BRAULIO TAVARES: A MELODIA E LETRA DE CALDEIRÃO DOS MITOS GRAVADA NA VOZ DE ELBA RAMALHO

Tenho visto alguns livros muito interessantes em que compositores explicam como foram criadas algumas de suas canções mais conhecidas, o processo de composição, as circunstâncias, como foi gravada a música...

Tenho alguns volumes da série de Ruy Godinho Então, foi assim? e o livro de Paulo César Pinheiro Histórias das Minhas Canções (LeYa).

Pensei comigo: está aí um bom assunto para escrever de vez em quando, porque mesmo quando as músicas não sejam grande coisa (tem as que são, e as que não são), às vezes a história lança alguma luz sobre processos criativos em si, sobre o meio musical, sobre um momento da História, e tudo isso interessa.

Minha primeira música gravada foi “Caldeirão dos Mitos”, que Elba Ramalho incluiu no seu segundo disco, Capim do Vale (1980). Foi composta, como a maioria das músicas que faço sozinho, em duas fases: primeiro a melodia, depois a letra.

A melodia era muito antiga, era dos anos 1970, quando voltei de Belo Horizonte para Campina Grande e passava o dia inteiro pegado com o violão, redescobrindo o forró e a cantoria de viola. Se bem que essa melodia, especificamente, era anotada em meus caderninhos com o título provisório de “I wanna sing this all together”, verso que misteriosamente se transformou, anos depois, em “Eu vi o céu à meia-noite”.

Esse título não era pra valer, aliás era meio chupado de uma canção dos Rolling Stones, acho que em Their Satanic Majesties Request, mas na época em que fiz essa música eu ouvia muito umas bandas menores, que tocavam no rádio. Uma delas era o Mungo Jerry, com uma canção brincalhona e simpática chamada “In the Summertime”:

https://www.youtube.com/watch?v=fZWsGf0KgQw

Uma pessoa com o mais rudimentar conhecimento musical vai dizer que as duas músicas não têm nada a ver uma com a outra, e este é um dos mistérios da criação artística. Ela se dá por uma cadeia de associações de idéias com saltos tão grandes que na quarta ou quinta parada já não se tem a menor noção de como aquilo começou.

A única coisa clara para mim era que não haveria a tal “segunda parte”, que é uma coisa da MPB e da música fonográfica em geral. Eu queria o modelo da canção folk: estrofe musical única, com sucessivas letras nas mesmas notas. É o modelo “Asa Branca”, é o modelo que o folk-rock norte-americano, Bob Dylan à frente, empregava, bebendo nas canções irlandesas e escocesas trazidas pelos colonizadores.

No São João de 1978 eu morava em Salvador, e não tinha grana para ir passar a festa junina em Campina Grande. Me veio a idéia de fazer uma música falando em São João, mas a primeira frase que me veio à mente foi “o Apocalipse de São João”. (Olha aí como funcionam as associações de idéias!).

Essa imagem me trouxe à mente o céu pegando fogo, a qual de imediato me lembrou uma espécie de trocadilho que eu já tinha usado antes, em mais de um contexto: o fato de que “corisco” quer dizer relâmpago, e “lampião” quer dizer candeeiro, ou seja, duas coisas que produzem clarão dentro da noite. Estava pronta a primeira estrofe:
Eu vi o céu à meia-noite
se avermelhando num clarão
como o incêndio anunciado
no Apocalipse de São João
porém não era nada disso
era um corisco, era um lampião.

O que faz o compositor preguiçoso? Exatamente o que eu fiz: pega a estrutura da primeira estrofe e a repete, com outros elementos, sem introduzir nenhum conceito novo. O conceito da canção (que eu poderia, se quisesse, ter expandido para 200 estrofes) era: “Eu vi uma coisa assim-assim; não era tal-e-tal-coisa da Bíblia; era tal-e-tal-coisa do Sertão”.

