SOBRE CONJUNTURA POLÍTICA NO NORDESTE

O Seminário de Análise de Conjuntura Política do Nordeste de 2021 acontece nos dias 12 e 13 de maio, em formato virtual, para dialogar sobre a Educação Popular e a resistência dos movimentos sociais frente aos contextos do Nordeste e o enfrentamento à política neofascista. 

A proposta do evento é construir um posicionamento político unitário dos movimentos sociais do Nordeste, no tocante ao desmonte das políticas públicas e contra a postura genocida do Governo Federal em relação à pandemia e a perseguição aos defensores/as dos direitos humanos.

A abertura do evento será na quarta-feira (12), às 18h, com as contribuições do educador e dirigente da Escola de Formação do PT, Gilberto Carvalho; da socióloga, feminista e ativista do Movimento de Mulheres Negras, doutoranda em Estudos Étnicos e Africanos Vilma Reis, e Elisa Urbano Ramos do povo Pankaruru, indígena, professora e coordenadora do Departamento de Mulheres Indígenas da APOINME.

 O foco é dialogar sobre a conjuntura em  seus diversos contextos, impactos e enfrentamentos na pandemia e o olhar pedagógico das práticas contra o racismo, machismo, Lgbtfobia e as diversas formas de violências.

Na quinta-feira (13), o Seminário inicia às 15h, com painel temático intitulado “Como superar a realidade à luz da Pedagogia Freireana a partir das lutas dos movimentos sociais e dos lugares de atuação política – mulheres, juventudes, luta por moradia, agricultura e agroecologia”, tendo a contribuição de Lucineide Barros, Rud Rafael, Sara Lins e Tatiane Santos. 

O Seminário é uma realização da Escola de Formação Quilombo dos Palmares (EQUIP) e com as parcerias da RECID, FETAPE, FASE, do Instituto SOS Corpo, do Centro Agroecológico Sabiá, CUT, MST, CEAAL, ABONG, CONTAG/ ENFOC, Fórum de Mulheres de Pernambuco, Rede de Mulheres de Pernambuco, Frente Popular de Mulheres Contra o Feminicídio, Centro das Mulheres do Cabo (CMC), SERTA, Sindicato dos Bancários de Pernambuco, Fórum Suape Espaço Socioambiental, e CUT-PE.

As inscrições para o seminário são gratuitas e o evento emitirá certificado. Mais informações podem ser acessadas na conta do Instagram do seminário, a @seminariodeconjunturadone.

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BANDA DE PAU E CORDA LANÇA O DISCO MISSÃO DE CANTADOR


Primeiro trabalho de inéditas da Banda de Pau e Corda em quase 30 anos, o álbum “Missão do cantador” (Biscoito Fino) se mantém fiel à sonoridade que o grupo desenvolve há quase meio século, promovendo o diálogo da viola e da flauta com a poesia cantada.

A banda pernambucana gravou parceria inédita do escritor e poeta mineiro Murilo Antunes com Natan Marques, compositor, arranjador, multi-instrumentista e produtor. Essa faixa, “Tudo num balaio só”, traz a participação especial de Zeca Baleiro.

“Os dois fizeram uma gravação caseira e me mandaram. Quando escutei, já imaginei a música na voz de Zeca. Nós o convidamos e ele aceitou, para a nossa alegria”, diz o cantor Sérgio Andrade, único remanescente da formação original do grupo.

Murilo Antunes, aliás, em parceria com Tavinho Moura, é autor de um dos maiores sucessos da banda: “O trem tá feio”, faixa do disco “Arruar” (1978). “Temos uma longa história com Minas Gerais, foi um namoro que virou casamento”, ressalta Sérgio.

Outro convidado do novo álbum é o paraibano Chico César. Ele e o flautista Alexandre Rodrigues participam da faixa “Fogo de braseiro”. Já Marcello Rangel (voz e violão), expoente da nova cena musical pernambucana, bate ponto no frevo “Quer mais o quê?”, enquanto Mestre Gennaro empresta sua sanfona a “Estrela cadente”.

