FAZENDA HUMAYTÁ, CURAÇÁ BAHIA. OUTUBRO LUA CHEIA NA TERRA DA ARARINHA AZUL

 

Luar do Sertão é uma toada brasileira de grande popularidade. Seus versos elogiam a vida no sertão, especialmente o luar. Luar do Sertão originalmente um coco sob o título "Engenho de Humaitá". Catulo da Paixão Cearense e João Pernambucano são autores destes versos, uma das músicas brasileiras mais gravadas de todos os tempos.

"Não há, óh gente Luar como esse do sertão...Que saudade do luar da minha terra lá na serra branquejando folhas secas pelo chão este luar cá da cidade tão escuro não tem aquela saudade do luar lá do sertão...Se a lua nasce por detrás da verde mata mais parece um sol de prata prateando a solidão...e a gente pega na viola que ponteia....Coisa mais bela nesse mundo não existe do que ouvir um galo triste no sertão que faz luar...parece até que a alma da lua que descansa escondida na garganta desse galo a soluçar"...

Uma das versões mais conhecidas é interpretada por  Luiz Gonzaga e Milton Nascimento e é capaz de provocar o sentimento de pertercimento e identidade.

A lua está na fase cheia. O cantor e compositor, poeta Luiz do Humaytá, registrou o esplendor da Lua Cheia, mês de outubro, nos sertões de Curaçá, Bahia, terra da Ararinha Azul. A foto é da Fazenda Humaytá.

O saudoso músico do Quinteto Violado, Toinho Alves, apontava que Luiz Gonzaga ao interpretar Luar do Sertão, possuía a sensibilidade observadora dos poetas maiores que habitam os sertões, onde, dos fenômenos mais simples e por isto geniais, encantadores apresentados pela natureza, captavam a sabedoria do mundo".

O escritor João Guimarães Rosa diz que o real não está na saída nem na chegada: ele se dispõe para a gente é no meio da travessia. Como explicar a caminhada de um gaúcho apaixonado pelos sertões. Luiz Carlos Forbrig é o nome de Batismo. O apelido Humaytá, ele herdou, da característica do nordestino que precisa de um adjetivo para os nomes: logo Luiz...ficou Luiz do Humaytá. 

Geólogo, aposentado da Petrobras desde 2016, o então funcionário público ganha o nome artístico da Fazenda Humaytá. Na Fazenda ele usa um sistema ecologicamente sustentável. 

Luiz do Humaytá avalia que é um erro ainda comum acreditar que a sustentabilidade representa somente a não degradação do meio ambiente. "A abrangência do termo sustentabilidade vai além, incorporando questões relacionadas à qualidade de vida, competitividade empresarial, tecnologias limpas, utilização racional dos recursos, responsabilidade social, questão cultural, entre outros.

Ainda segundo Luiz hoje a regra é muito clara; para ser sustentável, qualquer atividade precisa ser: “Economicamente viável, socialmente justa, culturalmente aceita e ecologicamente correta”. Discutindo essa “regra da sustentabilidade” observamos que ela se baseia na adoção de boas práticas socioambientais na agricultura, na pecuária e em todas as atividades rurais, visando garantir o bem-estar de toda a sociedade, além do equilíbrio entre produção, conservação dos bens naturais, questão econômica, turística e cultural.

"Com relação à preservação ambiental, vale ressaltar que 93% da área é constituída de mata nativa, sendo composta por árvores chamadas de “nobres”, tais como umbuzeiros, umburanas, baraúnas, aroeiras, angicos e mandacarus, além das catingueiras e várias outras espécies arbustivas", revela Luiz. 

Os outros 7% da fazenda são de áreas trabalhadas para o suporte animal, mas mesmo nessas áreas as árvores nobres são preservadas. Portanto, a fazenda trabalha o tempo todo com o conceito de desenvolvimento sustentável, ou seja produzindo carne, gerando empregos, sendo economicamente viável e preservando a natureza para as gerações futuras.

A Fazenda Humaytá está sendo preparada para visitação turística. A proposta é que o visitante fique um dia inteiro na Fazenda que possui 1500 hectares para desfrutar das atividades rurais além de passeios e rotas pela caatinga. 

