GRUPO HEINEKEN E ONG AMIGOS DO BEM VÃO DOAR ÁGUA E CESTAS BÁSICAS PARA O SERTÃO DE PERNAMBUCO

O Grupo HEINEKEN e a ONG Amigos do Bem vão levar água mineral a cerca de 130 comunidades vulneráveis do sertão nordestino, nos Estados de Pernambuco, Alagoas e Ceará. A doação da companhia faz parte de um movimento em prol de auxiliar diferentes frentes de combate à crise gerada pela pandemia de Covid-19, envolvendo ações para a sociedade, colaboradores e toda a cadeia de negócios.

A ONG Amigos do Bem realiza um trabalho de transformação, com inúmeros projetos educacionais, de trabalho e renda, água, moradia e saúde que hoje movimentam a vida de mais de 75 mil pessoas no sertão de Alagoas, Ceará e Pernambuco. Atuam em diversas áreas a fim de promover uma transformação efetiva na vida dos milhares de pessoas atendidas.

"Neste instante, milhares de famílias passam fome, sede e estão sem nenhum recurso no sertão. Com esta importante ajuda do Grupo HEINEKEN, iremos levar milhares de garrafas de água para 75 mil pessoas que vivem nos 130 povoados atendidos por nós, Amigos do Bem, no sertão nordestino. Se está difícil para nós, imagina para eles. É tempo de união e solidariedade", afirma Alcione Albanesi, presidente fundadora do Amigos do Bem.

Serão 500 mil garrafas de água mineral, de 500 ml, doadas pelo Grupo HEINEKEN, que chegam às famílias no mês de abril, além de mais de 6 mil cestas básicas no valor de R$ 50,00 cada.

"Estamos unindo esforços em diferentes frentes, porque acreditamos que juntos conseguiremos passar por essa crise, saindo ainda mais fortes como sociedade", afirma Maurício Giamellaro, CEO do Grupo HEINEKEN no Brasil.

O Grupo HEINEKEN chegou ao Brasil em maio de 2010, após a aquisição da divisão de cerveja do Grupo FEMSA e, em 2017, adquiriu a Brasil Kirin Holding S.A ("Brasil Kirin"), tornando-se o segundo player no mercado brasileiro de cervejas. O Grupo gera mais de 13 mil empregos e tem 15 unidades produtivas no país, sendo 12 cervejarias, localizadas em Alagoinhas (BA), Alexânia (GO), Araraquara (SP), Benevides (PA), Caxias (MA), Igarassu (PE), Igrejinha (RS), Itu (SP), Jacareí (SP), Pacatuba (CE), Ponta Grossa (PR) e Recife (PE), duas micro cervejarias em Campos do Jordão (SP) e Blumenau (SC) e uma unidade de concentrados para refrigerantes em Manaus (AM). 

No Brasil, o portfólio de cervejas do Grupo HEINEKEN é composto por Heineken, Sol, Amstel, Kaiser, Bavaria, Eisenbahn, Baden Baden, Devassa, Schin, Glacial, No Grau e Kirin Ichiban. O portfólio de não alcoólicos inclui Água Schin, Schin Tônica, Skinka e os refrigerantes Itubaína, Viva Schin e FYs. Com sede em São Paulo, a companhia é uma subsidiária da HEINEKEN NV, a maior cervejaria da Europa. Guiada pela estratégia de sustentabilidade global Brew a Better World da empresa, o Grupo criou no Brasil o movimento Mais com Menos, focado em trabalhar o tema em seis principais pilares: consumo responsável, saúde e segurança, crescer com as comunidades, sustentabilidade na cadeia de fornecimento, redução das emissões de CO2 e proteção de recursos hídricos. Este movimento busca gerar reflexões, dentro e fora dos muros da companhia, sobre como fazer sempre mais, com menos impactos negativos.

