SEMPRE SEM LIMITES TARGINO GONDIM REÚNE MÚSICA BRASILEIRA NO BOTECO DO GINÔ

Targino Gondim revela que está em estúdio gravando um CD que se chamará Belo Chico. “É uma homenagem ao Rio São Francisco, feita por mim e meus parceiros Roberto “Gogó” Malvezzi e Nilton Freitas. 

O objetivo é fazer uma viagem pelo Rio São Francisco, mostrando as deficiências, o que ele tem de tão bom em toda a sua história de vida, os ribeirinhos, quais as dificuldades que o rio passa agora, como as questões sociais e ambientais, o seu o habitat... E vamos transformando isso tudo em música.”

Além de canções inéditas ligadas ao Rio São Francisco o projeto prevê alguns clássicos, como Petrolina Juazeiro (Jorge de Altinho), Sobradinho (Sá & Guarabyra), Matança (Jatobá). Nesse caso, por ser um trabalho com caráter também didático, haverá versão tanto digital quanto em CD, voltado para salas de aulas e palestras. A perspectiva é de que esteja pronto até o fim de abril, com lançamento em outubro.

Se boa parte dos bares anda fechada por causa da pandemia de coronavírus, que tal levar a atmosfera botequeira para o seu cantinho? Foi um pouco desse espírito que motivou o sanfoneiro Targino Gondim a lançar um álbum com estilos variados nas plataformas digitais. 

“Sabe aquelas canções que a gente sempre ouve quando vai a uma seresta, um barzinho? Pois, então, assim é Boteco do Ginô. São 18 músicas escolhidas a dedo por mim. Aquelas que sempre tocaram o meu coração e acredito que de outras pessoas também. É só o cara chegar em casa, abrir uma bem gelada, de preferência acompanhada de uma branquinha, preparar um tira-gosto e saborear tudo, ouvindo o meu disco. Ele nem vai se lembrar do boteco”, brinca o músico

Ele conta que o projeto traz canções de compositores como Peninha, Zé Ramalho, Roberto Carlos, Moacyr Franco, Gilberto Gil, Caetano Veloso e Benito di Paula, entre outros, além de músicas autorais.

“Na verdade, elas foram gravadas durante duas lives que fiz em julho e agosto do ano passado, cujo cenário era um boteco e agora a gravadora ONErpm resolveu lançar o disco. Como foi gravado um número maior de canções durante as apresentações, achei melhor selecionar aquelas que fizeram parte da minha vida e de milhões de pessoas.”

O material está disponível somente em streaming. No ano passado, o forrozeiro foi um dos concorrentes do Grammy Latino pelo Melhor Álbum de Música de Raízes com Targino sem limites, 19 anos depois de vencer o 'Oscar da Música' com a canção Esperando na janela (Targino Gondim & Manuca Almeida & Raimundinho do acordeon).

Gondim ressalta que o boteco do Ginô, na verdade, não existe. “Na realidade, Ginô é um apelido carinhoso que atravessa gerações. É do meu pai, meu e agora do meu filho também”. Dono de uma versatilidade artística e do projeto Targino sem limites, em que interpreta ritmos diferentes do forró, o músico mais uma vez mostra toda a sua versatilidade. As canções se dividem entre Tortura de amor (Waldick Soriano), Gostoso demais (Dominguinhos & Nando Cordel) e Eu só quero um Xodó (Dominguinhos & Anastácia).

Há ainda outros clássicos, como Cabecinha no ombro (Paulo Borges), Ainda ontem chorei de saudade (Moacyr Franco), Esotérico (Gilberto Gil), Leãozinho (Caetano Veloso), Detalhes (Roberto Carlos & Erasmo Carlos), Caminhoneiro (Roberto Carlos) e Charlie Brown e Retalhos de cetim (Benito di Paula). 

“De minha autoria gravei duas inéditas, Amor estranho e Vai chorar por mim. Esse projeto surgiu na pandemia, quando fiz uma seleção para cantar com a minha sanfona e interpretação durante duas lives. São músicas para aqueles que querem passar momentos com os amigos e tomar uma cerveja.”

