GILBERTO GIL DIZ QUE A FALTA DE DIÁLOGO VEM INTERDITANDO A PARTICIPAÇÃO E O DEBATE NA SOCIADADE BRASILEIRA

A falta de diálogo vem interditando a participação e o debate na sociedade brasileira. E vou buscar como exemplo um fato que envolve, neste momento, a música brasileira, um dos traços mais marcantes da nossa cultura. O cenário é o Congresso Nacional.

Em meio à maior angustia vivida pela saúde pública mundial e suas consequências econômicas e sociais, alguns políticos decidiram investir contra os direitos autorais que garantem a sobrevivência de compositores, músicos e cantores. Estamos falando de uma iniciativa recente, no Congresso, de um projeto que, se aprovado, impactará diretamente 400 mil pessoas e suas famílias. Por meio das MPs 907 e 948, tentaram, recentemente, permitir que o setor hoteleiro deixasse de pagar os direitos autorais pela execução pública das obras musicais em quartos de hotéis. Ao setor hoteleiro, uniram-se vários outros setores, todos com o mesmo objetivo: não pagar pelo uso de obras musicais.

Não conseguiram, mas não desistiram. Em sessão remota prevista para breve, a Câmara poderá aprovar, sem ouvir os titulares de direitos autorais, um requerimento de urgência ao projeto de lei 3.968 de 1997, ao qual estão apensados mais de 50 outros projetos, todos buscando a isenção do pagamento da remuneração que autores, músicos e intérpretes têm o direito de receber pelo uso de suas obras musicais.

A questão aqui colocada é que a Constituição, a Lei Federal de Direitos Autorais e normas internacionais de proteção à propriedade intelectual garantem aos autores o domínio sobre suas obras e o devido pagamento pela execução pública de suas criações. Em 2013, a sociedade abriu uma ampla discussão, que resultou em diversas mudanças na Lei de Direito Autoral. Se o Congresso agora entende que esta lei deve ser revista, nós, artistas e entidades que nos representam, estamos dispostos a discutir o assunto. Queremos e devemos ser convocados para essa discussão. Não concordamos —é importante que se diga— nem com o momento nem com a forma com que essa revisão está sendo proposta, pressupondo, de boa-fé, que a intenção do Congresso é, de fato, avançar nessa questão.

É um contrassenso que essa questão seja levada ao Congresso, de afogadilho, sem o contraditório e o confronto de opiniões, sem que todos os segmentos envolvidos se sentem à mesa.

Perguntamos: para onde foi o diálogo? A democracia pressupõe a participação de todos na definição dos processos políticos. Ouvir todas as partes interessadas nas questões que lhes dizem respeito é a norma do jogo democrático.

É descabido e desumano que isso ocorra em meio a um momento inédito de pandemia, quando milhões de brasileiros sofrem com incertezas em relação à sua saúde, convivem indefesos e impotentes com a morte diária de pessoas vitimadas por uma doença ainda não totalmente conhecida e enxergam um futuro econômico incerto.

Além de descabido e desumano, é traiçoeiro sacar de um projeto de 1997, anterior a uma lei que foi votada e aprovado em 2013. Todo esse movimento em falso para beneficiar interesses econômicos em detrimento da sobrevivência de milhares de trabalhadores. Sim, artista é trabalhador. Não podemos esquecer desse aspecto fundamental na discussão que precisa ser feita.

A indústria da música é uma parte importante da economia criativa do Brasil, e no meio da crise buscou se reinventar. Munidos de uma tecnologia da comunicação cada vez mais sem fronteiras, os artistas apostaram nas lives para chegar ao seu público. E tem sido assim nesses tempos em que não podemos nos abraçar, encontrar as pessoas que amamos nem nos divertir com segurança.

Portanto, a música está na contramão das medidas que tentam tolher a capacidade criativa dos artistas, impondo-lhes num momento tão difícil maiores restrições econômicas. Temos esperanças de que nenhuma medida nesse sentido —uma afronta ao Estado democrático de Direito— será aprovada sem que os artistas sejam chamados ao palco de debates para expor sua opinião na defesa dos seus direitos.

