PADRE CÍCERO DO JUAZEIRO DO CEARÁ SERÁ TEMA DE SIMPÓSIO

As celebrações alusivas aos 150 anos de Ordenação Sacerdotal do Padre Cícero Romão (1870-2020), marcadas pela devoção do povo romeiro e devoto, serão celebradas através do Departamento de Teologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), a Arquidiocese do Rio de Janeiro, Universidade Católica de Pernambuco (Unicap) e a Diocese de Crato – CE, que organizam o Simpósio Padre Cícero Romão Baptista: “Um padre e sua fé: Cícero, história e legado”, dias 6 e 7 de outubro.

Este Simpósio acontecerá de forma virtual, por meio da plataforma de videoconferência Webinar, com certificado de 14h para atividades complementares, sob a coordenação do professor doutor Padre Waldecir Gonzaga. As inscrições e comunicações podem ser feitas pelo e-mail: rodrigopoliceno@puc-rio.br.

A programação traz um conjunto de reflexões na intenção de valorizar o caminho já percorrido sobre os fatos do Juazeiro do Ceará e das várias dimensões que marcaram a ação do Padre Cícero, partindo de três eixos temáticos: Padre Cícero e a espiritualidade; Padre Cícero e os pobres; Padre Cícero e a ecologia. Esse contexto histórico será analisado à luz da reforma do catolicismo brasileiro.

Cícero Romão Batista nasceu na cidade do Crato, Ceará em 24 de março de 1844, e faleceu em Juazeiro do Norte, em 20 de julho de 1934.  Ele era conhecido como Padre Cícero, ou, mais coloquialmente, “Padim Ciço”. O início da carreira eclesiástica foi em 1865, na cidade de Fortaleza; foi ordenado padre em 1870 e, em 1872, nomeado vigário de Juazeiro do Norte. Após diversos acontecimentos religiosos na paróquia que dirigia foi acusado de mistificação (manipulação da crença popular) e heresia (desrespeito às normas canônicas). 

Em seus preceitos ecológicos, Padre Cícero fazia os seguintes alertas:

Não derrube o mato, nem mesmo um só pé de árvore.

Não toque fogo no roçado nem na Caatinga.

Não cace mais e deixe os bichos viverem.

Não crie o boi nem o bode soltos; faça cercados e deixe o pasto descansar para se refazer.

Não plante em serra acima nem faça roçado em ladeira muito em pé; deixe o mato protegendo a terra para que a água não a arraste e não se perca a sua riqueza.

Faça uma cisterna no oitão de sua casa para guardar água de chuva.

Represe os riachos de cem em cem metros, ainda que seja com pedra solta.

Plante cada dia pelo menos um pé de algaroba, de caju, de sabiá ou outra árvore qualquer, até que o sertão todo seja uma mata só.

Aprenda a tirar proveito das plantas da Caatinga, como a maniçoba, a favela e a jurema; elas podem ajudar a conviver com a seca.

Se o sertanejo obedecer a estes preceitos, a seca vai aos poucos se acabando, o gado melhorando e o povo terá sempre o que comer.

Mas, se não obedecer, dentro de pouco tempo o sertão todo vai virar um deserto só.


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JUSTIÇA SOCIAL: COMPLETAM-SE 21 ANOS DA MORTE DE DOM HELDER CÂMARA

"Se dou pão aos pobres, todos me chamam de santo. Se mostro por que os pobres não têm pão, me chamam de comunista e subversivo”, costumava dizer o religioso Dom Helder Câmara. Ele foi um dos fundadores da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que teve importante papel de enfrentamento à ditadura militar brasileira. Graças a esse trabalho, foi elevado ao título de bispo da igreja católica, em 1952, tornando-se o secretário geral dessa organização. Em 1964, ele se tornaria arcebispo de Recife e Olinda.

Nesta quinta-feira, 27 de agosto, completam-se 21 anos da morte de Dom Helder Câmara, arcebispo emérito da Arquidiocese de Olinda e Recife. A data será lembrada em missa presidida por Dom Fernando Saburido, às 19 horas, na igreja do Santíssimo Salvador, em Olinda, com participação de fiéis, parentes de Dom Helder e de colaboradores do Instituto Dom Helder Câmara (IDHeC). A cerimônia será transmitida pelo canal da Arquidiocese, no YouTube. No mesmo dia, às 20h30, o canal do IDHeC no YouTubeapresentará a live Dom Helder em Concerto, com o tenor Igor Alves.

