SANFONEIROS SE REINVENTAM E DÃO O TOM CONTRA A CRISE DA FALTA DE SHOWS E APRESENTAÇÕES

Profissionais da área da música têm sofrido os impactos da pandemia, relatam dificuldades e dão o tom da reinvenção para sobreviver. A reportagem do BLOG NEY VITAL conversou com alguns deles. 

Com o fechamento de casas noturnas, pubs e bares e a proibição à realização de eventos, medidas adotadas pelos Governos dos Estados e aval das  prefeituras, exemplo Juazeiro e Petrolina para conter o avanço do coronavírus, músicos, produtores e outros profissionais do meio cultural ficaram sem boa parte da sua fonte de renda. 

Profissionais autônomos na sua grande maioria, a saída tem sido buscar alternativas para realizar as atividades. Um dos exemplos é o músico Silas França. Ele leciona aulas. Multi-instrumentista, Silas França participou de vários eventos e momentos relacionados à música Brasileira. Silas revela que acordeom é a sua especialidade. 

Influenciado por grandes acordeonistas nacionais e internacionais, Silas França domina diversos ritmos como a bossa-nova, chorinho, samba, reggae, música nordestina, músicas italiana e francesa, música instrumental, dentre outras. Participou de documentários e filmes sobre música, a exemplo do filme sobre Luiz Gonzaga, “De pai para filho”.

O sanfoneiro Flávio Baião no início de março 2020 havia apostado no empreendedorismo e junto com a família fundou o Espaço Baião Nordeste. "Tudo fechado e proibição tem que se reiventar. Com as dificuldades coloquei a venda a minha primeira sanfona que não pensava em vendê-la jamais".

Com o avanço da epidemia do coronavírus e os consequentes cancelamento de eventos e fechamento de locais públicos, o mercado da música ao vivo sofreu um dos golpes mais duros de sua história. Essa é a avaliação dos Sanfoneiros e musicos da região do norte da Bahia e Vale do São Francisco.

Da conhecida Terra dos Sanfoneiros, o município de Dom Inocêncio, no Sul do Piauí dá outro exemplo de resiliência através de seus sanfoneiro. Lá o músico Sandrinho do Acordeon também não se cansa de se transformar para minimizar os prejuízos durante a pandemia da COVID-19. Segundo Sandrinho o setor musical vive a maior crise da sua história. 

"A indústria fonográfica e a de música ao vivo passam por apuros e precisam de ajuda".  Sandrinho realiza no próximo dia 3 de abril, a live Sábado  de Aleluia, transmitido no canal de youTube sandrinho do acordeon, às 20hs.

"Estamos Diante de uma crise sem precedentes, o mercado musical está passando por um momento delicadíssimo e isso é opinião unânime de quem trabalha no ramo. A readequação do modelo físico para o virtual, adaptação técnica para um novo formato o digital e a busca incessante por novas formas de se reinventar no mercado são parte da rotina de músicos, produtoras e equipes técnicas que fazem da música seu ganha-pão", explica Sandrinho.

"Parou toda a atividade, fechamos as portas. Uma interrupção abrupta como essa jamais aconteceu. Não se tem referência na história do país. No mundo, só na guerra", finaliza Flávio Baião

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PROJETO ENCONTROS DIGITAIS DE DIÁLOGO COM OS INDÍGENAS ACONTECE DE 01 A 10 DE ABRIL

Acontece de 01 a 10 de abril o evento "Encontros Digitais de Diálogo com os Indígenas", a atividade faz parte do projeto "Sabedorias Indígenas em Ação", iniciativa que visa contribuir com a salvaguarda dos patrimônios culturais imateriais indígenas e também difundir e valorizar  a diversidade em diálogo como caminho para coesão social e a paz.

O evento tem apoio do Projeto de Extensão Oficina de Comunicação Comunitária da Estácio Bahia, coordenado pela professora Antoniella Devanier e será realizado na plataforma Zoom de 1° a 10 de abril. Os horários serão definidos com cada grupo de inscritos.

