PRESIDENTE DO PCdoB EM PETROLINA, ROBÉRIO GRANJA AVALIA OS 99 ANOS DE FUNDAÇÃO DO PARTIDO

 

No transcurso de seus 99 anos, rumo ao centenário, o Partido Comunista do Brasil (PCdoB) realiza o ato político “em defesa da vida e da democracia. Fora, Bolsonaro!” O evento ocorrerá em 25 de março, quinta-feira, das 18h30 às 20 horas, com a participação de lideranças nacionais do partido, representantes do campo progressista e democrático, do movimento social e expressões do mundo cultural.

O ato ocorrerá pelas redes sociais do PCdoB e contará com a participação da presidenta nacional e vice-governadora de Pernambuco, Luciana Santos, do governador do Maranhão, Flávio Dino, da ex-deputada Manuela d’Ávila, do Líder do PCdoB na Câmara, deputado federal Renildo Calheiros, além do presidente da Fundação Maurício Grabois, Renato Rabelo e do presidente do Instituto João Goulart, João Vicente Goulart, entre outras lideranças da legenda.

O presidente do PCdoB em Petrolina, o professor Roberio Granja, membro do Comitê Estadual de Pernambuco, avaliou que ato político terá o enfoque na coesão de amplas forças políticas para salvar o Brasil da ruína resultante do governo Bolsonaro. 

O PCdoB é indispensável a democracia Brasileira. O partido defende um programa de emergência: Vacina já para todos, auxílio emergencial de R$ 600,00, emprego e socorro à micro, pequenas empresas. Vamos continuar reforçando a mensagem de solidariedade, empatia, de homenagem aos que defendem a vida, aos que lutam, que resistem e transformam o mundo. E também de solidariedade aos milhares de brasileiros que perderam a vida, seus familiares e amigos em razão da pandemia", disse Roberio.

HISTÓRICO Fundado, em 25 de março de 1922, o Partido Comunista do Brasil. Seu compromisso fundamental é lutar pelo socialismo no Brasil, levantando bandeiras amplas, ligadas às aspirações fundamentais dos trabalhadores brasileiros, à soberania nacional e à democracia popular. É instrumento de lutas do povo brasileiro, partido patriótico e internacionalista. A fundação do Partido, há quase um século, tem sentido histórico, relaciona-se com uma luta de longo prazo pela emancipação nacional e social dos trabalhadores e de todo o povo.

O Partido Comunista atua em todos os cenários e frentes de luta, consoante o grau de consciência das massas. Busca afirmar-se também no cenário eleitoral, desenvolvendo e ampliando sua influência política não só na atividade parlamentar e institucional, mas sobretudo aplicando a linha de massas, enraizando-se nos setores populares, realizando a luta de ideias, e soerguendo uma forte e disciplinada organização para atuar em todas as etapas da luta de classes. Trata-se de uma ação multidimensional visando a construir uma organização revolucionária de classe, dos trabalhadores.

Como advertia o camarada João Amazonas, "o dardo envenenado" dos reacionários e dos oportunistas tenta derrotar e liquidar o partido revolucionário. Em nossa longeva existência, já enfrentamos diferentes tipos de ameaças de liquidação, e várias sentenças de morte, pela ação de governos repressivos ou pela capitulação. Hoje, em face de desaires eleitorais passageiros, vaticinam de novo o seu fim, com o que justificam a mudança da identidade comunista ou a sua fusão com partidos de centro ou centro-esquerda.

Os comunistas não permitirão que isto aconteça. Comemoremos o 99º aniversário, com a simbologia patriótica e comunista do Partido, renovando o compromisso com sua ininterrupta construção.

Este ano, defendendo a vida, contra o morticínio conduzido pelo governo de extrema direita, e a democracia, contra o intento ditatorial desse mesmo governo. E o faremos em aliança, unidade, frente única, com os setores democráticos e progressistas do país, irmanados com a esquerda de que somos parte indissociável, e setores políticos e de massas os mais amplos.