As comemorações pelos 21 anos de dom Helder na Casa do Pai, no entanto, começam na quarta-feira (26), com uma exposição promovida IDHeC na Livraria Paulus, no centro do Recife.

Ícone da justiça social, dom Helder foi declarado Patrono Brasileiro dos Direitos Humanos em 26 de dezembro de 2017 por meio da Lei Federal nº 13.581, com reconhecimento da Organização das Nações Unidas (ONU). Os parlamentares da Assembleia Legislativa de Pernambuco também fizeram o reconhecimento do líder religioso que se destacou pela luta e ações desenvolvidas em prol dos pobres e do povo em todo o Estado, oficializando-o Patrono dos Direitos Humanos de Pernambuco com a aprovação da Lei nº 17.006 e sua promulgação pela presidência da casa, no último dia 10 de agosto.

Caso estivesse vivo, dom Helder teria feito 111 anos de idade em 07/02/2020. O frei Jociel Gomes é o postulador da Arquidiocese de Olinda e Recife junto ao Vaticano, no processo de Beatificação e Canonização e do Servo de Deus Dom Helder Câmara. O processo foi aberto pela Arquidiocese de Olinda e Recife em 03/05/2015 e em dezembro de 2018, a Arquidiocese encerrou sua “fase diocesana”, enviando ao Vaticano uma caixa lacrada com toda a documentação.


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POESIA GARGALHADA DA CAVEIRA, AUTORIA DE PEDRO BANDEIRA CONDUZ A UMA REFLEXÃO DOS VALORES HUMANOS

O Mestre da Cultura, o poeta Pedro Bandeira, o “Príncipe dos Poetas Populares do Nordeste”, nos deixou na segunda-feira, dia 24 de agosto. Com muita tristeza o Brasil, em especial o Nordeste se despede desse grande artista. No coração, suas canções e também um mundo de gratidão por seu imenso legado e obra, por sua grandeza, por sua imensidão. Pedro Bandeira fez de sua existência a passagem em busca de um mundo mais justo.

A poesia intitulada de “Gargalhada de Caveira”, do mestre poeta repentista cantador Pedro Bandeira, nos conduz a uma reflexão profunda dos nossos valores terrenos. Confira:

Certa noite de insônia e de mistério 

Desengano, fantasma, amor e pranto,

Destinei-me a entrar num campo- santo

Pra sentir do destino grande império.

Palmilhando no vasto cemitério

Eu tremia no ar como um balão,

Apalpava pedaços de caixão,

Cova fresca, torrões, cabelos e ossos,

Cruz quebrada, rosário e outros troços

Que o destino atirava pelo chão.

Em estado de decomposição,

Eu sabia que havia em alguns túmulos,

Corpos frágeis perdendo seus acúmulos

Na rotina da vil putrefação,

Flores murchas, farrapos de cordão,

Indicavam sinais que morreu gente.

Pedacinhos de velas, cera quente

Diziam-me que a morte é muito séria

Inimiga carrasca da matéria

De quem pensa que é forte eternamente.

Como eu, ainda tinha algum vivente,

Lagartixa, morcegos e corujas,

Entre as fendas das catacumbas sujas,

Num fantástico assombroso e diferente,

Epitáfios mostravam claramente

Os valores de mil anos atrás.

Velhas fitas, coroas, de metais

Pareciam pedaços de objetos

Entre vermes, bagaços e insetos

Que só prestam, pra o lixo e nada mais.

Vi na triste cidade dos mortais,

Um sapato sem dono e um tamanco

Um retrato manchado, um lenço branco,

Como símbolo fiel de amor e paz.

E provocando que ali somos iguais

Uma velha caveira abria as mãos,

Entre os restos mortais de outros cristãos,

Com a boca de osso escancarada

Como quem em eterna gargalhada

Reclamava a fraqueza dos irmãos.

