BIBI SARAIVA PROMOVE REUNIÃO PARA DISCUTIR IMPLANTAÇÃO DA ROTA TURÍSTICA ENCOSTA DA SERRA TABOCAS/EXU, PERNAMBUCO

 


O cineclube Araripe, através do produtor cultural Francisco Robério Saraiva Fontes, conhecido como  Bibi Saraiva promove uma reunião preparatória com o objetivo de ampliar a discussão para implantar a Rota Turística Encosta da Serra-Tabocas/Exu.

Exu, Pernambuco é a terra de Luiz Gonzaga. Na pauta da reunião a reabertura do Museu Histórico Antonio Saraiva Albuquerque, implantação do Museu de Paleontologia de Tabocas, disponibilidade da Rede Hoteleira, Bares e Restaurantes e a restruturação da ONG Escola de Saberes do Araripe.

O encontro acontece no domingo, dia 17, às 15hs, no Mirante do Araripe, localizado em Taboquinha. A organização do evento informa que é obrigatório uso de máscara e alcool gel.

Bibi Saraiva é pernambucano de Exu. Produtor Cultural, Crítico Musical, Escritor, Memorialista e Cineclubista. Ex-ecretário de Cultura, Turismo e Desportos do Município de Exu no período de 1993 a 1996; de 1997 a 1999 e de 2009 a 2012. Tem projetos aprovados no Funcultura, Funarte e Lei Rouanet. Atualmente é Presidente da ONG Araripe e Diretor do Museu Histórico Antonio Saraiva Albuquerque.

Ano passado Bibi Saraiva promoveu o primeiro Festival Nacional de Música 'Canta Gonzagão’, no Parque Aza Branca onde reuniu músicos, compositores e intérpretes de forró, xote e baião. O Festival foi realizado entre os dias 21 e 25 de janeiro de 2020.


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PRÉ-EVENTO VIRTUAL MARCA REALIZAÇÃO DO CLISERTÃO ATÉ FEVEREIRO

Agendado para acontecer de forma presencial no próximo mês de setembro em função da pandemia do Covid - 19, o 5º Congresso Internacional do Livro, Leitura e Literatura no Sertão, o Clisertão, está oferecendo uma programação virtual com atrações agendadas até o final de fevereiro que vem.

As ações on-line, que desde dezembro de 2020, estão mobilizando principalmente os moradores do distrito de Rajada, município de Petrolina-PE, são diversificadas e variam entre cursos, palestras, feira e exposições de arte, fotografia e sítios arqueológicos.

De acordo com o professor e coordenador do Clisertão, Genivaldo do Nascimento, o, pré-evento virtual vai destacar também a poesia de Jessier Quirino, as rodas de São Gonçalo, a gastronomia, o artesanato, o teatro e a exibição de filmes curta-metragem feitos por jovens rajadenses. "Em setembro, pretendemos realizar, de forma presencial se houver vacinação em massa, o Clisertão, um encontro de celebração da vida e dos diversos saberes com palestras, roda de conversas, lançamento de livros, shows, recitais, exibição de filmes, teatro, visitas a espaços culturais e ambientais, conversas, café, passeios" adiantou.

Mais Informações: gnascimento26@yahoo.com.br. 

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GRUPO DE ESTUDOS DA UNIVASF LANÇA COLETÂNEA DE E-BOOKS SOBRE CAPRINOCULTURA LEITEIRA

O Grupo de Estudos em Caprinocultura Leiteira (GECAL), vinculado ao Colegiado de Medicina Veterinária da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), vai lançar, na próxima quarta-feira (20), a sua primeira coletânea de e-books. 

A coleção é composta por oito livros e tem o objetivo de divulgar conhecimentos científicos para colaborar com produtores, estudantes, pesquisadores e demais profissionais que atuam direta ou indiretamente na caprinocultura leiteira. O lançamento dos e-books é aberto ao público e vai acontecer online, com transmissão ao vivo no Youtube, a partir das 19h.

O lançamento será transmitido através do canal do GECAL no Youtube. Os oito livros abordam as seguintes temáticas: Principais queijos produzidos com leite de cabra no Brasil; Tecnologias associadas à produção de queijo caprino; Benefícios do consumo de queijos caprinos para a saúde; Intolerância à lactose x APLV; Harmonização dos queijos; Principais raças caprinas leiteiras utilizadas para produção de queijo; Manejo antes, durante e após a ordenha de cabras leiteiras; e Boas práticas na manipulação de produtos lácteos artesanais caprinos.