Neste dia de visitação, onde será mostrado todo o manejo dos animais, será também possível fazer trilhas pela caatinga, andar de paquete no açude da propriedade (em épocas de chuva), conhecer o manejo de horta orgânica, produção de queijo e no futuro o projeto da Ararinha Azul que fica a 6km de distância da Fazenda Humaytá. 

Luiz nasceu em Jabuticaba Velha, interior do Rio Grande do Sul. Filho de Guilhermina e Anoly. Com os pais desenvolveu a veia poética musical. A mãe puxava os cantos religiosos da Igreja Católica. O pai tocador de gaita de boca. Luiz aprendeu a tocar violão nas terras gaúchas.

O Nordeste Luiz conheceu devido o trabalho no sertão e a realidade foi tatuada do sol abrasador, da luz das caatingas, do calor contrastante do frio das terras do sul. E assim passou a cantar e fazer versos para o sertão, os sertões.

"O Sertão é dessas coisas que não tem meio termo ou você ama ou odeia. Eu me apaixonei pelo sertão. Primeiro pelo rio São Francisco e depois pela caatinga. Cheguei na região de Juazeiro, Petrolina e Curaça em 1979", explica.

Luiz decidiu morar definitivamente no sertão do Vale do São Francisco. Deixa a vida na capital Salvador, 'abandona a cidade grande",  onde fez vários shows e decide no 'meio da caatinga", viver o trabalho junto a agricultura e ao inseparável violão.

A história conta que em novembro de 2010, Luiz formou a Banda Forró Avulso, com o desafio de fazer o forró nordestino com uma pitada de modernidade: a gaita de boca no lugar da sanfona e o cajon no lugar da zabumba. Com este grupo fez carreira em Salvador tocando na noite baiana por seis anos.

A discografia consta seis CDs: 

2012 - CD ACÚSTICO. 2014 – CD PÉ DE CHÃO

2015 – LUIZ DO HUMAYTÁ CANTA MÚSICAS GAÚCHAS

2015 –FORRÓ AVULSO e LUIZ DO HUMAYTÁ - 5 ANOS DE ESTRADA

2017 – LUIZ DO HUMAYTÁ AVULSO

2019 – DECANTO O SERTÃO

2020 CD GRAVADO AO VIVO NO TEATRO EM CURAÇÁ.

Luiz do Humaytá continua unindo em 2020 o empreendedorismo pela agricultura, a música e a poesia. É a travessia que une a paixão pelos ritmos, referência a Luiz Gonzaga, aos sertões, a caatinga. 


Apaixonado pelo sertão Luiz do Humaytá comenta que este ano Curaça ganha o retorno da ararinha-azul (Cyanopsitta spixii), extinta na natureza desde 2000. "As ararinhas azuis estão se adaptando para voltar a voar nos céus brasileiros em especial ao sertão de Curaçá. A ave, natural da Caatinga nordestina vai voltar a voar e isto é poesia, música de liberdade. Vamos preservar", diz Luiz.

O processo de reintrodução da Ararinha teve início em março deste ano, quando chegaram ao Brasil 52 ararinhas que foram trazidas da Alemanha, por meio de uma parceria com criadores europeus.

O refúgio de vida silvestre em Curaçá é numa área de proteção ambiental fica próximo a Fazenda Humaytá.

O processo de reintrodução da ave envolve a readaptação dos indivíduos à natureza, o que leva algum tempo. De acordo com Pedro Develey, diretor executivo da Save Brasil, que colaborou com o projeto de criação da unidade de conservação de Curaçá, as aves deverão ser soltas entre 2021 e 2023.

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EXPECTATIVA É QUE NO PRIMEIRO SEMESTRE DE 2021 ARARINHAS AZUIS SEJAM SOLTAS NA NATUREZA

No próximo dia 03 de outubro completa 7 meses do retorno da Ararinha Azul para os sertões de Curaçá. Bahia. É na cidade de Curaçá que estão as mais de 50 ararinhas-azuis (Cyanopsitta spixii) vindas da ACTP, da Alemanha para o Brasil, em março deste ano. Elas estão no Centro de Reprodução e Reintrodução mantido pela ACTP. As aves, as Ararinhas Azuis são endêmicas da região de Curaçá do semiárido, estão se ambientando ao clima seco e quente.