Os grupos interessados podem fazer a inscrição até o dia 01 de abril, preenchendo o formulário https://bit.ly/3uugfJi, que pode ser solicitado também pelo direct do Curso de Publicidade e Propaganda da Estácio Bahia @publicidadeestaciobahia. O projeto possui apoio financeiro do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura e do CCPI (Programa Aldir Blanc Bahia) via Lei Aldir Blanc, direcionada pela Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo, Governo Federal. O projeto de extensão social conta com a participação de estudantes de Publicidade e Propaganda, Psicologia, Direito e Pedagogia.

As atividades divulgadas são abertas a todos os estudantes, professores e comunidade externa. O professor pode também inscrever toda a turma, informando o horário da aula no formulário, e direcioná-los para esses encontros digitais. As inscrições podem ser individuais ou coletivas (solicitadas pelo professor ou líder de grupos), podendo escolher o melhor horário para a realização dos encontros. Maiores informações podem ser obtidas por meio do direct de @publicidadeestaciobahia.

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PESCA SUBAQUÁTICA ACONTECE NO RIO SÃO FRANCISCO DE FORMA IRREGULAR

A reportagem do BLOG NEY VITAL com exclusividade denuncia mais um crime contra o Rio São Francisco, a pratica da pesca ilegal, lesiva ao meio ambiente. Trata-se de homens que usam a pesca subaquática irregular no período da noite. De acordo com as informações "o Ibama tem deixado a desejar neste quesito pois não existe fiscalização". 

Fontes ouvidas pelo BLOG NEY VITAL acusam que os mergulhadores "usam arbaletes e iluminação artificial durante o período da noite e até madrugada no rio São Francisco".

A reportagem conversou com pescadores profissionais e eles confirmaram "este crime ambiental". 

Segundo uma das fontes "pescar à noite fica mais fácil, o peixe com o excesso da luz é presa mais fácil. Acontece que matam muitos peixes pequenos e isto prejudica muito o futuro do Velho Chico. Não respeitam nem o período da desova. Falta fiscalização. Este tipo de pesca não é feito por gente pobre e deveria render autos de infração ambiental. Eles brincam de pescar".

"Nós, os pequenos pescadores, sabemos que apesar das dificuldades e a agressão ao Rio São Francisco, a generosidade do rio é tão grande que ainda podemos nos alimentar de peixe. Mas assistir um crime como este dói", disse uma das fontes que prefere não ser identificado.

Pela legislação, a pesca subaquática, feita com equipamentos de mergulho é permitida para a captura de espécies exóticas, desde que seja feita durante o dia e dentro das regras do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

O que diz a lei Lei nº 9.605 de 12 de Fevereiro de 1998:

Art. 34. Pescar em período no qual a pesca seja proibida ou em lugares interditados por órgão competente:

Pena – detenção de um ano a três anos ou multa, ou ambas as penas cumulativamente.

Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem:

I – pesca espécies que devam ser preservadas ou espécimes com tamanhos inferiores aos permitidos;

II – pesca quantidades superiores às permitidas, ou mediante a utilização de aparelhos, petrechos, técnicas e métodos não permitidos;

III – transporta, comercializa, beneficia ou industrializa espécimes provenientes da coleta e pesca proibidas.

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SEJA ÁGUA: NÃO SE ESTABELEÇA EM UMA FORMA, ADAPTE-A

Neste processo de desescalada, mais de uma pessoa se sentiu como Charlton Heston no final de O Planeta dos Macacos, quando descobre a Estátua da Liberdade afundada na praia. Somente então percebe que, sem mudar de planeta, o mundo que conhecia havia deixado de existir.

 Poderemos sentir algo assim quando chegarmos à “nova normalidade” pós pandemia de covid-19 que ninguém sabe com certeza como será. Se no século XX o poeta e filósofo Paul Valéry dizia que o futuro havia deixado de ser o que era, no século XXI já ninguém se atreve a prognosticar como será. Não sabemos o que acontecerá na semana que vem, como e em que lugar tiraremos férias, se as crianças voltarão à escola em setembro... Acostumados a fazer planos, como manejar a vida em meio à tanta incerteza? Vamos ver alguns pontos para não perder o rumo no mar do imprevisível.