Crânio, tórax, coluna, pés e mãos.

Inda estavam ligados pelos nervos,

Tendo a terra estragado outros acervos

Que sustentam crianças e anciãos.

Entre crentes, católicos e pagãos,

Eu não sei de quem era essa caveira,

Oleada coberta de poeira

Nos balanços do vento se tremia,

E nos acenos parece que dizia:

Ame ao próximo que a vida é passageira.

Numa longa risada zombeteira,

O sinistro esqueleto como um louco,

Gargalhava a sorrir fazendo pouco

Dos problemas da vida rotineira.

O orgulho, a inveja, a voz grosseira,

A perfídia, o ódio e a maldade,

Prepotência, rancor, perversidade,

Valentia, calúnia e arrogância,

São lagartas ceifando a substancia

Da floresta feliz da humanidade.

Roubo, vício, vingança e vaidade,

Quem pratica não pode estar liberto,

Sua alma pesada não da certo

No fiel da balança da verdade.

O carinho, a meiguice, a lealdade,

Confundem-se vibrando a mesma luz.

Uns vestidos em trapos e outros nus,

Todo homem morrendo é transformado,

Como um líquido que sai purificado

Das palavras da boca de Jesus.

Tresloucado abracei os ossos nus,

No mais alto e profundo nervosismo

Delirando no amor do cristianismo

Atirei-me nos braços duma cruz,

Assombrado gritando por Jesus,

Angustiado com pena dessa gente,

Que não ri, que não ama, que não sente,

Que não sofre da vida seus ressábios

Quando a terra comer seus negros lábios

Vivera gargalhando eternamente.


 



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NOTA DE PESAR: URCA LAMENTA FALECIMENTO DO POETA PEDRO BANDEIRA

A Universidade Regional do Cariri (URCA) lamenta com profundo pesar o falecimento do mestre da cultura popular, por reconhecimento estadual, Pedro Bandeira Pereira de Caldas, aos 82 anos, o ‘Príncipe dos Poetas da Cultura Popular’.

Cordelista, advogado, teólogo, filósofo e cantador de viola e ex-vereador da cidade de Juazeiro do Norte, Pedro Bandeira Pereira de Caldas morre aos 82 anos, deixando um grande legado de sua arte para o Cariri e o mundo. Cidadão juazeirense, nasceu no dia 1º de maio de 1938, no Sítio Riacho da Boa Vista, no município paraibano de São José de Piranhas, a Paraíba, sendo filho de Tobias Pereira de Caldas e da poetisa Maria Bandeira de França. É neto materno do famoso cantador nordestino Manoel Galdino Bandeira, de quem herdou o talento repentista.

O cantador profissional adotou a terra do Padre Cicero para viver a maior parte da sua vida e onde faleceu. Desde os seis anos de idade já fazia versos e passou a cantar profissionalmente aos 17 anos. No decorrer da sua trajetória de destaque chegou a receber o título de “Príncipe dos Poetas Populares do Nordeste”.

Pedro Bandeira foi autor de mais de mil folhetos e centenas de poemas, com livros publicados e muitos LPs e CDs gravados. Fez parte de diversas sociedades culturais, filantrópicas e recreativas, entre elas a Associação dos Violeiros, Poetas Populares e Folcloristas do Cariri - AVPPFC, da qual é o fundador. Recebeu dezenas de diplomas, medalhas de mérito, com quase duas centenas de troféus de 1º lugar, entre outros e categorias, em festivais por todo o Brasil.

Licenciado em Letras Clássicas pela Faculdade de Filosofia do Crato, bacharel em Direito pela Faculdade de Direito do Crato, e bacharel em Teologia pela Universidade Vale do Acaraú, Pedro Bandeira cantou para o papa João Paulo II, ex-presidentes Castelo Branco, Costa e Silva, João Figueiredo, Fernando Collor e José Sarney. Pedro Bandeira foi citado e elogiado pelos intelectuais e escritores Luís Câmara Cascudo, José Américo de Almeida, Jorge Amado, Téo Brandão, Rodolfo Coelho Cavalcante, e tantos outros escritores do Brasil e do exterior.