A expectativa é que no primeiro semestre de 2021 algumas ararinhas-azuis sejam soltas na natureza, acompanhadas por maracanãs (outra espécie de psitacídeo que possui hábitos semelhantes às ararinhas-azuis). 

a veterinária, coordenadora do Plano de Ação Nacional para a Conservação da Ararinha-azul e analista ambiental do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Camile Lugarini, a maracanã foi identificada como a melhor espécie-modelo para refinar as metodologias de soltura da ararinha-azul. “Isso acontece pela similaridade de tamanho, de forrageamento, especificidade de habitat, por se agruparem em bandos, dentre outras características”, argumenta.

Camile explica que a estratégia é preparar as aves para serem soltas o mais jovem possível, a fim de aproveitar sua curiosidade inata para explorar e experimentar uma grande variedade de alimentos disponíveis e, assim, evitar instintivamente os predadores. 

Outro aspecto importante do projeto é testar as tecnologias de rastreamento. Mas isso ainda está sendo decidido pelos pesquisadores. A possibilidade é o rastreamento por rádio tradicional para localização das aves ou uso de transmissores mais modernos com captação de sinais a partir de sinais de celular, quando elas forem soltas na natureza.

HISTÓRIA: A ararinha-azul é considerada uma das espécies de aves mais ameaçadas do mundo. Endêmica da região no semiárido, o último indivíduo selvagem desapareceu da Caatinga baiana em outubro de 2000, o que levou a espécie a ser classificada como Criticamente em Perigo (CR), possivelmente Extinta na Natureza (EW). Desde 2000, os poucos exemplares que restaram em coleções particulares vêm sendo usados para reproduzir a espécie em cativeiro. A espécie foi descoberta no início do século 19 pelo naturalista alemão Johann Baptist von Spix.

A reintrodução das ararinhas-azuis no seu bioma de origem é um processo previsto pelo Plano de Ação Nacional (PAN) da Ararinha-Azul em conjunto com organizações internacionais que detinham grande parte das aves em cativeiro. No primeiro ciclo do PAN, dentre outros resultados, o principal foi a multiplicação de animais em cativeiro para aumentar a variabilidade genéticas das aves. Agora, no segundo ciclo, o objetivo esperado é realizar a soltura de algumas ararinhas-azuis com as maracanãs.

As ações de conservação, previstas no PAN, culminaram na criação de duas Unidades de Conservação (UCs) em 2018: Refúgio de Vida Silvestre e a Área de Proteção Ambiental – APA da Ararinha Azul. O objetivo de criação das unidades de conservação é uma estratégia de proteção das amostras do bioma Caatinga, especialmente os fragmentos florestais de mata ciliar e de savana estépica relevantes para o ciclo de vida da ararinha-azul.

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ACESSIBILIDADE: É UM DOS PRINCIPAIS DESAFIOS PARA O FUTURO DE JUAZEIRO E PETROLINA

A Política Nacional de Mobilidade Urbana junto ao Estatuto das Cidades estabelece que os municípios brasileiros devam dispor de um plano de mobilidade urbana, visando assim um crescimento sustentável. 

Longe da prática o que se assiste são Portas estreitas, banheiros não adaptados, calçadas esburacadas, ausência de elevadores, rampas fora do padrão ou inexistentes, e ausência de pista tátil nas áreas externas são algumas das dificuldades que pessoas com deficiência encontram cotidianamente, seja nos serviço da rede pública ou privada em Juazeiro e Petrolina.

A falta de acessibilidade está por todos os lados em Juazeiro e Petrolina, desde os transportes públicos, nos prédios e espaços públicos, prédios privados de uso coletivo, hotéis e restaurantes, até mesmo nas universidades.

Ouvidos pela reportagem da redeGn, as pessoas com deficiência dão o exemplo da exclusão solicitando que os políticos e sociedade olhem para as calçadas que são na verdade muros intransponíveis para aqueles que perderam a mobilidade das pernas.

Segundo a Pesquisa de Informações Básicas Municipais (Munic), a maioria das prefeituras não promove políticas de acessibilidade, tais como lazer para pessoas com deficiência (78%), turismo acessível (96,4%) e geração de trabalho e renda ou inclusão no mercado de trabalho (72,6%).

Dados do IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística indicam que mais de 50 milhões de pessoas têm algum tipo de deficiência, o que corresponde a 23,91% da população brasileira, sendo 18,60% de deficientes visuais, 5,10% de deficientes auditivos, 7% de deficiência motora e 1,40% de deficiência intelectual.