Criada no Recife, em 1972, a Banda de Pau e Corda lançou seu primeiro LP, “Vivência”, em 1973. Era produzido por José Milton, que também assina o novo trabalho. “Nossa proposta é valorizar os ritmos nordestinos, misturando música e poesia”, ressalta Sérgio Andrade. “Depois de 29 anos, voltamos com outro disco autoral e de músicas inéditas. Para nós, ‘Missão do cantador’ tem tanta importância quanto ‘Vivência'.”

Além de Andrade (voz e percussão), o grupo é formado por Julio Rangel (viola e vocal), Sérgio Eduardo (contrabaixo), Zé Freire (violão e vocal), Yko Brasil (flauta e pífano) e Alexandre Baros (bateria, percussão e vocal).

Sérgio conta que, ao gravar o novo trabalho, sentiu “o mesmo frio na barriga” do lançamento do álbum de estreia. “Esse disco tem o sabor todo especial de voltar ao autoral e às inéditas. Desde o início, sempre mantivemos o mesmo conceito.”

O cantor considera o produtor José Milton o sétimo integrante da banda. “Apesar do tempo que passamos sem gravar com ele, nunca deixamos de manter contato. O Zé é genial, produziu os maiores clássicos da música popular brasileira. Ele é a história viva da MPB”, afirma Andrade.

“Achei genial eles me chamarem de volta. ‘Missão do cantador’ ficou um disco maravilhoso. Cuidei de conservar aquele tipo de sonoridade, com os vocais bem-feitos como sempre foram”, explica o produtor.

Ao comentar sua ligação com o grupo, José Milton relembra que quem o indicou para produzir a Banda de Pau e Corda foi Toinho Alves, músico do Quinteto Violado. “A RCA me chamou para fazer algumas coisas. Eu disse para Toinho: 'Quero algo das nossas origens, da nossa terra'. Ele sugeriu a Banda de Pau e Corda, do Recife, inclusive foi Toinho quem batizou o grupo. Passado um tempo, fui vê-los tocar em São Paulo. Em 1º de outubro de 1973, entramos nos estúdios da RCA e gravamos o ‘Vivência’”.

José Milton produziu sete álbuns do grupo na extinta RCA Victor: “Vivência” (1973), “Redenção” (1974), “Assim... amém” (1976), “Arruar” (1978), “Pelas ruas do Recife” (1979), “Nossa dança” (1981) e “Coisas da gente” (1982). A formação original reunia Roberto Andrade (bateria), Waltinho Andrade (violão), Sérgio Andrade (voz), Paulinho (baixo), Netinho (viola) e Beto Johnson (flauta).

“Conseguimos manter a mesma sonoridade. Artistas do nível deles não têm de inventar, devem ter bom gosto, música boa e com harmonias bonitas. Parto do princípio de que existem dois tipos de música: a boa e a ruim. Se a pessoa ouvir os álbuns ‘Vivência’ e ‘Arruar’ e compará-los com ‘Missão do cantador’, verá que é o som da Banda de Pau e Corda”, afirma José Milton.

Também participaram do novo álbum os músicos Corró Zabumbeiro (“Estrela cadente”), Raminho da Zabumba (“Fogo de braseiro”) e Júlio César Mendes (“Desvario”).

CAPA: A capa de “Missão do cantador” foi criada por outro velho parceiro da banda: Elifas Andreato. “Ele é o papa das artes gráficas”, diz Sérgio Andrade. Em 1978, o artista plástico fez a capa do LP “Arruar”, a “mais icônica” da discografia do grupo, segundo o cantor.

“Era uma capa preta com um boi crucificado – cenário do espetáculo que fizemos em São Paulo, chamado ‘Palavrão’. A Banda de Pau e Corda cantava e o Rolando Boldrin contava histórias, com produção e direção do Antonio Abujamra e cenário do Andreato. Ele simplesmente pegou aquele cenário e jogou para a capa do nosso disco”, relembra Sérgio. (Fonte: Augusto Pio-Jornal Estado de Minas)

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POETA CANTADOR FLÁVIO LEANDRO LANÇA SELO MUSICAL NA PRÓXIMA QUINTA, 13 DE MAIO

A tão histórica quanto atualíssima poesia nordestina tem data marcada para ganhar uma nova marca e um novo palco. A data é 13 de maio, a marca é a Nata da Poesia e o palco são as universais plataformas digitais, como Spotify, Deezer e Youtube. A idealização é do selo Nata Music Digital, que tem a coordenação do poeta cantador Flávio Leandro e do produtor Ivan Silva.