O artista não produziu o álbum pensando em gravar outros volumes. “Fiz a primeira live, que foi um sucesso danado e por isso resolvi fazer a segunda, já misturando músicas compostas mais para os lados do Rio de Janeiro e São Paulo, como o samba de Benito di Paula, entre outras. Era fundamental também que escolhesse canções que já estava habituado a ouvir e gostar de cantar, não porque fulano quer ou beltrano goste, mas sempre a partir do meu gosto musical, com as composições que mais me tocam nos bares. Aí, resolvi colocá-las nesse trabalho. Por enquanto, não tenho a pretensão de gravar outros botecos não.”

E as versões em streaming, acredita, vieram para ficar. “As gravadoras, todas elas, estão agora com o foco no digital. Por isso não temos essa pretensão de fazer um CD. As gravadoras maiores estão nessa vibe e a tendência é cada vez mais diminuir essa coisa do físico. Até o próprio público não procura mais, ninguém que andar mais com um CD debaixo do braço, pois agora as canções estão na palma da mão, celular, pen drive e bluetooth.” A reportagem é de Augusto Pio, Jornal Estado de Minas.

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CANTOR E COMPOSITOR IVAN FERRAZ PARTICIPA DO PROGRAMA RELEMBRANDO O GONZAGÃO

O forrozeiro, Embaixador do Forró, cantor, compositor Ivan Ferraz, participou neste sábado (30), do Programa Relembrando o Gonzagão, apresentado pelo radialista e pesquisador Edilson Gonzaga, ás 16hs, na Rádio Clima FM, Gravatá, Pernambuco. 

Ivan Ferraz traduz o sentimento de energia e a certeza que o forró, baião criado por Luiz Gonzaga é moderno. Centenas de ouvintes participaram do programa elogiando Ivan Ferraz e a produção do Programa Relembrando o Gonzagão. Ivan Ferraz tem da classe artística o respeito pela dedicação e conhecimento da atualidade da música.

Ivan Ferraz é um dos mais fiés representantes da música brasileira, considerado o maior sinônimo da resistência do autêntico 'forró pé-de-serra'. Sertanejo de Floresta, Pernambuco, nascido em 17 de março de 1946. Ivan destacou a importância do Programa Relembrando o Gonzagão e para que "a juventude conheça cada vez mais a cultura a partir de Luiz Gonzaga, para que nós valorizemos cada vez mais nosso autêntico forró pé de serra”, disse o cantor.

Ivan Ferraz é citado por Dominguinhos: "Ivan Ferraz e o Forró Verso e Violha", na música Riacho do Navio. Dominguinhos homenageia o programa de rádio atualmente apresentado na Rádio Universitária Fm. Ivan Ferras foi um dos primeiros cantores ampliar a divulgação da música através da rede de Televisão e Rádio.

Na opinião dele, o diálogo com os mais fãs novos é imprescindível para que o ritmo continue a viver, sendo perpetuado para além de gerações. “Se a gente faz qualquer movimento sem a presença da juventude é impossível obter sucesso. São os jovens que trazem novas ideias”, analisa Ivan. “A cada dia surge gente boa, de talento. O forró está bem, o povo gosta do forró. Ele só precisa ter mais apoio”, comenta.

Ivan Ferraz além de cantor e compositor tem uma visão empreendedora. Onde o som da sanfona é rei, zabumba e triângulo fazem parte da realeza. Assim é, desde 2012, que Ivan mantem o Espaço Cultural Dominguinhos (Rua Lindolfo Collor, s/n, Engenheiro do Meio - Clube da Sudene), janela permanente do forró pé-de-serra no Recife.

“É um espaço que no momento devido a pandemia está parado, mas ele foi criado para preservar nossa música e projetar os artistas. Onde a gente pode ouvir e cantar o forró puro e autêntico”, descreve Ferraz. “Os artistas precisam se unir para fortalecer o ritmo”, diz.

A produtora técnica do programa, Jaqueline Pontes, se emocionou com as histórias contadas por Ivan Ferraz que gravou nove LPs e 15 CDs. "Sou jovem e tenho através deste trabalho do Relembrando o Gonzagão, a oportunidade de descobrir o valor real da cultura brasileira", destacou Jaqueline. 