Evitar o debate, além de não democrático, pode soar como intolerância, palavra tão utilizada ultimamente no que tange às relações humanas e políticas e que deve estar longe, também, das questões que envolvam a cultura —essa dimensão simbólica que nos caracteriza e nos liberta, tão preciosa na construção de nossas identidades como povo e nação.  (Fonte: Gilberto Gil Cantor, compositor e ex-ministro da Cultura (2003-2008, governo Lula)


Nenhum comentário

SENTIMENTOS, EMOÇÕES E COLEÇÃO DE MODA INSPIRADA NA FUNDAÇÃO CASA GRANDE SÃO TEMAS DO WEBINÁRIO CIENTÍFICO DESTA QUINTA-FEIRA (20)

O Webinário Científico Casa Grande Memorial Homem do Kariri nesta quinta-feira (20) apresenta a comunidade as pesquisas científicas já desenvolvidas sobre as diversas áreas de atuação da Fundação Casa Grande. 

O Webinário acontece em colaboração com os pesquisadores, reúne em lives, ao longo deste mês, as apresentações dos trabalhos científicos para discussão e maior conhecimento público dos estudos.

A 16° Webinar Científico da Casa Grande apresenta hoje (21) o trabalho de conclusão de curso de Afra Colodetti Bellucci na Universidade Anhembi Morumbi que tem como título "COLEÇÃO DE MODA INSPIRADA NA FUNDAÇÃO CASA GRANDE”. 

A mediação é da professora, Mestre em Arqueologia pela Universidade Federal do Piauí, Especialista em Biologia e Química pela Universidade Regional do Cariri URCA e membro do Conselho Científico da Fundação Casa Grande Memorial do Homem Kariri. 

Data 16° Webinar: 20 de Agosto de 2020 | 19h no Facebook da @fundacaocasagrande

Registre a sua participação! A certificação dos participantes e palestrantes serão emitidas pela Universidade Regional do Cariri - URCA.

Link para inscrições https://forms.gle/G2G6VDrf9CnFj18T6

Confira Programação:

21/08/2020 – 19hs – 18ª Webinar – Valor além do olhar: Fundação Casa Grande e o Valor social. Autora: Inês Almeida Martins. Dissertação de Mestrado em Intervenção Social, Inovação e Empreendedorismo apresentada a Universidade de Coimbra- Portugal. Mediação: João Paulo.

24/08/2020 – 19hs – 19ª Webinar – Design de Superfície como Ferramenta para a Valorização Institucional: Um estudo de Caso da Fundação Casa GrandAutor: Safira Maria de Lima Rosa. Monografia apresentada á Design – UFPE – Centro Acadêmico do Agreste. Mediação: Fabiana Barbosa.

25/08/2020 – 19hs – 20ª Webinar – Representações Culturais e Protagonismo Sociocultural: Estudo de Caso na Fundação Casa Grande. Autor: Adriana Helena Moreira. Tese de doutorado em andamento pela Universidade Trás os Montes e Alto Douro- Portugal. Mediação: Lucineide Marquis.

26/08/2020 – 19hs – 21ª Webinar – Trabalho – A juventude no Semiárido e o desenvolvimento regional sustentável: o caso da Fundação Casa Grande. – Lançamento de livro. Autora:  Maria de Fatima dos Anjos. Dissertação de mestrado apresentado ao Centro de Pesquisa e Pós-Graduação do Semiárido/UFCA. Mediação: Heloísa Bitu.

30/08/2020 – 19hs – 22ª Webinar Resultados – Apresentação dos Resultados com Lucineide Marquis e Heloísa Bitú. Mediação: Junior dos Santos.

Parceiros realização colaborativa: A Universidade de Coimbra através do Centro de Arqueologia, Artes e Ciências do Patrimônio, Universidade Regional do Cariri - URCA, Geopark Araripe Mundial da Unesco, Sistema Fecomércio e SESC Ceará, Grupo São Geraldo, Iu-á Hotel e Secretaria de Cultura do Governo do Estado do Ceará.

Nenhum comentário

COMBATE DA VIOLÊNCIA SEXUAL É DENUNCIADO PELOS CONSELHOS TUTELARES DE JUAZEIRO E PETROLINA

Ocorre abuso sexual de crianças e adolescentes quando estes indivíduos em formação são usados para gratificação sexual de pessoas geralmente mais velhas, em um estágio de desenvolvimento psicossexual mais adiantado. Esta,situação está presente em todos os meios socioeconômicos, religiosos, étnicos e culturais.

Abrange todo ato, exploração, jogo, relação hetero ou homossexual, ou vitimização, de crianças e adolescentes por um adulto, por um adolescente, ou por uma criança mais velha que, pelo uso do poder, da diferença de idade, de conhecimento sobre o comportamento sexual, age visando o prazer e a gratificação própria.

