BRASIL CELEBRA 13 ANOS DA AUSÊNCIA FÍSICA DA CANTORA MARINÊS

É minha inspiração, mesmo. Inspiração pura. Ouvi e continuo ouvindo muito Marinês, a representante fiel da nossa música popular nordestina. Era um ser incrível”. O depoimento foi concedido a imprensa paraibana pela cantora e instrumentista paraibana Sandra Belê, referindo-se à importância de Inês Caetano de Oliveira, nome de batismo da saudosa artista pernambucana.

Nesta quinta-feira 14, fãs e amigos, pesquisadores e estudiosos da vida e obra da cantora celebram 13 anos da morte, ocorrida em 2007, aos 71 anos de idade da cantora.

Na época do falecimento, o então ministro da Cultura, o cantor e compositor baiano Gilberto Gil, divulgou uma nota em homenagem, na qual a considerava como a “nossa Maria Bonita da música brasileira”.

Em vida o Rei do Baião, Luiz Gonzaga (1912 – 1989), conterrâneo da artista, chegou a conferir para ela o título de Rainha do Xaxado. E, também, passou a ser chamada, naturalmente de forma carinhosa de “Luiz Gonzaga de saias” pelo próprio Gonzagão. 


Marinês iniciou sua carreira como cantora de forró nos anos 1950 ganhando espaço no mercado nacional como a “Rainha do Xaxado”, imagem que marcou o seu vínculo com a cultura nordestina. A partir do título e das indumentárias usadas nos shows passou a ser representante de sua região de origem, ajudando a divulgar a cultura e a música do Nordeste no mercado nacional. 


Mesmo mantendo a vertente do forró tradicional podemos dizer que Marinês nos 50 anos de carreira acompanhou a modernidade e a exigência do mercado interpretando outros ritmos que vão do carimbó ao romântico, sem esquecer é claro, o seu estilo predominante, o forró. No início da carreira apresentava-se de vestido simples, mas por orientação do seu padrinho Luiz Gonzaga mudou a vestimenta caracterizando-se como símbolo da cultura popular do Nordeste. 

Em contato com a reportagem do BLOG NEY VITAL, a professora Tereza Batista, que é fundadora do Memorial Marinês, em Campina Grande, Paraíba, disse que se não fosse o período do isolamento social, hoje aconteceria mais um tributo com a participação de artistas e seria mais uma homenagem a Marinês.

“Marinês deixou um legado, um patrimônio cultural muito rico. Voz única. Foi uma mulher revolucionária para sua época. Venceu preconceitos e medos", afirma professora Tereza.

A Rainha do Forró e do Xaxado que, no ano de 2003, havia se submetido à cirurgia para implante de uma ponte de safena, faleceu em 14 de maio de 2007, em decorrência do segundo AVC (acidente vascular cerebral).

Marinês é tema do mestrado em Literatura e Interculturalidade, autoria de  Claudeci Ribeiro Silva, Universidade Estadual da Paraiba. "Marinês gravou com Dominguinhos, Elba Ramalho, Lenine, Nando Cordel, Gilberto Gil, Zé Ramalho, Genival Lacerda e com Luiz Gonzaga. Nos seus vários anos de carreira nunca perdeu o prestígio, apesar de ter se distanciado das gravadoras e do palco várias vezes. Os modismos e os novos ritmos desviaram a atenção do público, mas a ‘‘Rainha do Xaxado’’, nunca teve seu brilho diminuído. Quando morreu em 14 de maio de 2007, tinha uma carreira consolidada, pois seu trabalho atravessou barreiras e foi reconhecido e apreciado por um público de todas as idades e pela mídia local e nacional", relatou Claudeci.

O jornalista, Mauro Ferreira, que escreve sobre música desde 1987, com passagens em 'O Globo' e 'Bizz', afirma que Marinês é a principal voz feminina do universo musical brasileiro antes da explosão de Elba Ramalho na década de 1980.