Teve músicas gravados por Luís Gonzaga, Fagner, Luís Vieira, Alcimar Monteiro, Trio Nordestino, entre outros. Foi prefaciado por Padre Antônio Vieira, e apresentado ao Brasil pela mão de Carlos Drummond de Andrade, em crônica publicada no Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, em 1970.

O Reitor da URCA, Francisco do O’ de Lima Júnior, envia votos de solidariedade e mensagens de condolências aos familiares.

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POETA MESTRE DA CULTURA PEDRO BANDEIRA FAZ A SUA PARTIDA E COM A SUA VIOLA AGORA FAZ CANTORIAS EM OUTROS CÉUS

O Mestre da Cultura do Ceará, o poeta Pedro Bandeira, o “Príncipe dos Poetas Populares do Nordeste”, nos deixou nessa segunda-feira, dia 24 de agosto. Com muita tristeza e pesar, o Ceará se despede desse grande artista. No coração, suas canções e também um mundo de gratidão por seu imenso legado e obra, por sua grandeza, por sua imensidão. Com pesar, a Secult Ceará agradece sua existência, festeja sua arte, e deseja luz e paz na sua travessia.

Nascido em 1º de maio de 1938, no Sítio Riacho da Boa Vista, município paraibano de São José de Piranhas, sendo filho de Tobias Pereira de Caldas e da poetisa Maria Bandeira de França. Bem jovem veio morar no Cariri, onde fez fama com sua poesia e cantoria que ecoou nas quermesses, festivais, rádios e televisões em todo o Nordeste. No ano de 2018, ele recebeu o título de Tesouro Vivo da Cultura pela Secult-CE, reconhecido pelo Governo do Ceará. Sua cantoria seguirá viva e alegre por todo sempre!

“No dia do meu enterro / não precisa de aparato / enterre os meus pés em Barbalha / o meu coração no Crato / e a cabeça em Juazeiro”, cantou, certa vez, seu amor pelo nosso estado.

O Governo do Estado do Ceará, por meio da Secult teve a alegria de entregar pelas mãos da Vice-Governadora Izolda Cela, ao nosso poeta Pedro Bandeira, a Comenda Patativa do Assaré, no dia 6 de junho de 2019, no Theatro José de Alencar. Esta condecoração é dada a personalidades, artistas, poetas, cantadores, pesquisadores que se destacam por suas relevantes contribuições à Cultura Popular Tradicional. Na ocasião, receberam a mesma Comenda, a folclorista Elzenir Colares e também o poeta popular Geraldo Gonçalves (In Memoriam). Foi um encontro formidável, com a mão trêmula e com seus versos firmes, o mestre Pedro Bandeira encantou toda a plateia do Theatro José de Alencar com sua poesia e sabedoria.

“Pedro Bandeira não era só o Príncipe dos Poetas Populares do Nordeste. Ele era um grande arquiteto da literatura popular e da cantoria. Nessa matéria, foi professor e maestro. Seus versos são da grandeza dos grandes poetas clássicos da língua portuguesa. Era um homem culto e extremamente popular. Seus versos lidos, declamados ou cantados estão gravados nos corações do sertão nordestino. Além disso, foi um grande comunicador e difusor da cultura popular. O Nordeste deve muito a esse senhor na construção de nossa identidade e pertencimento como seres nordestinos. Então, gratidão poeta mestre Pedro Bandeira! Siga seu caminho de luz! Salve sua obra e daqui continuamos na nossa peleja. Viva Pedro Bandeira!”, destaca o secretário da Cultura do Estado do Ceará, Fabiano Piúba.

Pedro Bandeira, 82 anos, é o “Príncipe dos Poetas Populares do Nordeste”. Nascido no sítio Riacho da Boa Vista, município de São João de Piranhas, o poeta e cordelista também atuou como repentista, cantador, escritor, radialista e apresentador de TV. Formado em Letras, Teologia e Direito, versa desde os seis anos. Aos 17, tornou-se profissional.