A apresentação ao público será através de live no Instagram da Nata Music Digital, às 19h do dia 13 de maio, dia de liberdade e de conquistas. No elenco, nomes como Dedé Monteiro, Zé Adalberto, Isabelly Moreira, Antonio Marinho, Thyelle Dias, Monique D'Angelo, Verônica Sobral e Marquinhos da Serrinha, só pra resumir e deixar uma ponta de curiosidade no ar.

"A ideia é organizar o nosso rico mundo poético e colocá-lo à disposição do mundo inteiro. É uma necessidade das pessoas, dos artistas e das artes e a tecnologia acessível tá aí como uma grande aliada", explica Flávio Leandro. "Nossa poesia vai ser um canal para o diálogo entre outras linguagens e outras línguas. É uma fusão cultural ilimitada".

Na live de estreia serão sorteados brindes, como os trabalhados chapéus de couro de Flávio Leandro, um quadro de couro do Mestre Espedito Seleiro e cestas com obras dos poetas e poetisas integrantes da Nata da Poesia. Para ficar por dentro de tudo é só acompanhar o perfil da Nata Music Digital nas redes sociais. (Fonte: Assessoria de Imprensa Nata Music Digital)

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COOPERATIVA DE AGROPECUÁRIA FAMILIAR SE DESTACA NA PRODUÇÃO DE CERVEJA DE UMBU

A Cooperativa de Agropecuária Familiar de Canudos, Uauá e Curaçá (Coopercuc), com sede instalada no município de Uauá, vem se destacando pela comercialização de geleias, doces, compotas de frutas nativas do Semiárido baiano, produzidos por centenas de famílias de agricultores familiares. 

Estão ainda entre os produtos da cooperativa as cervejas de umbu, produzidas a partir da receita desenvolvida pelo jovem Emanuel Messias, que atua na Área de Produção da Coopercuc.

Natural da comunidade tradicional de fundo de pasto Serra da Besta, em Uauá, a história de Emanuel com a Coopercuc começou em casa, não só porque desde cedo sua mãe era cooperada, mas também pela cultura local da coleta de umbu: “Lembro bem dos comentários que a safra de umbu era o período de fazer dinheiro para comprar material escolar e roupas, pois coincide com as férias e início do período escolar na região”.

Com o objetivo de buscar conhecimentos por meio do Curso Técnico em Agroindústria, do Centro Territorial de Educação Profissional do Sertão do São Francisco (Cetep-SF), área ligada às atividades da cooperativa, Emanuel deixou a zona rural e, durante quatro anos, cursou o Ensino Médio integrado ao Curso Técnico em Agroindústria, vivendo no Centro de Formação Dom José Rodrigues, do Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (Irpaa), espaço localizado a 12 km de Juazeiro, destinado para acolher filhos e filhas de agricultores e agricultoras familiares, de diferentes partes do Semiárido, que ingressam em cursos técnicos e superiores relacionados à temática agrária.

Nesse período, o jovem aprendeu técnicas sobre beneficiamento de frutas, entre outras práticas de convivência com o Semiárido, além de participar de espaços de mobilização e diálogo destinados à construção de uma sociedade mais justa e igualitária.

Voltando a Uauá, Emanuel ingressou como estagiário na Coopercuc. Após o término do estágio curricular, iniciou a participação, junto com mais nove jovens, filhos de cooperados, em um estágio remunerado do Projeto Jovens Inovadores, quando percorreu todos os setores da Coopercuc, desde a Administração e Produção, até a Comercialização.  