Cada e-book possui, em média, 20 páginas e foi escrito por integrantes do GECAL, estudantes da Univasf nas áreas de Zootecnica, Engenharia Agrônomica e Medicina Veterinária em níveis de graduação, mestrado e doutorado, sob orientação do docente do Colegiado de Medicina Veterinária e coordenador do Grupo Grupo Daniel Menezes. Além disso, os livros foram submetidos à revisão por pesquisadores e profissionais de diferentes instituições do Brasil.

De acordo com Menezes, a importância da publicação da coletânea está em expor informações importantes para a comunidade e divulgar a atividade dos produtores de leites caprinos, bem como informações técnicas sobre esta prática dentro das propriedades rurais e para a obtenção de produtos de qualidade nutricional e sanitária. Além disso, o docente destaca a relevância da ação para o aprendizado dos discentes, que puderam praticar a escrita técnica para publicação de livros e trabalhar em grupo.

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BELÉM DE SÃO FRANCISCO: NAS MARGENS DO RIO SÃO FRANCISCO A CULTURA É PRESENÇA

A 480 km da capital, às margens do Rio São Francisco, Belém de São Francisco preserva o charme da cidade do interior ao mesmo tempo que se coloca como uma das mais importantes regiões de fruticultura da manga em Pernambuco. Despertando a atenção dos visitantes pelas belezas naturais, a cultura - é de lá o boneco gigante mais antigo do Estado, o Zé Pereira - e a paisagem urbana neoclássica, o município convida ao aprofundamento em sua história a partir de passeios regados a muito banho de rio e da culinária que tem o bode e os peixes de água doce como destaque.

Para os que lá chegam, Belém oferece a possibilidade de diversão em passeios de barco e catamarã pelo Velho Chico, banhos à beira das praias fluviais, como a da Ilha Caxaiú, ou ainda nas bicas do Porto da Barra e do Tadeu. 

Belém de São Francisco tem origem que remonta ao surgimento de Fazenda Canabrava nos idos de 1830, na divisa com Cabrobó. A cidade preserva a sua história no seu antigo casario, cujo conjunto arquitetônico remonta às vanguardas artísticas do século 19. Este legado pode ser apreciado nas Igrejas Nossa Senhora do Patrocínio e do Menino Jesus, e ainda no Museu Elísio Caribé. Já o Mercado Público ganhou o Brasil em cenas da novela global Senhora do Destino, que teve cenas gravadas na cidade.

Culturalmente, Belém de São Francisco tem o período carnavalesco como sua principal festa e motivo de atração de visitantes. O desfile dos bonecos gigantes centenários Zé Pereira e Vitalina é a principal tradição desta folia. Conhece a expressão Sábado de Zé Pereira? Pois bem, se na capital é o Galo da Madrugada quem abre o Carnaval, na cidade, é o próprio Zé Pereira o dono da festa.

E no ano de 2019, ela foi ainda mais especial. Numa ação da Secretaria de Turismo e Lazer, Zé Pereira, acompanhado da sua Vitalina, foi responsável por abrir o Carnaval de Pernambuco. Uma semana antes, um evento em Belém marcou o início da "viagem" do casal famoso, culminando com a chegada no Recife, de catamarã, pelo mar, até o Centro Cultural Cais do Sertão. Um cortejo especial de mascarados de todo o Estado (papangus, caretas, caiporas) e de bonecos gigantes de Olinda aguardaram Zé Pereira para brincar a folia no Recife pela primeira vez. No ano de 2000, a festa se repetiu.

Entre outras tradições fortes, há também a malhação do Judas, o pastoril e as rodas de São Gonçalo. A gastronomia se destaca pelos pratos com peixes do São Francisco e o tradicional bode assado - com a oferta do bode seco ao sol -, além dos doces típicos do interior, como o doce de leite e sequilhos.

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A LEI ALDI BLANC NO MUNICÍPIO DE EXU, PERNAMBUCO É TEMA DE LIVE NA TV RAÍZES DA CULTURA

O projeto de lei de Emergência Cultural, batizada de Lei Aldir Blanc, em homenagem compositor e cronista morto por covid-19 em 4 de maio, foi criada para socorrer trabalhadores do setor durante a pandemia de coronavírus. 