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INSTITUTO CULTURAL RAÍZES COMPLETA ESTE ANO 20 ANOS DE FUNDAÇÃO

O Instituto Cultural Raízes completa este ano 20 anos de fundação. O diretor Presidente do Instituto Cultural Raízes, professor Libânio Francisco diz que neste 20 anos de fundação e 12 anos de atuação em Floresta, Pernambuco e região, vive um momento especial "Entre as novidades um site totalmente

inovado e com várias informações e conteúdo para permitir que os interessados possam conhecer melhor a história do Instituto"

Criado em 16 de fevereiro de 2001, em Água Preta, na zona da mata sul de Pernambuco, sob a forma de um Núcleo de Assessoria Técnica, fruto de uma iniciativa de várias pessoas que atuavam junto a diversas experiências da sociedade civil organizada, nas áreas de Juventude, Assentamentos da Reforma Agrária, Associativismo e Empreendedorismo.

Destaca-se no período de 2001 a 2006 a realização de diversos encontros de juventude e o 1º Encontro da Agricultura Familiar onde o ponto forte foram as manifestações culturais regionais, bem como assessoria e apoio a outras organizações sociais do agreste e do sertão na elaboração de projetos e na realização de vários eventos culturais, além do desenvolvimento de importante experiência em diversas comunidades de assentamentos da reforma agrária, cuja atuação foi baseada no estímulo ao resgate das origens sócio-culturais e na formação de lideranças juvenis.

"A partir de meados de 2006 os trabalhos se tornam mais intensos em outras regiões do Estado e, principalmente no sertão. As ações passam então, a serem voltadas para a construção de políticas e experiências voltadas para a juventude e a cultura. Em 2007, incentivou-se a participação nos fóruns regionais de cultura promovidos pelo Governo do Estado através da Fundarpe, além da realização de Conferências Municipais de Cultura e o incentivo para a criação de conselhos municipais de cultura em várias cidades, bem como a construção de parcerias para formação de ONG's e grupos de jovens voltados a prática cultural", revela Libânio.

No ano de 2009, iniciou-se um trabalho no município de Floresta a partir de uma assessoria para a implementação das políticas públicas de Cultura e de Juventude, e já em novembro do mesmo ano realizou-se a 1ª edição da Semana da Consciência Negra, coincidindo com o Festival Pernambuco Nação Cultural, oportunidade em que foi constituído um amplo documentário sobre o evento e, que abriu caminho para a priorização de atuação na região.

Já no primeiro semestre de 2010, decidiu-se por instalar a sede na cidade de Floresta e alterar a denominação de Núcleo de Assessoria para INSTITUTO CULTURAL RAÍZES.

No decorrer de sua trajetória, o INSTITUTO CULTURAL RAÍZES se consolidou como a única instituição sócio-cultural (em Floresta e região) que desenvolve através de uma prática constante e permanente, diversas ações atendendo os públicos de crianças, adolescentes, jovens e adultos, na perspectiva de resgate das tradições e da produção cultural como forma alternativa de vivência de experiências positivas de vida e de formação cidadã.

AÇÕES ATUAIS E PERMANENTES. ATÉ O MOMENTO DA PANDEMIA: Até o início de março de 2020, o INSTITUTO CULTURAL RAÍZES manteve de forma permanente em Floresta, os seguintes grupos culturais, atividades e projetos:

- Grupo Cultural MARACATU AFROBATUQUE
- Grupo Cultural AFOXÉ FILHOS DE N'ZAMBI
- Grupo Cultural SOU DA TERRA
- Grupo Cultural AFRO MULHER
- Projeto ARTE E VIDA em parceria com a Diocese de Floresta.
- Projeto CONSCIÊNCIA NEGRA
- Ponto de Cultura AFROBATUQUE – TAMBORES DA RESISTÊNCIA

Além de todas essas ações permanentes, o Instituto se faz presente em vários eventos públicos, realizando palestras e apresentações culturais.

Em Belém do São Francisco o Instituto Raízes, nos anos de 2014 e 2016, atuou como entidade parceira junto a Escola Estadual Maria Emília Cantarelli, na implementação do Programa Mais Cultura na Escola, sendo responsável pela realização de oficinas de percussão e danças afrobrasileira, foruns e palestras, entre outras atividades.

Também em Belém o Instituto iniciou em 2016 a formação de um Grupo Cultural de Maracatu.

O Instituto Cultural Raízes, vem desenvolvendo desde 2010 e sobretudo, desde 2013, várias participações em eventos de cultura popular, realizados nas cidades de: Exu, Ouricuri, Parnamirim, Salgueiro (Comunidade Quilombola de Conceição das Crioulas), Terra Nova, Petrolândia, Itacuruba, Belém do São Francisco, Afogados da Ingazeira, Arcoverde, Mirandiba, Serra Talhada, Jatobá, Inajá e Altinho, com os grupos de Maracatu, Afoxé e Sou da Terra.