Dados obtidos pela reportagem da redeGn, apontam que entre os principais problemas sérios estão: pavimentação das calçadas, o que dificulta a circulação de pessoas em cadeira de rodas, idosos, mulheres e é muito raro rampas de travessia de ruas bem executadas, sinalização tátil direcional e de alerta, sinais sonoros e informações em braile para as pessoas cegas. Placas ou painéis de informação sem avisos com letras grandes ou com contraste de cor para as pessoas com baixa visão. Sinalização visual em lugares importantes, com avisos para as pessoas surdas.

O primeiro passo para solução da acessibilidade nas cidades brasileiras é o planejamento interdisciplinar aliado com a vontade política, Todos os setores devem estar envolvidos. A acessibilidade não diz respeito apenas aos transportes e vias públicas. É necessária a participação de todas as instâncias decisórias no planejamento de uma cidade.

Muitas calçadas ainda não oferecem rampas de acesso nem a entrada de diversos locais públicos e privados, assim como ônibus adaptados para deficientes podem ser raridade. Também é necessário lidar com problemas que não afetam somente deficientes mas também o restante da população, como buracos nas ruas e calçadas irregulares e com tamanho inadequado.

"Ainda são muito grandes os desafios para que se possa ter cidades plenamente acessíveis'. É a avaliação do atual presidente do Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência, em Juazeiro e membro do Conselho Estadual, Josewilson Souza.

 "Houve avanços, por exemplo, foram garantidos o direito de acessibilidade a todos as pessoas com deficiência, no Parque Fluvial". Segundo ele, antes era quase impossível o cadeirante ter acesso às barquinhas, hoje tem piso táctil, rampas sendo adequadas, e espaço para cadeirantes no percurso da ciclovia".

A reportagem da redeGN tentou obter contato com a Associação Juazeirense de Deficientes Físicos, Visuais, Auditivos e Outros (AJDF), mas foi informado que foi desativado e este fato preocupa.

Em Juazeiro são mais de duas mil pessoas com deficiência, segundo a lista de inclusão de pessoas com deficiência inscritas no Programa Benefício de Prestação Continuada (BPC).

 Em Petrolina as pessoas com deficiências físicas e motoras reclamam da falta de acessibilidade. Uma das situações mais difÍceis para cadeirantes, por exemplo, é o tráfego em calçadas em péssimas situações e com obstáculos. A bancária, Ana Lúcia, questiona o direito tolhido de ir e vir, pois enfrenta o desafio de ir a Caixa Econômica Federal e ao Posto do INSS, no centro de Petrolina.

Apesar de uma legislação nacional sobre o tema, existem diversos empecilhos que dificultam o acesso dos deficientes a locais públicos. Promulgada em 2000, a Lei nº 10.098 estabelece critérios e normas básicas para que espaços sejam acessíveis para as pessoas com deficiência e mobilidade reduzida. O texto estabelece, por exemplo, que os elementos do mobiliário urbano, iluminação, semáforo, sinais de tráfego, banheiro adaptado, entre outros devem ser instalados em lugares que não dificultem a passagem.

“Dar o acesso e facilitar os caminhos a serem percorridos por pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida é fundamental. E o mais fundamental de tudo ainda é conscientizar as pessoas para que possamos criar um mundo para que todos consigam se deslocar, ir e vir livremente”, destaca Josewilson Souza.

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CANTOR E COMPOSITOR WAGNER ROSA COMEMORA O DIA DA MÚSICA EM SENHOR DO BONFIM

A música está presente na vida do ser humano desde tempos imemoriais e se encontra nos nosso cotidiano nos seus mínimos detalhes , na voz da mãe que canta para a criança dormir, nos rituais religiosos, nas propagandas, no cinema, televisão e em várias outras situações.

Com o objetivo de levar a música a todos os setores da sociedade e promover os valores de paz e a amizade por seu intermédio, em 1975 a International Music Council, organização não governamental fundada com o apoio da UNESCO em 1948 instituiu o dia 1º de outubro como o dia internacional da música.