Movimento pelo bem - Desde março o Grupo HEINEKEN vem implementando uma série de ações voltadas aos seus colaboradores, seguindo orientações dos órgãos de saúde nacionais e globais em relação à contenção da doença. A empresa adotou trabalho remoto para as áreas elegíveis, intensificou o uso de tecnologia para diferentes atividades, reforçou medidas de higiene em todas as suas unidades produtivas, suspendeu viagens e afastou colaboradores que fazem parte do grupo de risco desde o início da crise, sem impactos em salário e benefícios. 

Ainda disponibiliza um canal exclusivo de Saúde Corporativa para orientação e atendimento aos 13 mil colaboradores e familiares, 24 horas por dia, nos sete dias da semana. A companhia também olha cuidadosamente a toda cadeia de negócios, adotando medidas direcionadas a estabelecimentos comerciais para manutenção de empregos.

Conheça este projeto: www.amigosdobem.org (Fonte: Brava Comunicação)

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RESERVATÓRIO DE SOBRADINHO ATINGE 87% DO SEU VOLUME ÚTIL



As chuvas, principalmente as ocorridas no estado de Minas Gerais, a partir da segunda quinzena de janeiro deste ano, possibilitaram um aumento significativo do volume útil de Sobradinho, após oito anos de escassez hídrica. Com o objetivo de manter o volume de Itaparica com o mínimo de 30%, a defluência de Sobradinho foi elevada para 1.600 m³/s, desde o dia 15. A vazão de Xingó continua em 1.300 m³/s.

No momento, o reservatório de Sobradinho está com 87% do seu volume útil, com uma vazão afluente de 3.500 m³/s. A Chesf avalia que Sobradinho chegará, no máximo, a 95% de sua capacidade, no início de maio - final do período úmido -, não havendo, portanto, previsão de vertimento no reservatório.

A Chesf tem adotado, em todos seus reservatórios, os procedimentos definidos para operação durante o período chuvoso, conforme a elevação dos níveis.

A situação é de normalidade e bastante favorável com relação ao armazenamento de água em Sobradinho, que possibilitará o atendimento aos usos múltiplos, durante o próximo período seco, motivo de comemoração por parte de todos os usuários do Velho Chico. (Fonte: Chesf)
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RÁDIO: LULA DIZ QUE BOLSONARO TEM QUE "GOVERNAR O BRASIL E DEIXAR DE SER IGNORANTE"

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva comentou as relações políticas do governo de Jair Bolsonaro no país e a crise em que se encontra a classe política. Em entrevista a Mário Kertész hoje (16), durante o Jornal da Bahia no Ar da Rádio Metrópole, ele comentou que a sociedade, desacreditada na política, votou em um candidato que era tido como antipolítico.

"Falou-se que deputado não prestava, senador não prestava, partido não presta, a ponto de conseguirem fazer com que um cidadão, que tinha 28 anos de mandato que ninguém sabia o que ele fazia e quatro de vereador, ser eleito por uma parte da sociedade que era antipolítica. Por não gostar de política, votaram de Bolsonaro. É o maior desastre do mundo quando a sociedade não acreditar a política, nega e tenta eleger alguém que não gosta de política e a montanha pare Bolsonaro", declarou Lula.

O petista afirmou que manteve relações diplomáticas com todos os governadores enquanto foi presidente entre 2002 e 2010. 

"O povo tem que ter consciência qual o papel do presidente da República. Você tem posições políticas e ideológicas até ganhar as eleições. Quando você ganha, você deixa de ter lado e passa a cuidar e assumir a responsabilidade da população. Você passa a se relacionar com todos os políticos, independente do partido. Eu tinha uma relação extraordinária com Paulo Souto antes de Wagner ganhar as eleições para governador", comentou.