No dia 1º de janeiro de 2021, o Instituto Cultural Raízes, deu mais um passo importante no seu histórico de atuação nas áreas da arte e da cultura.

Trata-se da consolidação da Rede de Arte e Cultura da entidade, que reúne os Projetos Consciência Negra e Arte Vida; os Grupos Culturais Maracatu Afrobatuque, Afoxé Filhos de N'Zambi, Sou da Terra, Afro Mulher e Axé de Ilê; o Ponto de Cultura Afrobatuque - Tambores da Resistência e Projeto de Comunicação Alternativa TV RAÍZES DA CULTURA e Raízes Notícias.

O fortalecimento da atuação do Instituto Raízes, com a composição da referida rede, coloca a entidade como principal instituição de Cultura Popular em Floresta e região.
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TECNOLOGIA DA EMBRAPA PERMITE MENSURAR A SAÚDE DA TERRA ANTES DO PLANTIO

Nova tecnologia desenvolvida por pesquisadores da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) permite identificar o nível de saúde do solo. Iêda Carvalho Mendes é agrônoma e pesquisadora da Embrapa Cerrados (DF) e foi responsável por liderar o grupo que em 2020 desenvolveu a tecnologia BioAs, uma bioanálise que permite avaliar as enzimas presentes no solo e, consequentemente, seu grau de vida.

“A bioanálise é como se fosse um exame de sangue do solo”, explica a pesquisadora. Iêda pontua que o solo saudável consegue ser mais produtivo, armazena mais água, emite menos gases de efeito estufa e é melhor no sequestro de carbono. “O solo com saúde também se desintoxica mais rápido, ou seja, produtos químicos, como pesticidas, são degradados mais facilmente nesse ambiente”.

A pesquisadora foi entrevistada no CB Agro — uma realização do Correio Braziliense em parceria com a TV Brasília. Iêda ressalta que os aspectos de funcionamento biológico do solo até então passavam despercebidos pelas análises de fertilidade.

“Em uma análise do Mato Grosso, por exemplo, tivemos um exemplo de dois solos que possuíam as mesmas propriedades químicas, o que significava que as quantidades de fósforo e demais nutrientes eram iguais, dois solos quimicamente em bom estado. Mas, quando chegou o período de seca, o solo que estava doente não conseguiu manter o desempenho. O solo saudável conseguiu produzir 59 sacas da cultura, enquanto o doente produziu apenas 29 sacas”, conta.

Iêda explica que isso acontece porque o solo degradado, com pouca vida, é mais suscetível a problemas de falta de chuva, doenças e ataques de pragas, enquanto o terreno saudável é resistente e consegue lidar com adversidades.

O exame já está presente em oito laboratórios comerciais espalhados pela região do cerrado, em Goiás, Mato Grosso, São Paulo e Minas Gerais. Ele foi lançado em junho de 2020, mas já reúne mais de 2,5 mil amostras de solo. Iêda revela que a expectativa é que, logo, o Distrito Federal também possua uma unidade laboratorial, e que multipliquem laboratórios em outras regiões. O exame custa entre R$ 100 e R$ 120.

“É um investimento. Antes, os agricultores não tinham como fazer esse tipo de análise de saúde. Obtemos esse resultado porque, no exame, adicionamos uma série de reagentes, e quanto mais atividade houver nas enzimas, mais vivo e saudável está o solo. Também desenvolvemos uma escala simplificada para que o agricultor, tão logo receba o exame, já entenda em que estado está a terra. A escala caminha em duas cores: vermelho escuro, quando o solo está doente, e verde escuro, quando está saudável”.

A pesquisadora explica que, caso o solo esteja doente, os agricultores precisam reavaliar o sistema de manejo. “Uma das sugestões é realizar o plantio direto, pois o manuseio que envolve a remoção de terra é degradante. Aplicar uma rotação de culturas também é importante, assim como, depois da colheita, adicionar plantas de cobertura. No cerrado, por exemplo, temos a braquiária, que fornece alimento para os animais, mantém a umidade e não permite que a terra chegue a altas temperaturas. Tudo isso favorece a saúde do solo”, revela.