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RIO SÃO FRANCISCO, SUAS FORMAS DE FÉ E AS MANIFESTAÇÕES SAGRADAS


Ao longo do seu curso, o rio São Francisco é alicerce de vida para famílias rurais e urbanas, que habitam 507 municípios de sete estados brasileiros. Do total, 59 são ribeirinhos e estão localizados em cinco estados que possuem regiões semiáridas: Minas Gerais, Bahia, Sergipe, Alagoas e Pernambuco. Desta fonte, além da água, as famílias dependem dos peixes para se alimentar. O velho Chico também é laico, por onde passa, professa diversas formas de fé e serve às mais diversas manifestações sagradas. Em um dia simbólico como o 22 de Março, Dia Mundial da Água, a ASA apresenta a série Novos Retratos do Velho Chico - um rio que sangra até morrer?.

Ao longo de três reportagens, é traçado um retrato das condições socioambientais e das necessidades de políticas públicas de gestão hídrica do Velho Chico. O contexto atual é marcado por três principais questões: os dados das três últimas Expedições Científicas no Baixo Rio São Francisco, que trazem uma radiografia atual da saúde do rio; o início da transposição das suas águas para o Açude Castanhão, no Ceará, e a proposta de construção de uma Usina Nuclear em Itacuruba, no Semiárido pernambucano, em debate na Assembleia Legislativa do Estado.

Nesta primeira reportagem, pautamos os impactos socioambientais e econômicos de problemas como assoreamento, intrusão salina e a contaminação das águas, constatados pelas Expedições Científicas realizadas entre os anos de 2018 e 2020 no Baixo Rio São Francisco, localizado entre os estados de Sergipe e Alagoas e responsável por 5% de toda a bacia hidrográfica do São Francisco. Entrevistamos uma integrante da comunidade quilombola Pixaim, distante 15 km do centro do município de Piaçabuçu, local onde a população contava com as águas e os peixes do Velho Chico, e, hoje, sobrevive de carros pipa.

A comparação entre os resultados das três últimas Expedições Científicas no Baixo Rio São Francisco constatou três grandes problemas persistentes, que traçam um retrato da fonte hídrica nos dias atuais: assoreamento, intrusão salina, que significa o avanço do mar rumo ao continente, e a poluição. A intrusão salina, por exemplo, é sentida, desde 2010, pelas comunidades ribeirinhas de Piaçabuçu, no estado de Alagoas. De acordo com a líder comunitária da Associação Agroextrativista Aroeiras, Rita Ferreira, na comunidade quilombola Pixaim, a água, agora, só chega de carro pipa. “Imagina, ter água perto e não poder usar. É triste ver o Velho Chico desta maneira”, desabafa.

O coordenador das expedições e professor da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), Emerson Soares, comparou os resultados das três últimas expedições científicas. De acordo com ele, o relatório mais recente, elaborado a partir das análises de 2020, apontou uma vazão de 2.800 m³ por segundo e problemas de assoreamento, intrusão salina e poluição.

Também foram identificados altos níveis de contaminação por agrotóxico, parasitoses e descarga de esgoto doméstico, além da proliferação de plantas devido a essa contaminação. As pesquisas de 2019 apontaram uma redução na vazão, que atingiu 1.500 m³, e mensuraram uma intrusão salina de 14km. Já em 2018, a vazão identificada foi ainda menor, 550m³, porém a instrução salina estava em 16km. Neste estudo, foram registradas 27 novas ilhas, o que indica um agravamento no problema do assoreamento.

Ainda segundo o coordenador da pesquisa, é comum haver oscilações na vazão do rio. Por exemplo, uma coleta feita no mês de fevereiro após as Expedições 2020 que identificaram uma vazão de 2.800 m³, havia identificado uma vazão de 800 m³ por segundo, apontando uma queda brusca se comparada à vazão identificada na última Expedição. Essas oscilações de vazão, “agravam os problemas ambientais identificados”, pondera o coordenador.