Entre os inúmeros sucessos, o repertório de Marinês consta as músicas Peba na pimenta (João do Vale, José Batista e Adelino Rivera, 1957), música lançada por Marinês em gravação que deu impulso à carreira da cantora, alémde  Deu cupim no nosso amor (Rossini Pinto, 1972), música lançada por Marinês há 50 anos e desde então nunca mais gravada e Disparada (Geraldo Vandré e Theo de Barros, 1966), música gravada por Marinês no mesmo ano em que a composição ganhou projeção nacional ao ser apresentada na voz de Jair Rodrigues (1939 – 2014).
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O MAPA DO CIEG REVELA QUE ALGUNS MUNICÍPIOS APRESENTAM AUMENTO PERCENTUAL MAIOR QUE 400%

Apesar de concentrar o maior número de casos, a capital de Pernambuco não lidera mais o ranking percentual de aumento de testes positivos para o novo coronavírus no Estado. Registrando 92% de variação, o Recife ocupa agora a 64ª posição na classificação. As informações foram informadas pelo Centro Integrado de Estudos Georreferenciados (Cieg), da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), a partir do novo mapa de monitoramento da Covid-19. O gráfico aponta um crescimento exponencial no número de casos no interior.

A pesquisa, realizada pelo coordenador do Cieg, Neison Freire, levou em conta a evolução dos casos confirmados nos últimos 15 dias (27 abril a 11 de maio). Para isso, as rodovias foram tomadas como rotas de difusão da pandemia. Segundo aponta o estudo, o município com maior aumento percentual foi Itapissuma, no litoral Norte da região metropolitana do Recife, apresentando variação de 633% entre uma data e outra (3 casos em 27 de abril para 22 em 11 de maio). Em seguida, Ibimirim e Passira (600% cada), no Sertão, ocupam o segundo lugar no crescimento.

Outros municípios que demonstraram um avanço da doença foram Pesqueira (500%), Bezerros (400%) e Escada (400%). ”O crescimento exponencial da pandemia se dá consideravelmente no entorno da RMR, no Agreste e em poucas cidades do Sertão, especialmente, Trindade e Ibimirim. Comparando o mapa da variação percentual com o mapa de casos confirmados de 11 de maio, percebe-se a uma notável diferença entre eles: o padrão de expansão da pandemia não segue necessariamente uma relação direta de quantidade de casos”, destaca o coordenador.

Ainda de acordo com Neison, diferenças locais (de ações públicas ou coletivas) e possíveis características territoriais (como o isolamento geográfico, menor circulação de pessoas e mercadorias e menor densidade populacional) permitem que os pesquisadores levantem hipóteses sobre as causas das diferenças nos padrões observados. “Apesar do avanço em direção ao interior, a pandemia aumenta consideravelmente os casos em cidades do entorno da região metropolitana, tais como Gravatá, Feira Nova e Rio Formoso”, ressalva.

O mapa divulgado revela também que as cidades de Petrolina, Salgueiro e Serra Talhada, ao apresentar baixas variações percentuais no número de casos, vêm obtendo maior sucesso no controle da disseminação da covid-19. A partir das informações, os pesquisadores pretendem alertar a população e as autoridades sobre a nova fase da pandemia no território pernambucano.
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O PIFE É SOPRO DA VIDA. TENHO CERTEZA QUE DEUS ERA UM TOCADOR DE PIFE E FOI SOPRANDO NELE QUE DEU VIDA AO HOMEM

O pife é o sopro da vida, é o bicho escondido rosnando enfezado. Tenho certeza que Deus era um tocador de pife e foi soprando nele, num pife feito de taboca, que deu vida ao Homem com seu sopro fiel.  O texto a seguir é da autoria do professor Aderaldo Luciano, doutor em Ciência da Literatura.

Em março de 2013, a Academia Brasileira de Letras recebia a exposição de xilogravuras de Ciro Fernandes. Manancial artístico inigualável. Ciro, em atuação constante, alcançou um patamar superior na xilogravura brasileira. Telas complexas e tão detalhadas que chegam a confundir o olhar do expectador. Ciro não fere a madeira, oferece a ela a oportunidade de tirar a roupa e se revelar sedutora. Ciro risca a pele da madeira sem tatuá-la, com a delicadeza do gênio abre-lhe coração. Ciro é zeloso: acaricia a madeira como Jacó acariciou a pele branda de Rachel. Ciro Fernandes é de Uiraúna, na Paraíba do Norte, vive no Rio e eterniza-se na arte. A Academia Brasileira de Letras com aquele evento alcançava a redenção. Andei por cada obra com o olho milimétrico, chegando n’O Tocador de Pífano fiquei detido, transitando o tempo.