Iêda lembra que o cerrado era um bioma considerado pobre em nutrientes, mas que com pesquisa, ciência e tecnologia, se tornou um forte produtor do país. “O cerrado se destaca, ganhou o Prêmio Nacional de Produtividade de Trigo, bateu recordes na produção de soja e milho. E isso tudo com pesquisas para uma agricultura que respeite o meio ambiente e preste serviços ambientais.”

A pesquisadora define a atual agricultura tropical como um exemplo para o mundo. “Fazer agricultura em cima de um solo fértil, em uma região que chove o ano inteiro, é fácil. Mas aqui, no cerrado, temos solos pobres em nutrientes, solos ácidos. Nosso clima é definido por seis meses de chuva e seis meses de seca, ou seja, um desafio. Mas, com pesquisa e tecnologia, mudamos o estigma de aqui ser um solo improdutivo.”

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LIVE POÉTICA COISAS DA NATUREZA SERÁ APRESENTADA NESTE SÁBADO (30)

O vaqueiro Otávio Santana, pelejou a vida inteiro no trato com o gado bovino, caprino e ovino, hoje com mais de 70 anos, faz questão de afirmar que sempre manteve uma relação de amor e harmonia com o meio ambiente, sobretudo com o bioma caatinga.

Conhecedor dos costumes do sertão, Seu Otávio traduz em seus cordéis, aboios e toadas a ponte entre o passado e o presente e narra quase que como crônicas seus versos muito bem contextualizados. Foi no ano de 2002 que Seu Otávio participou pela primeira vez de um concurso, tratava-se do Festival de Aboios na Fazenda Saudade, durante a Festa dos Vaqueiros de Curaçá-BA, na ocasião foi classificado como primeiro colocado, dai em diante, manteve esta classificação em diversas edições do mesmo festival.

Em 2016, o Poeta Acauã (como é carinhosamente chamado pelos amigos-fãs), foi atração principal no Encontro de Comunidades Tradicionais de Fundo de Pasto, promovido pelo IRPAA, em Barro Vermelho, em 2017, representou o município de Curaçá no Projeto Sarau no Bosque, na edição ocorrida no palco do Arco da Ponte em Juazeiro-BA, neste dia ganhou uma fã de quem gosta de citar, trata-se de Cibelle Fonseca ( famosa jornalista e blogueira de Juazeiro da Bahia). Seu Otávio foi atração notável no Centro Cultural Luiz Gonzaga no Rio de Janeiro, e declamou cordeis no famoso por-do-sol de Natal no Rio Grande do Norte.

Apesar de já ser bastante famoso, Seu Otávio continua declamando para amigos em dias de feira em Curaçá, e atendendo a convite para recitar em festas nos distritos, povoados e fazendas.

No ano de 2020, Seu Otávio foi contemplado com a Lei Aldir Blanc, através do Edital Chico de Cori, proposto pela Secretaria de Cultura, Esporte, Turismo e Juventude de Curaçá-BA, e neste sábado dia 30, apresentará às 18hs Live onde mostrará parte de sua rica obra.

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COMPOSITOR ONILDO ALMEIDA, 92 ANOS, É VACINADO CONTRA A COVID-19, EM CARUARU PERNAMBUCO

O compositor Onildo Almeida, de 92 anos, foi um dos idosos vacinados na manhã desta quinta-feira (28), em Caruaru, no Agreste de Pernambuco. O artista, que é um dos maiores nomes da cultura brasileira, recebeu a primeira dose da vacina de Oxford-AstraZeneca pelas mãos da neta, a enfermeira Mayara Almeida.

"[Foi a] vacinação mais importante, porque minha própria neta me vacinou. Isso, para mim, é histórico. Tenho que agradecer a Deus pelo prolongamento da minha vida", comemorou Onildo.

A neta do artista já estava à espera do avô para vaciná-lo quando Onildo Almeida chegou ao Espaço Cultural Tancredo Neves ao lado da esposa, Lenita. Após aplicar o imunizante, Mayara não conteve a emoção. "Eu estou me tremendo", brincou.

"Foi um momento tão esperado pela família toda! Agora a gente está aqui, eu estou realizando o meu sonho, ver ele com saúde e vacinado. Não tenho nem palavras... Conseguimos estar aqui vivos para ver isso. É uma emoção especial", falou a enfermeira.