Com a sensibilidade e a atenção de sempre o renomado bar e Restaurante Stop Beer, em Senhor do Bonfim Bahia, que há um bom tempo vem prestando um serviço de excelente qualidade à todos da cidade e região mais uma vez, em homenagem a esse dia e aos seus parceiros fazedores e fazedoras de música, sensível ainda à toda a situação que passa todos os profissionais da cultura incluindo os da música, promove hoje, 1º de Outubro de 2020, a partir das 19hs, em homenagem à música e aos que a produzem, um show musical.

Para representar esse dia convidou o artista Wagner Rosa, músico com história de grande expressividade, representatividade em região e com um trabalho reconhecido por críticos e público em geral. Parabéns à todos os que fazem música e com ela, tornam mais leves nossos vidas.

Quem quiser conhecer o trabalho de Wagner Rosa é só acessar o link:

http://mapas.cultura.gov.br/agente/70742/

Fonte: Ascom Wagner Rosa

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ESCRITOR E JUIZ ONALDO QUEIROGA, A TRAVESSIA ENTRE A DOENÇA COVID-19 E A BENÇÃO DA CURA

Onaldo Queiroga é juiz na Paraíba. Escritor de vários livros sobre a cultura da vida e obra de Luiz Gonzaga e Pinto do Acordeon. Onaldo no início do mês de maio foi internado no Hospital e urgentemente transferido para São Paulo. Diagnosticado com Covid-19 foi entubado e durante 22 dias esteve na UTI. Essa travesia entre a doença e a cura Onaldo Queiroga vai contar brevemente em um livro.

Transcrevemos aqui uma das partes mais emocionantes da história e o renascimento de Onaldo Queiroga. Confira:

EU E ISABELA, MINHA NETA.

Falando, ainda, da minha travessia no COVID-19 lembro-me bem que estava na UTI, com uma traqueostomia, sem poder falar, vivendo dias difíceis, de muita luta, com muitas alucinações, mas também com imagens que me chegavam trazendo paz, esperança e fé para continuar batalhando pela vida.

Para quem não sabe, Isabela Cavalcanti de Queiroga é minha primeira neta, de quatro anos de idade.

Por mais de seis dias, no cair da tarde, naqueles dias difíceis da UTI, passei a vivenciar a imagem de minha esposa, Márcia Queiroga, chegando para me visitar acompanhada de Onaldo Filho, sua esposa Amanda e as filhas Isabela (4 anos) e Laura (9 meses,à epoca), além de Antônio Elias de Queiroga Neto (meu segundo filho) e sua noiva Thaiane Costa, como também Onélia Maria (minha filha) e seu noivo Gustavo Miranda.

Ali permaneciam até umas 20 horas, quando se despediam. Mas todos iam embora, menos Isabela. Ela ficava ali comigo, passava a noite brincando ao redor da minha cama, conversava comigo, sorríamos e ela me transmitia carinho, paz e esperança de vida.

Depois de algumas horas, ela dizia: Vovô, eu vou dormir! Deitava numa cama vizinha a minha e ali dormia a noite inteira, como se fosse um anjo a me guardar, a me guiar naquela dolorosa travessia. Logo quando o dia amanhecia, ela acordava e falava: Vovô eu já vou para minha casa. De noite eu volto.

Foram dias vivenciando essas imagens, a presença desse anjo, que espiritualmente, inexplicavelmente, vinha durante a noite para me fazer companhia, me fortalecer e com seus gestos de carinho me conduzir pelas tortuosas veredas daquele calvário.

Depois que deixei a UTI, fui para a SEMI-UTI, onde já de posse do meu celular passei a receber vídeos pelo whatssap que meus filhos e minha esposa me enviavam. O incrível é que em alguns desses vídeos o destaque era justamente as mensagens de Isabela, onde ela falava carinhosamente comigo, da sua saudade e pedindo para que eu fosse brincar com ela, além de falar que me amava. Não conseguia acreditar no que via nos vídeos. Era uma confirmação plena do que senti vivenciando as imagens com minha netinha enquanto estava na UTI.

Posteriormente, eu já de alta hospitalar, ainda em São Paulo, recebo a visita de meu filho Onaldo Filho e sua esposa Amanda. Eles me relataram que Isabela, por vários e vários dias, sonhara que estava dormindo comigo no hospital, em uma cama vizinha a minha e dizia que eu estava melhor. 

O incrível é que Isabela fez um desenho onde eu apareço deitado em uma cama e, em outra vizinha a minha, ela aparece deitada. Esse desenho me foi entregue por Amanda.