Improvisar em vez de planificar. Deixemos de falar desse futuro incerto que nos estressa e decidamos sobre a marcha. De fato, algo que caracteriza os grandes viajantes é que nunca sabem onde se detêm e quanto tempo ficam em um lugar. Podemos adotar o mesmo espírito e nos acostumar a “tocar de ouvido”, segundo as circunstâncias, mas também segundo o que nos apetece fazer em cada momento. Isso significa viver plenamente o dia de hoje em vez de programar o amanhã.

Aproveitar a vida líquida. Em sua entrevista mais famosa, Bruce Lee nos recomendava ser como a água e dava como exemplo o fluido que adota a forma da xícara, da garrafa e da mamadeira. Aplicado ao que estamos vivendo, significa desenvolver ao máximo nossa flexibilidade. “Não se estabeleça em uma forma, adapte-a”, dizia Bruce Lee. “A água que corre nunca fica parada”. Estar sempre em movimento, nos adaptar ao que precisamos fazer a cada momento, no lugar de nos queixar e de tentar nadar contra a corrente, é o segundo ponto.

Menos é mais. Uma das lições que a pandemia nos deu é que não era necessário nos movimentar tanto. Sobre a crença de que é preciso viajar para ver o mundo, Paul Auster dizia que “se você está quieto e com os olhos bem abertos, verá tudo o que pode manejar”.

Estar atentos às oportunidades. O cenário da incerteza colocará em perigo as grandes estruturas, mas pode ser um campo propício aos freelancer, às startups e aos novos negócios. Pessoalmente, é também a ocasião de introduzir mudanças em nossas rotinas graças ao aprendido durante o confinamento. Do que prescindiu e não tem vontade de retomar? Quais novos hábitos positivos você se propõe a manter? Quais são suas prioridades agora?

Centrando no dia a dia, apostando pela proximidade e os pequenos objetivos, é o melhor bálsamo à incerteza. Ser incapazes de prognosticar o futuro, mais do que um castigo, pode ser uma libertação. O consultor Peter Drucker já alertava há décadas que, na verdade, ninguém sabe nunca o que vai acontecer. E explicava dessa forma: “Tentar prever o futuro é como tentar dirigir por uma estrada rural de noite, sem luzes de nenhum tipo, enquanto olha pelo vidro traseiro”. E Abraham Lincoln dizia sobre isso que “a forma mais segura de prever o futuro é criá-lo”.

As pequenas coisas. Podemos decidir as pequenas coisas que acabarão configurando nossa vida. Escolher de que maneira vamos nos alimentar, como e para onde vamos viajar, que relações e atividades ocuparão nosso tempo. Também em que gastamos o dinheiro. E isso nos fará mais coerentes com nosso propósito vital.

Grandes mudanças se aproximam, mas as mais importantes são as que cada um irá realizar.

*Francesc Miralles é escritor e jornalista especializado em psicologia.

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PANDEMIA CONTINUA PROVOCANDO IMPACTOS NA VIDA DE MÚSICOS E SANFONEIROS. VENDA DOS INSTRUMENTOS É VISTA COMO SAÍDA PARA ENFRENTAR A CRISE

 

A pandemia da Covid-19 continua provocando impactos na economia nos mais diversos setores. Para quem sobrevive da cultura não é diferente. É o caso de diversos músicos e técnicos de som, produtores de shows e eventos que tem enfrentado os mais diversos problemas por causa da interrupção das suas atividades em virtude dos decretos que estabelecem medidas preventivas ao contágio do coronavírus.

Entre as medidas adotadas pelos Governos e autoridades sanitárias, está a suspensão de música em bares, restaurantes e praias que tem sido renovada por meio de decretos. O cenário tem provocado a adoção de medidas mais drásticas por parte dos músicos, que têm encontrado a solução para se recuperar da crise financeira vendendo os instrumentos, que são a principal fonte de trabalho.

A reportagem do BLOG NEY VITAL tem recebido diversas mensagens de músicos que estão "precisando vender os instrumentos para levar o pão de cada dia para casa". Outros solidários contribuem com ações para ajudar os amigos.

O sanfoneiro e empresário Luiz Rosa, em Petrolina, disse que os "pequenos músicos estão passando fome. Sem show como vai ganhar dinheiro?", questiona Luiz Rosa. "A situação é desesperadora. Tenho visto sanfoneiros vendendo sanfona. E eu digo não venda. Isto vai passar. Mas eles argumentam que tem que alimentar os filhos. É dolorosa demais a situação".