“Em 2020, mesmo tendo uma vazão alta, o que é bom, 2.800 m³, os problemas ambientais como poluição e intrusão salina persistem. Mas veja que um mês após, fizemos uma análise individual e já vimos que a vazão caiu para 800 m³, o que agrava os problemas ambientais. Comparando com os demais anos, tivemos uma vazão alta em 2019, mas, identificamos os mesmos problemas de poluição por esgoto doméstico e outros agentes e a intrusão salina de 14 km foz adentro. Já em 2018, constatamos um agravamento no assoreamento e uma intrusão salina com penetração de 16 km”, analisa Emerson.

Comunidades Ribeirinhas sentem o problema - Este cenário já reflete nas vidas das famílias que dependem do rio para sobreviver. A comunidade quilombola Pixaim fica a 15km do centro de Piaçabuçu, no estado de Alagoas. Lá, as famílias vivem a metros da foz do São Francisco e usavam as suas águas para cozinhar, tomar banho, lavar roupas, cultivar alimentos. A intrusão salina tornou a água salobra, imprópria para o uso. Hoje, o abastecimento é feito por carros pipa e segundo a presidenta da Associação Aroeira, Rita Ferreira, parceira da comunidade em atividades de economia solidária, quando o carro pipa não chega, bate o desespero.

“A comunidade reclama da falta de água quando o carro pipa não chega. Eles ficam isolados, não têm energia elétrica, água encanada e nem acesso à internet e à linha telefônica. A dependência do rio era total. Agora, já estão enfrentando a escassez dos peixes que serviam à alimentação e estão morrendo por não se adaptarem à água salgada porque não se adaptam à água salgada. Eles sofrem bastante, porque a água é o bem maior da comunidade”, explana Rita.

Caminhos para reverter a degradação no Velho Chico - Ainda segundo Rita, nos grupos de whatsapp de Piaçabuçu, circula uma promessa de solução para a salinidade da água. Fala-se que a prefeitura deve instalar um dessalinizador na comunidade mas, até agora, “não está nada certo”.

Quando o assunto é solucionar os problemas ou, pelo menos, minimizá-los, as Expedições Científicas apontaram vários caminhos que devem ser adotados para reverter a degradação no rio São Francisco.

“O rio São Francisco precisa de políticas contínuas de monitoramento e de recuperação, que beneficiem as comunidades. É preciso revisar os licenciamentos [da Chesf] , para garantir a modernização dos planos de uso. Esses planos são da década de 90, antigos. Precisam ser atualizados para trazerem dados mais precisos, capazes de gerar políticas de recuperação mais eficientes. As hidrelétricas devem investir em projetos de reversão da degradação nesta fonte hídrica”, avalia Emerson.

Fiscalização e educação ambiental são essenciais - Paralelo a esse processo, o coordenador reforça a importância de que os órgãos competentes e os poderes públicos exerçam o seu papel na gestão hídrica do Velho Chico. “O Ibama tem um papel importante na fiscalização, por exemplo, da retirada de matas das áreas marginais do rio. À Agência Nacional das Águas (ANA), cabe a fiscalização das práticas incorretas adotadas no curso do rio. Os municípios são importantes para executar o saneamento básico, evitando jogar esgoto no rio, e para promoverem ações de educação ambiental”, finaliza

A Expedição Científica no Baixo Rio São Francisco é realizada pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL), em parceria com outras 21 organizações, universidades e instituições de pesquisa que atuam no Brasil e em outros países. As análises são realizadas ao longo de 250km, envolvendo municípios dos estados de Sergipe e Alagoas. O Baixo Rio São Francisco corresponde a 5% de toda a bacia hidrográfica desta fonte hídrica. (Por Adriana Amâncio - Asacom)

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COVID-19: CUBA INICIA VACINAÇÃO DE 150 MIL PROFISSIONAIS DA SAÚDE

Cerca de 150.000 trabalhadores da saúde receberão a partir desta segunda-feira (22) a vacina Soberana 2, o antígeno experimental mais avançado de Cuba, informaram as autoridades locais.