Minhas mais remotas lembranças de uma banda de pífanos levam-me às margens do Rio São Francisco, em Propriá, no Sergipe. Ali onde o calor entra pela boca do rio e desce sobre os viventes, devagar e sempre. O São Francisco foi o primeiro rio que vi de verdade. Nessa primeira vez, passei sobre ele por volta das 4 da manhã. Viajava num velho ônibus da São Geraldo que vinha de Natal, no Rio Grande do Norte, passava em Campina Grande, descia por Caruaru, se mandava para dentro das Alagoas, parava em São Miguel dos Campos seguia para Aracaju. Antes de Aracaju, deixou-me na entrada de Propriá. Não havia ninguém me esperando. Com minha mochila, caminhei a pé por mais ou menos dois quilômetros até à Rua Japaratuba, à procura da casa onde viveria por dois anos. Em lá chegando, sentei praça sob o comando de Salatiel Franciscano do Amaral.

Pois bem, desse tempo passado no Sergipe conheci todo o sertão e as cidades para baixo de Propriá. Em Brejo Grande fui batizado nas curvas do rio. Na antiga Neópolis, atravessei para Penedo, numa balsa barulhenta com medo de ser arrastado pelas águas.Eu tinha 17 anos e vi e escutei pela primeira vez uma banda de pífano, banda cabaçal, zabumba, como queiram. A Briga do Cachorro Com a Onça e O Besouro Mangagá foram minha primeira aula. E ainda não ouvira falar da Banda de Pífanos de Caruaru. Aquilo arrebatou-me de tal forma que fiquei desarrazoado. O casamento dos pífanos, um na melodia, outro numa espécie de contracanto, a zabumba marcando num compasso diferente de tudo que eu ouvira, uma caixa malassombrada marcando um xaxeado e um par de pratos como um enxame de chuveirinhos juninos.

Nunca mais parei de ouvir esses sona. Depois encontrei com João do Pife, em Caruaru e, com seus discos debaixo do braço, fui fazer uma comparação dele com Zé da Flauta, nos discos de Alceu Valença. O pife é o sopro da vida, é o bicho escondido rosnando enfezado. Tenho certeza que Deus era um tocador de pife e foi soprando nele, num pife feito de taboca, que deu vida ao Homem com seu sopro fiel. Foi mesmo. E vou mais além em meu sonho de jeca: a trilha sonora do Universo, independente de Stephen Hawking, é a Briga do Cachorro Com A Onça!

A tradição do pife brasileiro ainda necessita de boas apreciações. Sendo um instrumento primitivamente da mata, feito a partir da taboca ou do bambu, muitas vezes do próprio talo da folha da abóbora ou do mamoeiro, o pife detém a magia elemental. Tirar o som de um instrumento, ao mesmo tempo rústico e sofisticado musicalmente, com uma escala complicada, não é nada fácil. O pife, como todo o instrumental, é caprichoso, requer tanta dedicação, tanto estudo e tanto apuro que muitos de nós que tentamos tocá-lo ficamos pelo caminho.

Minha arqueologia pessoal, como disse, encontra o pífano na infância quando a tribo de índios de João Pé-de-bolo saía no carnaval areense tocando, fatalmente, a marcha dos índios cariris. Aquele som parecia feito de bolinhas sonoras galopando, invisíveis, até nossos ouvidos. Brotaram-me a admiração e o afeto. Mas, também como falei acima, João do Pife apareceu-me um dia traduzindo uma imensa mesa de possibilidades. Das músicas folclóricas ao mais sofisticado jazz, o velho pife dava conta, dependendo do bico e das acrobacias digitais do tocador.

Independente de toda uma casta pifeira nacional, minhas raízes trazem-me sempre os quatro cavaleiros pelos quais afeiçoei-me na vida: João, Biu, Zé e Edmilsom do Pife. Para mim é o quarteto fundamental porque os primeiros que escutei detidamente tentando entender as frases, as síncopes, os dobrados, os trinados, as longas viagens e precisas estalagens. A partir daí, imaginei certa vez a imagem de Deus criando o homem e, olhando o barro inerte, entrando na mata, retirando um pedaço de taboca, lhe furando o corpo. Assoprou-lhe, dançando os dedos, e derramou a Vida do seu próprio Sopro dentro de nós. (Fonte: Revisita Kurumatâ-Texto professor Aderaldo Luciano-doutor em Ciência da Literatura)
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ESCRITORA E PROFESSORA CLARISSA LOUREIRO PARTICIPA DE LIVE LITERÁRIA NESTA QUINTA 14

A escritora e professora do curso de Letras da Universidade de Pernambuco (UPE) do campus de Petrolina, Clarissa Loureiro, participa , nesta quinta-feira (14), às 21h, de uma 'live literária'. 