Luiz Rosa disse que através do Programa de Rádio, na Grande Rio Am, vem arrecando dinheiro, cestas básicas e faz doação para os músicos mais necessitados. "Temos contribuído como podemos. Ajudando, sanfoneiros e músicos que precisam alimentar os filhos", declarou Luiz Rosa.

Um dos representantes da categoria no Agreste de Pernambuco, o músico Sérgio Brayner, disse em entrevista à REDEGN que a situação vem piorando a cada dia e a classe artística "grita e clama por socorro" e que o momento é muito difícil para quem trabalha com arte e cultura de modo geral. "São bateristas vendendo suas baterias, cantores vendendo violão e microfones, e a gente fica se perguntando 'até quando vai essa situação?' A gente espera medidas dos órgãos governamentais, espera medidas que salvem a categoria porque depois que passaR a pandemia nem o próprio instrumento o artista vai ter para garantir seu pão de cada dia", disse Brayner.

A crise não atinge só os pequenos e médios cantores e músicos. No início deste mês a cantora Kátia Cilene decidiu vender os ônibus que usava para viajar pelo Brasil. O motivo, segundo a artista, é que precisa pagar as dívidas adquiridas pela pandemia de Covid-19. Com a pausa nos shows presenciais, as dívidas estavam crescendo.

O que foi conquistado por meio de muitos shows, agora vai ser transformado em capital para da continuidade à vida, como disse o empresário da cantora: “os ônibus vão embora para pagar contas, e dar continuidade a vida”, divulgou em nota.

“São dois carros revisados e prontos para rodar o Brasil. Segurança e conforto. O Busscar ano 2000, motor Mercedes o400 com 28 poltronas leitão. Outro Marcopolo Mercedes motor o500 , ano 2008”, diz um comunicado publicado na rede social da produtora, que é quem gerencia a carreira da cantora.

Kátia Cilene já tem uma longa carreira no ramo musical. O sucesso veio com a banda Mastruz com Leite, o que influenciou a entrada de outras mulheres no mercado nordestino do forró. No momento, a cantora está em carreira solo e normalmente é muito requisitada em shows no período junino.

A situação da empresa de Kátia Cilene, assim como de outros artistas, reflete o forte impacto causado pela ausência de shows durante a pandemia — desde março de 2020.

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JOQUINHA GONZAGA É VACINADO CONTRA COVID-19 EM EXU E DIZ: É UM PRESENTE ANIVERSÁRIO DE 69 ANOS NASCIMENTO

 

Mais uma notícia que traz para o povo brasileiro e renova as esperanças. O cantor e compositor Joquinha Gonzaga foi vacinado contra a Covid-19, na manhã desta terça-feira (30), em Exu Pernambuco. Joquinha Gonzaga com o seu tradicional sorriso estava acompanhado pela filha Sara Gonzaga.

Em contato com o BLOG NEY VITAL, Joquinha Gonzaga, disse que apesar das dificuldades que todos os cantores e músicos enfrentam o momento é de otimismo. 

"Hoje recebi essa alegria de ser vacinado contra a Covid-19. Viva o SUS, Viva a Saúde Pública Brasileira. Vamos torcer para que todos sejam vacinados. Percebo que a vacinação está avançando. Espero que avance mais e em dezembro possamos estar todos juntos festejando a Feijoada do Joquinha Gonzaga. Essa vacina dá força e incentivo. Vamos voltar a ativa. Estamos nos libertando dessa pandemia. O período está muito difícil. Deus queira que ainda este ano de 2021 possamos voltar a trabalhar. E para o ano 2022 seja de festa. Forró, meus 70 anos de idade, os 110 anos de nascimento do meu tio Luiz Gonzaga. Vai ser um ano de alegrias e festas se Deus Quiser".

A produtora Sara Gonzaga acompanhou o pai durante a vacinação. "Só temos gratidão pelo empenho de toda equipe de vacinação. Somos solidários a dor por todos que não tiveram esta mesma oportunidade. A vacina do meu pai representa o presente de aniversário dele que completa 69 anos na próxima quinta-feira, primeiro de abril. O nome de Nosso Senhor Jesus Cristo Seja Louvado", festejou Sara Gonzaga.