“A suspensão de shows, fechamento de museus, galerias, cinemas, teatros, cancelamento de feiras, colocaram os artistas em uma posição de vulnerabilidade muito grande". Este e outros temas foram tratados na primeira roda de conversa de 2021, uma live promovida pela TV Raízes da Cultura, um projeto de comunicação alternativa do Instituto Cultural Raízes.

Com o título A Lei Aldi Blanc no Município do Exu,Pernambuco, o encontro foi exibido às 19hs desta terça-feira, 12 e teve a mediação do diretor presidente do Instituto Cultural Raízes, Francisco Libânio e o debatedores Valdi Jr, músico, cantor e compositor, Wiharley Januário mais conhecido no universo da cultura como "Lala Dance Januário", criador do EDACRA- Encontro de Dança, Artes e Cultura da Região do Araripe e Rodrigo Honorato, operador da Lei Aldi Blanc e ex-secretário de Cultura e Turismo de Exu.

Uma das propostas lançadas como promoção de olhar o futuro foi a criação de um Fórum de Cultura do Araripe, para promover a união da rede de comunicação na região e reivindicação para o retorno do Ministério da Cultura.

Francisco Libânio Ponderou que a crise do financiamento no setor cultural já se arrasta desde  2016. 

HISTÓRIA: O Projeto TV Raízes da Cultura, busca a implementação de um sistema de comunicação alternativo que propague elementos e situações positivas de Floresta e do sertão pernambucano, do nordeste e do Brasil, dando ênfase as origens culturais e sociais, fundamentais para o processo de formação da sociedade e imprescindível para a construção da cidadania plena e ativa.

Também serão produzidos conteúdos voltados a informação em âmbito nacional e internacional, trazendo notícias com credibilidade e fontes confiáveis.

A Pesquisa Percepção dos Impactos da Covid-19 nos Setores Culturais e Criativos do Brasil,revelam que os setores da cultura e da economia criativa foram os mais afetados pela pandemia do novo coronavírus, “porque tendem a voltar à atividade só no fim da crise”.

A Pesquisa Percepção dos Impactos da Covid-19 nos Setores Culturais e Criativos do Brasil,revelam que os setores da cultura e da economia criativa foram os mais afetados pela pandemia do novo coronavírus, “porque tendem a voltar à atividade só no fim da crise”. 

A análise foi feita pelo sociólogo Rodrigo Amaral, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (USP) e um dos idealizadores do estudo.

Como em todos os setores da economia, o impacto da pandemia sobre a cultura e a economia criativa é muito forte, afirmou. 

Os dois setores movimentam R$ 171,5 bilhões por ano, o equivalente a 2,61% de toda a riqueza nacional, empregando 837,2 mil profissionais. Antes da pandemia, esses segmentos culturais e criativos tinham previsão de gerar R$ 43,7 bilhões para o Produto Interno Bruto (PIB) até 2021. O PIB é a soma de todas as riquezas produzidas pelo país.

O levantamento foi concebido a partir do esforço conjunto de pesquisadores, gestores públicos, universidades e instituições culturais, interessados em registrar a visão de indivíduos e coletivos sobre os impactos da covid-19 nas suas áreas de atuação, nas cadeias de produção e distribuição.

A deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) foi a relatora do Projeto da Lei Emergencial da Cultura Aldir Blanc. A lei determina o repasse de R$ 3 bilhões para o setor cultural e foi sancionada integralmente para repassse dos recursos a estados e municípios.




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FUNDARPE ACATA PROPOSTA DE TOMBAMENTO DAS RUINAS DA IGREJA SUBMERSA DE PETROLÂNDIA

Em publicação na edição desta terça-feira (12) do Diário Oficial do Estado, a Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) deferiu a proposta de tombamento das ruínas da Igreja do Sagrado Coração de Jesus, em Petrolândia, no Sertão de Pernambuco.

A igreja foi submersa em 1987, quando a antiga sede do município de Petrolândia foi inundada para a construção da Usina Hidrelétrica Luiz Gonzaga. Apenas o topo do templo ficou visível e o ponto, localizado no Lago Itaparica, se tornou um dos principais destinos turísticos pernambucanos, sendo conhecida como a "Atlântida Brasileira", em referência à lendária ilha submersa cuja origem remonta a Platão.