O abuso pode acontecer com toque físico (beijos, carícias, penetração digital, penetração com objetos, sexo oral, anal, vaginal) ou sem qualquer tipo de contato físico (assédio, cantadas obscenas, exibicionismo, voyeurismo, participação em fotos pornográficas).

O 13ª Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado ano passado, registrou recorde da violência sexual. Segundo levantamento das denúncias feitas por meio do Disque 100, dos 159 mil registros feitos ao longo de 2019 pelo Disque Direitos Humanos, quase 90 mil são de violações de direitos de crianças ou adolescentes, um aumento de quase 14% em relação a 2018. 

A maioria das vítimas (55%) foram meninas de até 13 anos. Conforme a estatística, apurada pela reportagem da redeGN em microdados das secretarias de Segurança Pública de todos os estados e do Distrito Federal, quatro meninas até essa idade são estupradas por hora no país. Ocorrem em média 180 estupros por dia no Brasil.

O Conselheiro Tutelar, Charles Vargas, disse que este ano em Juazeiro o número de denúncias já ultrapassa 20 casos .

O Conselho Tutelar  de Petrolina atua em duas áreas, R1 centro e R2 localizado no bairro Gercino Coelho. Ano passado no R2 foram registrados 56 denúncias de casos, entre estes denúncias de estupro e ou tentativa. A cada três meses é realizado um relatório. 

Os números são alarmantes: os dados do Disque 100, plataforma do Ministério dos Direitos Humanos que consta denúncias de violações de direitos fundamentais de crianças e adolescentes entre 0 e 17 anos, registra milhares de denúncias na Bahia de abuso e exploração sexual contra crianças e adolescentes. São em média cinco a dez registros por dia. A Bahia já figurou 3º lugar no ranking, em 2012, como um dos estados com maior número de denúncias contra esses tipos de crimes, vulgarmente conhecidos como pedofilia.

Atenção: esses números de ocorrências podem ser maiores e não são denunciados.

De acordo com a pesquisadora do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Cristina Neme, "o perfil do agressor é de uma pessoa muito próxima da vítima, muitas vezes seu familiar", como pai, avô e padrasto conforme identificado em outras edições do anuário.

Para a pesquisadora, a reincidência do perfil indica que "tem algo estrutural nesse fenômeno". Ela avalia que a mudança de comportamento dependerá de campanhas de educação sexual e que o dano exige mais assistência e atendimento integral a vítimas e famílias.

Você pode denunciar: O Disque 100 funciona diariamente das 8h às 22h, inclusive nos fins de semana e feriados. As denúncias recebidas são analisadas e encaminhadas aos órgãos de proteção, defesa e responsabilização, de acordo com a competência e as atribuições específicas, priorizando o Conselho Tutelar como porta de entrada (nas situações de crianças e adolescentes), no prazo de 24 horas, mantendo em sigilo a identidade da pessoa denunciante.

Conselho Tutelar Juazeiro: 74 9 91981304

Conselho Tutelar Petrolina: (87)3862 2022 e 38629211

Nenhum comentário

MARIANO CARVALHO E TICO SEIXAS APRESENTAM "VAI LAIVÊ" PELO YOUTUBE NO SÁBADO (22)

Um encontro musical com muita poesia, MPB, forró, rock e cantoria. Esta é a proposta para a noite deste sábado (22), com o show 'Vai Laivê', que vai reunir os talentos de Mariano Carvalho e Tico Seixas numa live transmitida pelo YouTube/sincroniafilmes4k.

O evento, que começa às 20h, vai contar ainda com as participações especiais de Paulo Ferreira, Silvino Junior e Maciel Melo, o 'Caboclo Sonhador', que promete surpreender o público com uma breve mistura de canto e recital.

O Vale Apresentar é um projeto da Sincronia Filmes com apoio da Agrovale e Clas Comunicação e Marketing. De acordo com seu realizador, Alexandre Justino, serão promovidas quatro lives, sempre aos sábados às 20h, com artistas regionais e convidados.