A transmissão será ao vivo pela internet pelo instagram Linguagem e Afins, administrado pelo professor Emanuel Sá. No encontro virtual, a escritora vai falar sobre Literatura, memória e o trabalho como crítica literária. E ainda, a importância da Literatura como recurso terapêutico durante a pandemia do novo coronavírus.

Durante a live, haverá uma discussão sobre os seus livros: " Mau hábito", " Invertidos" e " Laurus", como representações da literatura Pernambucana contemporânea. " Vou falar da importância da literatura como representação de memória e como ser um recurso terapêutico em plena pandemia. E, tentarei expor como a literatura tem o dom de abrir olhos, à medida que estabelece uma recriação da realidade", destacou a autora.

Ano passado, Clarissa Loureiro lançou  'Laurus', o primeiro romance escrito pela autora. A obra foi inspirada na mitologia grega e em memórias de familiares.
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GOVERNO BOLSONARO FAZ DESMONTE DO INSTITUTO CHICO MENDES E PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO DOS SERVIDORES FAZ ALERTA PARA O ENFRAQUECIMENTO DO INSTITUTO

O governo Bolsonaro aumentou a presença de militares no comando do instituto responsável pelas unidades de conservação federais.

O Instituto Chico Mendes tinha 11 coordenações regionais divididas conforme a extensão das unidades de conservação. Mas em fevereiro, o governo reduziu para cinco gerências. Uma por região: Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sul e Sudeste.

O mesmo decreto, assinado pelo presidente Jair Bolsonaro, também permitiu que pessoas que não sejam funcionários públicos, com experiência em ações como monitoramento da biodiversidade, possam comandar essas gerências. O ICMBio é responsável por 334 unidades de conservação no país.

Nas nomeações da última terça-feira (12), apenas Fabio Menezes de Carvalho, indicado para a gerência Norte, é servidor de carreira. Ronei Alcantara da Fonseca, da gerência do Nordeste, é da reserva do Corpo de Bombeiros e está no ICMBio desde outubro de 2019. Ademar do Nascimento, Centro-Oeste, é policial militar de Mato Grosso. Lideraldo da Silva, Sudeste, é policial militar aposentado. Na região Sul, o cargo ainda está vago.

O governo também criou núcleos de gestão integrada, que vão concentrar a administração das unidades de conservação. O presidente da Associação dos Servidores em Meio Ambiente alerta para o enfraquecimento do instituto.

“A gestão está sendo amarrada por militares que não têm uma formação específica na área ambiental. A repercussão dessa medida especificamente é uma diminuição do poder de atuação do ICMBio, principalmente na Amazônia, uma vez que tinham cinco coordenações regionais distribuídas pela Amazônia. Hoje, com esse novo decreto, vai ter apenas uma gerência regional localizada em Santarém”, disse o presidente da Assoc. dos Servidores Espec. em Meio Ambiente, Denis Rivas.

O Jornal Nacional questionou o Instituto Chico Mendes, que é presidido pelo coronel da PM Homero Cerqueira, mas não houve resposta sobre o aumento de militares em cargos de chefia.

Em nota, o ICMBio informou apenas que criou 26 novos núcleos de gestão integrada com o objetivo de alcançar uma maior eficiência no uso de recursos humanos, instalações e equipamentos. E que, dentre os critérios utilizados, estão a proximidade geográfica, as similaridades funcionais, ambientais e de logística.

O diretor da ONG MapBiomas criticou as mudanças. “No ano passado, por exemplo, aumentou muito o desmatamento dentro das unidades de conservação. E nesse processo de reestruturação no ICMBio, acabou se retirando pessoal da fiscalização nas regiões que estão mais críticas com o desmatamento. Então, é preciso se ter os critérios técnicos corretos para se colocar as pessoas no front, aonde a gente precisa trabalhar para conservar esse patrimônio tão importante dos brasileiros”, afirmou Tasso Azevedo, coordenador do MapBiomas. (Fonte Jornal Nacional)
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GOVERNADOR DO PIAUÍ ANUNCIA LEI SECA, PROIBIÇÃO DE BEBIDA ALCOÓLICA NO COMBATE AO CORONAVÍRUS

Governador do Piauí anuncia 'lei seca', proibição da venda de bebida alcoólica, e medidas mais rígidas de combate à Covid-19

O governador do Piauí, Wellington Dias (PT), anunciou no começo da tarde desta quarta-feira (13), em entrevista à TV Clube, novas medidas, mais rígidas, de combate ao coronavírus.