Claro que o conceito não é seguido de forma totalmente rígida, me permiti introduzir aqui e ali uns elementos destoantes (Inglaterra, Paris, Japão), mas é isso mesmo. O dono do poema é o poeta. Ele não precisa obedecer a regra nenhuma, nem mesmo a que ele acabou de criar. Georges Perec, um obsessivo criador de regras, pregava o conceito de “clinâmen”, e dizia: “Crie uma regra super rigorosa, e a obedeça da maneira mais fanática; depois, num ponto escolhido com cuidado, desobedeça essa regra. Produza voluntariamente uma exceção, num ponto onde seria facílimo ter continuado a fazer como antes.”

O primeiro título que dei à música depois de pronta, pegando como deixa a estrutura “eu vi isso, eu vi aquilo”, foi “Visão do Mundo”. Tá vendo como é bom continuar procurando uma segunda idéia?

Toquei essa música em público pela primeira vez em 1979, numa coletiva de compositores baianos no Teatro Castro Alves repleto, na qual entrei por obra e graça de Zelito Miranda, com quem eu estava compondo bastante na época. Eu não tinha coragem de subir no palco, mas ele praticamente me arrastou até o microfone e disse: “Vai, Galo, agora canta essa porra.”

Na primeira versão a música não tinha o “riff” entre as estrofes, que depois ficou característico, o “tãrãrã -- tãrãrã”. Este foi criado algum tempo depois, quando eu estava no Recife ensaiando para um show que fiz com outro parceiro, Zé Rocha. Ele gostava da música mas achava que era meio repetitiva (e é), era preciso dar uma encorpada nela com alguma coisa instrumental e diferente, já que a gente ia tocar com banda. E na hora mesmo do ensaio eu fiz o rasqueado veloz, 3+3 notas, que foi logo incorporado.

Cantei muito essa música em palco de bar e em mesa de bar. Em 1979, Elba Ramalho levou para a Bahia seu show Ave de Prata, no lançamento desse seu álbum de estréia, e se apresentou no Teatro Vila Velha, acompanhada pela Banda Rojão (Zé Américo, Guil Guimarães, Joca, Marcos Amma, Élber Bedaque).

Falou que queria gravar alguma coisa minha. Eu mostrei o “Caldeirão”, ela disse: “Me mande numa fita! É genial, vou gravar com certeza”. (Eu levaria alguns anos para perceber que ela diz isso com toda música minha, mas só grava de vez em quando.)

A música foi gravada para o segundo disco dela pela CBS, Capim do Vale (1980), e acabou sendo a música de abertura do Lado A, uma honra impensável para um compositor desconhecido que estava tendo uma canção gravada pela primeira vez. Ainda mais num disco que trazia Sivuca, Alceu Valença, Zé Ramalho, Pedro Osmar, Elomar...

Quando o disco saiu, toda vez que chegava gente querendo ouvir “o disco novo de Elba”, eu tirava o vinil de dentro da capa e checava toda vez o selo pra ver se meu nome continuava lá.

A gravação de Elba produziu um arranjo perfeito, com levada de arrasta-pé (que eu chamo de “marcha-quadrilha”), e a ótima idéia de começar com a música “solta”, sem ritmo, somente voz e sanfona se erguendo lentamente em meio às percussões, e só depois a banda atacando completa no “tãrãrã -- tãrãrã”.  E no meio da canção, quando fala “Era um fole de 8 baixos a tocar numa noite de forró”, a intervenção agilíssima de Abdias.

Fonte: Mundo Fantasmo: Artigos de Braulio Tavares em sua coluna diária no "Jornal da Paraíba" (Campina Grande-PB), desde o 0001 (23 de março de 2003) até o 4098 (10 de abril de 2016). Do 4099 em diante, os textos estão sendo publicados apenas neste blog, devido ao fim da publicação do jornal impresso.
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RIO SÃO FRANCISCO: POPULAÇÃO DE ITACURUBA SE REÚNE E DIZ NÃO A INSTALAÇÃO DA USINA NUCLEAR

Desde 2010, a população de Itacuruba-PE vive uma situação de angústia provocada pela possibilidade da construção de uma usina de energia nuclear no município, que fica às margens da Barragem de Itaparica, construída no Rio São Francisco. Em 2011, após o acidente na usina de Fukushima, no Japão, a discussão perdeu força, para alívio da população. No entanto, a usina em Itacuruba voltou a ser parte do debate desde o lançamento do plano de energia do Governo Federal.