"Eu mantinha uma relação civilizada de um presidente da República. O presidente não tem que gostar de um governador, não estamos falando de um casamento e sim uma relação política de entes federados. Tive uma relação extraordinária com os 27 governador. Duvido que tenha tido algum governador que deixou de ser recebido, não teve verba ou não foi recebido com um sorriso por não ser do meu partido. Companheiros do meu partido achavam que eu cuidava mais dos outros do que eles próprios", acrescentou o ex-presidente. 

Para Lula, Bolsonaro precisa assumir o papel de um presidente da República e tomar as rédeas do país. "Um presidente da República não pode ficar brigando com todo mundo todo dia e toda hora. Ele tem que governar esse país e deixar de ser ignorante e deixar fazer o que tem que ser feito", acrescentou. (Fonte: Rádio Metropole)
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AUDIÊNCIA DO RÁDIO AUMENTA E 77% DOS ENTREVISTADOS AFIRMAM SER O COMPANHEIRO DURANTE O ISOLAMENTO

O mercado de rádio do Brasil acompanhou o primeiro panorama do Kantar Ibope Media sobre o consumo de rádio após o início do isolamento social em praticamente todo o país. E os números no dial seguiram a tendência que já era vista no digital e também em outros países.

O tempo destinado pelos ouvintes ao rádio foi ampliado no período de isolamento (de 4h02 em fevereiro para 4h18 em março). A música segue como conteúdo mais buscado pela audiência, que também procura por entretenimento durante a pandemia do novo coronavírus. Companheiro, o rádio é buscado devido a sua grande variedade de formatos e conteúdos.

Segundo o relatório da Kantar Ibope Media, mesmo em isolamento, as pessoas continuam ouvindo rádio, na mesma intensidade de antes ou até mesmo mais. Em números, 77% dos entrevistados nos primeiros dias de abril afirmaram ouvir rádio, sendo 71% afirmando que ouviram as emissoras na mesma quantidade ou mais após as medidas de isolamento social. E 20% disseram ouvir “muito mais” rádio após o isolamento.

Segundo uma matéria veiculada pela Folha de S.Paulo, um levantamento para saber da população como as empresas devem proceder durante este período de pandemia. A pesquisa mostrou que mais da metade (53%) dos brasileiros prefere que as empresas comuniquem suas ações durante a pandemia do novo coronavírus por meios consolidados, como rádio, jornal e TV.

O mesmo ocorre no exterior. Na Espanha, por exemplo, o levantamento feito pela Havas Media Group aponta o rádio na liderança de credibilidade e confiança na mídia, com o índice de 5,3 (sendo 1 para “nada confiável” e 7 para “totalmente confiável”). Para se ter uma ideia, todos os veiculos de massa estão com índices a partir de 5 nesta escala, enquanto as redes sociais registraram 3,5.
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CONSTRUÇÃO DA BARRAGEM DE SOBRADINHO: A INESGOTÁVEL INQUIETAÇÃO DA EXISTÊNCIA

Clicar, arrastar, mover o mouse. Por meio destes comandos, você realiza uma viagem pelas aventuras do CD-ROM Tudo de Novo e identifica os movimentos cotidianos engendrados pelos diversos protagonistas da construção da Barragem de Sobradinho, na Bahia, na década de 1970. 

A navegação conduzirá você a vivenciar as músicas da época, o medo das mulheres em sair à noite, os locais onde os operários trabalhavam, se divertiam nos cabarés e compravam mantimentos, como as feiras-livres. Para tanto, basta clicar em links e botões.

A experiência inédita foi lançada pela pesquisa "Construção da Barragem de Sobradinho: A Inesgotável Inquietação da Existência", coordenado pela professora Maria Rita do Amaral Assy, do Departamento de Ciências Humanas Campus III/UNEB e os pedagogos Moésio Allan Belfort e Cleonice Coelho de Assis, entre outros pesquisadores.

Durante quatro anos de pesquisa, foram reunidos textos, áudios (entrevistas com moradores da cidade) e mais de 500 fotografias, cedidas pelos habitantes de Sobradinho, que vão desde a construção da barragem, registro de momentos do cotidiano dos moradores e a criação da cidade de Sobradinho.