Onildo também ressaltou que é importante se vacinar, como forma de prevenção. "Pior é a doença. Você vacinado, se você for acometido da doença, ela não tem o mesmo efeito. Vim e me preveni, se a doença me pegar, eu estou vacinado", finalizou.

Nascido em Caruaru, no dia 13 de agosto de 1928, o compositor Onildo Almeida orgulha-se em dizer que é filho da Capital do Agreste. Músicas do caruaruense ganharam destaque e já foram tocadas em diversos países, como Inglaterra, Portugal, Espanha, Suécia, Itália, Estados Unidos, Rússia e até a antiga Tchecoslováquia. Sobre essa conquista, Onildo afirma: "Eu ganhei o mundo sem sair de Caruaru".

Filho de José Francisco de Almeida e Flora Camila de Almeida, Onildo teve o apoio dos pais para seguir no caminho da música. Ainda adolescente, o compositor fez parte de grupos musicais locais, mas foi ao ingressar no rádio que ganhou notoriedade.

Ao longo da vida, o artista sempre buscou entoar nos versos de suas composições o nome da cidade natal. Uma das maiores obras dele, se "A Feira de Caruaru", fala desde coisas comuns às mais inusitadas que são vendidas no local até os dias atuais. Na entrada da feira, que é patrimônio cultural imaterial do Brasil desde 2007, há uma estátua em homenagem ao compositor.

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REPORTAGEM ESPECIAL: A ECONOMIA SOLIDÁRIA ESTÁ NA MODA NO TOQUE DO DESENHO E AO SOM DA ZABUMBA

Toque de Zabumba é um empreendimento atendido pelo Cesol-SSF que trabalha com a confecção de roupas exclusivas, com estampas que retratam a cultura e tradição do Sertão Nordestino.

Uma sala de reboco repleta de elementos que remetem o Sertão. No canto da parede, uma mesa antiga de madeira com um violão envelhecido, uma radiola que embalou muitas festas naquele espaço, um chapéu de couro, panelas e moringas de barro, imagens de santos católicos na parede. Em frente a sala de barro, uma réplica do meteorito de Bendegó, encontrado em 1784 na cidade de Canudos. Ao lado da réplica, uma cobertura aconchegante de madeira, decorada com palhas de coqueiros, que convida qualquer pessoa para um cochilo no balanço de uma rede.

É neste cenário simbólico, cheio de beleza e arte que nascem as produções do artista plástico Gildemar Sena Oliveira ou simplesmente Sr. Gil, como é conhecido popularmente em Uauá-BA, localizada no Norte do estado. O artista produz à mão desenhos temáticos do Sertão, que retratam as vivências, a cultura e a tradição regional em camisas de malha e tecido, vestidos, shorts, calças, macaquitos, bolsas e desenhos em papel canson.

Toque de Zabumba Confecções como é conhecido o grupo familiar atendido pelo Centro Público de Economia Solidária Sertão do São Francisco (CESOL-SSF), entidade vinculada à Secretaria do Trabalho Emprego, Renda e Esporte do Estado da Bahia (SETRE), presenteia os clientes do Vale do São Francisco com a tradição de vestir-se com belas artes.

O traço característico dos seus desenhos são marcados pelo bico de pena com tinta nanquim, técnica que surgiu há mais de 4.500 anos na China e que dá sutileza e vida as produções do artista baiano, a partir do uso intenso da cor preta.

"E eu me encontrei no bico de pena. Primeiro trabalhei com grafite e depois fiz algumas coisas em caneta esferográfica e me encontrei no nanquim. O desenho flui mais. O preto se torna colorido. Eu sinto que tem cores no preto", enfatizou Gildemar Sena.

Gildemar Sena encontra inspiração bebendo da fonte do cangaço, na fonte das histórias que cercam Canudos, da Cultura Popular, da flora e fauna da Caatinga. Segundo Gil, a caatinga faz parte do seu ser e a paixão pelo bioma o inspira diariamente para a criação de novas produções. 

"Eu tenho uma paixão muito grande pela caatinga. É como se ela fosse a minha bateria. Se eu passar muito tempo longe dela fico mal. Sinto a necessidade de estar nas caatingas e sentir o mato batendo no meu peito, sentir o vento, o cheiro da vegetação, as cores", justificou o artista plástico.