"Em função da pandemia do novo coronavírus a renda dos encontros será destinada aos artistas e técnicos de som e os alimentos arrecadados serão doados à entidades filantrópicas de Petrolina e Juazeiro", enfatizou, agradecendo ainda o apoio financeiro da Agrovale que possibilitou a realização do projeto. (Fonte: Class Comunicação e Marketing)

Nenhum comentário

ERA UMA VEZ NA FAZENDA BARÃO *POR CARLOS AUGUSTO CRUZ

Dia 17 de agosto, desde que eu conheci a Fazenda Barão, que se comemorava o aniversário de César Augusto em grande estilo.

Naquele dia o forró virava a noite, a cervejada era de três dias, o churrasco de bode, de boi, era tudo com fartura. Inclusive ia me esquecendo, e é bom que isso não aconteça, ia me esquecendo da buchada, do sarapatel e do papo à beira churrasqueira lá no alpendre.

Quando o homem fez 40 anos, foram quarenta caixas de cerveja, nos sessenta, foram uma caixa para cada ano de vida.

Disso tudo não podemos deixar de ressaltar apenas um detalhe: o homem não convidava a ninguém, deixava que os amigos se lembrassem e fosse procurá-lo no seu refúgio:  fazenda Barão. Mesmo assim não faltava gente.

Se naquela aglomeração de pessoas houvesse dez sanfoneiros, todos dez queriam tocar sanfona em homenagem a César. Meia noite, Flávio Baião, seu cunhado, sanfoneiro e controlador do som, anunciava os parabéns. Aí então era um discurso atrás do outro.

Nesta segunda, dia 17, nosso amigo e Irmão estaria completando idade nova. O Barão estaria em festa mais uma vez, pelos seus sessenta e seis anos.

Porém, a morte o tragou de repente, num final de tarde de uma terça feira, há cerca de um ano e meio, no dia 29 de janeiro de 2019.

Sua morte foi algo difícil de compreender!

No domingo à tarde, ele passou lá em minha residência, sem apresentar qualquer sinal de doença. À noite, ao chegar em casa ele começou a sentir- se mal, foi levado ao Pronto Socorro, foi atendido e mandado para casa. Continuou a passar mal, desta feita foi levado a Hospital em Petrolina que, automaticamente, o deixou internado, após entubá-lo, e colocado na UTI, onde ele permaneceu inconsciente, até na terça-feira por volta das 18:00 horas quando o seu Espírito foi entregue nas mãos do Pai.

Com isso findava-se uma vida onde ele colecionou apenas amigos, só semeou a paz, foi um ótimo amigo e um excelente Irmão.

Descanse em paz meu amigo/Irmão.

*Carlos Augusto Cruz é médico e advogado


Nenhum comentário

LIVE CELEBRA O PIONEIRISMO DA RÁDIO CLUBE DE PERNAMBUCO NO BRASIL

O Grupo de TrabaLho História da Mídia Sonora realiza dia 19 de agosto (quarta-feira), com início às 18 horas, a live Passado, presente e futuro do Rádio no Brasil. O encontro virtual vai marcar a Carta Pública que reconhece o pioneirismo da Rádio Club de Pernambuco quando, em 6 de abril de 1919, fez a primeira transmissão sonora à distância de um ponto de transmissão para vários pontos.

O encontro virtual terá como convidados os pesquisadores Pedro Vaz Filho (UAM), Luiz Maranhão Filho (UFPE), Luiz Artur Ferraretto (UFRGS) e Marcelo Kischinhevsky (UFRJ), que serão mediados pela coordenadora e vice-coordenador do grupo, Izani Mustafá (UFMA-Imperatriz) e Luciano Klöckner. A Carta foi assinada ano passado durante o XII Encontro Nacional da História da Mídia, realizado em Natal (RN).   

Depois do advento da internet comercial, o rádio sofreu uma metamorfose. Ampliaram as possibilidades de produção e escuta. As audiências segmentadas fragmentaram-se em nichos antes não atingidos. Nos sites das emissoras de rádio, os estúdios começaram a ser vistos ao vivo, as reportagens passaram a ser transcritas, ganharam fotos e até imagem em movimento. Na web, qualquer emissora do mundo pode ser ouvida em plataformas dedicadas a isso.

O rádio na rede pode ser sincrônico (em tempo real) e assincrônico, em reportagens gravadas, como acontece na Radioagência Nacional da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) ou nos milhares de podcasts. Concomitantemente, o rádio continua sendo o veículo eletrônico mais instantâneo, íntimo do ouvinte, que trata por “você”, próximo dos acontecimentos e de menor custo.