Segundo a Professora Maria Rita, o titulo do produto multimídia "Tudo de Novo" remete à experiência de trazer em linguagem digital os estudos realizados pela pesquisa acerca dos movimentos produzidos pela construção da barragem de Sobradinho-BA. A professora afirma que a criação do CD-ROM não tem o objetivo de salvar os arquivos em pastas, nem analisá-los separadamente. "Se fosse separar em pastas para arquivar, poderíamos correr o risco de suprimir o processo de pesquisa", defende Maria Rita.

Durante a pesquisa, a equipe percebeu que grande parte dos documentos oficiais não trazia os movimentos que estavam em curso no processo de construção da barragem. Perceberam, então, que o discurso dos moradores, remanescentes desse período, poderia evidenciar melhor esses movimentos.

"Nós tínhamos textos, fotos e entrevistas. Observamos que os textos combinavam com as fotos, as fotos tinham a ver com as entrevistas, que combinavam com o clima do lugar. A própria música tinha a ver com o que as pessoas falavam", comenta Maria Rita.
A idéia do CD-Room surgiu para fazer com que, você – navegador - faça uma viagem pela pesquisa numa integração entre imagens, áudio e textos. Nessa viagem, você se deixa levar pela intuição, porém não de forma aleatória. Por meio da escolha de uma das três portas digitais, percorre espaços previamente pensados pela equipe criadora.

Na primeira porta, o cenário é a construção da barragem de Sobradinho que contém entrevistas e fotografias do cotidiano do trabalho. Na segunda porta, mergulhamos no processo de criação da cidade e cenas do cotidiano dos moradores. 

"No princípio, não se objetivava criar uma cidade, a intenção inicial era criar vilas para abrigar os trabalhadores. Logo após o término da construção, as vilas seriam evacuadas. Porém, as pessoas acabaram ficando", afirma Maria Rita.

Na terceira porta, o clima é de guerra e tensão, devido a existência de muitos conflitos durante a construção da barragem. Vindas de lugares distantes, com culturas e modos de vida diferentes, as pessoas tinham apenas o objetivo comum de trabalhar na construção da Barragem, e foi difícil conciliar as diferenças culturais. Mas também havia locais, como os cabarés, em que as pessoas procuram extravasar as tensões e esquecer os problemas. Ao entrar no cabaré, a música é alta e é necessário apurar ao máximo a audição para entender as entrevistas, numa simulação do ambiente da época.

Por 12 horas, você percorre uma viagem histórica, no qual passado e presente se entrecruzam. Para auxiliá-lo nessa viagem, o CD-ROM traz, no encarte, um mapa explicativo que poderá ajudá-lo na navegação. Assim, poderá percorrer, sem pressa, e fazer sua própria interpretação da realidade observada. 

"Durante o trabalho de pesquisa percebemos que as telas trazem muito mais as sensações do que a representação do real, pois retrata a experiência que cada um tem na obra", conclui a pesquisadora. A partir das sensações adquiridas, o navegador decide se quer sair, continuar o seu percurso ou começar "Tudo de Novo".

A pedagoga Cleonice Coelho destaca que a pesquisa mostra na voz dos entrevistados a vida dos próprios moradores. "Contam a história de vida dos moradores, na voz deles, do cotidiano. Mesmo os que deram depoimentos se identificam no CD-ROM".

Segundo Moésio Belfort, pedagogo e pesquisador colaborador do projeto, a equipe passou por dificuldades para obtenção de recursos, mas conseguiu ultrapassar essas dificuldades. "A universidade permite viver o ambiente de pesquisa e experimentar. Mesmo com pacos recursos, é possível criar, produzir", afirma Moésio.