Gil se descreve como um cabra que vem das barrancas do São Francisco, especificamente da cidade do Juazeiro, no Norte da Bahia.  Músico, poeta e compositor, Gildemar Sena nasceu no dia 29 de julho de 1957 e durante a infância se destacava com os desenhos que produzia.

Na década de 1970, mudou-se para Guaratuba no Paraná onde morou por 4 anos.  Foi aprovado no concurso público da Fundação Nacional de Saúde (FUNASA) para a área administrativa e conciliava a vida de funcionário público federal com o hobbie do desenho, que logo se tornou uma importante fonte de renda para o artista. Como não tinha acesso à televisão no período, passou a desenhar as animações favoritas como Fred Flintstone e o Manda Chuva e sua Turma.

"Eu nunca me afastei da minha arte. Era muito mais forte do que eu desenhar do que ser funcionário público. Estava como servidor para sobreviver", explicou com muitos risos Sr. Gil.

Ao retornar à Bahia, atuou em Uauá na construção de um hospital. A proposta era morar no local por um ano, mas o clima cultural da cidade acolheu o artista de forma intensa e há quarenta anos se estabeleceu e construiu família. Gildemar Sena é casado com a artista e poetisa Maria Perpetua Socorro Peixinho, conhecida como dona Petinha, tem quatro filhos e seis netos.

Em terras baianas, Sr. Gil também bebeu da fonte artística de Manuca Almeida no início da década de 1980, onde teve acesso pela primeira vez, ao trabalho com confecções, onde também passou a desenvolver desenhos de cunho político.

Gildemar Sena é responsável por presentear, com lindas artes, os clientes do semiárido baiano. As peças ricas em detalhes são confeccionadas por três costureiras de Uauá, que fazem uma nova economia acontecer no Sertão.

Toque de Zabumba Confecções tem promovido a geração de renda para as famílias envolvidas no trabalho e tem ganhado clientes em todo o estado com a produção de bolsas, camisas masculinas e femininas, saias, croppeds, macacões, macaquitos costurados em tecido de algodão cru.

O artista faz os desenhos à punho e trabalha com a técnica de aplicação em serigrafia. O segundo processo fica sob a responsabilidade das costureiras, que dão vida as roupas do grupo, a partir do desenho dos modelos e as confecções das roupas.

Cada modelo possui características próprias que marcam a identidade de quem adquire, além de serem peças únicas, produzidas com exclusividade. Algumas delas seguem as tendências da moda, com cores mais claras, decotes e amarrações, calças pantalona e pantacourt, saias godê, midi, evasê, vestidos curtos e longos de alça.

As peças do grupo são ricas em detalhes e carregam elementos simbólicos do Sertão, que marcam a trajetória do sertanejo, a exemplo do candeeiro, do umbuzeiro, do xique-xique, do mandacaru, do sofrê, da ararinha azul, locais que marcaram a história de Uauá e região, além de homenagear pessoas da comunidade que fazem a diferença com o desempenho dos seus trabalhos como as catadeiras de umbu, o sanfoneiro, o zabumbeiro, o tocador de pífano.

O Centro Público de Economia Solidária Sertão do São Francisco foi inaugurado em 2013 em Juazeiro e atende grupos familiares e empreendimentos em dez cidades do território Sertão do São Francisco, entre elas estão Campo Alegre de Lourdes, Canudos, Casa Nova, Curaçá, Juazeiro, Pilão Arcado, Remanso, Sento Sé, Sobradinho e Uauá.

A entidade atua diretamente com 128 grupos da Economia Solidária, alcançando mais de 1.000 famílias, que recebem assistência técnica da equipe, a partir do processo de qualificação dos produtos, análise das embalagens, rotulagens e, principalmente, no apoio à comercialização, por meio da inclusão nos mercados convencionais, feiras e eventos realizados no território.

A equipe técnica atende o grupo Toque de Zabumba Confecções há aproximadamente um ano, com sugestões para a melhoria dos produtos e apoio à comercialização das peças produzidas pelo artista.

"Temos muito a agradecer ao Cesol por esse carinho e essa reciprocidade no decorrer dos atendimentos. Quando a gente liga para os técnicos ou quando eles vem aqui, percebemos uma atenção especial com a gente, além de orientações que tem permitido o crescimento do nosso trabalho", enfatizou o artista plástico Gildemar Sena. (Fonte: Texto e fotos: Comunicação Cesol-SSF-Sheila Feitosa)

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