Esse período, de minhas visões com Isabela, coincide com as noites em que ela sonhou que estava comigo no hospital. São coisas inexplicáveis, mas o fato é que aconteceu e que me fortaleceu para o enfrentamento daquela situação dolorosa que vivenciei na UTI, período de muito sofrimento, mas que, sem dúvida, a presença de Isabela, em forma de anjo, me ajudou a vencer dias extremamente difíceis de luta pela vida. Isabela, essa vitória também é sua, te amo!!!


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JUAZEIRO E OS DESAFIOS DA ARBORIZAÇÃO URBANA

"O homem toma conhecimento da sua própria personalidade quando procura unir-se o mais possível a natureza". A frase é de Teilhard de Chardin. 

Além de contar pessoas, automóveis e quilômetros de infraestrutura, as cidades hoje começam a contar árvores. As árvores urbanas, se inseridas no planejamento dos municípios, significam mais uma ferramenta de combate às mudanças climáticas. Além disso, a artificialidade e a falta de conexão com a natureza que muitas cidades apresentam estão relacionadas diretamente a diversos problemas de saúde da população.

O Rei do Baião, Luiz Gonzaga desde 2012 é Doutor Honoris Causa da Ecologia. O título é justificado por ser um "autêntico representante da cultura nordestina, cujas canções envolvem ecologia humana e meio ambiente, enaltecendo a fauna da caatinga e referenciando a conservação da natureza".

Este mês de setembro, que possui um dia dedicado árvore merece ser concluído com desafios que Juazeiro precisa discutir para os próximos anos: Arborização.

Na orla elas, as árvores estão qual a oração de São Francisco, servindo a população, ofertando sombra e renovando o ar. De acordo com o último levantamento do IBGE, os municípios brasileiros apresentam carência de áreas verdes nas zonas urbanas. O pior desempenho é das cidades médias com população de 100 mil a 200 mil habitantes: cerca de 40% das residências não têm árvores no entorno. 

A professora Cândida Beatriz Lima, graduada em engenharia Agronômica, mestrado em Ciências Agrárias e doutora em Ciências Agrárias diz que são catingueiras, jatobá, ipê roxo e juazeiro. Algumas destas árvores são jovens. Todavia algumas já com histórias que ultrapassam os 30 anos.

O funcionário público Robério Vieira, 51 anos, recorda que quando criança brincava no cais e além da beleza do rio São Francisco existia árvores na cidade e que "torce que uma política de meio ambiente esteja presente nos próximos anos na cidade".

As árvores fazem parte da nossa história, desde o descobrimento até os dias atuais. Uma importante e antiga relação é com o próprio nome do país, originário da espécie Pau-brasil (Paubrasil echinata). Outras espécies representaram importantes ciclos econômicos, como por exemplo o ciclo do Cacau (Theobroma cacao) e o ciclo da borracha (Hevea brasiliensis).

A maior e mais significativa importância das árvores é a ambiental, pois são organismos essenciais para o equilíbrio do planeta, desempenham funções vitais como o controle da temperatura, aumento da umidade do ar, maior controle das chuvas, qualidade da água dos mananciais, controle de erosão, manutenção da biodiversidade, além de produzirem frutos, sementes, madeira, resinas e outros produtos.

A presença das árvores no meio urbano é muito recente, eram vistas apenas como elementos integrantes das florestas. A arborização urbana e sua evolução teve seu início e desenvolvimento por volta do século XV na Europa, sendo que sua prática se tornou comum a partir do século XVII, através da iniciativa pioneira das cidades de Londres e Paris, com seus Squares e boulevars.

A engenheira Cândida Lima aponta que são inúmeros os benefícios da arborização urbana, os principais são: melhoria da qualidade do ar; redução dos níveis de ruído; redução das ilhas de calor; proteção/alimentação da avefauna; redução do escoamento superficial.

"As árvores são também fontes de alimentos e moradia para insetos e pássaros que contribuem com o equilíbrio ambiental', diz Cândida.  Esses benefícios estendem-se desde o conforto térmico e bem-estar psicológico dos seres humanos até a prestação de serviços ambientais indispensáveis à regulação do ecossistema.