Nesta semana também começou a fase três dos ensaios clínicos da Abdala, a segunda vacina candidata nesta fase, com outros 48.000 voluntários.

A autoridade reguladora de medicamentos de Cuba aprovou neste fim de semana "a execução de um ensaio de intervenção com a #Soberana02 em 150 mil voluntários, para avaliar os efeitos diretos e indiretos da vacinação em grupos da população de risco de infecção, de doença ou de dispersão da epidemia", disse no Twitter o ministério da Saúde.

"Esses voluntários pertencem ao grupo de risco dos profissionais da saúde", disse o Grupo Empresarial das Indústrias Biotecnológica e Farmacêutica de Cuba (Biocubafarma).

A vacinação da equipe médica voluntária será aplicada em instituições de saúde de Havana, onde a última fase de ensaios da Soberana 2 está em andamento desde 4 março com 44.000 voluntários.

Os ensaios clínicos da Abdala, por sua vez, ocorrem nas províncias de Granma, Santiago de Cuba e Guantánamo, no leste do país.

"Bayamo amanhece fazendo história", disse a Biocubafarma no Twitter. Uma mulher desta província de Granma foi a primeira cubana a se vacinar pela manhã com a Abdala.

Quando uma das vacinas candidatas, Soberana 2 ou Abdala, for autorizada, se tornará a primeira vacina anticovid concebida e produzida na América Latina.

Os cientistas cubanos trabalham em quatro vacinas candidatas contra o coronavírus: Soberana 1 (em fase 2), Soberana 2 (fase 3), Abdala (fase 3) e Mambisa (fase 1). Uma quinta, a Soberana +, é uma reformulação da Soberana 1, destinada aos convalescentes da doença.

Cuba estabeleceu a meta de vacinar este ano toda a sua população de 11,2 milhões de habitantes, e planeja completar em agosto as 33 milhões de doses necessárias, segundo fontes científicas, considerando três doses por pessoa.

Cuba afirmou nesta segunda-feira ter a maior taxa de recuperação de pacientes contra a covid-19 na América, com 94,2% dos que contraíram a doença até 20 de março, segundo o Ministério da Saúde Pública.

Desde o início da pandemia há um ano, Cuba registra 67.476 casos e 397 mortes.


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PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO DA UNIVASF LANÇA E-BOOK SOBRE DESENVOLVIMENTO DO SEMIÁRIDO

Apresentar olhares diversos sobre as atuais transformações do semiárido brasileiro, desconstruindo estereótipos que apresentam o sertão como território improdutivo.

Este é o objetivo do e-book Desenvolvimento do Semiárido: Organizações, Gestão, Inovação & Empreendedorismo - Volume 2, produzido por meio do Programa de Pós-Graduação em Dinâmicas de Desenvolvimento do Semiárido (PPGDiDeS) da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf).

O livro será lançado on-line nesta terça-feira (23). Com transmissão ao vivo pelos canais da TV Caatinga e do Laboratório de Carreiras e Desenvolvimento de Competências (LCDC), no Youtube, o lançamento acontece a partir das 19h.

O e-book pode ser baixado gratuitamente através do site da Editora Poisson. A obra reúne artigos de pesquisadores da Univasf e instituições parceiras que, em suas discussões, partem do princípio de que um dos pilares para o empoderamento do povo sertanejo é o desenvolvimento de tecnologias sociais.

 Ao longo das páginas do livro, os artigos discutem diversos processos sociais do semiárido brasileiro que necessitam de respostas efetivas. Entre estes processos, estão a necessidade de armazenamento de água e sua utilização socialmente responsável, a busca por condições sanitárias para garantir a qualidade dessa água e a melhoria da qualidade de vida das populações sertanejas.