Essas propriedades são tema recorrentes do interesse dos pesquisadores de rádio no Brasil que, além do presente e do futuro do veículo, continuam investigando o passado. É por isto que a Associação Brasileira de Pesquisadores de História da Mídia (Alcar) realiza uma live vai debater a nova data de nascimento oficial do rádio no Brasil: 6 de abril de 1919.

No dia seguinte àquela data, o extinto Jornal de Recife deu a seguinte nota:

“Consoante convocação anterior realizou-se ontem, na Escola Superior de Eletricidade, a fundação do Rádio Clube, sob os auspícios de uma plêiade [reunião] de moços que se dedicam ao estudo da eletricidade e da telegrafia sem fio (TSF).”

A notícia foi localizada em uma microfilmagem do Jornal de Recife, durante pesquisa do professor Pedro Serico Vaz Filho, da Universidade Anhembi Morumbi (UAM), que desde o fim dos anos 1990 investiga a história do rádio. A nova data de aniversário foi corroborada por mais notícias localizadas pelo pesquisador em jornais e revistas, publicados dentro e fora de Pernambuco, inclusive sobre o estatuto da nova emissora.

“Claro que não foi uma rádio com a estrutura que nós temos. Eram jovens estudantes curiosos, que estudavam a radiotelegrafia e resolveram montar uma estação de rádio, [de caráter] bem amador, bem experimental, Mas já deram o título de Rádio Clube de Pernambuco”, disse Vaz Filho em entrevista à Agência Brasil.

Além da investigação em periódicos impressos, o pesquisador reviu a bibliografia a respeito e fez entrevistas com diferentes fontes que testemunharam o funcionamento da Radio Clube ainda na primeira metade do século 20.

“Os preparativos para a fundação da emissora, segundo apuração com o ex-presidente da Rádio, também pesquisador Antonio Camelo, aconteceram na rua das Mangueiras, atualmente rua Leão Coroado, no bairro da Boa Vista”, descreveu à reportagem Vaz Filho. Segundo ele, “a Imprensa Oficial do Estado publicou no dia 7 de abril de 1919, um despacho da prefeitura recifense, doando um pavilhão do Jardim 13 de maio, atualmente Parque 13 de maio para funcionar como sede da Rádio Clube.”

As descobertas de Pedro Vaz Filho sobre a primazia da Rádio Clube confirmam o que o professor, jornalista e radialista, Luiz Maranhão Filho, hoje com 87 anos, sempre defendeu. O pai de Maranhão Filho trabalhou na emissora pioneira. Os dois professores participarão da live organizada pela Alcar.

Durante um encontro de história da mídia realizado no ano passado na capital do Rio Grande do Norte, os pesquisadores especialistas no assunto assinaram a Carta de Natal, onde “avalizam essa decisão os dados apresentados há mais de três décadas pelo pesquisador Luiz Maranhão Filho (UFPE) e validados, mais recentemente, pelo pesquisador Pedro Serico Vaz (Anhembi Morumbi).”

O novo entendimento sobre o nascimento do rádio no Brasil muda o conteúdo das aulas dos cursos de jornalismo, audiovisual e publicidade nas faculdades de comunicação. Até recentemente, a bibliografia especializada reconhecia que a transmissão radiofônica pregressa havia ocorrido de fato naquela data em Recife, mas que a primeira emissora regular seria a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, a partir de 20 de abril de 1923.

A Rádio Sociedade foi fundada por acadêmicos como o médico e antropólogo Edgar Roquette-Pinto que via o rádio como um meio estratégico para levar educação à população, então majoritariamente analfabeta. “O TSF [ sistema de telegrafia sem fio] espalha a cultura, as informações, o ensino prático elementar, o civismo, abre campo ao progresso, preparando os tabaréus [pessoa sem instrução] despertando em cada qual o desejo de aprender”, escreveu Roquette-Pinto em artigo publicado em 1927.

De acordo com Vaz Filho, o líder da fundação da Rádio Clube de Pernambuco foi o radiotelegrafista e contabilista Augusto Joaquim Ferreira, também de perfil intelectual, mas não acadêmico. “Ele e outros jovens pensaram naquela possibilidade como meio de comunicação, não exatamente para levar educação às pessoas, o objetivo era outro: levar informações”, como ainda se dá hoje no rádio escutado no dial dos aparelhos à pilha ou na podosfera acessada pelos serviços de streaming.