O sucesso de um plano de arborização ocorre quando há o envolvimento do setor público, privado e a população local. E com a criação de normas que estimule a arborização de forma eficiente; a criação de programas de educação ambiental que promova o convívio harmônico da população com as árvores; e aplicação o princípio da educação ambiental, onde qualquer agressão ou intervenção deve ser avaliada, dimensionada e necessariamente compensada por medidas reparadoras na proporção direta do dano causado, ou a causar.

"A árvore não prova a doçura dos próprios frutos; o rio não bebe suas próprias ondas; as nuvens não despejam água sobre si mesmas. A força dos bons deve ser usada para benefício de todos". Provérbio hindu.
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CANTOR E COMPOSITOR TARGINO GONDIM É UM DOS INDICADOS AO PRÊMIO DA MÚSICA LATINA (Grammy Latino 2020)

Uma das maiores premiações da música latina anunciou, nesta terça-feira (29), os indicados ao Grammy Latino 2020, prêmio que avalia as gravações realizadas entre junho de 2019 e maio de 2020. O evento será em 19 de novembro em formato remoto.

Dentre os brasileiros que integram a lista de indicações, consta o cantor e compositor Targino Gondim. Em contato com a reportagem do BLOG NEY VITAL , Targino Gondim disse que concorrer ao Oscar da Música mais uma vez é algo que mostra o quanto todos os parceiros envolvidos valorizam a harmonia, o ritmo e a melodia presente em um dos melhores Álbuns de Música de Raízes em Língua Portuguesa.

“Divido essa indicação com meus parceiros que cantam comigo no álbum: Ivete Sangalo, Bell Marques, Carlinhos Brown, Zeca Baleiro, Saulo, Fágner, todos da nossa ONErpm e com todos|as fãs do meu trabalho e da minha história”, comemorou Targino.

Na lista de indicados ainda estão Anitta, As Bahias e a Cozinha Mineira - agora intitulada de As Baías, Marcelo Jeneci, Céu, Emicida, Pabllo Vittar, Letrux, Maria Bethânia, Zeca Pagodinho, Ney Matogrosso, Elza Soares, Melim, Rapadura, Suricato e Anavitória, os porto riquenhos Ozuna e Bad Bunny e o colombiano J Balvin, o qual acumula 13 indicações, dentre elas a de Melhor álbum do ano, Melhor interpretação urbana, Melhor performance reggaeton por Morado e Loco contigo.

Confira os principais indicados ao Grammy Latino 2020:

*Melhor Álbum de Música de Raízes em Língua Portuguesa

Veia nordestina – Mariana Aydar

Aqui está-se sossegado – Camané & Mário LaginhaAcaso casa ao vivo – Mariene De Castro e Almério

Targino sem limites – Targino Gondim

Obatalá: uma homenagem a Mãe Carmen – Grupo Ofa

Autêntica – Margareth Menezes


Melhor Canção Urban

Adicto – Tainy, Anuel AA e Ozuna

Muchacha – Gente De Zona e Becky G

Rave de Favela – MC Lan, Anitta, BEAM e Major Lazer

Rojo – J Balvin

Yo x Ti, Tu x Mi – Rosalía & Ozuna

Melhor Álbum de Pop Contemporâneo em Língua Portuguesa

N – Anavitória

Enquanto estamos distantes – As Bahias e a Cozinha Mineira

APKÁ! – Céu

Guaia – Marcelo Jeneci

Eu feat você - Melim


Melhor Álbum de Rock ou de Música Alternativa em Língua Portuguesa

AmarElo – Emicida

Little eletric chicken heart – Ana Frango Elétrico

Letrux aos prantos – Letrux

Universo do canto falado – Rapadura

Na mão das flores – Suricato

Melhor Álbum de Samba/Pagode

Mangueira, a menina dos meus olhos – Maria Bethânia

Martinho 8.0 – Bandeira da fé: um concerto – Martinho da Vila

Samba jazz de raiz, Cláudio Jorge 70 – Cláudio Jorge

Fazenda samba – Moacyr Luz e Samba do Trabalhador

Mais feliz – Zeca Pagodinho

Melhor Álbum de Música Popular Brasileira

O amor no caos volume 2 – Zeca Baleiro

Belo Horizonte – Toninho Horta & Orquestra Fantasma

Bloco na rua (deluxe) – Ney Matogrosso

Planeta Fome – Elza Soares

Caetano Veloso & Ivan Sacerdote – Caetano Veloso & Ivan Sacerdote


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