Nos dias 05 e 06 de novembro, representantes da Regional Nordeste 2, órgão ligado à Conferência Nacional dos Bispos – CNBB, estiveram em Itacuruba e Floresta para ouvir a opinião da população local sobre o assunto. Quase todas as pessoas se colocaram contra a construção da usina. Após a escuta realizada na igreja matriz de Itacuruba, o grupo de bispos de Alagoas, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte se dirigiram para as margens do São Francisco, local onde, segundo as/os moradoras/es, está prevista a construção da usina.

Assim como a população local, o pesquisador doutor na área de energia e professor aposentado da Universidade Federal de Pernambuco, Heitor Scalambrini também se colocou contra a geração de energia nuclear. "Nós somos contrários a essa proposta, já que o Brasil não precisa dessa energia", declarou o professor que integra a Articulação Antinuclear Brasileira.

De acordo com Heitor Scalambrini, as usinas nucleares de Angra I e Angra II, no Rio de Janeiro, geraram apenas 2,5% de toda energia do país. Além disso, o professor apresentou dados que dão conta que a energia nuclear é quase cinco vezes mais cara que outras alternativas, como energia solar e eólica. Por fim, Heitor ainda chama atenção para o risco de acidentes, o que "seria desastroso para todo o Nordeste", afirma.

As informações, trazidas por Heitor, deixaram cientes do perigo pessoas como dona Ozicleide dos Santos, agricultora do Povo Indígena Tuxá, de Itacuruba. Ela reside a aproximadamente um quilômetro do local previsto para a instalação da usina. Caso aconteça a instalação, a comunidade terá que ser expulsa de suas terras pela segunda vez, haja vista que isso já aconteceu durante a construção da barragem de Itaparica. "Não estamos nos sentindo bem com a usina nuclear, porque só traz tristeza para nós", desabafa dona Ozicleide.

Assim como em outros casos de implantação de grandes empreendimentos, a proposta de uma usina nuclear em Itacuruba veio cheia de promessas de desenvolvimento e geração de emprego, algo que Dom Paulo Jackson, bispo de Garanhuns e Presidente da Regional Nordeste 2, da CNBB, conhece bem. Quando criança, o religioso viveu em São José de Espinharas-PB, onde há uma jazida de urânio. Segundo ele, a cidade recebeu pessoas de várias partes do mundo que iam até lá para mapear justamente o minério que é utilizado nas usinas nucleares.

Dom Paulo Jackson conta que por um tempo até houve a geração de empregos, porém o que mais marcou foram os problemas provocados pelos forasteiros. "Deixaram um rastro de alcoolismo, de famílias destruídas, de adultérios e de moças, meninas grávidas, gravidez na adolescência. O rastro do impacto social foi imenso", aponta Dom Jackson.

O bispo classificou como "balela", "aquilo que era prometido de mundos e fundos, de melhorias e de crescimento para a cidade, crescimento econômico, empregos. As promessas que foram feitas nunca foram cumpridas. Se eles não cumpriram em São José dos Espinhares, por que cumpririam aqui, em Itacuruba? ", questiona o religioso.

Dom Jackson fez uma reflexão sobre os impactos do primeiro grande projeto que atingiu a população de Itacuruba: "A região aqui já foi vítima de um bmegaprojeto", lembrou o bispo e questionou o cumprimento das compensações sociais, o que até hoje a população de Itacuruba não viu ser efetivado.

Na tarde do dia 05 e manhã do dia 06 foi realizado um seminário no Centro de Formação da Diocese de Floresta, que reuniu pesquisadoras/es, estudantes e membros de comunidades tradicionais da região de Floresta. O evento foi organizado pela Diocese de Floresta e a Regional NE 2, da CNBB.

FONTE: Texto e Fotos: Comunicação Irpaa
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LULA SAI DA PRISÃO EM CURITIBA APÓS DECISÃO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

O ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deixou a prisão em Curitiba após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta sexta-feira (8). Lula saiu da Superintendência da Polícia Federal (PF) por volta das 17h40.