Segue Link para baixar o instalador https://www.dropbox.com/s/8fefqsa5lrnp4sm/TudoDeNovo.rar

Estudantes, professores e interessados em fazer uma viagem pela Barragem de Sobradinho-BA poderão adquirir o CD-Room no Núcleo de Apoio a Pesquisa –NUPE/ UNEB.

Maiores Informações:
NUPE Núcleo de Apoio a Pesquisa/ UNEB
Tel: (74) 3611-5617 Ramal 214
Multi Ciência 12/11/2007
Ou
masbelfort@gmail.com
Marcadores: Barragem de Sobradinho, CD-Rom, TudoDeNovo (Fonte Moésio Belfort pesquisador e pedagogo)

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CORONAVÍRUS: FESTA DE SANTO ANTÔNIO DE BARBALHA, PATRIMÔNIO CULTURAL BRASILEIRO É ADIADA

A tradicional festa de Santo Antônio de Barbalha, no Ceará, foi adiada por causa da pandemia da Covid-19, para o mês de outubrO, ainda sem data definida. 

Uma reunião na tarde desta terça-feira (14) entre o prefeito Argemiro Sampaio, o líder dos carregadores e o pároco Leandro Cavalcanti, da Igreja Matriz, definiu pelo adiamento do evento, que começaria em 31 de maio. O corte do Pau da Bandeira, um dos momentos mais marcantes, estava
previsto para acontecer daqui a três semanas.

O mês de outubro foi escolhido porque se comemora a festa da co-padroeira do município, Nossa Senhora do Rosário, que é festejada no dia 7. No entanto, a data só será escolhida após definição sobre o período das eleições municipais.

Reconhecida como Patrimônio Cultural Brasileiro, em 2015, pelo Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional (Iphan), a Festa do Pau da Bandeira de Santo Antônio, em Barbalha, previa que seu momento mais marcante, o hasteamento do mastro, acontecesse no dia 31 de maio. Isso também representa a abertura dos festejos do padroeiro da terra dos “Verdes Canaviais”.

Ano passado, aproximadamente 250 homens carregaram nos ombros um angico de 26 metros, pensando cerca de duas toneladas, por mais de três quilômetros, do sítio Roncador até o Centro da cidade, na Igreja Matriz de Santo Antônio. A passagem do Pau da Bandeira pela Rua do Vidéo, que concentra o maior número de visitantes, é um dos momentos mais inesquecíveis da festa. 

 Este cortejo acontece desde 1928.

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MORAES MOREIRA, UM CIDADÃO BRASILEIRO DE TODAS AS TRIBOS

Moraes Moreira é daqueles artistas que chegavam naturalmente aos ouvidos da gente sem precisar ir atrás de sua obra. Na infância, um vizinho do lado direito escutava Novos Baianos. Já na adolescência, outro vizinho da esquerda botava os discos do primeiro cantor de trio elétrico  que eram lançados a cada temporada. No anos 80, ouvia-se Moraes nas festas de fim de ano, nas barracas das quermesses, até na discoteca e, claro, em todos os carnavais. Nos tais "assustados"(festas em casas de amigos), rolava os ritmos do cantor. Moraes Moreira foi de fato um cantor meramente e completamente Brasileiro com B maiúsculo.

Quando saiu de sua pequena Ituaçu(BA), para cidade grande leva na cabeça a paixão pela música. os clássicos de Luiz Gonzaga e do também do baiano João Gilberto, povoavam em sua memória afetiva. Só não imaginava que mais adiante junto com suas turma dos Novos Baianos  - Pepeu Gomes, Paulinho Boca de Cantor, Baby do Brasil e Galvão receberia o mesmo João no sítio em que moravam no Rio. Imagine a farra que foi encontrar o papa da Bossa Nova. E só pra quem lembrar João  e Galvão são filhos de Juazeiro.