Pedro Bandeira é de uma família de poetas. Uma das pessoas que cantou com mais maestria o sertão. Tinha um conhecimento profundo das coisas da terra e da religiosidade popular, então cantou sempre com muita propriedade. A parceria com o cantador Geraldo Amâncio também é um ponto forte. Na seara radiofônica, por sua vez, o início deu-se na Rádio Educadora e a “fama” aconteceu com o programa Viola e Violeiros, no Crato. Como escritor, escreveu também muitos folhetos.

Pedro Bandeira é autor de centenas de músicas, entre elas a peça “Graça Alcançada”, que veio a ser gravada por mais de 20 intérpretes e pode ser considerada o hino dos romeiros e das romarias em Juazeiro do Norte. Além de renomado expoente de uma geração de cantadores, Pedro Bandeira veio a destacar-se também na Literatura de Cordel, com mais de uma centena de títulos publicados e ilustrados pelos principais xilógrafos cearenses. Escreveu ainda 14 livros, entre eles “Matuto do Pé Rachado” e “O Sertão e a Viola”.

É neto materno do famoso cantador nordestino Manoel Galdino Bandeira, de quem herdou o talento repentista. Recebeu o título de Tesouro Vivo da Cultura do Ceará, concedido pela Secretaria da Cultura do Estado do Ceará, em 2018 e a Comenda Patativa do Assaré em 2019.

A Secult Ceará celebra o nosso mestre e deseja luz na sua caminhada, deseja paz aos seus familiares e amigos nesse momento de dor e partida. Viva Pedro Bandeira, você é eterno, poeta! Viva, viva! (Texto: Secretário da Cultura do Estado, Fabiano Piúba)

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TODA ESTRADA FINDA: MORRE EM JUAZEIRO DO CEARÁ O POETA PEDRO BANDEIRA

Morreu nesta segunda-feira (24), em Juazeiro do Ceará, Pedro Bandeira Pereira de Caldas, conhecido como o principe dos poetas. Era o único fundador vivo da Missa do Vaqueiro de Serrita, que este ano iria homenageá-lo.

Ano passado ele foi nomeado Tesouro Vivo da Cultura do Ceará e agraciado com Comenda Patativa do Assaré.

Pedro Bandeira exercia, diariamente, o ofício de poeta e cantador sete dias por semana, 365 dias por ano, impregnado

em divulgar o Cariri Cearense, o Juazeiro e o Padre Cícero, a cultura, a história, os valores humanos, artísticos, administrativos e políticos da região, ao ponto de tornar-se, internacionalmente, conhecido pelo nome artístico Poeta Pedro Bandeira do Juazeiro, o Príncipe dos Poetas brasileiros.

Pedro Bandeira é autor de centenas de músicas, entre elas a peça “Graça Alcançada”, que veio a ser gravada por mais de 20 intérpretes e pode ser considerada o hino dos romeiros e das romarias em Juazeiro do Norte. Além de renomado expoente de uma geração de cantadores, Pedro Bandeira veio a destacar-se também na publicação de Cordel, com mais de uma centena de títulos publicados e ilustrados pelos principais xilógrafos cearenses.Escreveu ainda 14 livros, entre eles “Matuto do Pé Rachado” e “O Sertão e a Viola”.

Um dos mais comentados versos de Pedro Bandeira é a gargalhada da caveira.

Nascido no Estado da Paraíba, Pedro Bandeira, em 2016 gravou emocionado, para o PROGRAMA NAS ASAS DA ASA BRANCA. Ele disse que ao lado de Luiz Gonzaga e padre João Câncio, participou do projeto de criação da Missa do Vaqueiro, no distrito de Lajes, em Serrita. Atuou também no ciclo do jumento, liderado por padre Antônio Vieira, Patativa do Assaré, Zé Clementino e Luiz Gonzaga. 

O elo com o Ceará começou desde pequeno e ainda é geográfico. “Nasci lá, na Paraíba, mas bebendo água nas cabeceiras dos rios que nascem no Cariri. Minha vida ficou moldada e encarnada no sertão. Sou um menino do sertão”, conta. E foi essa vida no campo que o inspirou na poesia.

Sua trajetória na radiofonia começou na Rádio Educadora, em Crato, Ceará quando começou a cantar. 