O evento de lançamento do livro contará com a presença dos professores do PPGDiDeS e integrantes da equipe de organização do livro Manoel Messias, que irá mediar a conversa; e Acácio Figueirêdo. Além disso, estarão presentes a também docente do PPGDiDeS Alvany Santiago e o professor Juracy Marques, do Programa de Pós-Graduação em Ecologia Humana e Gestão Socioambiental, da Universidade do Estado da Bahia (Uneb).

De acordo com Manoel Messias, a publicação do livro é uma forma de divulgar e estimular o trabalho e o conhecimento que é desenvolvido no sertão. “Essa produção serve para consolidar a pós-graduação e, acima de tudo, exaltar as pesquisas e os atores que trabalham nesse território, seja na produção agropecuária, agricultura familiar ou no empreendedorismo. É um retorno que a Academia dá, promovendo visibilidade aos trabalhos que a população tem feito, resistindo nesse território tão complexo”, afirma o docente. (Fonte: Ascom Univasf)

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NO DIA MUNDIAL DA ÁGUA, IRPAA DISCUTE O VALOR DA ÁGUA EM EVENTO VIRTUAL

O dia 22 de março é celebrado mundialmente como Dia da Água, e a cada ano, a Organização das Nações Unidas (ONU) lança um tema com o objetivo de provocar a sociedade, nos diversos países, a refletir sobre a importância deste bem natural tão necessário à vida, chamando a atenção para o uso sustentável e a preservação/conservação dos aquíferos, rios e demais fontes.

Neste ano de 2021 o tema escolhido foi “Valorizando a água”, temática que subsidiará os debates realizados pelo Irpaa ao longo do ano. Como parte das celebrações do Dia Mundial da Água, na segunda-feira (22), a instituição realizará a live: “O valor da água em tempos de mudanças climáticas”. A transmissão será às 15h, no canal do Irpaa no Youtube.

O objetivo é provocar a sociedade a olhar para a água como um bem natural que precisa ser acessível a todas as pessoas e seres, e por isso não deve ser vista como mercadoria. Portanto, não existe um valor monetário para esse bem essencial à vida e ninguém pode ser privado a água de qualidade em quantidade e regularidade adequada.

O colaborador do Irpaa e um dos participantes da live, João Gnadlinger, explica que a live terá esse papel de discutir o valor da água nestes tempos de pandemia, “a pandemia nos obriga a repensar todos os valores que influenciam a nossa vida, também o valor da água”. Ele ainda reforça que “é necessário ver a água como direito, água que garante a vida e não como mercadoria que dá lucro”.

Atrelada a essa necessidade de reflexão está a preocupação com as mudanças climáticas, que traz impacto no meio ambiente como um todo, inclusive na qualidade de vida das pessoas, sobretudo reduzindo a disponibilidade de água potável no planeta. Adriana Nascimento, colaboradora do Irpaa, trará reflexões sobre os efeitos das mudanças climáticas na vida das pessoas, sobretudo das mais pobres, que em geral são as que mais sofrem por falta de acesso à água, que vai desde a falta de saneamento básico até a falta d’água para produção de alimentos, tornando-as também as mais afetadas com as mudanças climáticas.  (FONTE: SITE IRPAA)

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DOM INOCÊNCIO CIDADE DO PIAUÍ CONHECIDA COMO TERRA DA SANFONA

Em Dom Inocêncio, a 625 km de Teresina, no Sul do Piauí, não é nenhum desafio encontrar um sanfoneiro. Os moradores da pequena cidade de 9.565 habitantes garantem: tem 1 sanfoneiro para cada 35 inocentinos.