“A partir desse estágio, fui escolhido para desenvolver a receita da Cerveja de Umbu, pois, na primeira vez que a cerveja foi fabricada, a cooperativa forneceu somente a polpa, mas não queríamos apenas fornecer a matéria-prima, mas buscarmos outras alternativas e conhecimento sobre cerveja artesanal, com o processo de fabricação. Fiz o Curso sobre Cerveja Artesanal em Blumenau, Santa Catarina, na Escola Superior Cerveja e Malte, onde adquiri conhecimentos e consegui desenvolver a receita da cerveja de umbu, estilo Saison. Missão cumprida! Hoje, a cerveja é totalmente baiana”, explica Emanuel Messias.

A Coopercuc, atualmente, produz e comercializa duas cervejas, uma com Umbu e outra com Maracujá da Caatinga, lançada no final do ano de 2019, na Feira Baiana da Agricultura Familiar e Economia Solidária. As três cervejas, que foram desenvolvidas pelo jovem Emanuel, valorizam e agregam valor a frutos nativos da Caatinga, único e exclusivo bioma brasileiro.

Para o técnico em Agroindústria Emanuel Messias, o sucesso desses produtos e da Coopercuc são resultado da união das famílias de agricultores a favor do desenvolvimento da região.

 “As cervejas da Caatinga nasceram dessas duas políticas. Precisamos sempre de iniciativas e de políticas públicas que atendam à população jovem rural e urbana desse país. A juventude é o futuro de um país. Quando olho para trás e lembro daquele garotinho tímido da Serra da Besta, da zona rural de Uauá, que se tornou um jovem cervejeiro técnico em Agroindústria, enche-me de orgulho. Isso é fantástico”.

A presidente da Coopercuc, Denise Cardoso, destaca que o investimento na formação e inclusão de jovens permite emancipação e geração de renda no Semiárido baiano: “A possibilidade da geração de renda dentro da cooperativa é bastante importante. Nesse sentido, os investimentos na capacitação da juventude são sempre muito bons, com resultado positivo a médio e longo prazo, segurando os jovens no meio rural. A Coopercuc acredita nisso, e Emanuel é um desses exemplos. Temos outros jovens que estão ligados a cooperativas, tanto cooperados quanto funcionários”.

 A Coopercuc foi criada no ano de 2004, por agricultores familiares, com maioria de mulheres, inicialmente com 44 cooperados. Atualmente, conta com 270 cooperados, sendo 70% de mulheres e 20% de jovens, e tem o trabalho voltado para o beneficiamento de frutas nativas do Semiárido como o umbu e o maracujá da Caatinga, por agricultores familiares dos municípios de Canudos, Uauá e Curaçá, na região semiárida baiana. (Fonte: Secretaria Desenvolvimento Rural/Bahia)

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PROFESSOR E HISTORIADOR ANTÔNIO VILELA LANÇA LIVRO PÁGINAS VIRADAS-MEMÓRIAS DE GARANHUNS

 

Ontem terça (4), foi realizado, no auditório da AESGA, o lançamento do Livro ‘Páginas Viradas – Memórias de Garanhuns’, de autoria do historiador e professor Antônio Vilela. A obra retrata épocas distintas e fatos históricos conhecidos e outros nunca publicados de Garanhuns.

A Prefeitura de Garanhuns, por meio da Secretaria de Educação, adquiriu exemplares para serem destinados às bibliotecas, escolas e professores de história da rede pública municipal.

O livro é resultado de 17 anos de levantamento histórico realizado por Vilela e torna-se uma valiosa fonte de pesquisa para estudantes, pesquisadores e amantes da história e da cultura de Garanhuns.

Na solenidade estiveram presentes o prefeito Sivaldo Albino, as secretárias de Cultura e Educação, Sandra Albino e Wilza Vitorino, respectivamente, além de professores, gestores e amantes de Garanhuns. (Site PMG-Texto: Mayara Carrilho

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NOTA DE REPÚDIO À PULVERIZAÇÃO AÉREA DAS COMUNIDADES TRADICIONAIS CARRANCA E ARAÇÁ, EM BURITI, MARANHÃO

Em plena pandemia do Coronavírus, que no Brasil já vitimou 400 mil pessoas e que no Maranhão fez mais de 7 mil vítimas fatais, as comunidades tradicionais Carranca e Araçá, ambas em Buriti, no Baixo Parnaíba maranhenses, foram vítimas de uma gigante tragédia, quando empresas do agronegócio, nas duas últimas semanas, envenenaram as localidades, inclusive com uso da famigerada pulverização aérea.