Nenhum comentário

UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO REALIZA ATIVIDADES REMOTAS

 A Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) irá ofertar um período letivo suplementar com a realização de atividades curriculares e extracurriculares de forma remota pelos cursos de graduação, em decorrência das medidas de enfrentamento à pandemia de Covid-19. O período 2020.3 terá início em 14 de setembro e duração de 15 semanas, com conclusão prevista para 23 de dezembro de 2020. 

A Resolução Nº 14/2020, que estabelece o período suplementar e regulamenta a adoção das atividades remotas na Univasf, foi aprovada pelo Conselho Universitário (Conuni), em reunião extraordinária, realizada na última quinta-feira (13).

A participação nas atividades de ensino que serão realizadas de forma remota no período letivo extraordinário será obrigatória para docentes e facultativa para os discentes. Os Colegiados Acadêmicos definirão os componentes curriculares a serem ofertados, que poderão ser realizados de forma síncrona, assíncrona ou a combinação de ambas, de acordo com o planejamento do docente. Poderão ser criados programas, cursos, minicursos, palestras, fóruns, oficinas, webinários, disciplinas eletivas e/ou optativas, além das cadastradas no SIG@ da Univasf, desde que sejam avaliadas e aprovadas pelo Núcleo Docente Estruturante (NDE).

A matrícula no período letivo suplementar será realizada de 5 a 8 de setembro pelo Sig@, conforme o calendário 2020.3. Os discentes poderão cursar, no máximo, 40 horas semanais de atividades, exceto os pré-formandos e formandos matriculados em TCC e em estágio supervisionado ou internato, que poderão ultrapassar essa carga horária. A resolução estabelece que apenas os componentes curriculares cursados com aprovação no período 2020.3 serão contabilizados para integralização dos cursos e influenciarão nos índices acadêmicos dos estudantes.

A normativa também regulamenta a realização de forma remota das atividades dos programas institucionais da Univasf (Monitoria, Tutoria discente, Bolsa de Iniciação Acadêmica – BIA, Programa de Educação Tutorial – PET, Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência – Pidid, Residência Pedagógica, Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica – Pibic e Programa Institucional de Bolsas de Extensão – Pibex). Estas atividades deverão ser mantidas e realizadas em comum acordo entre docentes e discentes bolsistas e voluntários, com o pagamento das bolsas efetuado normalmente.

Os docentes deverão utilizar principalmente a plataforma Moodle, disponibilizada pela Univasf, para realizar as atividades acadêmicas, mas também poderão recorrer a outras plataformas, a exemplo de Google Classroom, Zoom, Google Meet, mídias sociais, WhatsApp, Facebook, Instagram, dentre outros, observando também as condições dos estudantes. Docentes e discentes deverão passar por capacitação antes e durante o período letivo suplementar, segundo a resolução.

O processo de elaboração da Resolução Nº 14/2020 teve início com a instituição pelo Conselho Universitário (Conuni), da Comissão Noésis, em 10 de junho, e de sua Comissão Gestora, em 19 de junho, com a posterior criação das outras três comissões Administrativa, Temática/Especialista e de Base. Composta por representantes docentes, técnico-administrativos e discentes de todos os cursos e campi da Univasf, a Comissão Noésis realizou um Levantamento Diagnóstico de Viabilidade para o ensino online no âmbito da graduação, aplicado aos docentes e discentes, no período de 30 de junho a 9 de julho de 2020. E promoveu webinários com a comunidade acadêmica e externa para discutir os dados sistematizados no diagnóstico e as possibilidades e os desafios do ensino remoto numa instituição superior pública e multicampi.

O presidente da Comissão Noésis, professor Adelson de Oliveira, destaca que a resolução aprovada se constitui num documento democrático, fruto de um trabalho longo e desenvolvido em um curto espaço de tempo, que possibilitará a orientação para as atividades de ensino na Univasf nos próximos meses. 

“A resolução resulta de um estudo adensado e realizado a partir dos distintos segmentos (docentes, discentes e técnico-administrativos) da universidade. Buscamos representar nesse texto o máximo de aproximação com os contextos e particularidades da Univasf. Mesmo o resultado do levantamento diagnóstico tendo apontado a existência de muitos professores e alunos com dificuldades de acesso, acreditamos ser possível e viável sua implementação, que se configura como um desafio institucional para que chegue a todos os alunos e docentes que fazem a Univasf”, afirma. (Ascom Univasf)

Nenhum comentário

← Postagens mais recentes Postagens mais antigas → Página inicial