Moraes entra para história como o primeiro cantor do trio elétrico de Dodô e Osmar nos anos 1970. Antes, os trios percorriam as ruas e avenidas de Salvador fazendo apenas um som instrumental, mas arrastando multidões. O novo integrante, chegou para dialogar suas palavras com as guitarras eletrizadas.  

O primeiro a fazer sua revoada do grupo Novos Baianos foi Moraes com a missão de asfaltar a carreira solo. E nunca abandonou suas raízes. Nunca cantou em outra língua. Nunca se vendeu a modismos. Samba, frevo, forró, xote, baião, baladas românticas, afoxé, entre tantos outros ritmos que povoaram seu cancioneiro autoral e em parcerias eventuais.

Como o brasileiro não tem memória larga, ainda bem que a história da MPB resiste para contar que o compositor foi quem alimentou sucessos radiofônicos  para várias intérpretes como Gal Costa com "Festa do Interior" e "Bloco do Prazer". Simone emplacou "Pão e Poesia". Para a colega Baby do Brasil, compôs ao lado de Galvão clássicos como "A Menina dança" e  "Trinindo e Tricando".

Poeta e cordelista, atividades  que vinha exercendo paralelo à  música, Moraes deixa uma discografia suntuosa com dezenas de trabalhos que podem ser considerados "obras musicais necessárias para história da cultura brasileira". Sua discografia é bem eclética com parcerias brilhantes: Cara e Coração, Alto Falante, Lá vem o Brasil descendo a ladeira, Bazar Brasileiro, Coisa Acesa, Pintando o Oito, Mancha de Dendê Não Sai, Tocando a Vida, Mestiço é Isso, República da Música, Baiano Fala Cantando... a lista é grande e a cada trabalho uma brasilidade revigorada.

O primeiro disco solo que chegou aos meus ouvidos foi o Alto falante que abre com "Pedaço de Canção", a que mais gosto: "Que uma canção pelo céu levaria/No véu da cidade na melhor sintonia/Todo o meu coração. Mas as frases que eu grito em bocas tão desiguais/são pedaços daquilo que sinto e não canto jamais". Com o passar do tempo, vi vários shows de MM do litoral ao sertão. Mas a passagem inesquecível foi no dia 1º de dezembro do ano de 1996, no Recife. Ia ter mais uma edição ao ar livre do show coletivo pelo Dia Mundial de Combate a Aids. Uma penca de feras da MPB. Tinha combinado por telefone com o amigo conterrâneo Toinho Batera.  Acertamos a hora de o encontrar no hotel. 

Cheguei um pouco atrasado por conta do trânsito. Toinho já tinha ido 5 minutos antes. Numa fração de segundos me aparece outro baterista o Elber Bedaque. Contei da minha viagem perdida e Elber, prestimoso, me convidou para ir com ele. Como? No ônibus do patrão Moraes Moreira e toda turma. Moraes, gigante, me cumprimentou e perguntou se eu era parente do Bedaque ou do percussionista Repolho, todos de baixa estatura e sorriu.

A viagem de Boa Viagem até o Recife antigo foi uma festa dentro do ônibus. O que aconteceu na rota até o local do evento e nos bastidores do show, só na memória, nem vou contar. E como cantou Moraes "Transando o corpo e a cuca numa nice".

Foi nesse show que vi pela primeira e única vez o mangue beat Chico Science circulando nos bastidores e trocando palavras com Moraes. No ano seguinte, Chico partiu antes do carnaval começar. Agora foi Moraes que não fará mais em sua presença física a alegria dos próximos carnavais. Então escutemos suas canções mesmo que não as toquem no rádio. A gente toca em todos os lugares. Viva o baiano brasileiríssimo Moraes Moreira. Acabou Chorare, porque as canções ainda serão cantadas.[]

*Emanuel Andrade é jornalista, professor da Universidade da Bahia (Uneb) e pesquisador sobre Música Popular Brasileira. Autor da biografia de Ana das Carrancas - A Dama do Barro. 
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