A determinação foi do juiz Danilo Pereira Júnior, da 12ª Vara Criminal Federal de Curitiba. Ele aceitou nesta sexta-feira (8) o pedido da defesa do ex-presidente do República Luiz Inácio Lula da Silva e o autorizou a deixar a prisão.

Condenado em duas instâncias no caso do triplex, Lula ficou 1 ano e 7 meses preso na Superintendência da Polícia Federal (PF) de Curitiba. Agora, ele terá o direito de recorrer em liberdade e só vai voltar a cumprir a pena de 8 anos, 10 meses e 20 dias após o trânsito em julgado.

Os advogados pediram a soltura do petista depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) derrubou a prisão após condenação em segunda instância.

Na quinta-feira (7), por 6 votos a 5, o STF mudou um entendimento de 2016 e decidiu que, segundo a Constituição, ninguém pode ser considerado culpado até o trânsito em julgado (fase em que não cabe mais recurso) e que a execução provisória da pena fere o princípio da presunção de inocência.

“A decisão da Suprema Corte confirma aquilo que nós sempre dissemos, que não havia a possibilidade de execução antecipada da pena”, disse Cristiano Zanin, advogado de Lula, logo após pedir o alvará de soltura.

A defesa disse que espera agora a “nulidade de todo o processo, com o reconhecimento da suspeição do ex-juiz Sérgio Moro”.
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APOSTAS LOTÉRICAS FICAM MAIS CARAS A PARTIR DE DOMINGO 10

A partir deste domingo (10), os preços das apostas de oito modalidades lotéricas ficarão mais caros. Segundo a Caixa Econômica Federal, o reajuste será feito, após quatro anos sem elevação dos preços.

Os novos valores foram autorizados pela Portaria nº 8.061 do Ministério da Economia, publicada no Diário Oficial da União no último dia 31 de outubro. O reajuste valerá para os sorteios que serão realizados a partir de segunda-feira (11).

Segundo a Caixa, as mudanças contribuirão para o aumento dos prêmios ofertados aos apostadores. “Também será incrementado o repasse social de recursos às áreas definidas na lei, como Educação, Esporte, Segurança, Seguridade, Cultura e Saúde, entre outras”, diz o banco.

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PROJETO REÚNE LÍDERES EM JUAZEIRO, BAHIA E TEM PARTICIPAÇÃO DE MUNICÍPIOS DO TERRITÓRIO SERTÃO DO SÃO FRANCISCO

O empresário e agrônomo Carlos Neiva participa no Complexo Multieventos da Univasf em Juazeiro, Bahia das Capacitações do Projeto Líder. O evento é uma realização do Sebrae. 

A ação que é destinada aos municípios pertencentes ao Território Sertão do São Francisco e tem como objetivo, promover a criação de um ambiente favorável aos pequenos negócios e o desenvolvimento regional sustentável, fomentando o empreendedorismo, estratégias e políticas públicas da região.

O Projeto Lider contará com dez encontros destinados aos municípios do Território. Esse é o primeiro encontro dos dez que o projeto oferece e tem a meta de elaborar o Plano de Desenvolvimento do Território Sertão do São Francisco”.

O representante da Unidade de Ambiente de Negócios da Superintendência do Sebrae/ BA, Marco Antônio Dantas de Almeida, explicou que “o Líder é um programa nacional onde são realizadas capacitações anuais com grupos de líderes em cidades de uma determinada região para elaborar um Plano de Desenvolvimento Econômico. Aqui, escolhemos todo o Território de Identidade Sertão do São Francisco com seus dez municípios, onde os líderes do poder público, das entidades governamentais e de instituições voltadas para o desenvolvimento a exemplo de bancos e universidades, estão participando. Com esse conjunto de informações, poderemos obter as reais necessidades do território”, explicou.  

Nesse primeiro encontro está sendo abordada a ‘Construção da Consciência, Coesão e Identidade do Grupo’. O evento está reunindo representantes dos dez municípios do Território Sertão do São Francisco: Juazeiro, Uauá, Campo Alegre de Lourdes, Canudos, Casa Nova, Curaçá, Pilão Arcado, Remanso, Sento Sé e Sobradinho.