Cantador profissional,  cordelista e escritor, autor de mais de mil folhetos, publicou livros e centenas de poemas, teve músicas gravadas por Luiz Gonzaga, Luiz Vieira, Alcymar Monteiro e Fagner. Gravou doze LP´s(disco vinil). Foi fundador da Associação dos Violeiros, Poetas Populares e Folcloristas do Cariri - AVPPFC. Foi vereador.  É portador de dezenas de diplomas, medalhas de mérito, com 162 troféus de 1º lugar nas participações de Festivais de Violeiros.

É considerado o poeta popular mais citado pela imprensa escrita, falada e televisionada. Pedro Bandeira ganhou o título de Príncipe dos Poetas Populares.

Licenciado em Letras Clássicas pela Faculdade de Filosofia do Crato, bacharel em direito pela Faculdade de Direito do Crato; advogado inscrito na OAB do Ceará,  bacharel em teologia pela universidade vale do Acaraú.

Pedro Bandeira cantou para o papa João Paulo II; cantou para os ex- presidentes, Castelo Branco, Costa e Silva, João Figueiredo, Fernando Collor e José Sarney, que ainda hoje cita o nome de Pedro Bandeira em seus discursos sobre arte de improvisar, quando fala de cantoria. 

Pedro Bandeira foi elogiado por Luis Câmara Cascudo, José Américo de Almeida, Jorge Amado, Teo Brandão, Rodolfo Coelho Cavalcante, e tantos outros escritores do Brasil e do exterior. Foi convidado pelo Ministro da Cultura, na época, José Aparecido para ir a Portugal, o que aceitou, e juntamente com o poeta Geraldo Amâncio, fez várias apresentações, naquele país, inclusive no palácio do governo, a convite do  presidente  Mário Soares.

De acordo com o radialista Antonio Vicelmo, da Rádio Educadora do Crato, Pedro Bandeira, ao chegar ao Cariri, descobriu um novo mundo, o paraíso dos seus sonhos, a terra prometida por Padre Cícero, que o acompanhou desde o início. "Armou a sua antena poética em Juazeiro, na sombra da estátua do “Meu Padim”.

Em casa, o poeta Pedro Bandeira vivia olhando a coleção de sua centena de troféus. ‘‘Este é o meu maior patrimônio’’, sentenciou Pedro Bandeira.

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PADRE ANTÔNIO MORENO COMPLETA 38 ANOS DE SACERDÓCIO

Padre Antonio de Jesus Moreno completa na próxima quinta-feira 38 anos de sacerdócio. As comemorações estão sendo realizadas realizadas de forma virtual. Todos os anos a data é lembrada pelas paróquias, movimentos sociais e sindicatos. Amigos, fieis e admiradores enviam as várias formas de gratidão pelos serviços prestados durantes estas décadas de trabalho nas comunidades.

A ordenação aconteceu no dia 27 de agosto de 1982..

Natural do Maranhão Antonio Moreno exerceu ministério nas paróquias Nossa Senhora das Dores em Petrolina, Paróquia São José, (Dormentes, PE) e São João Batista (Afrânio, PE), Paróquia São João Batista, João de Deus, Petrolina,  Paróquia Santa Teresinha (Cohab VI, Petrolina, PE);e Igreja do Bairro José e Maria.

Padre Antonio é doutor em Ciências da Educação pela Universidade Pontifícia Salesiana de Roma, Itália, tendo defendido tese sobre “Educação Profissional e Tecnológica em uma Estratégia de Desenvolvimento Local”. Mestre em Ciências da Educação pela Universidade Pontifícia Salesiana de Roma, Itália;  Mestre em Teologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma, Itália; Especialista em Gestão do Desenvolvimento Local pelo Centro Internacional de Formação, OIT (Organização Internacional do Trabalho), Torino, Itália.

Em abril de 1991 ingressou através de concurso no Instituto Federal do Sertão, quando ainda era Escola Agrotécnica Federal Dom Avelar Brandão Vilela. Aposentou-se em julho de 2015.

Militante político de fortes convicções democráticas e populares, exerceu o mandato de vereador pelo Partido dos Trabalhadores no período de 2001 a 2004, destacando-se na luta pela implementação do Estatuto das Cidades e Reforma Urbana em Petrolina.

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