A tradição da sanfona em Dom Inocêncio começou há mais de 100 anos, com o músico Júlio Dias, primeiro sanfoneiro da região. O ofício foi passando de geração em geração, até chegar à família do Sandrinho do Acordeon.

Foi a partir do esforço da família do Sandrinho que a sanfona se tornou um costume da cidade. Ele, o pai e os tios fundaram o Acordes do Campestre, projeto social que ensina a arte da sanfona para crianças e jovens da região.

Antes da pandemia, quando estava a todo vapor, o projeto atendia a 240 jovens de 6 a 15 anos, que estudam a sanfona e outros instrumentos relacionados ao forró, como o triângulo e a zabumba.

Assim, o sofisticado instrumento de teclas e foles se tornou fonte de cultura e renda para várias famílias de Dom Inocêncio. Segundo Sandrinho, o que não falta na cidade é gratidão pelo instrumento.

“Temos uma fala do Mestre Dominguinhos que disse, que a sanfona foi a salvação da lavoura da família dele. E eu costumo dizer que foi a salvação da nossa família também. Tudo que a gente é hoje foi através da sanfona”, disse Sandrinho do Acordeón. 

É tanto talento, que existe até o Monumento Sanfona e do Dia Municipal da Sanfona, que é comemorado, todos os anos, em 20 de setembro.

O idealizador de tudo isso é Sandro Dias de Sousa, o Sandrinho do Acordeon, o sanfoneiro que está mudando a realidade da região. Ele coordena a Associação Cultural Acordes do Campestre, que ensina, gratuitamente, mais de 200 crianças a tocarem instrumentos musicais em Dom Inocêncio e a vizinha cidade de São Raimundo Nonato. 

Sandrinho nasceu na Bahia, mas foi em Dom Inocêncio que aprendeu seus primeiros acordes na sanfona, incentivado pelo pai, Salvador Nunes, que tinha uma banda com os irmãos. O pai inclusive foi taxado de louco na cidade quando vendeu sua única casa e sua caminhonete para comprar uma sanfona e realizar o sonho do filho.

Tudo valeu a pena. Aos 25 anos, é tri-campeão no Concurso de Sanfona de Petrolina (PE), participou de festivais em vários estados do país e fechou parcerias com cantores nacionalmente famosos como Zezé di Camargo e Luciano, Waldonys, Dorgival Dantas. Hoje a família vive da música.

Mas sua maior vitória mesmo é o projeto social que montou no bairro Campestre, onde mora. "As crianças tocam sanfona, zabumba, triângulo, flauta doce, violão, tudo de graça, não recebemos nada, todo o trabalho é voluntário. A sanfona é muito cara, não teria como eles terem. Então nós conseguimos os instrumentos por meio de doações, como no Programa do Luciano Hulk e damos as aulas voluntariamente. Temos vários alunos que já tocam em bandas e vivem da música, alunos premiados em festivais. Isso é gratificante", diz Sandrinho.

A Associação foi criada em 2011 e  foi a partir dela que foi construída a maior sanfona do mundo, na Praça Monumento Sanfona, a 3 km de Dom Inocêncio. São 5 metros e 10 centímetros de altura construídos com recursos arrecadados pela associação, Sandrinho e amigos. "Não tivemos ajuda das autoridades", afirma.

A maior sanfona do mundo não deve ser apenas um título, mas o marco de visibilidade para a cidade e região. "A sanfona é algo natural em Dom Inocêncio. Com esse monumento, fortalecer nossa tradição, colocar o município no calendário nacional, talvez até internacional, de eventos culturais", declara Sandrinho, confiante.

"A sanfona deve gerar uma economia forte, atrair turistas. A ideia é que isso traga mais visibilidade e também mais recursos para a cidade, divulgando nossa região para todo o Brasil", finaliza.(Fonte G1 Piauí)

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Brasil ganha “Centro de Sobrevivência de Espécies”, um polo de conservação para animais e plantas nativas do país

Segundo a Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), que avalia as condições de sobrevivência de milhares de animais e plantas no planeta, em julho de 2020, entre 120 mil espécies analisadas, mais de 30 mil estavam ameaçadas de extinção. 