“Eu acordo todos os dias, acreditem, pensando em como servir melhor a Juazeiro, como contribuir com essa cidade. Juazeiro é uma das mais importantes cidades do Nordeste e precisa ficar atenta a todas as formas possíveis de crescer e desenvolver", disse Carlos Neiva.
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CASO BEATRIZ: "INFELIZMENTE JÁ SÃO QUASE QUATRO ANOS E NINGUÉM FOI PRESO. ESTAMOS FAZENDO UMA INVESTIGAÇÃO PARALELA"

Após quase quatro anos sem respostas sobre os responsáveis pela morte da menina Beatriz Angélica Mota, de 7 anos, a família da garota lançou uma vaquinha para arrecadar ajuda financeira com o intuito de custear uma investigação paralela sobre o caso. O objetivo é captar R$ 75 mil em doações. Já foram arrecadados cerca de 8% desse valor. A criança foi encontrada morta com 42 facadas em um quarto de depósito da Escola Nossa Senhora Auxiliadora onde ela estudava, em Petrolina.

A mãe da menina, Lúcia Mota, postou um vídeo nas redes sociais pedindo a colaboração de todos. "Infelizmente já são quase quatro anos e até o momento nós ainda não tivemos nenhuma prisão dos assassinos de Beatriz. Portanto, estamos fazendo uma investigação paralela. Essa quantia que colocamos como objetivo para arrecadar na vaquinha é para que a gente possa contratar profissionais especializados na área de segurança, na área de informática, para os custos das viagens desses profissionais, e outras despesas que a gente vem tendo", disse.

Em setembro deste ano, o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) revogou o pedido de prisão do suspeito de ter apagado as imagens do circuito interno do colégio onde aconteceu o crime. Desde dezembro de 2018, quando o pedido de prisão foi feito, Alisson Henrique Carvalho Cunha era considerado foragido. Algumas semanas depois os pais da menina realizaram um ato de repúdio em frente à Câmara de Vereadores de Petrolina.

Em nota, a Polícia Civil disse que "reafirma a seriedade e a dedicação com que está sendo conduzida a investigação do caso Beatriz, que corre em segredo de justiça”. Segundo a corporação, não podem ser fornecidas informações do andamento dos trabalhos. "Por fim, a PCPE reitera a confiança de elucidar esse bárbaro assassinato e apresentar quem comeu esse crime à Justiça, finaliza a nota". Dedicando-se exclusivamente ao caso, a delegada Polyanna Neri preside o inquérito do caso. Também foi instituída uma Força Tarefa com três delegados e suas equipes.

Fonte: Folha Pernambuco
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FESTIVAL ZÉ DANTAS PRESTA HOMENAGENS AO POETA QUE COMPÔS A VOLTA DA ASA BRANCA

Um poeta que aprendeu a captar os costumes dos sábios sertanejos e introduzi-los na sua música. É assim que pode se definir o compositor Zé Dantas, cuja 26ª edição da festa em sua homenagem acontece durante o período de 4 a 9 de novembro em sua terra natal, Carnaíba, situada a 400 km do Recife. Da década de 1990 para cá, a cidade se enfeita e se mobiliza para reverenciar o seu filho ilustre, cujas composições A volta da asa branca, Xote das meninas, Vem morena e Forró de Mané Vito ganharam as paradas de sucesso na voz de Luiz Gonzaga. A temática das composições reúne o universo geográfico e histórico do Nordeste, principalmente a região onde nasceu.

A cada ano, uma das músicas de Zé Dantas serve de mote para a festa, da decoração da cidade às oficinas instrumentais, passando pelos trabalhos desenvolvidos pelos alunos da rede municipal de ensino em sala de aula. Neste ano, Acauã dá título ao evento.

“Queremos suscitar uma discussão sadia sobre os extremos abordados na música tema deste ano, Acauã, que nos levam a situações conflitantes, como no caso da seca e do inverno”, explica a professora Margarida Lira, uma estudiosa da obra do compositor.

“O poeta aprendeu a captar respeitosa e lindamente os costumes daqueles que misturam o fervor com as superstições e premonições, vistas como advertências antecipadas do que virá, alimentando sua fé e o temor, pelo simples canto dos pássaros”, define a professora.


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