No texto publicado no Diário Oficial, a Fundarpe define que o tombamento foi deferido em razão da relevância histórica e simbólica da igreja. "A ação visa assegurar ao bem em exame até a resolução final, o mesmo regime de preservação dos bens tombados de acordo com a legislação estadual", traz o texto.

No fim de novembro, o Instituto Geográfico e Histórico de Petrolândia (IGH), entidade que busca preservar a memória da cidade, protocolou o pedido de tombamento junto à Fundarpe. A iniciativa contou com um abaixo assinado que recolheu mais de mil assinaturas. 

No pedido, é destacado que a edificação histórica corre riscos de preservação, uma vez que, sem a regulamentação, visitantes podem subir na estrutura, fazer fotos e até saltar das ruínas. 

Para a presidente do IGH, Paula Rubens, o tombamento da igreja era urgente. “Antes, a gente não podia nem denunciar, mas agora podemos. Ninguém pode fazer nada sem pedir autorização da Fundarpe. Se algum evento precisar ser feito, precisará de autorização da Fundarpe”, contou Paula, por telefone, à Folha de Pernambuco.

“O mundo todo quer visitar e queremos muito isso. Entendemos que a cidade pode ter essa vocação ao turismo, mas queremos um turismo responsável. Esperamos muito tempo achando que estava ali de certa forma protegida, o pessoal que transporta também tem interesse que seja preservada”, acrescentou Paula Rubens.

O pedido foi protocolado no final de novembro, após o uso do espaço para a gravação de um clip do DJ Bhaskar, irmão gêmeo do também DJ Alok. O show provocou revolta na cidade de 37 mil habitantes.

Segundo a Fundarpe, quando há um pedido de tombamento, existe um processo inicial chamado de tombamento prévio. É feita uma coleta de dados, que gera relatórios do Conselho Estadual de Preservação do Patrimônio Cultural de Pernambuco (CPPC/PE).

Em seguida, essa equipe de preservação confirma se o patrimônio será ou não tombado. Quando há o deferimento, como o da igreja de Petrolândia, o bem passa a compor o rol de patrimônios tombados no Estado. Não há um prazo específico para a finalização do processo. 

A partir da publicação no Diário Oficial, ressalta a Fundarpe, o "bem já se encontra protegido legalmente contra destruição e/ou descaracterizações até que haja a homologação do tombamento com inscrição no Livro do Tombo específico e averbação em cartório de registro de imóveis onde esse bem estiver registrado".

“O cenário é muito bonito, tem muita gente fazendo ensaio fotográfico, mas queremos que a Fundarpe envie seus técnicos. Podemos fazer 10 visitas por dia, 20 vai complicar, por exemplo”, completou a presidente do IGH.

Paula finaliza ressaltando que este projeto de tombamento foi fruto de um trabalho coletivo. “Há alguns anos tentamos essa questão porque não tinha sido feito dentro das normas. O pessoal das Juntas ajudou muito, colocou o Jurídico à nossa disposição, do [grupo] Direitos Urbanos também. A geógrafa Milena Gomes, que representa a sociedade civil, assina o documento junto ao IGH”, completou a presidente do instituto.

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LIVRO DE ANTONIO RISÉRIO E GUSTAVO FALCÓN PASSEIA PELA DIVERSIDADE CULTURAL DA BAHIA

No alto do sertão, se come arroz com pequi por causa da influência mineira. No vale do Rio de São Francisco, quem reina soberano não é Xangô, nem Oxalá, mas o Senhor Bom Jesus da Lapa. Se alguém não conhecia essas informações, fica o convite para ler o livro Bahia de Todos os Cantos - Uma Introdução à Cultura Baiana (Editora Solisluna | 400 páginas | R$ 79,90) do antropólogo e poeta Antonio Risério e do sociólogo e jornalista Gustavo Falcón.

A obra foi lançada neste último final de semana com uma live no YouTube da editora Solisluna, fez um passeio profundo pela diversidade cultural baiana com literatura e certa dose de humor. São cerca de 20 ensaios que revisitam clássicos da história e recuperam a literatura regional para falar sobre a realidade de diferentes cantos do estado: não só do popular Recôncavo, mas também do sertão, do Oeste, da Chapada Diamantina e do Sul da Bahia.