Como resultado da ação violadora dos direitos humanos, crianças, adultos e idosos foram intoxicados e estão com queimaduras pelo corpo, outros com coceira generalizada, alguns sentiram febre e outros tiveram crises de vômito.

É de conhecimento público que no Estado do Maranhão, cada vez mais comunidades vivem cercadas pelo agronegócio e sofrem diariamente com banhos de agrotóxicos nos períodos de pulverização. Esta não é a primeira e nem a última situação e na própria comunidade Carranca, de acordo com denúncias de uma das lideranças, há pelo menos 4 anos uma empresa do agronegócio despeja veneno sobre a comunidade.

Além da pulverização, as comunidades de Buriti sofrem em razão da destruição do cerrado e mais recentemente, a Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Naturais do Estado do Maranhão autorizou a derrubada de mil hectares de cerrado, que foi transformado em carvão, afetando diretamente as comunidades de Brejão, Araçá, Capão, Belém, Angelim, Cacimbas, Mato Seco, Brejinho e Baixão.

O Governo do Estado do Maranhão tem conhecimento de tais situações, visto que em 24 de março de 2021, o Bispo Diocesano de Brejo, Dom José Valdeci Santos Mendes, encaminhou ao Governador do Estado do Maranhão Flávio Dino pedido de providências urgentes em razão dos conflitos no Baixo Parnaíba, com especial atenção às comunidades do município de Buriti.

A utilização de agrotóxicos representa por si só um grave problema para a saúde dos brasileiros e para o meio-ambiente. A aplicação de venenos através de aviões é ainda mais perversa, pois segundo dados do relatório produzido pela subcomissão especial que tratou do tema na câmara federal, 70% do agrotóxico aplicado por avião não atinge o alvo. A chamada “deriva” contamina o solo, os rios, as plantações que não utilizariam agrotóxicos (agroecológicas) e, como vimos agora, populações inteiras.

É importante destacar que o Governo de Jair Bolsonaro, em 2020 liberou 493 novos e no último biênio, liberou o uso de 967 tipos de agrotóxicos.

A luta pela proibição da pulverização aérea já obteve algumas vitórias no país e no Ceará, em razão da iniciativa dos movimentos sociais e do Deputado Estadual Renato Roseno (PSOL), a pulverização aérea de agrotóxicos está proibida no Ceará desde o início de 2019 por força da lei estadual 16.820/19.

Diante disso, as organizações signatárias vêm por meio desta nota exigir do Governo do Estado do Maranhão:

1. Rigorosa apuração do gravíssimo caso ocorrido nas comunidades Carranca e Araçá (Buriti), com a responsabilização criminal dos responsáveis;

2 .A imediata suspensão do lançamento de herbicida sobre as comunidades tradicionais do Maranhão, e em caso de pulverização terrestre, que seja observada a distância adequada em relação às residências e roças, em especial nas comunidades Carranca e Araçá, em razão da intoxicação sofrida pelos membros das comunidades ocorridas ao longo do mês de abril de 2021;

3. Que o Governo do Maranhão proceda ao levantamento das condições das lavouras de soja e demais culturas agrícolas que empreguem agrotóxico no município de Buriti, realizando vistorias em todas elas e estudos técnicos necessários à definição da contaminação do solo e em corpos hídricos afetados pelo lançamento do herbicida;

4. Que a SEMA se abstenha de renovar ou conceder novas licenças ambientais ou tolerar o funcionamento de empreendimentos agrícolas que façam uso do herbicida Glifosato, até o completo levantamento da contaminação no solo e em corpos hídricos no Estado do Maranhão;

5. Proibição, por completo, da pulverização aérea no Estado do Maranhão, por meio de norma específica;

6. Reunião, por meio virtual, para tratarmos dos graves conflitos socioambientais que ocorrem no Maranhão em plena pandemia, afetando a vida de milhares de pessoas, com a participação do Secretário de Meio Ambiente e Recursos Naturais.

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