Desse total, quase 7 mil são classificadas como ‘criticamente em perigo’ ou ‘criticamente ameaçadas’, isso significa que elas estão a um passo de desaparecer da natureza.

Para evitar que mais espécies da fauna e da flora deixem de existir em nosso país, foi inaugurado, em Foz do Iguaçu, no Paraná, o Centro de Sobrevivência de Espécies Brasil. O polo de conservação é uma parceria entre a Comissão de Sobrevivência de Espécies e o Grupo Especialista em Planejamento de Conservação, ambos da UICN, e o Parque das Aves, onde ficará sediado o centro.

“Hoje em dia, existem muitas ferramentas para prevenir a extinção de espécies. Conservação funciona. No entanto, precisamos trabalhar cada vez mais juntos, conectando cientistas e dados de todos os países, capacitando profissionais nas metodologias efetivas desenvolvidas globalmente, e juntar profissionais e projetos para criar planos estratégicos para salvar espécies”, afirma Carmel Croukamp, CEO do Parque das Aves.

O Brasil será o quarto país do mundo a ter um Centro de Sobrevivência de Espécies da UICN. Outros já existem nos Estados Unidos, Reino Unido e Portugal. Em Foz do Iguaçu, haverá também estratégias de integracão com trabalhos de preservação da flora brasileira.

Depois das Cataratas do Iguaçu, o Parque das Aves é uma das principais atrações turísticas da região oeste paranaense. Antes da pandemia, o local recebia aproximadamente 800 mil visitantes por ano para observar seus 1.300 pássaros, de cerca de 150 espécies diferentes. O parque abriga aves resgatadas e também desenvolve programas de reprodução em cativeiro, com parceiros, como é o caso da jacutinga, a ave que aparece na imagem de abertura deste texto.

Em setembro do ano passado, um estudo feito por uma equipe de pesquisadores internacionais, liderada por cientistas da Universidade de Newcastle e da BirdLife International, no Reino Unido, revelou que cerca de 48 espécies de mamíferos e aves foram salvas da extinção graças a esforços de conservação, entre elas, algumas brasileiras.

O levantamento global demonstrou que ações, como a proteção de habitats, reintrodução de espécies e programas de reprodução em cativeiro em zoológicos e refúgios, têm sido importantíssimos para evitar o desaparecimento de animais.

Entre as espécies citadas pelos cientistas que deixaram de ser extintas estão o lince-ibérico, o condor da Califórnia, o porco-pigmeu da Índia, o cavalo-de-przewalski da Mongólia, o papagaio amazônico de Porto Rico e as brasileiras choquinha-de-alagoas, ararinha-azul e mutum-de-alagoas.

As 32 espécies de aves cuja extinção foi evitada entre 1993 e 2020 vivem em 25 países, incluindo seis na Nova Zelândia, cinco no Brasil e três no México.

Agora, com o novo centro a ser inaugurado em Foz do Iguaçu, mais espécies poderão ser protegidas e assim, continuar a habitar nossas florestas e matas, e ter sua sobrevivência garantida para que as próximas gerações de brasileiros possam conviver harmonicamente com elas.

Conexão Planeta Fotos: divulgação Parque das Aves Suzana Camargo. Jornalista, já passou por rádio, TV, revista e internet. Foi editora de jornalismo da Rede Globo, em Curitiba, onde trabalhou durante 6 anos. Entre 2007 e 2011, morou na Suíça, de onde colaborou para publicações brasileiras, entre elas, Exame, Claudia, Elle, Superinteressante e Planeta Sustentável. Desde 2008 , escreve sobre temas como mudanças climáticas, energias renováveis e meio ambiente. Depois de dois anos e meio em Londres, vive agora em Washington D.C.

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