Espécie de guia sobre as singularidades baianas, o livro resulta de “uma noite etílica” entre os amigos autores. “Sempre tomamos o Brasil e a Bahia como campo de estudo e objeto de reflexão. E já publicamos diversos trabalhos nessa direção. (...) Então, escrever esse livro foi uma consequência lógica de tudo isso. Convidei Falcón a fazê-lo comigo numa conversa há uns 18 anos, numa noite etílica no pequeno sítio onde eu então morava. Ele topou – e a gente veio fazendo”, conta Antônio Risério, 67 anos.

Próximos desde a adolescência, Gustavo e Risério sempre se encontravam para discutir “ou bebericar”, lembra Falcón, 68, aos risos. Enquanto um se preocupava com os clássicos da literatura, o outro gostava mais dos romancistas baianos. “Nós fizemos essa conexão e daí veio a ideia de reunirmos literatura regional para fazer uma espécie de voo razante na paisagem cultural da Bahia e interpretá-la de forma mais morderna para o público baiano”, explica Falcón.

O projeto, porém, não caminhou de primeira por falta de apoio financeiro do governo e da iniciativa privada. Mas o encontro de amigos era movido por uma obsessão: tentar entender o Brasil. E a Bahia era o pontapé para isso. A partir daí, cada um seguiu com sua vida e, em paralelo, foi tocando o projeto bem devagar. “Ficamos assustados com os conterrâneos que não entendiam a própria realidade”, confessa Falcón, sobre um dos estímulos para sua pesquisa.

Na nota do autor, o sociólogo e jornalista relembra o dia em que Ruy Espinheira Filho o confidenciou, na redação do jornal onde trabalhava, sua impressão sobre o livro Viva o Povo Brasileiro, de João Ubaldo Ribeiro (1941- 2014). “Depois desse livro, nunca mais verei o Recôncavo como o mesmo olhar”, disse Ruy. “Essa é a impressão que tenho à respeito do livro que o leitor tem agora em mãos: depois dele, jamais verá a Bahia do mesmo jeito”, compara Falcón.

A partir de uma narrativa por vezes bem-humorada e até picante, Bahia de Todos os Cantos busca facilitar o acesso do público à produção científica literária. A ideia é “retirar a boçalidade do academicismo”, afirma Falcón, a visão de uma Bahia caricata e tentar “desalienar o público”. “A gente quer quebrar um pouco o gelo dessa leitura presente, uma leitura superficial e turística que empobrece muito a realidade, tornando-a simplória às vezes”, defende o autor.

Questionado sobre a importância de se debruçar sobre a cultura da Bahia com tal profundidade, em uma época em que reina uma comunicação mais superficial, Risério ressalta que superficialidade e profundidade sempre existiram e não vão deixar de existir. “As pessoas já souberam falar e escrever português muito melhor do que hoje, claro, quando a quase totalidade da nossa população universitária pode ser tranquilamente definida como semiletrada”, critica.

Em seguida, o autor destaca que o trabalho dos intelectuais “sérios” e “profundos” nos ajuda a “tentar entender o mundo à nossa volta”. O livro tenta contribuir com esse processo a partir de capítulos como “pluralidade e sincretismo”, “recôncavo afrobarroco”", “do açúcar ao cacau” e “a face hegemônica da Bahia”. Além dos textos, fotos históricas compõem a obra que tem capa de Enéas Guerra e projeto gráfico de Valéria Pergentino e Elaine Quirelli.

“O que nós fizemos no livro foi assentar as bases históricas, antropológicas e sociológicas para um futuro mapeamento. Mas tendo consciência de que a realidade cultural não tem fronteiras definidas, como a realidade político-administrativa”, explica Risério. Assim, a partir de uma perspectiva socioantropológica, o livro apresenta “uma reflexão sobre as diversas regiões culturais da Bahia, examinando sua formação, seu desenvolvimento e suas especificidades”, resume.

Falcón destaca que não há a pretensão de esgotar o assunto com este livro. “Quando a gente começou a estudar, a gente viu o quanto o Brasil era complexo, com várias experiências regionalizadas que não são fáceis de entender. A Bahia é um país, é uma realidade rica. Precisa se tornar o centro de pesquisa. Foi um pouco de ousadia nessa direção, de valorizar nossa cultura e apresentar razões consistentes para as pessoas estudarem essa realidade. Aqui o Brasil nasceu, se constitiu”, conclui.

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