Entre elas, a 'lei seca' a partir desta sexta-feira (15), às 0h, proibindo a venda de bebidas alcoólicas em todo o estado. A comercialização fica restrita até o domingo (17).

"Vamos ter uma obediência à lei seca, pessoas vendendo bebidas em bares e aglomerados, com operações conjuntas das forças de segurança de garantir o cumprimento da lei e da ordem", contou o governador.

Wellington explicou que o Piauí não terá, “nesse instante”, o lockdown, o bloqueio total de circulação de pessoas, uma medida mais rígida que o isolamento social. “Queremos uma oportunidade para uma alternativa intermediária, antes de uma medida como essa, do para tudo. Estamos dialogando com os prefeitos”, explicou Dias.

As novas medidas anunciadas nesta quarta, segundo o governador, devem frear o crescimento de Covid-19 no estado. São mais de 1.600 casos confirmados, com uma estimativa de 17 mil infectados, segundo uma pesquisa por amostragem, e 57 mortes.

“O objetivo é que estamos um crescimento do coronavírus, tivemos um isolamento que caiu 10 pontos (percentuais), são 180 mil pessoas a mais transitando. Queremos reduzir, ter menos 200 mil pessoas transitando, e elevar o Piauí para mais de 50% de isolamento social”, comentou Wellington, ao detalhar as novas medidas. (Foto: Reprodução TV Clube)
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MEIO AMBIENTE: ARARINHAS AZUIS SAÍRAM DA QUARENTENA E INICIAM AGORA PROCESSO DE PREPARAÇÃO PARA SOLTURA

As ararinhas-azuis (Cyanopsitta spixii) que estão no centro de criação e reprodução em Curaçá, Bahia, desde março, saíram do período de quarentena e foram liberadas na semana passada para o aviário construído especialmente para elas. O ambiente é enriquecido com galhos, folhas e outras estruturas que devem auxiliar no gradativo processo de reintrodução da espécie na Caatinga.

As aves chegaram ao Brasil no dia 3 de março, vindas da Alemanha. Elas foram transportadas para um criadouro em Curaçá (BA), seu habitat de origem. O período de quarentena possibilitou que as aves se adaptassem ao clima da Caatinga e permitiram aos especialistas a observação da espécie, além de eliminar a possibilidade de algum espécime estar doente, mesmo com os exames feitos na Alemanha que foram realizados para liberarem as aves para entrarem no Brasil.

Os aviários possuem dupla camada de proteção, ao passo de permitirem que as aves tenham contato com o clima da Caatinga; essa grade também protege as ararinhas-azuis de outros animais. As aves iniciam agora seu processo de preparação para soltura, com a adaptação ao clima e alimentação. Serão oferecidos gradativamente mais frutos e sementes da caatinga para quando forem soltas saberem o que comer. O processo de isolamento dos humanos é fundamental nesta fase para evitar que fiquem mansos e de fácil captura por traficantes, sendo assim, visitas ao Centro são restritas.

Animais exclusivos da Caatinga, a ararinha-azul está atualmente extinta na natureza. O último exemplar foi avistado em meados dos anos 90 e, por volta dos anos 2000, a espécie recebeu do Ministério do Meio Ambiente o status de extinta na natureza. A ararinha-azul, que naturalmente é uma espécie pouco populosa, teve seu número de aves ainda mais reduzido pelo comércio ilegal (pelo fato de ser uma ave de beleza extraordinária) e pela degradação da Caatinga, o que reduziu ainda mais o seu hábitat.

A reintrodução das ararinhas-azuis no seu bioma de origem é um processo previsto pelo Plano de Ação Nacional (PAN) da Ararinha-Azul em conjunto com organizações internacionais que detinham algumas aves em cativeiro. No primeiro ciclo do PAN, dentre outros resultados, o principal foi a multiplicação de animais em cativeiro para aumentar a variabilidade genéticas das aves. 

Agora, no segundo ciclo, o objetivo esperado é realizar a soltura de algumas ararinhas-azuis com suas "irmãs", as maracanãs (outra espécie de psitacídeo que possui hábitos semelhantes às ararinhas-azuis), sem descontinuar o aumento populacional também em cativeiro.

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