Joquinha Gonzaga vai completar nesta quinta-feira (01) de abril, 69 anos de nascimento. Ele é neto de Januário e sobrinho de Luiz Gonzaga. João Januário Maciel, o Joquinha Gonzaga é hoje um dos poucos descendentes vivos da família. Dos nove filhos de Santana e Januário, todos eles, ja "partiram para o Sertão da Eternidade". 

Joquinha Gonzaga, nasceu no dia 01 de abril de 1952, filho de Raimunda Januário (Dona Muniz, segunda irmã de Luiz Gonzaga) e João Francisco Maciel. Luiz Gonzaga declarou em público que Joquinha é o seguidor cultural da Família Gonzaga. 

Além de sobrinho do Rei do Baião, Luiz Gonzaga, Joquinha é neto de Januário (tocador de 8 Baixos) e ainda tem como tios o Mestre da Sanfona, Zé Gonzaga, Chiquinha Gonzaga (tocadora de sanfona 8 Baixos) e Severino Januário.

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AOS 12 ANOS, MENINA MONTA ESCOLA DURANTE A PANDEMIA E DÁ AULAS PARA CRIANÇAS DO MARANHÃO

Com a pandemia de Covid-19, inúmeras atividades precisaram ser suspensas pelo risco de infecção pela doença, dentre elas, as aulas em escolas da rede municipal, estadual e privada de ensino de todo o Maranhão.

Sem as aulas, o aprendizado de muitas crianças ficou comprometido. Entretanto, a pequena Érika Leal, de 12 anos, teve uma ideia que mudou a realidade de uma comunidade localizada na zona rural de Coelho Neto, cidade a 385 km de São Luís. Ela decidiu abrir uma escolinha.

Tudo começou em maio do ano passado, após uma brincadeira com os colegas. Devido ao clima seco e quente do município que deixava as brincadeiras na rua bem mais cansativas, Érika deu a ideia.

"A pandemia chegou e teve a doença e aí, a gente parou de estudar. Nós brincávamos de tarde e era divertido, só que o sol era muito quente, e eu falei assim 'Em vez da gente brincar disso, vamos brincar de escolinha?'. Eu fui e fiz e virei professora", disse.

Érika montou uma turma com 20 alunos de diferentes idades e séries. A escola começou a funcionar em uma casa de barro na comunidade, mas logo os alunos precisaram sair do local, após o dono não gostar da ideia.

A menina não desistiu da ideia. Pediu à mãe um espaço ao lado da casa dela para colocar os alunos e assim, a chamada 'Escolinha da Esperança' foi aberta novamente.

Do jeito dela, a menina ensinava aos colegas a ler e escrever. Durante as aulas, Érika também fazia os alunos a pensarem sobre o bom comportamento em casa e chamava a atenção quando era preciso.

Parte do material usado nas aulas era recolhido pela mãe de Érika, a catadora de lixo Maria Donizete Leal, de 60 anos. Os livros, cadernos e materiais escolares eram retirados do lixão da cidade, onde a mãe da menina tira o sustento da família.

"O pessoal jogava os livros aqui e nós pegavamos e levava. Tudo era reciclado daqui de dentro do lixão", conta a mãe.

A iniciativa da professora-mirim impressionou os moradores da cidade. Sensibilizada com a história, a Prefeitura de Coelho Neto está construindo uma casa para a família da menina, em parceria com o Rotary Club.

O dinheiro usado na reforma foi arrecadado durante uma vaquinha na internet. A casa foi planejada para ter um espaço que será destinado para que Érika continue dando suas aulas. A ideia é que tudo fique do jeito que a menina sonhou.

"Eu queria que minha escola ficasse perfeita, a escola que está faltando, eu gostaria muito que ela fosse aqui mesmo nesse local. Que fosse uma escola de concreto, mais arejada, fosse uma coisa mais sólida pra eles, com piso, tudo bonito e decorado", disse Érika.

A reportagem é de Alex Barbosa, TV Mirante — São Luís, MAAos 12 anos, menina monta escola durante a pandemia e dá aulas para crianças do Maranhão




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